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𝐗𝐗𝐗𝐕𝐈𝐈𝐈: 𝐂𝐡𝐚𝐦𝐚𝐝𝐚ʳ

Nota:
   Desculpem a demora para atualizar. E tá pequeno o capítulo, desculpem de novo.

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      Eles chegaram de noite, os carros entraram pelo pátio e fecharam os grandes portões assim que o carro de Annie, que agora era dirigido por Mattie, entrou. Era tarde, boa parte das pessoas da base estavam cansadas após um exaustivo dia de trabalho e os que estavam acordados eram os que faziam os trabalhos noturnos, como manter a guarda.

      Alguns homens os receberam, todos apertando a mão de Mattie e dos outros, batendo amistosamente em seus ombros, mas nenhum deles sequer chegou perto de Annie. Apenas a olhavam, sorriam e balançavam a cabeça em cumprimento. Nada além. Não era novidade ou algo que a incomodasse, na verdade ela nem sequer gostava que a tocassem, então preferia daquela forma. Eles entraram, todos cansados, famintos e sujos. Annie não foi direto para seu quarto, nem sequer para a cozinha, mas seguiu com Mattie até os aposentos de Lawrence. O homem estava acordado, como sempre naquele horário, e lia um livro amarelado em que Annie havia lido diversas vezes e rabiscado as bordas das páginas com desenhos aleatórios.

  — E então? – ele perguntou sem olhar para eles. A bolsa de enzima conectada ao seu braço mostrando que tinham coletado do sangue de Gally. – O que encontraram?

 — O grupo estava morto quando chegamos. Todos eles. – Mattie revelou enquanto se sentava em uma poltrona.

 — E quem teria matado eles? – perguntou tirando a atenção do livro e se levantando.

 — Ed, se lembra dele? – Annie perguntou esfregando o nariz, o cheiro forte de rosas lhe deixava enjoada, e então se aproximando enquanto pegava uma jarra com água e despejava no copo, após preencher o recipiente ela se aproximou do sofá e se jogou no mesmo. Seus pés agora relaxados em cima da mesa. – Ele matou todos. 

 — Mas por qual razão? – Lawrence se virou para a menina.

 — Todos vocês. – ela apontou para os soldados e ajudantes que ficavam ali perto de Lawrence – Fora. Agora!

 — Ouviram a menina, fora todos vocês. – e com isso todos saíram, deixando apenas Lawrence, Mattie e Annie naquela sala. – Conte.

 — Bom… – Annie bebeu um gole de água para limpar a garganta e prosseguiu – O grupo dizimado tinha contato com aquela cobra desgraçada, Ed foi em busca de informações e matou todos quando percebeu que não ia conseguir nada. 

 — Mas foi o grupo deles que nos sabotaram, não é? A horda que atacou um dos nossos postos de vigia.

 — Na verdade, não foram eles. – Mattie disse com semblante preocupado – Alguém da base está dando informações para o CRUEL e manipularam as provas para que fossemos até o grupo. Queriam que a gente fosse pego de surpresa pelo grupo, eles tinham mais de trinta homens e mulheres bem armados.

 — Eles não contavam com o que Ed faria. – Annie bebeu mais um gole. – Agora a questão é: quem é o informante?

 — Já tem suas suspeitas? – Lawrence se aproximou deles.

 — Algumas. Você já deve saber quem é. 

 — Espero que esteja errada sobre ela. – Lawrence suspirou cansado – Se Triz estiver envolvida… – ele parou não querendo nem sequer falar.

 — Será acusada de traição e morta no pátio, com todos vendo. – Annie murmurou baixinho completando o que Lawrence não conseguiu – Falando nisso, eu tenho uma notícia boa: Ed está infiltrado no CRUEL e garantiu um apartamento e proteção para nós.

 — Já falamos sobre isso. – a voz de Lawrence se tornou séria e firme – Você não vai entrar naquela cidade!

 — Eu sabia que você diria isso, por essa razão… – ela deixou o copo na mesa e puxou um walkie-talkie da roupa o jogando na mesa, então voltou a posição de antes com o copo em mãos e os pés na mesa. – Chamei quem poderá fazer isso por mim. – um sorriso surgiu em seus lábios. – Acho que já tá mais que na hora de chamar as minhas raposinhas para um encontro de família!

 — Você chamou todo mundo? – Mattie perguntou, surpreso.

 — Alguns, na verdade. Nem todos estão disponíveis. Só uns quatro, no máximo. 

 — E o que eles farão? – Lawrence perguntou, estava totalmente pensativo com as informações recebidas.

 — Quero que Eleanor e Jade fiquem atentos a qualquer urgência nos grupos ao redor, se o antigo líder dos cobras estiver por perto, então irá aparecer em algum desses de um jeito ou de outro. Irei colocar Gabriel para vigiar o CRUEL, com a ajuda de Ed eles irão conseguir informações e formas de entrarmos. Priscila irá ficar aqui na base e fará a vigia junto de Tanya, tenho um leve pressentimento que ele virá para cá em algum momento. Então a vinda das minhas raposinhas deve ficar em segredo até a chegada deles.

 — Acha que vai funcionar?

       Annie respirou fundo e não respondeu por longos minutos, os olhos castanhos se mantiveram em um ponto fixo na parede descascada do outro lado do quarto, então ela suspirou e disse sem olhar para eles:

 — Acho. 

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