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𝐗𝐗𝐗𝐈𝐈𝐈: 𝐇𝐨𝐫𝐝𝐚ʳ


Nota:
Perdão pela demora para atualizar. O cap tá pequeno, mas eu meio que perdi a linha do que estava fazendo e eu, como o ser mais inteligente do universo, não anotei sabendo que esqueço com facilidade....
Enfim... Dsclp erriessi

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Cerca de duas horas depois, não havia nenhum sinal de soldados do CRUEL e os moradores voltaram aos seus postos. Latas de lixo e fogueiras foram acesas, em pouco tempo o lugar estava repleto de vida como costumava ficar. Pessoas brigavam em ruas e becos, conversavam e riam, como sempre faziam enquanto esperavam o Fulgor destruir seus cérebros. Annie estava sentada na cadeira do balcão, o rosto corado devido a bebida que ingeriu, afinal o dono compensou ela e Mattie por resolverem o problema de livrar a cidade dos soldados. Agora eles podiam beber à vontade sem pagar.

Mattie estava emburrado, um enorme beiço formado em seus lábios enquanto o rosto estava igualmente corado, desde que havia despertado ele estava assim e Annie tinha que se segurar para não rir. De repente ela sentiu um cheiro estranho que a deixou em alerta, lentamente levou a mão até a cintura e agarrou o cabo de sua faca. No segundo seguinte, se virou atacando a pessoa que estava bem atrás dela, ele conseguiu se desviar facilmente, mas Annie perdeu o equilíbrio por um segundo já que estava bêbada e aquilo foi uma grande oportunidade para o estranho que a derrubou no chão.

- Ah... isso doeu. - Annie suspirou gemendo de dor, seu queixo agora estava vermelho e dolorido já que tinha sido a primeira parte de seu rosto a encontrar o chão.

- Nah, você bêbada não é muito divertida. - a voz do homem era alta e forte como trovão, ele se sentou na cadeira que ela estava usando e bebeu o restante de sua bebida.

- Cacete, hein? Precisava disso, Eleazar.? - ela perguntou vendo o homem encapuzado enquanto limpava a poeira e terra de suas vestes.

- Foi divertido, admita. - uma voz feminina sedutora sussurrou em seu ouvido, Annie nem sequer tinha percebido sua aproximação.

- Pra vocês. Pro meu queixo não. - ela bufa e se vira para a mulher. Ela era quase dez centímetros mais alta que Annie, tinha um corpo esbelto e suas vestes mostravam bem seus braços e sua barriga. E sua pele exposta era totalmente cheia de cicatrizes grandes, mas esses detalhes não diminuíam sua sensualidade. Seu rosto, ao contrário de seu corpo, era liso e limpo de qualquer marca. Os olhos grandes castanhos a encaravam, os lábios carnudos eram bem desenhados e seu cabelo era bem curtinho.

- Oi, chefe. - ela sussurrou, então abraçou a garota menor com força.

- Bom te ver, Jade. - ela retribuiu o abraço e então se virou para o homem sentado. Ele puxou o capuz revelando um rosto cheio de cicatrizes, era cego de um olho devido a um corte profundo que ia acima da sua sobrancelha até próximo ao lábio. Agora era uma enorme cicatriz. Ele era grande, gordo e musculoso, além de careca. - O que os trouxe de volta?

- Ah, saudade da minha querida chefe. - Jade comentou abraçando de lado a garota menor.

- Terminamos o serviço, só queremos ir para casa descansar agora. - explicou Eleazar. - Em pouco tempo terá a Seleção, hein, tô ansioso para saber quem você tem na mira.

- Ah, vocês vão ver. E vão odiar e amar muito. - ela esboça um sorriso convencido. - Mas tudo deu certo? Nenhum problema?

- Bom, tivemos um probleminha... - Jade se aproximou de Eleazar, ele que deslizou sua mão grande e cheia de cicatrizes pelo corpo da mulher e a puxou para si com carinho e um pouco de força. - Com um tal de... cobrinha. Tivemos um encontro com ele ao sul perto das montanhas, mas foi bem rápido. Ele nem sequer se deu o trabalho e fugiu.

- Teríamos acabado com ele. - Eleazar murmurou.

- Ou você perderia seu outro olho, amor.

- Há quantos dias tiveram o encontro com ele? - Annie perguntou, seu corpo gelando enquanto ela cruzava os braços. Uma ruga de preocupação surgia em sua testa.

- Dois dias. - Jade olhou em volta, analisando o ambiente em que conversavam sobre aquelas informações - Por isso voltamos. Ele está... diferente. Muito mais focado em destruir você do que antes.

Annie pensou naquilo, então engoliu em seco e mudou rapidamente de assunto. Após uma rápida conversa ela e Mattie vão até um dos quartos e caem na cama, dormindo na mesma posição de tão embriagados que estavam.

*

O sol queimava no alto quando eles decidiram voltar para a base. Como de costume, estavam sob a ameaça de um inimigo que sabia muito bem se camuflar, mas o fato de ele ser parte do passado de Annie deixava a garota preocupada. Não por ter o risco de ter seu passado exposto, mas pelo risco que ele apresentava a todos ali. Ela suspirou enquanto via o mapa e analisava por onde estavam passando, quando de repente Mattie freia o automóvel com força pegando Annie de surpresa e a levando com tudo para frente.

- Porra. - ele sussurra, a voz trêmula de medo.

Annie se recompôs, a testa estava doendo por bater na placa de metal a sua frente e podia sentir o sangue escorrer pelo seu nariz. Ela olhou Mattie pronto para xingá-lo, mas encontrou apenas um olhar apavorado e uma expressão que ela nunca tinha visto. Seguindo o olhar do homem, ela olhou mais para frente e então sentiu o mesmo pavor que ele sentia.

Longe deles, iluminados pelo sol e cercados pela areia, estava a horda de Cranks formada pelo CRUEL. E ela era tão grande quanto haviam dito.

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