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𝐗𝐗𝐕: 𝐒𝐚𝐭𝐢𝐬𝐟𝐚𝐜̧𝐨̃𝐞𝐬ʳ



O relógio já marcava oito horas e quinze minutos, Gally andava de um lado para o outro em seu quarto, a ansiedade gritando em seu peito e a preocupação pelo atraso de Annie em seu treino. Ficou ali andando de um lado para o outro com os braços cruzados em seu peito por mais dez minutos, o relógio marcava 08h25 quando ouviu suaves batidas na porta. Ele rapidamente a abriu esperando encontrar a garota, mas o que encontrou foi apenas o grande homem com quem ela conversava ontem.

- Você é o garoto, não é? - ele perguntou, tinha a voz grossa e bem rouca. Só agora estando perto o suficiente que Gally pode notar que o homem estava totalmente cego de um olho e faltava alguns dentes de baixo. A pele da face estava vermelha e era bem grossa, boa parte do rosto era oculto por uma espessa barba grisalha e um par bem grosso de sobrancelhas. Ele fedia suor e terra.

- Acho que sou. - respondeu ele, totalmente confuso.

- Me siga.

Gally não se opôs, fechou a porta atrás de si e seguiu o grandalhão pelos corredores. Andaram por vários minutos sem falar uma única coisa, o jovem notou que estava em uma parte que nunca havia pisado e aqueles corredores eram consideravelmente novos para ele, assim como as pessoas.

Nunca tinha reparado a grandeza da base, principalmente pelo fato de ter vários prédios e construções dentro de seu "quintal". Lembrou-se de um velho homem explicando tudo aquilo numa noite alguns dias após receber alta - foi no mesmo dia em que conversou com Annie pela primeira vez e também onde ela impediu de um bêbado fazer dele um saco de pancada.

Como estava extremamente bêbado quase não deu para entender nada, mas aparentemente havia um grupo de construtores que cada vez mais aumentava os muros da base e conseguiam novos prédios e casas para complementar a base. Nunca viu nenhum desses construtores, então não tinha certeza se aquela informação era, de fato, real.

Eles entraram em um salão enorme, as janelas no topo das paredes estavam fechadas e seus vidros amarelos. No alto de um corredor na parede, sentada conversando com um outro homem de meia idade cuja face estava totalmente oculta pelas sombras, estava Annie.

Gally deu um passo para ir até ela, mas a mão grossa e firme do grandão o impediu. O toque fez ele encarar o homem, esse apenas lançou um olhar tenso para a dupla e então voltou-se ao garoto para dizer:

- Você não pode se aproximar, garoto.

- O que? Por que não? É a Annie, eu preciso conversar com ela!

- Garoto, escute o que eu falo. - a voz do homem ficou bem baixinha, Gally não teve outra opção a não ser se aproximar para ouvi-lo - Você não pode. Sei que Annie tem um interesse pessoal em você, mas aquele ao lado dela é o próprio Lawrence.

A revelação fez Gally olhar para cima, a sombra na face do tal Lawrence impedia de ver sua aparência e como era. Annie tinha mencionado algumas vezes antes, então entendeu a razão para o homem grande estar tão tenso e apreensivo: aquele era o líder. O chefe de toda a base e o único homem que dava ordens em Annie.

- Eu não sabia que ele estava aqui. - ele continuou explicando - Não é comum ele sair dos aposentos assim.

Naquele momento, Lawrence se levantou e começou a andar. Quando sua face ia sair das sombras, o grandão puxou o ombro de Gally fazendo-o girar nos calcanhares e ficar de costas. Suas mãos ainda seguravam firmemente o garoto pelos ombros impedindo-o de se libertar, a única coisa que podiam ouvir naquele momento e ram os passos e algo metálico, como uma bengala, batendo no chão. O grandão nem sequer respirava, mas era possível sentir o corpo tremer e o coração pulsar pelo simples toque firme que mantinha Gally imóvel.

Quando os sons se afastaram e o som de uma porta se fechando foi ouvido, ele suspirou e relaxou o corpo soltando o garoto. Gally se virou encontrando Annie ainda lá em cima, as mãos enfiadas nos bolsos com seu olhar perdido no chão. Era possível ver uma expressão um tanto quanto perturbada em seu rosto, aquilo fez o coração do rapaz pulsar dolorosamente de preocupação.

- Paulo!

A voz dela ecoou pelo enorme salão, o grandão se afastou e andou rapidamente até ela. Gally o seguiu, queria muito falar com ela, mas o grandão de nome Paulo o impediu de subir as escadas. Ele viu Annie sussurrar algo para ele, não conseguiu ouvir do ponto em que estava, Paulo apenas concordou e ela se virou saindo dali as pressas sem nem olhar para ele.

Gally engoliu em seco, os olhos arderam com aquilo e a viu e afastar sem olhar para trás. Queria gritar o nome dela, mas Paulo o chamou enquanto descia as escadas.

- Quero ir conversar com ela! - exclamou fuzilando Paulo com o olhar. O homem apenas suspirou balançando a cabeça em negativa.

- Ocorreu algo muito grave em um local aqui perto. - revelou - Annie foi selecionada para resolver.

- Espera, o que aconteceu?

- Não sei direito, mas envolve pessoas mortas, garoto.

- O que? Quem morreu?

- É isso que Annie irá descobrir.

- E quando ela volta? - Paulo apenas deu de ombros - Por favor, me deixe conversar com ela!

- E o que você irá falar com ela, garoto? O que é tão importante?

Gally ficou quieto, nem sequer ele sabia a resposta mesmo tendo passado a manhã toda pensando no que falar. Ele abriu a boca, mas nada saiu. Nem um único som. A única coisa que tinha era a expressão em seus olhos, o suplício tão palpável em seu olhar. Paulo suspirou:

- Pois bem, garoto, vá! Seja rápido, pois ela costuma sair bem rápido.

A face de Gally se iluminou, balbuciou um obrigado e saiu disparado em direção a porta, traçou uma linha de corredores que acreditava conhecer e o pouco que se lembrava da ida até aquele salão. Correu sem parar um único segundo, as pouquíssimas vezes em que parou foi para perguntar de maneira rápida e embolada onde a garota estava. Com as poucas, mas úteis, informações de todos ali ele conseguiu chegar até o quarto dela, porém não entrou. Ficou ali, parado totalmente ofegante enquanto observava a porta vermelha sem saber o que fazer.

Xingou a si mesmo mentalmente e foi em direção a maçaneta, porém a porta se abriu antes mesmo de seus dedos envolverem o objeto metálico. Annie saiu enquanto ajeitava sua mochila nas costas, mas parou assim que viu o garoto ali à sua frente e rapidamente e o encarou confusa.

- Tá fazendo o que aqui? - perguntou ela enquanto fechava a porta atrás de si.

- Eu... E-eu... - ele não conseguia sequer formular uma frase, suas mãos estavam geladas e tremiam, além de seu coração que estava pulsando acelerado em seu peito

- Espero que Paulo não esteja dando para trás agora. - ela cruzou os braços - Ele é ótimo, mas está velho e mal consegue enxergar com o único olho que resta. - suspirou cansada - E você? Por que está aqui?

- Soube que vai sair. - finalmente respondeu, a garganta totalmente seca.

- Ah, isso. Complicações no trabalho. Daqui uns meses você também estará passando por isso, é só dor de cabeça.

- Já tá pronta? - a voz de Mattie fez os dois olharem para o lado e verem o rapaz se aproximando.

- Tô sim, já foi ver Tanya e pedir para ela separar nossa comida?

- Óbvio que não. - ele riu - Sinto que se eu me aproximar muito irei perder um olho.

- Isso que dá ficar tentando conquistar todo mundo com um sorriso. - Annie riu ao ver o sorriso galanteador se formar nos lábios do amigo, ela se virou para Gally antes de começar a andar - Vejo você em alguns dias. - e então seguiu pelo corredor até Mattie.

- Annie, espere! - ele exclamou, os dois pararam o encarando, Gally engoliu em seco e se aproximou tomando coragem - Sobre ontem, olha, eu não...

- Pode parar. - Annie o interrompeu rapidamente - Você não precisa me dar satisfação de nada na sua vida, okay?

- Mas aquilo, eu... Eu nem sei o que foi aquilo.

- Não é querendo ser chato nem nada do tipo, mas é que a gente tem hora marcada pra chegar lá e estamos quase atrasados. - Mattie alertou, mas apenas recebeu o olhar de Annie e rapidamente começou a dar alguns passos para trás - Okay, vou lá falar com Tanya, vejo você lá fora em alguns minutos. - e rapidamente se virou e disparou pelos corredores.

- Annie, eu não... - Gally continuou, mas não conseguiu finalizar a frase.

- Olha, eu já disse: não precisa me dar satisfação de nada.

- Mas eu quero! Só queria que soubesse que eu não gostei nem me agradou nada daquilo.

Annie o encarou com uma sobrancelha elevada, então sorriu para ele achando extremamente adorável o fato de estar se explicando.

- Beatriz tem alguns comportamentos problemáticos, invadir o espaço pessoal é um deles. - ela suspirou cruzando os braços - Pedir para ela parar não irá funcionar, Mattie é uma prova disso, mas... - a jovem se aproximou e colocou a mão no ombro de Gally o encarando nos olhos com um leve sorriso em lábios - Tenta se manter distante e fora da vista dela.

Ele rapidamente levou sua mão até a de Annie mantendo-a ali, enquanto a escutava falar, seu polegar fazia movimentos leves no dorso da mão da garota.

- Por quanto tempo? - perguntou ele, preocupado.

- Segundo as análises de Mattie, que tem muito mais informações sobre o caso, então uma semana. No máximo.

- Uma semana, então?

- No máximo.

- Okay, dá pra aguentar, só preciso fugir da loira e aguentar o grandão. - a frase fez Annie rir, o que causou um certo rubor nas bochechas de Gally.

- Você dá conta, confie em mim. Só um conselho: seja bonzinho com Paulo, ele é velho e meio cego, mas ainda assim pega pesado no treino e isso fica pior quando ele está com raiva.

- Vou fazer isso.

- Ótimo. Até daqui uns dias, garoto. - e então se virou começando a andar.

- Annie. - ela se virou - Tome cuidado.

Com um sorriso, ela se virou seguindo pelo corredor, deixando o garoto sozinho com suas bochechas coradas e uma sensação quente no peito.

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