𝐗𝐋𝐕𝐈: 𝐁𝐫𝐢𝐠𝐚
Nota: esse capítulo tá enorme, scrr kkkkkk tô pensando seriamente em começar a postar Infected com horário e dia marcado KKKKK pq as vezes eu posto capítulo meia noite outros durante a tarde KKKKK
Enfim, boa leitura amores s2
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Era hora do almoço, Gally estava faminto após passar a manhã toda treinando com Paulo. Ficou com a imagem de Félix na mente, nunca se perguntou quantos integrantes devem ter no grupo de Annie, mas aquele garoto com olhar e expressão fria como gelo devia ser um deles. Ele ficou sozinho a maior parte de sua refeição, estava quase terminando quando duas pessoas puxaram a cadeira na frente dele e se sentaram juntos. Harlan e Luana. Lutou para não revirar os olhos quando os viu, afinal sabia que ela ia começar o extenso falatório de sempre junto de Harlan que só sabia fazer perguntas invasivas.
— Opa, e aí, Gally! – Harlan sorriu, a barba antes rala agora estava um pouco maior.
— Oi. – ele murmurou sem olhar para eles enquanto enfiava a colher na boca.
— Como tem passado? Não nos vemos mais. Parece que você e Annie estão juntos agora, não é?
— Você começou a treinar com outras pessoas, não é? – Luana o perguntou – Aquele casal. Qual eram os nomes mesmo?
— Jade e Eleazar. – Harlan a relembrou.
— Ah, é. Nós fomos ajudá-lo no treino esses dias, mas apenas demos de cara com a mulher e ela basicamente nos expulsou de lá. – Gally a escutou e apenas deu de ombros totalmente indiferente àquilo – Achei muito desrespeito com a gente, estamos na base há vários anos, mas eles chegam e acham que são donos de tudo.
— São do grupo de Annie, queria o quê?
— E daí? Isso justifica não podermos ir ver nosso amigo?
— Com Jade, Eleazar e Paulo, acho que a ajuda de vocês nos treinos não é tão necessária. – Gally finalmente respondeu ainda sem olhá-los.
— Por que não?
— Porque Jade já é suficiente para me ajudar no que preciso.
— Ah, é? – perguntou Harlan – E o que ela está te ensinando?
— Aposto que está te ensinando coisas absurdas, daqui a pouco vai virar um psicopata igual a eles. – Luana começou – Matando todo mundo que quiser e achando que manda na base toda. Soube de rumores que aquele casal vive matando gente, exterminaram um grupo inteiro e fizeram sexo no meio dos cadáveres. E os outros? Um pior que o outro! Aquela garota de cabelos cacheados vivia agredindo as pessoas da base, não podiam nem sequer olhar para ela que avançava na pessoa. Aquele que tá sempre ajeitando a roupa? É um…
— Garota, dá pra calar a mértila da boca por um minuto? – Gally finalmente a encarou enquanto dizia com a voz firme e expressão estressada.
— Espera aí, Gally, não precisa ser grosso. – Harlan disse, olhando-o surpreso com a atitude e o tom.
— Não estou sendo grosso, mas a sua namorada é irritante. Se ela gastasse o tempo treinando ao invés de ficar falando um monte de plong por aí e acreditando no que esses mértilas inventam, então talvez ela pudesse ser útil em alguma coisa.
— Foi só andar com eles por uns dias que ficou igualzinho. – ele suspirou chateado e balançou a cabeça.
— Igualzinho? Essa fedelha fala um monte de asneira sem nem saber nada e eu devo ficar quieto?
E então os dois pararam de falar quando ouviram um fungar baixinho, virando-se para Luana, puderam ver a garota em lágrimas e o olhar baixo. Gally apenas levantou as sobrancelhas desacreditado naquilo, mas pouco se importando, então suspirou e voltou a comer sem dizer nada ou sequer se desculpar. Vendo isso, Luana se levantou e saiu dali correndo, seu namorado ainda sem reação apenas a assistiu sair correndo pelo refeitório e em uma reação inesperada se levantou e golpeou Gally na face.
Gally não caiu da cadeira como era esperado, mas deixou sua colher cair ao chão e o encarou já irritado, a dor em sua face não foi nada comparado a dor dos golpes de Jade e então ele riu de forma zombeteira. Levantou-se da cadeira, bebeu a água até o fim e deixou o copo na mesa antes de atacar Harlan com toda a força. Não era preciso muito para ver que Gally era maior que ele, em uma média ele estava na lista dos garotos mais altos na base, claro que não vencia, mas com certeza era mais alto e forte que Harlan que caiu ao chão com o primeiro golpe.
— Já deve estar se achando incrível. – Harlan murmurou enquanto se levantava do chão e passava a mão pelo lábio cortado – Só porque é um dos protegidos já acha que pode fazer e falar o que bem entende.
Harlan se levantou e foi até ele, os dois começaram uma batalha ali mesmo no refeitório, mas para a surpresa de Gally ele estava se saindo bem. Os golpes eram fracos e lentos se comparados aos de Jade, e graças ao treino de Paulo estava mais forte que antes e pode ver isso quando acertava Harlan. Uma multidão se formou ao redor dos dois, gritando incentivos e assistindo com animação, até mesmo Priscila e Tanya estavam ali no fundo os assistindo e o incentivando.
— Usa a cadeira! – gritou Tanya. – A cadeira!
— No queixo! Soca o queixo dele! – gritou Priscila.
A luta prosseguiu por mais alguns minutos, Gally conseguiu derrubar o garoto no chão e começou a desferir mais e mais golpes nele. O rosto de Harlan estava sangrando, o olho inchado já incapaz de ver alguma coisa, mas Gally continuou os golpes totalmente incapaz de parar. Era como se finalmente pudesse descarregar toda aquela raiva acumulada dentro de si e Harlan era seu saco de pancada temporário. Até que a voz de Annie teve efeito quase calmante nele, parando instantaneamente o que estava fazendo e olhando para ela que tinha um olhar surpreso. Não tinha raiva no olhar da garota, nem sequer choque ou qualquer outro sentimento que fosse minimamente negativo, estava apenas surpresa. Aquilo serviu como uma brecha para Harlan que conseguiu se aproveitar e derrubá-lo com um golpe. As posições foram invertidas e os dois voltaram ao combate enquanto a plateia gritava.
— A gente tinha que parar eles, não é? – Annie perguntou para Mattie, mas sem tirar os olhos da luta.
— Considerando que a gente é líder e tudo mais… então sim, tinha. – Mattie respondeu também sem tirar os olhos dos dois.
— Ah, tá. – ela balançou a cabeça – Mas como a gente faz isso? Nunca cheguei na parte que paro uma briga.
— A gente entra no meio? – Mattie a encarou um pouco confuso.
— CHUTA ELE, GALLY! – Priscila gritou totalmente animada com a luta.
Annie e Mattie suspiraram e então entraram no meio da rodinha. Mattie agarrou a camisa de Harlan puxando-o para longe, Harlan parecia uma boneca voando com a força bruta dele, enquanto Annie ajudava Gally a se levantar. Quando a viu de novo, ele finalmente parou o jeito agressivo, respirou fundo enquanto ela apenas ficou analisando as feridas em seu rosto.
— Boa luta, pessoal, mas o refeitório não é local para isso. – dizia Mattie em tom firme – O restante, circulando! Quero que peguem seus copos e pratos e levem para lavar, tenham organização e respeito com o pessoal da limpeza. – dizia enquanto batia palma para todos saírem dali e se afastarem.
— A luta estava ficando interessante! – Priscila se aproximou deles e deu um tapão nas costas de Gally – Você lutou bem, carinha de sobrancelha. Já gostei de você.
— Pro garoto medroso que conheci meses atrás, bom, você evoluiu consideravelmente. – Tanta o elogiou, o que foi uma surpresa para todos ali já que ela nunca reparava em nenhum homem.
— Tá legal, o que aconteceu aqui? – perguntou Mattie encarando Gally e Harlan.
Os dois ficaram em silêncio e apenas abaixaram a cabeça, Harlan estava com medo de dizer algo errado e levar advertência de Mattie, afinal ele era melhor amigo de Annie. Gally também ficou em silêncio, constrangido de sua atitude agressiva, mas não queria dizer exatamente a causa porque soaria como se estivesse puxando o saco de Annie e todos de seu grupo. O silêncio fez Mattie suspirar irritado.
— Eu vou perguntar uma última vez: o que aconteceu?
— Perderam a porra da língua ou ficaram surdos? – questionou Annie vendo o silêncio dos dois – Que caralhos aconteceu aqui entre vocês, hã?
O silêncio prosseguiu, não obtiveram resposta alguma dos dois, Mattie cruzou os braços e suspirou furioso:
— Nova pergunta: quem bateu primeiro? – Gally apontou para Harlan.
— Fui eu, senhor. – Harlan respondeu no mesmo instante que Gally apontava para ele.
— Ah, foi você? Você é de qual esquadrão?
— O seu. Grupo ômega, a gente é responsável por proteger a cidade.
— Ah, é do meu esquadrão? Ótimo, se não vai me contar que merda aconteceu aqui, então será punido: um mês lavando a louça da cozinha e todos os banheiros da base, e sozinho. Tanya ficará responsável por vigiar seu trabalho na cozinha, e se você sequer pensar em desobedecer ou faltar um dia na limpeza, então vou colocar você pra recolher os corpos dos infectados. Quer isso, garoto?
— Não, senhor. – ele se encolheu, abaixando a cabeça.
— Então vai me contar o que aconteceu aqui?
— Não posso, senhor. – Mattie suspirou.
— Ótimo. Seu trabalho começa hoje mesmo. Vá limpar toda a louça e só depois você vai se consultar com Ágata, entendeu? – Harlan balançou a cabeça – Você entendeu? – seu tom se elevou tanto que quase preencheu todo o refeitório.
— S-sim, senhor.
— Então vá! – e com isso Harlan se virou e saiu – Gally! – o grito fez Gally dar um pulinho de susto, Mattie apenas suspirou balançando a cabeça e se virou para Annie – Ele é todo seu.
— Arrasou, gatão! – Priscila exclamou, então se virou para Tanya e murmurou – Mulher, fiquei molhada.
— Que nojo, garota. – Tanya respondeu.
— Bem… – Annie suspirou e virou-se para Gally – Vamos para a enfermaria? Vejo vocês depois, meninas.
Após alguns minutos, Annie terminava de fazer alguns curativos no rosto de Gally, não estava tão ferido assim e a maior parte dos hematomas vermelhos foram adquiridos por Jade. Após colocar o último curativo em um pequeno corte acima da sobrancelha do rapaz, ela sorriu e o encarou:
— E aí? Vai falar alguma coisa.
— Foi ele quem começou. – o garoto murmurou – Não pensei que iria ver Mattie tão bravo daquele jeito.
— Ele não estava bravo, só estava sendo mais… responsável. – ela se virou para colocar os algodões no lixo – Ele fala daquele jeito com várias pessoas, afinal o grupo dele é lotado de gente. Então aprendeu a ser daquela forma.
— E que lance é esse de "grupo Ômega"?
— Cada grupo do esquadrão tem um nome. Os mais baixos são nomeados de Ômega, que fazem tarefas simples e não são muito participativos em questões importantes na base. Eles, no geral, cuidam das cidades e das pessoas que estão fora da base. Em seguida vêm os Betas, que evoluem um pouco e têm participação maior em missões de longa distância. Os maiores são os Alfas, que seguem Mattie para cima e para baixo e tem acesso a informações sigilosas. – ela suspirou cruzando os braços – Pode rir, é ridículo. A gente leu em um livro perdido que contava sobre lobisomens e ele se apaixonou por aquilo.
— Não achei ridículo. – ele deu de ombros – Parece uma forma prática de separar tanta gente.
— É isso mesmo. – ela sorriu de lado – Que bom que entendeu.
— Ele puniu Harlan, certo? E por que não estou lavando louça ou banheiro?
— Porque você é meu. – ela deu de ombros – Minha responsabilidade já que é uma raposa, embora eu precise oficializar de fato.
— Mas eu ainda vou fazer a Seleção, já disse que quero entrar de forma justa.
— Eu sei. E se você se sair bem como deseja, então será oficializado.E vamos ser sinceros, eu não sou uma líder de verdade como Mattie, as pessoas só… me seguem e confiam em mim. Então se você quer bater em pessoas, só vai, eu não vou ligar ou impedir. No meu esquadrão todo mundo faz o que quiser da vida, desde que não seja algo extremamente problemático. Mas e aí? Vai contar o que rolou?
— Harlan e Luana falam demais. Harlan sempre faz perguntas invasivas e Luana não para de falar, sempre repetindo os rumores de novo e de novo. Dessa vez ela disse algo sobre Jade e Eleazar, sobre eles fazerem… "coisas" em meio a cadáveres.
— Ah, você bateu nele para defender a Jade e o Eleazar? – um largo sorriso se formou em seus lábios – Ela super vai amar saber disso, garoto. Vai fazer o dia dela melhorar e muito, confie em mim. – após isso ela se sentou em uma cadeira na frente de Gally – Mas esses rumores são ridículos, esse rumor em particular eu odeio, porque eles nunca fizeram nada assim! Jade e Eleazar foram uma das melhores pessoas que eu pude conhecer, são meio loucos e super apaixonados, mas eles são incríveis e nunca fizeram mal a quem não merecesse. Por isso odeio que falem mal deles.
— Acho que depois de apanhar muito pra ela, eu aprendi umas coisas e percebi o jeito dela gentil. – ele deu de ombros.
— O que uns socos na cara não fazem, não é mesmo? – Gally riu e então Annie se levantou – Bom, se tiver dor ou qualquer coisa, consulte Ágata e nem pense em entrar em outra briga, okay? Você já tem hematomas suficientes para melhorar.
— O que vai fazer agora?
— Tenho que ir até Lawrence, tenho assuntos pendentes com Mattie e Félix. Mas te vejo no jantar, okay? E não se esqueça dos seus treinos, você está acabado, dolorido e machucado, mas ainda tem que treinar.
— Okay, okay. – ele disse com um sorriso enquanto revirava os olhos.
Na sala de Lawrence, Félix já estava curvado sobre a mesa enquanto via os mapas e analisava as informações dos problemas que tinham. A horda, o informante e um antigo líder que continuava em uma busca desenfreada por vingança, eram coisas demais, mas ele conseguiu ter um plano bom com relação ao CRUEL. O que já era um início considerando que ele tinha chegado naquela manhã.
— E então? – Annie se aproximou.
— Nós temos computadores, certo? – ele se virou para a garota que confirmou.
— Mas o sistema de segurança do CRUEL é tão forte quanto a segurança do prédio. – Lawrence pontuou.
— Posso criar um dispositivo que danifica o sistema do CRUEL e que nos dá acesso a tudo. Eu encontrei um homem que trabalhava com essas coisas do CRUEL há um ano, ele me ensinou e explicou muito. O centro pode ser bem protegido, mas o que nos impede mesmo é aquelas armas gigantes do portão que são controladas pelos computadores centrais.
— Você pode fazer isso? – Mattie perguntou.
— Posso, só preciso de alguns materiais que Ed pode fornecer.
— Vou entrar em contato com ele. – Annie balançou a cabeça.
— E Mattie, você tem um grupo de confiança, certo? Coloque-os para buscar aquele cara, não deixe isso só com Jade e Eleazar. O importante é eles não entrarem em contato, apenas dar informações. – Mattie concordou, pensativo.
— É um bom começo. – Lawrence comentou.
De repente o walkie talkie de Lawrence que estava na mesa começou a chiar, então toques começaram a soar e eles não entenderam de primeira, mas não demorou muito para Félix e Annie compreenderem.
— Código morse! – disseram juntos
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