𝐗𝐋𝐈𝐕: 𝐃𝐞𝐬𝐜𝐨𝐛𝐞𝐫𝐭𝐚𝐬ʳ
Nota: CARALHO 2K DE VOTOS EM INFECTED PQP CRLLL MDS, tá, calma, preciso acalmar aqui pra poder falar...
Gente, sério, muitíssimo obrigada por cada comentário, cada voto, por tudo! Vcs me incentivam pra krl a continuar essa fanfic. Sério, muitíssimo obrigada!!
E logo que eu revisar e arrumar os capítulos, eu vou por a imagem com a aparência de cada um dos novos personagens. Cada um deles já tem aparência, e fiz até um editzinho do Darlan que se tornou meu protegido pq ele é MT fofo. Mas enfim, uma boa leitura neste capítulo.
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O dia tinha seguido mais lento que o normal para Gally. Ele tinha acordado sozinho na cama, mal viu Annie o dia inteiro e durante o treino Jade mencionou que ela estava na sala de Lawrence cuidando de alguns assuntos importantes com Mattie. Gally não opinou, nem a buscou, sabia que a entrada na área do chefe de toda a base era proibida e somente um grupo pequeno de pessoas podiam entrar. Ele não estava incluído naquele grupo.
Durante a tarde, Jade e Eleazar saíram da base sem avisar e ele ficou sem nada para fazer durante o restante do dia. Evitou todos os outros, principalmente as perguntas de Luana sobre ele estar de mãos dadas com Annie durante o café da manhã, então ficou escondido no terraço de um dos prédios olhando os muros distantes do cruel e o céu que aos poucos escurecia.
— Fugindo de alguém? – a voz cansada de Annie soou atrás dele e ele se virou com um sorriso, feliz por vê-la.
— Só de algumas pessoas. – ele respondeu quando ela parou ao lado dele, observando o céu.
— Deixe-me adivinhar, está fugindo da Triz?
— Por incrível que pareça, não. É de Luana.
— Luana? – Annie o encarou confusa.
— Acho que ela é do grupo de Mattie, não tô lembrando direito.
— Ah, bom, a maior parte desses idiotas são do grupo de Mattie. Acho que ele é muito bom líder para conseguir manter todos na linha.
— Quando você me explicou sobre os grupos, ficou algo confuso e até hoje não entendi direito. Você disse que os animais eram como representações, não é?
— Sim, sim. – ela puxou da memória quando disse aquilo e se recordou do momento em que estavam presos – Na verdade, bom, não é exatamente isso. Não servem como representações nem como forma de identificar como agimos nas situações.
— Então… como surgiu tudo isso? De onde veio os animais?
— Ah… – Annie soltou uma leve risada nostálgica – Já faz muitos anos, não me recordo o motivo.
— Parece que cada um dos grupos tem uma função diferente, não é? Se bem que as… As pessoas daqui, elas… – ele começou, mas pareceu hesitante em continuar, então pensou da melhor forma de dizer aquilo.
— Falam que sou um demônio? – perguntou.
— Não! – ele a encarou um pouco ansioso, mas então relaxou os ombros – Quer dizer, também, muitos dizem coisas ruins sobre você e seu grupo. Eu posso ter mandado um cara pra enfermaria há uns dias por ter dito coisas ruins sobre você, mas…
— Você fez o quê? – Annie o interrompeu e então começou a rir – Okay, okay. Pode continuar!
— Eu só estou cansado das pessoas daqui, sabe? Todos olham e falam sobre você e seu grupo de uma forma ruim, ontem eu ouvi os relatos de Eleazar e Jade e nenhuma das outras pessoas aqui teriam aquela coragem que você teve.
— Não precisa se preocupar, os rumores sempre existiram e eu reforcei alguns deles. Eu não sou uma boa pessoa, Gally. Salvar algumas pessoas não alivia as dezenas de mortes das quais fui responsável, o peso delas deixa impossível equilibrar a balança. – ela suspirou e então cruzou os braços – Não espere e acredite que eu seja boa, se fizer isso uma hora ou outra irei te decepcionar. – Ao ouvir aquilo, o garoto apenas balançou a cabeça como se não concordasse com aquilo.
— Não vou me importar se você me decepcionar. – ele sorriu – Mas estou curioso: quanto tempo você vai ficar na base?
— O que quer dizer com isso? – ela o encarou confuso.
— Você passou o dia na sala do seu chefe, aposto que bolou um plano ou está planejando sair sem motivo. – ele deu de ombros – Você nunca gostou de ficar aqui.
— Ah, é verdade. Mas os planos são para outras pessoas, infelizmente vou ter que ficar aqui por mais uns dias e te perturbar.
— Coitado de mim, então. – ele riu.
— Mas… – ela começou, mas logo parou. O olhar se perdendo e o sorriso sumindo aos poucos. – Não é que eu goste de ir atrás de cranks ou soldados do cruel, nem que eu odeie ficar presa, mas… – ela mordeu o lábio inferior e o encarou – A verdade é que eu não posso ficar parada.
— Por que não?
— Uma vez me disseram que a mente vazia é a oficina do diabo, acho que isso se enquadra bem na explicação.
— Coisas que você se arrepende?
— Coisas que eu me culpo. – o corrigiu – Mas não ligue para isso. Em poucos dias você irá entrar oficialmente para meu grupo e ser minha raposinha, daí vamos sair desse lugar.
— Olha… eu estava pensando nisso e eu… – ele começou a gesticular enquanto buscava as melhores palavras para dizer – Acho que vou fazer o teste de seleção. Eu quero entrar por mérito, já que dizem que só aqueles muito habilidosos entram para seu grupo, então eu quero ser habilidoso o suficiente para entrar e não apenas porque você já decidiu assim.
— Por que isso de repente?
— Eu não quero ser um estorvo. – ele disse de maneira firme, Annie percebeu o olhar decidido que ele tinha e como levaria isso até o fim. – Aquele dia que o carro pifou e ficamos na cidade? Eu não pude fazer absolutamente nada contra aqueles homens da cidade, nem com os infectados e nem com o deserto, a única coisa que senti foi medo. – ele ajeitou a postura, recobrando das emoções fortes que deixou sair por alguns instantes e então disse com voz séria: – Quero ser forte o suficiente para não ser dominado pelo medo, eu já fui uma vez e isso resultou na morte de pessoas importantes. – as lembranças da clareira encheram sua mente, o fato de que ele se deixou ser dominado pelo medo do desconhecido e incentivou os clareanos a ficarem na clareira ao invés de irem para o labirinto. Quando aquele verdugo chegou matando todos os seus amigos, foi quando ele soube que teria de carregar aquela culpa para sempre.
— Perfeito. – Annie sorriu com uma expressão tranquila, mas seus olhos carregados de um brilho orgulhoso – Você largou aquele Gally medroso que aceitava tudo o que diziam e vivia com os ombros encolhidos e agora está sendo você mesmo, uma versão mais forte. Eu farei exatamente o que você quer, então você irá fazer o teste e só irei te aceitar se você cumprir com todos os meu requisitos.
— Obrigado. – ele suspirou parecendo aliviado. – Mas eu tenho que continuar os treinos, já cansei de apanhar de Jade. Falando nela, onde ela está?
— Jade e Eleazar foram resolver uma coisa para mim. Você está com dificuldade no combate, certo?
— Jade continua dizendo que eu não "descobri o ponto-chave". Então me concede mais um hematoma para lista.
Annie o encarou por alguns instantes, pensativa sobre aquilo, e notou os vermelhos e roxos em sua face. Seu lábio tinha um corte e estava levemente inchado, um ferimento recém adquirido graças a Jade, fora os outros que ele tinha pelo corpo. A garota suspirou e balançou a cabeça, então murmurou um rápido "me siga" e saiu andando. Eles saíram do prédio em que estavam, passaram pela base até o local onde treinavam.
— Que não seja luta. – ele murmurou – Já estou cheio de hematomas graças aquela mértila.
— Não é uma luta, bem, não com socos. – ela parou no meio do local e então o encarou sorrindo, gesticulando rapidamente para ele se aproximar e parar a sua frente. Quando ele estava ali, a olhando confuso, Annie pode continuar: – Você é lento, mas não nos movimentos e sim na sua observação. Duas das principais coisas que deve aprender é aprimorar sua observação e seu tempo se reação, ver padrões e conseguir identificar sinais antes que seja tarde. Se recorda das lições que te passei naquele bar?
— Se não me engano… – ele franziu o cenho enquanto puxava da memória – Era algo como observar o ambiente e as pessoas, usar o ambiente a seu favor e fugir quando não puder vencer. Era isso?
— Perfeito! – ela sorriu – Use a primeira, quando você observa bem uma pessoa, pode notar padrões que te auxiliam a saber se ela irá agir ou não. Um olhar, um movimento do lábio, a mudança de peso corporal entre os pés, dentre outros pequenos detalhes que podem servir como alertas. É difícil explicar verbalmente algo que eu aprendi quando criança e aprimorei durante toda minha vida, então façamos o seguinte: você tenta encostar em mim e eu irei tentar esquivar, depois eu tentarei e você irá se esquivar.
— Não parece algo que vá me ajudar muito. – ele comentou um pouco descrente.
— Mas vai te fazer entender, não digo que isso irá garantir que você perceba tudo o que irá acontecer e conseguirá reagir a tempo, não! Mas vai te ajudar a aprimorar um pouco a observação e você conseguirá se safar de certas situações. Entenda: habilidades reais só se aprendem em situações reais! – ela pensou um pouco e então sorriu de uma maneira sugestiva – Façamos assim: a cada vez que você conseguir encostar em mim, então eu irei tirar uma peça de minha roupa.
Gally a encarou sem saber como reagir, então a olhou de cima a baixo e um sorriso brotou em seus lábios:
— Podemos começar agora?
*
Em uma instalação do CRUEL há muito abandonada
As portas estalaram e rangeram bem alto quando eles abriram, o som ecoando pelos corredores sujos e abafados, precisou de muita força para abrir aquela porta emperrada já que a instalação não tinha mais energia para poderem abri-la automaticamente. Ed puxou uma mesa que tinha ali dentro para não correr o risco de ficarem presos, e então os dois homens entraram.
— Por que estamos aqui? – perguntou o homem olhando a sala. Não era muito grande, parecia ser uma sala de controles, com o painel coberto por uma espessa camada de poeira e os telões que não ligavam há anos – Veja. – ele apontou para uma cadeira onde tinha os restos já decomposto de um corpo, devia estar ali há mais de anos anos pelo estado.
— Isso aqui também. – Ed apontou uma lanterna para o canto da sala onde uma grande mancha escura era vista, o que era totalmente diferente da coloração do restante do piso.
— O que estamos fazendo aqui? – tornou a perguntar.
— Por causa disso. – ele tirou um papel do bolso e entregou a ele – As coordenadas escritas aí nos trouxe até aqui.
— Mas onde você encontrou isso?
— Estava vasculhando as pilhas de documentos do CRUEL e encontrei um nome interessante, escondido no meio das páginas estava esse papel. – Ed olhou para as telas e foi até o painel. Não disse nada, apenas passou a mão por cima deixando um rastro após tirar aquela poeira grossa. E então apertou um botão específico onde emitiu um estalo baixo e então um chiado, luzes começaram a acender, mas se concentraram apenas naquele painel e nas telas. O restante continuou imerso no nada.
— Sabe mexer nisso?
— Um pouco. Vim aprendendo mais coisas durante minha estadia no CRUEL.
Uma das telas acendeu, uma grande linha escura na vertical ficava passando e a imagem tremia demasiadamente, mas Ed continuou tocando nos botões como se realmente soubesse o que estava fazendo. E então a tela apagou, mas não demorou mais que cinco segundos e uma imagem perfeita surgiu. Nele, estava uma mulher sentada, com a aparência precária e ao fundo era possível ver a mesma marca escura ao chão. A mulher apresentava veias escuras pelo pescoço, claramente contaminada pelo fulgor, mas em seus braços um bebê pequeno e aparentemente recém nascido dormia tranquilamente envolto a um tecido branco que parecia um jaleco. Ofegante e trêmula, mas ainda ninando com carinho o bebê em seu colo, ela disse:
"Eu não sei qual o número desta gravação, mas tentarei ser breve. Eu acabei de dar à luz, a bebê está saudável e perfeita, mas sinto que não vou aguentar por muito tempo. Se alguém ver isso, então deixarei anotado a coordenada de uma antiga instalação. Lá estará a verdade sobre o CRUEL e o Fulgor. Por favor, encontrem e revelem ao mundo a verdade."
Ela tossiu, parecendo ficar mais fraca
"Neste momento, a única coisa que posso dizer é que esta linda criança aqui… se chamará…"
Ela parou por um instante, observando a criança dormindo e então sorriu
"Anastácia Lyn."
A tela chiou e então o vídeo cortou passando para um momento onde a mulher não estava mais com a criança
"Marlene, eu imploro para você cuidar bem da minha filha. E a todos que estão vendo…"
Ela pegou um pequeno revólver e então mirou para sua própria cabeça, estava hesitante
"Lembre-se: CRUEL não é bom!"
E então disparou e o vídeo acabou.
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