𝐗𝐋𝐈: 𝐇𝐢𝐬𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐚𝐬ʳ
Nota: eu sou muito ansiosa. Era pra postar isso amanhã, mas já quero postar logo e aproveitei o embalo da postagem de The Lunarian Girl (fanfic de One piece), aí foi meu gatilho pra postar esse cap
Nota2: eu estava pensando em criar uma conta no TikTok pra postar meus editzinhos. Não quero que a autum_garden seja a única chorar. E então, o que vocês acham?
Nota3: Eu vou postar tudo e depois ajeitar e revisar essa fic. Era pra eu ter postado l aesthetic da Jade e Eleazar há muito tempo. Eles já tem faceclain escolhida pra representarem eles, incluso outros 3 personagens que irão entrar ainda.
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Boa leitura
Não esqueçam os votos e comentários
<3
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Gally tocou gentilmente os lábios de Annie e permaneceu a beijando por alguns segundos, quando se afastou a única coisa que encontrou foi um olhar sem reação por parte da garota e aquilo causou medo nele. Rapidamente afastou as mãos de seu rosto, deu um passo para trás atingindo a cadeira e fazendo com que caísse ao chão.
— Me desculpa, eu não… me desculpa… – ele começou a falar e gaguejar diante da falta de reação dela. O medo de levar um soco aumentando a cada segundo, embora soubesse que após aquele beijo tudo entre os dois mudariam, mas ele tinha certeza que mudaria para pior.
Annie piscou algumas vezes o encarando sem reação, ela já tinha beijado uma vez antes e abominou o ato. Qualquer demonstração de afeto com qualquer um – incluído Mattie – era irritante, mas quando sentiu os lábios de Gally tocando os seus percebeu que não ficou irritada nem sentiu a necessidade ou vontade de afastá-lo de si. Precisou de alguns segundos para entender tudo aquilo; desde as emoções conflitantes e agonizantes de minutos antes, até aquela estranha sensação de calor que fazia seus batimentos cardíacos acelerarem.
Notou o garoto se afastando dela, com medo em seus olhos, e olhou para seus lábios querendo-os de novo. Sem dizer nada, sem responder aos inúmeros pedidos de desculpa dele, ela apenas se aproximou rapidamente e o puxou pela gola da camisa, o beijando de forma mais intensa e aprofundada.
Gally levou apenas alguns rápidos segundos para seu choque sumir e ele poder reagir. Suas mãos foram até ela, agarrando-a pela cintura e puxando-a mais para si. Colando seus corpos enquanto a beijava intensamente, seus beijos ficando mais e mais sedentos. Annie passou os braços pelos ombros de Gally, o abraçando, e ele a empurrou contra a parede sem desgrudar seus lábios por nem um segundo. Seu beijo se tornou tão faminto e desesperado, com todo o desejo que guardava para si mesmo durante aqueles meses e finalmente pode revelar isso. Suas mãos deslizaram pelo corpo de Annie, tocando-a e apertando, sentindo sua pele e seu calor que o fazia delirar cada vez mais. Ele a puxou para seu colo, suas mãos em seus quadris enquanto as pernas dela envolviam sua cintura e seus beijos continuavam na mesma intensidade.
Insatisfeito, Gally a carregou até o balcão e a colocou sentada enquanto seus lábios ainda se tocavam de maneira desesperada. Ele se afastou alguns segundos, apenas para levar suas mãos até a camisa da garota e a puxando. Ela não protestou, o ajudou a retirar e ficar só de sutiã. Quando seus olhos viram seu corpo, ele soltou um suspiro contemplando-a e então avançou. Seus lábios beijando seu pescoço, ombro, clavícula e seios, enquanto Annie arfava com os toques de seus lábios e arqueava a coluna jogando a cabeça para trás.
Após alguns beijos em seu corpo, Annie apenas grunhiu e o afastou para retirar sua camisa também. Gally a ajudou no processo, revelando seu peitoral agora bem mais trabalhado que quando ela o encontrou no CRUEL, seus braços também estavam com músculos maiores e mais visíveis e seu físico tão bem trabalhado por Paulo e Jade. E aquilo era só o começo. A excitação de Annie durou pouco quando viu os hematomas pelo corpo dele, como tinha se dedicado ao extremo nos treinos e aquelas eram as consequências, então quando ele foi até ela para continuarem, mas Annie apenas o impediu.
— Para. – ela disse quando ele se aproximou para beijá-la.
— A-ah, desculpa, eu achei que estivesse gostando. – ele respondeu preocupado.
— Se a gente continuar, não ficará só nos beijos. E seu corpo está cheio de hematoma.
— Isso? Eu não ligo. Eu quero fazer isso.
— Gally. – ela suspirou – Vai por mim, você não vai estar no seu melhor se continuarmos. Espere um pouco, faremos isso após a seleção, okay?
Ele suspirou e balançou a cabeça em concordância. Se aproximou dela que ainda estava no balcão, abraçou sua cintura e deitou a cabeça em seu ombro. Annie abraçou os ombros largos dele, seus dedos deslizando levemente pelas costas em movimentos sutis. Ficaram assim por alguns segundos, Gally beijando seu pescoço enquanto sua mão vagava preguiçosamente pelo corpo dela, enquanto ela ficou abraçada a ele com a bochecha apoiada na cabeça dele
— E se eu não passar? – ele perguntou baixinho – Na seleção.
— Você já tem vaga garantida no meu grupo. – comentou – Se quiser participar ou não, aí é escolha sua.
— Espera. O quê? – ele a encarou.
— O tempo para a seleção foi só uma desculpa para você treinar, pode participar dele, mas sua vaga no meu grupo já está garantida. – ela sorriu – Tinha que ter dito isso antes, desculpa.
Gally balançou a cabeça e voltou a deitar no ombro dela enquanto suspirava:
— Acho que isso não me estressa mais. – ele murmurou baixinho – Mas quando a seleção passar, o que faremos? Como vai ser?
— Daí eu não vou deixá-lo mais sozinho nessa base. Te levarei sempre comigo. – ela comentou e sentiu os braços dele a apertarem sutilmente – Sem treino até desmaiar, sem Triz, sem base e sem Jade querendo te bater. Só a gente, talvez uns soldados do grupo do Mattie e uns companheiros meus. Eu não vou te deixar mais sozinho, Gally.
Ele sorriu contra a pele do pescoço de Annie e então a beijou na região antes de se afastar e vestir a camisa. Ela o seguiu vestindo a própria roupa antes de sair de cima do balcão.
— Vamos voltar. Estou com fome e tem uma festa rolando.
Ela disse provocando uma risada nasal no garoto que tinha um largo sorriso, os olhos a observando quase sem parar enquanto a seguia para fora da sala. Annie segurou sua mão, entrelaçando seus dedos e andando despreocupadamente por entre as pessoas – algumas que lançavam olhares de canto ou furiosos, como Triz e Luana. Andaram até encontrarem Jade, Eleazar, Paulo e Tanya conversando em volta de uma lata de lixo, o fogo os aquecendo e iluminando.
— Onde vocês estavam? – perguntou Jade.
— Finalmente! – exclamou Paulo apontando com o olhar para os dedos entrelaçados do jovem casal.
— Sinto que estou esperando há uma década para isso acontecer. – Tanya murmurou e em seguida bebeu um longo gole de sua bebida.
— Mas é bom estarem aqui! – Eleazar exclamou sorridente e aponto para uma garota miúda que se encolheu ao lado de Tanya quando Annie chegou – Estávamos contando para Isabela nossas últimas aventuras antes de voltarmos.
— E o que nós temos? – perguntou Annie sentando-se ao lado de Gally após acenar amigavelmente para a menina encolhida, ela não notou os olhos de Isa brilharem.
— Já contamos sobre a última fuga incessante que tivemos do CRUEL, a queda de duas facções rivais e também uma explosão nos trilhos dos trens do CRUEL. – Jade listou enquanto se levantava e pegava duas canecas levando-as para Annie e Gally – Mas esse dos trilhos só foi por não termos nada para fazer.
A lista fez Annie rir enquanto aceitava a caneca com bebida alcoólica. Gally passou o braço por sua cintura, puxando-a para mais perto de si enquanto a admirava rir daquela forma tão nova para ele.
— O método de diversão de vocês nunca muda. – ela comentou.
— Ferrar o CRUEL é nosso Passatempo. – Jade deu de ombros rindo
— Vocês dois são do mesmo esquadrão? – perguntou Isabela repentinamente, seus olhos brilhando pelas histórias e experiências do casal.
— Annie não falou de nós? – Jade lançou um olhar furioso para a líder que se encolheu com um risinho pela ameaça – Ah, isso é maldade! Assim fico chateada.
— Muitos problemas, Fiquei sem tempo para contar tudo sobre vocês para todo mundo, inclusive ela que eu… – Annie encarou Isa – Nem faço a menor ideia de quem seja. Além do mais, tenho que treinar o Gally para a seleção.
— Você sempre operou milagres. – Tanya murmurou – Aquele garoto que sempre tá se arrumando é um exemplo. Gally não vai nos decepcionar.
— Gally parece ter corpo largo. – Eleazar analisou fixando seu olhar nele – E pelos treinos será bem forte, hein. Mas você, Isa, perguntou que esquadrão éramos? Ou se éramos do mesmo? – ele lançou um olhar para Jade que confirmou – Nós somos do esquadrão de Annie, somos o que mesmo? Cachorros?
— Raposas, querido, raposas! – Jade o corrigiu dando um tapinha suave em seu ombro. Aquilo fez Annie soltar uma alta gargalhada. – Mas resumindo, Isa, todos os que estão no esquadrão Raposa foram salvos por ela. Inclusive nós dois.
— Salvos? – Isa se esticou no seu lugar, intercalando seu olhar de Annie para o casal e do casal para Annie – Salvou vocês? Mas… todos dizem que ela só coloca gente ruim no esquadrão. – A frase fez Eleazar grunhir gravemente fazendo Isa se encolher.
— Ainda com esses boatos idiotas? – ele questionou irritado.
— Como se um casal que explode trilhos do CRUEL por diversão fossem super normais, não é? – Tanya perguntou lançando um olhar sério para os dois, mas não demorou muito para ela e Jade caírem nas risadas.
— Mas… Como vocês foram salvos? – Isa perguntou curiosa novamente.
— Isso é assunto para outro dia, mocinha. – Annie suspirou fazendo Isa encolher em seu lugar novamente, Gally percebeu pelo olhar da garota que aquele assunto era bem delicado.
— Não se preocupe com isso, querida. – Jade a tranquilizou com um sorriso e se voltou para Isa: – Respondendo sua pergunta: antes de encontrarmos Annie, eu e outras mulheres tinhamos sido capturadas por um grupo de homens. Éramos escravas sexuais para eles, nada além, e todas as mulheres que eles encontravam eram capturadas, independente da idade. – seu olhar se tornou sombrio com as lembranças e seu sorriso sumiu, Eleazar a apertou em seu abraço e depositou um beijo suave em seu ombro sem interrompê-la – Tinham mulheres que já estavam há anos naquela situação miserável e, bem, Annie surgiu após dois anos em que fui capturada. Ela tinha por volta de… uns 12 anos, é isso? – ela encarou a líder que confirmou sutilmente com a cabeça – Nós só ouvimos os gritos e os tiros durante toda a noite, esperávamos encontrar sangue e corpos multilados por todo local, mas não… ela não matou eles. Deu uma boa surra, sim, mas não matou.
— O que… o que ela fez? – Isa perguntou com os olhos arregalados, ouvindo atentamente sua história enquanto olhava de vez ou outra para Annie que estava quieta observando o chão.
— O grupo tinha por 40 a 50 homens, todos adultos e bem fortes. E todos eles estavam enfileirados em quatro filas, todos eles ajoelhados e acorrentados. Quando nos libertou, ela disse que tínhamos a chance de entrar para um grupo seguro ou seguirmos nossa vida e, se escolhêssemos, poderíamos nós mesmas matar cada um daqueles homens do jeito que desejávamos. Caso não quiséssemos, bem, ela os mataria por nós. – um largo sorriso surgiu em seus lábios enquanto se lembrava – Uns homens foram bem resistentes, morrendo dias após o início da minha tortura, mas todos eles sofreram. Após aquilo, muitas seguiram seus rumos, outras não suportaram o peso e o trauma e deram um fim na própria vida, e outras decidiram seguir Annie. Ela nos ensinou a sobreviver e a lutar, e adivinha? Nenhum homem ou grupo de homens pode nos ferir mais. Eu sou e sempre serei sua raposa. – quando disse a última frase, um largo sorriso brilhante surgiu em seus lábios.
Annie pode ver que Tanya estava desconfortável com aquelas lembranças, mas permitiu que a amiga contasse para que Isa, uma garota tão jovem naquele mundo, tivesse pelo menos uma noção do quão ruim o mundo era. Isa ficou absorvendo a história e imaginando os cenários por alguns rápidos minutos, totalmente em silêncio, e dessa vez foi Gally que perguntou:
— E você, Eleazar?
— Bem… – ele começou a puxar a história da mente ruim – Eu fui traído pelo meu antigo grupo. Deixado para morrer como isca de infectado enquanto eles corriam para se salvar. Fiquei sozinho, sem munição e arma para enfrentar um bando de cinco infectados sozinhos. Ela escutou meus gritos de súplica e veio ao meu auxílio, uma pirralha lutando contra vários infectados e não se ferindo nem por acidente. – ele suspirou – Confesso que não confiei nela de começo, tinha sido traído pelo meu grupo minutos antes, mas a segui pensando várias vezes em roubá-la e fugir. Annie não tinha expressões antigamente, então era difícil saber o que estava pensando, mas ela nunca planejou fugir ou me matar como meu antigo grupo, tanto que ela sempre voltava. Quando a roubei e a deixei sozinha sem arma alguma, igual meu grupo antigo fez comigo, ela não se zangou! E mesmo com as armas dela ainda fui cercado por um bando de infectados e ainda assim Annie apareceu e matou todos com um pedaço de madeira com um prego na ponta. – novamente suspirou balançando a cabeça – Ela poderia ter me matado naquela hora, eu nem iria impedi-la ou teria chance contra ela com um pedaço de madeira, mas ela apenas deu um tapinha nas minhas costas e disse que eu precisava das armas mais que ela. E ainda completou dizendo que eu gritava igual uma menina!
E com isso todos eles começaram a rir, Gally se virou para Annie admirando-a e então beijou seu pescoço. Não demorou muito para eles irem deitar, alguns deles como Jade e Eleazar ficaram bebendo a noite inteira, mas Tanya, Paulo, Gally e Annie se retiraram para seus dormitórios.
Na cama, Gally e Annie estavam deitados um de frente para o outro, não se tocavam, mas apenas olhavam um para o outro.
— Quando eu for para seu grupo e começar as missões… – ele começa, a voz não passando de um sussurro – Eu vou matar pessoas, não é? Igual Jade e Eleazar. Igual… você.
— Nós estamos sobrevivendo, Gally. – ela o respondeu no mesmo tom sussurrado – E se não matarmos aqueles que nos ameaçam, então morremos.
— Eu já matei antes. – ele revela, hesitante, com um pesar em seus olhos.
— Aquele garoto de cabelos cacheados?
— É… Você sempre soube?
— Quando você passa toda sua vida matando, você reconhece os sinais. – ela suspirou – Mas… uma hora ou outra você se acostuma.
— Mas eu… – ele fecha os olhos com força – toda vez que fecho os olhos, eu o vejo morrendo na minha frente. Você se lembra da primeira pessoa que matou?
— Lembro. O primeiro, bem… eu tinha por volta de seis anos.
— O que aconteceu?
— Um… – ela engole em seco e suspira – Bom, o mundo é uma merda para mulheres. Independente da idade. Quase fui vítima de estupro, o homem devia ter por volta de trinta a quarenta anos. Eu atingi ele com uma barra de ferro enferrujada, depois bati na cara dele até ele ficar completamente desfigurado. Não é uma imagem bonita para lembrar. Na época em que matei, bem, eu não entendi o que ele estava fazendo, eu só atacava tudo e todos… depois de anos entendi que, bem, se eu não fosse como fosse naquela época… eu teria sido violada e deixada para morrer, ou pior, teria sido levada. – ela suspirou. Um bolo surgindo e pesando em seu estômago. – Com o tempo você se acostuma com todo sangue e violência, aprende a não chorar nem ter emoções…
Gally a encarou enquanto ela contava aquela lembrança, então a puxou para si e a abraçou forte. Mantendo-a firme em seu corpo. Annie não protestou, apenas abraçou sua cintura e afundou o rosto no peitoral do garoto.
— Antes você tinha… – ele para, de repente, pensando se valia ou não a pena perguntar.
— Chorado? – ela deduz, e então um sopro de riso sai de seus lábios – É, eu não sei o que aconteceu.
— Mas… foi por culpa minha?
— Não acho que tenha sido só isso. Minhas emoções estão aflorando novamente, eu não sei explicar, mas sempre as mantenho sob controle e ocultas de tudo e todos. Acredite em mim, eu não sei lidar com elas, por isso escondo. Mas… há tantas coisas acontecendo que exauriram minha mente e deixei minhas emoções saírem, mas… quando você passou a me ignorar, bem… eu senti medo.
— Mas… por quê?
Ela ficou em silêncio por alguns breves segundos, os olhos fechados enquanto sentia o toque, calor e o cheiro dele. Então sorriu suavemente e respondeu:
— Eu realmente gostei das suas sobrancelhas, Gally. Seria uma pena não poder vê-las mais. – ela suspirou e riu – Agora vá descansar.
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