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𝐗𝐋: 𝐒𝐞𝐧𝐭𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐈𝐧𝐯𝐢𝐬𝐢𝐯𝐞𝐢𝐬ʳ

Nota: mil desculpas pela demora. Eu realmente demorei pra escrever esse capítulo, eu fiz, refiz e refiz de novo. Até mandei para a autum_garden ler e ver como estava — mesmo sem revisar — e aqui está!
   Eu confesso que estou SURTANDO com esse capítulo e mal acreditando que demorei QUARENTA capítulos pra isso ocorrer.

Nota 2: eu ia postar esse capítulo amanhã, MAS TO TÃO ANSIOSA que não consigo me conter. Quero que vocês leiam sem ter que esperar mais!!!

Nota 3: é isto, por favor leiam tudo e comentem s2

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      A ilusão de ter um treino difícil como o de Paulo caiu por terra quando Gally descobriu o que ele teria de fazer e, bem, ele realmente conheceu o inferno na Terra. O treino de Jade era basicamente resistência, mas ele não contava que teria de correr por um trajeto cheio de obstáculos, pular e escalar com um sol ardente queimando sua cabeça. Sua primeira semana consistiu em corrida com obstáculos, ela não se importou com a resistência ou o costume de seu corpo e basicamente separou três sessões com três corridas de ida e volta para ele. Uma sessão de três corridas de ida e volta durante a manhã, uma sessão durante a tarde e uma durante a noite.

      A corrida era assim: Gally percorria por alguns metros, logo a frente os obstáculos – pequenas pedras e pedregulhos – surgiriam, mas com o passar do tempo eles iriam aumentar cada vez mais – pedras de construções deterioradas, dentre outros – de modo que ele precisaria pular para passar já que não teria como contornar. Mais alguns metros a frente, uma construção de quase cinco metros iria se estender e ele teria que escalar, correr pelo telhado e descer pela parede do outro lado, apenas para repetir o processo voltando tudo até o ponto de início. Numa sessão ele faria esse trajeto por três vezes – ida e volta –, mas Gally não aguentava o calor e diversas vezes desmaiava. Quando conseguiu criar resistência, ele passou a errar e Jade não era tão boazinha assim com erros. Um erro e ele teria de repetir a sessão do zero, mesmo que estivesse na última volta da terceira corrida. E a punição valia para o desmaio: se ele desmaiou na última volta da terceira corrida, então ele teria de repetir assim que se recuperasse. 

       Duas semanas depois ele tinha diminuído drasticamente os erros e falhas, mas pecava muito no combate com os punhos. Sua face e corpo cheios de hematomas era um lembrete daquilo, principalmente quando Jade o golpeou novamente na maçã do rosto e o fez cair ao chão.

 — Novo hematoma pra coleção. – ele murmurou dolorido pressionando a região atingida – Ótimo.

 — Seus reflexos são lentos garoto. – Jade comentou limpando o suor e sangue de Gally de seus punhos – Você ainda não sacou o ponto chave da luta.

 — O ponto chave até que não… – ele se sentou ofegante e apoiou os braços nos joelhos dobrados – mas percebi que você bate rápido e não tem dó. – aquilo fez Paulo soltar uma risada alta, ele estava no canto enquanto afiava uma faca já bem afiada.

 — Assim que você pegar o ponto chave. – ela ofereceu a mão para ajudá-lo a se levantar – Você vai conseguir lidar com isso.


 — Certo, certo. – ele murmurou irritado e dolorido, mas aceitou a ajuda da mulher e se levantou.

      No momento em que ele se levantou, a grande porta de metal da entrada do galpão que usavam para treinar, abriu e preencheu o local com aquele som irritante. Assim que aberta, todos puderam ver Annie ali.

 — Oh, ainda estão treinando? – ela perguntou surpresa ao vê-los ali e adentrou o local.

 — O garoto tem fibra. – Jade respondeu – E ele tá bem forte graças ao treino de Paulo, fora que melhorou consideravelmente em duas semanas. Nem desmaia mais.

 — É mesmo, é? – ela sorriu surpresa e foi até Paulo – E aí, como estão os treinos dele?

 — Ah, bem equilibrados, né? – ele comentou em um ar de brincadeira – Uma hora Jade bate e na outra Gally apanha, mas fisicamente ele se acostuma rápido. A questão é a observação dele que está muito mal trabalhado.

 — Ele não desmaia mais? 

 — Não, mas tem umas quedas de pressão. – ela balançou a cabeça pensativa.

 — Eleazar comentou ontem que você vai ajudá-los nos treinos com arma. Verdade?

 — Ah, minha filha, não tenho outra coisa para fazer. – ele comentou cabisbaixo – Então vou ajudar, não é? Pelo menos ser útil.

 — Não se sinta assim. Em alguns dias você terá muitas coisas para fazer e não serão relacionadas a Gally. – ela se virou a tempo de Jade acertar Gally no queixo e derrubá-lo ao chão – Jade, quero que intensifique mais os treinos de Gally, a seleção é daqui a pouco tempo e ele ainda precisa melhorar no manejo de armas, principalmente a mira. Tá horrível ainda. 

 — Eu tô treinando, Annie. – o garoto disse com um pouco de dificuldade.

 — Eu sei, mas o tempo é curto para a melhora que você precisa. – ela suspirou e cruzou os braços, odiava ser dura com o garoto, principalmente quando o via se esforçar diariamente – Mas, para a sua felicidade, o grupo de busca de Mattie saqueou um carregamento dos grandes do CRUEL e Lawrence está de bom humor, ou seja, hoje de noite terá uma festinha. – ela sorriu – Pode descansar agora, vá encontrar Ágata e tratar esses hematomas, quero você bem na festa.

 — Você participou desse saque? – perguntou Paulo.

 — Não, não. Eu saí pra fazer outra coisa. – ela comentou rindo. Ela se virou para Gally que estava sem reação – Vai, Gally. Tá livre de apanhar mais por hoje.

      Ela sorriu largamente e Gally apenas balançou a cabeça, saindo dali com certa dificuldade. Quando o ruído da porta de ferro cessou deixando os três sozinhos, Annie disse:

 — Você conversou com Eleazar? Ele encontrou algo? – Eleazar estava em rondas constantes desde sua chegada há duas semanas, sempre averiguando cidades e pontos ao redor em busca do rastro de seu alvo. Jade negou. – Gabriel está vindo, chegará amanhã de manhã com Priscila, ele disse que está com um garoto novo, mas eu não sei quem é.

 — Ele é de confiança? – Paulo perguntou – O garoto?

 — Eu confio em Gabriel e sua capacidade de julgamento. – ela se virou para a Jade –Você conversou com Tanya? 

 — Conversei. – Jade sussurrou – Ela não encontrou nada de diferente, parece que com a chegada de Eleazar e eu, os ânimos nessa base estão tensos.

 — É claro, todo mundo teme as raposas. – a frase fez Annie sorrir – Ninguém sabe que mais vão chegar. Mas converse com Tanya, preciso que ela ative o modo espião de novo.

 — Ela disse que vai se manter atenta a tudo, principalmente aquelas pessoas que você citou.

 — Ótimo. – ela respirou fundo, relaxando os músculos – Vá se limpar também, hoje será noite de festa e tranquilidade.

 — Como se eu fosse relaxar, não é? – ela sorriu de lado 

 — Desculpa por isso. – suspirou visivelmente cansada.

 — Tá tranquilo, não precisa se desculpar. Tanya e eu vamos cuidar de tudo, não se preocupe.

      E com isso Jade se virou e saiu dali sendo seguida por Paulo, deixando Annie sozinha. Um suspiro passou por seus lábios, a preocupação crescente em seu peito e a vigília constante que tinha feito naqueles últimos dias sugava todas as suas energias.


*

       Anoiteceu mais rápido do que Annie esperava, os preparativos para a noite já estavam quase prontos e as latas de lixo já estavam acesas. As pessoas se reuniam, conversavam entre si animadamente, ninguém ali sabia do perigo que pairava na cabeça de todos e que podia surgir de repente. Ela andou pela base ajudando em uma coisa aqui e outra ali, mas parou após um tempo e encontrou Gally olhando todos enquanto se apoiava em uma sacada.

 — Achei você! – ela disse se aproximando dele com as mãos no bolso, ele tinha uma expressão séria e não parecia nada feliz – Quer ficar sozinho?

 — Não, não… pode ficar. – ele se virou para se apoiar na grade novamente e voltar a observar as pessoas.

 — Então… – ela se aproximou – Você está bem? – ele respondeu apenas com um aceno – Já comeu? – negou sem olhar para ela – Está com fome? – novamente negou – Está com dor? – ele a lançou um olhar sério para a pergunta idiota dela, a resposta era óbvia e o rosto cheio de hematomas deixava isso claro. – Okay… desculpa. 

       Annie se sentiu incomodada com aquele comportamento em vista que ele sempre a respondia, mas agora ele nem sequer a olhava e apenas a respondia com um movimento. Pode sentir uma sensação incômoda em seu peito, como se apertasse seu coração e a deixasse com uma leve dificuldade de respirar. Ela se virou para a grade, apoiando-se ao lado dele e observando a cidade em silêncio. Por longos minutos eles não disseram nada, nem sequer uma única palavra, mas aquele silêncio incômodo começou a deixar Annie desconfortável e ela se virou para sair. 

 — Vem comigo. – disse no alto da escada, ele nem sequer tinha se virado para vê-la ir embora. E continuou sem olhar para ela quando a seguiu até a escada.

       Annie ficou incomodada, seu coração palpitou de maneira acelerada e ficou com leve dificuldade de respirar. Nunca sentiu aquela sensação sufocante antes, não causada por uma situação como aquela, mas era semelhante a sensação de quando estava perto da morte em missões por soldados do CRUEL ou por Cranks. Seu corpo estremeceu embora o ar estivesse abafado pelo calor diário, mas suas mãos continuaram suando e tremendo demasiadamente. Gally seguiu ela em silêncio, ele não a olhava e se mantinha observando as pessoas ao redor, e aquilo fez a garganta de Annie se fechar suavemente. Sua mente ficou enevoada, girando como se estivesse tonta, e se perguntava várias vezes o que podia ter feito ao mesmo tempo que repassava todos os seus passos das últimas semanas para tentar encontrar uma resposta. 

       Ele a seguiu sem reclamar ou falar nada, os dois foram até uma construção central, mas em um andar que Gally nunca tinha ido. Era perto da área de Lawrence, onde poucas pessoas tinham acesso e só pessoas com chave podiam abrir a porta grande de metal à frente de Annie. E ela obviamente tinha a chave.

       O quarto era pequeno, com algumas geladeiras, pia, objetos médicos, balcões, cadeiras e luzes elétricas. Eles entraram e Annie fechou a porta atrás dele, apontou para uma cadeira ao lado de um dos balcões e murmurou bem baixinho:

 — Sente-se.

       Gally obedeceu e se sentou sem falar nada, apenas suspirou e cruzou os braços. Annie foi até uma das geladeiras que tinha ali, pegou algo do congelador e foi até ele colocando um pequeno copo no hematoma vermelho da maçã de seu rosto recém adquirido graças ao soco de Jade. A sensação fria amenizou quase que instantaneamente a dor e o calor de Gally e o fez olhar para ela chocado, pela primeira vez naquela noite:

 — Gelo? Vocês têm gelo aqui? – perguntou ele.

 — Eu saio muito em missões. – comentou ela – E antigamente eu era a única imune e concedia muita enzima, mas tínhamos que reservar em um ambiente com a temperatura controlada. Conseguimos roubar algumas geladeiras do CRUEL, assim como geradores e temos pessoal escolhido a dedo para manter esses geradores funcionando. Esse é um dos poucos lugares com energia elétrica, os outros dois são a enfermaria com produtos médicos e a sala de Lawrence. Essa informação é sigilosa, okay?

      Gally voltou a ficar quieto, pensativo, e seu olhar distante trouxe aquela sensação agoniante para Annie. Seu lábio inferior estremeceu como se fosse chorar, mas ela o mordeu firme para ele não reparar:

 — Você tem treinado bastante. – comentou tentando puxar assunto – Gosto da sua dedicação. – novamente ele não respondeu e ela não forçou a conversa, apenas ficou deslizando o gelo pelos hematomas na face de Gally vendo sua expressão de alívio. Com o passar dos minutos, a sensação agoniante de Annie aumentou e ela sussurrou: – Você está bravo com algo? Ou comigo?

       Gally respirou fundo e afastou as mãos de Annie de sua face, ele olhou para um ponto como se pensasse e ficou naquele estado por alguns segundos, então respondeu com o tom baixo e sem olhar para ela: 

 — Você só… Sumiu. Sumiu primeiro por uma semana me deixando sozinho aqui, depois você sumiu por quase duas semanas me deixando com Jade que todo dia tenta me matar durante os treinos. 

       Annie o encarou, lembrou-se da conversa que tiveram várias semanas antes e que ele pediu para ela não se afastar, mas só agora percebeu que tinha entendido errado. Ele se referia ao se afastar fisicamente ou emocionalmente? 

 — As coisas ficaram tensas. – ela murmurou olhando para os próprios pés – Piores do que imaginei que ficariam. Eu preciso sair e me certificar que nada dará errado.

 — E por quê você? – ele a encarou com raiva, mas depois sua expressão se suavizou e uma dor até então desconhecida para Annie surgiu em seu olhar – Tenho treinado dia e noite até desmaiar todos os dias, mas a única coisa que eu queria era você ao meu lado por um pouco mais de tempo. Eu sinto sua falta. Você disse que seria minha amiga, que ficaria ao meu lado e não se afastaria, mas você se afastou e eu precisava de você. 

      Os olhos de Gally estavam úmidos nos cantos pelas lágrimas que não escorreram, aquilo e o que ele disse tiveram um efeito impactante em Annie que nunca olhou tudo com uma visão geral. Os problemas e as ameaças constantes exaurindo sua mente de modo que a fizeram falhar na única coisa que realmente queria ser: amiga de Gally. Organizando as palavras embaralhadas em sua mente, ela sussurrou:

 — Me desculpa. Eu não… Não considerei o que você estava sentindo. Coloquei uma responsabilidade grande demais em suas costas e não me atentei ao que você estava sentindo. Eu falhei com você, Gally, me desculpa.

        Ela murmurou evitando seu olhar, mas aos poucos enquanto falava sua visão foi se tornando embaçada e não percebeu que grossas lágrimas escorriam por sua face. Não era do feitio dela chorar, em toda sua vida quase nunca chorou, mas naquele momento nem se tocou que estava. A dor que sentiu por ter sentido uma indiferença por parte de Gally e por notar que havia falhado com ele a atingiram mais forte que qualquer coisa, tão forte que a provocou uma notória falta de ar.


        Quando sua mente imaginou o cenário de ele a deixando, foi que levou a mão direita ao peito, pressionando com força a região do coração que doeu a cada batida. O medo de ser deixada por ele a preencheu de forma absurda, ela odiava a sensação, mas não podia deixar de sentir aquele medo que a aterrorizou e fez seu corpo inteiro tremer.

 — Eu também sinto sua falta. – revelou com a voz falhada – Eu entendo que você possa estar com raiva de mim, mas me perdoe por ter sido uma péssima amiga.

 — Estou triste, não com raiva… – ele levantou o olhar para ela e só agora percebeu suas lágrimas. Desciam com tanta facilidade que nem ela tinha notado. O peito de Gally afundou, seu coração falhou ao bater e ele se levantou deixando o copo com gelo no balcão. Suas mãos avançaram rapidamente até a face de Annie, seus polegares enxugando as grossas e quentes lágrimas que escorriam sem parar. O desespero por vê-la naquele estado aumentou, Gally sabia que Annie detestava demonstrar suas emoções e agora ele tinha feito aquilo com ela. "Meu Deus, e se ela me deixar?", ele se perguntou desesperado, temendo ser abandonado por ela. Reunindo as palavras embaralhadas em sua mente, ele prosseguiu: – Eu só queria você comigo. Sem Jade, sem Paulo, sem Triz e sem base. Só a gente. – e então ele a puxou para seus braços, para sua surpresa a garota retribuiu o abraço com mais força do que Gally esperava. Ele a envolveu em seus braços, mantendo-a ali por um longo tempo enquanto acariciava seus fios de cabelo. – Eu preciso de você.

      Ele empurrou Annie suavemente a fazendo encará-lo, a encarou por alguns segundos notando seus olhos, o formato de seu nariz e de seus lábios. Suas grandes mãos tocando gentilmente as bochechas rosadas dela. O coração de Gally palpitou com a visão dela e Annie se sentiu acolhida por ele, o medo e o desconforto sumindo a cada segundo por perceber que ele não estava com raiva e nem a deixaria. Os polegares de Gally acariciaram as bochechas dela com suavidade, e então ele a beijou.

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