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𝐗𝐈𝐗: 𝐄𝐬𝐪𝐮𝐚𝐝𝐫𝐨̃𝐞𝐬ʳ*


     Annie não se moveu ou levantou a cabeça para encarar a silhueta do rapaz naquela escuridão, apenas cruzou os braços sobre o peito e fechou os olhos após um longo suspiro.

— Não. – disse de maneira firme. Esperou pela resposta do garoto, mas esta não veio e o silêncio se estendeu deixando-a incomodada.

      Annie não gostava da ideia de se deitar próximo a alguém, odiava o toque físico e só algumas pessoas tinham permissão de toca-la sem perder os dedos. Porém, vendo Gally ali chorando baixo e com o corpo trêmulo de medo, era impossível não se sentir mal. Um desconforto no peito, a crescente vontade de protegê-lo daquele mundo e oferecer-lhe conforto, fosse em abraço ou apenas companhia, começava a queimar em seu peito. Limpou a garganta e então disse:

— Além disso, essa cama é de solteiro e ficará apertado se for aí. Se estiver se sentindo mal ou com medo, então traga o colchão aqui ao lado e deite-se.

       Novamente ele não respondeu, nem sequer se moveu, Annie por outro lado se virou já que não esperava resposta. Aquele silêncio não lhe incomodou como o anterior, então se sentiria confortável para tentar dormir. Antes de fechar os olhos, ela murmurou:

  — Os infectados não chegam aqui, Gally. Não precisa se preocupar. Amanhã estaremos na base, confie em mim.

      E então o sono veio trazendo consigo suas lembranças mais distantes.

*

"Qual seu nome?"

     Sua voz saiu mais jovial e gentil que o costume, o calor fervia tudo ao redor, mas a luz forte do sol era barrada por uma enorme parede do que um dia foi um prédio. Abraçada aos próprios joelhos, espremida no canto e com os fios ensebados e embaraçados ocultando sua face, ela a encarava com medo. Annie não se aproximou, nem recuou, apenas estendeu a mão na direção da criança.

"Meu nome é Anastácia, mas pode me chamar de Annie. Consegue se levantar?"

       Quando sua mão ficou perigosamente perto da criança, ela reagiu. No segundo seguinte saltou aproximando-se e então seus dentes agarraram seu pulso, não demorou muito e não feriu tanto, mas ainda assim doeu e Annie gritou afastando-se. Ela segurou o pulso com a outra mão, viu a marca dos dentes e o local vermelho. Segurou as lágrimas, não queria chorar ali, então levou a mão boa até a cintura e notou que aquele movimento fez a criança se encolher. Talvez por medo.
       Annie sorriu gentilmente para ela e então puxou um pano amarelo, ele embrulhava algo e então retirou o pouco de comida que tinha consigo.

"Aposto que está com fome. Quer?"

      A ofereceu. Os olhos assustados, sem acreditar naquilo, a encararam e então ficaram borrados até desaparecerem na escuridão.

*

       Um grito distante a despertou, não estava perto dali e provavelmente era apenas o eco, mas ainda assim foi suficiente para despertá-la. Tentou se sentar, mas sentiu algo quente no pulso esquerdo e então olhou para o lado vendo a silhueta de Gally ali. Ele realmente tinha posto o colchão ao seu lado, sua grande mão estava em cima de seu pulso e a pouca luz do amanhecer que entrava pelos buracos na parede permitiam que ela visse a face do garoto. Embora a tranquilidade estivesse totalmente em seu rosto, ainda assim era possível ver as marcas de suas lágrimas. Querendo ou não, Gally era só um adolescente naquele mundo e ser jogado assim de um dia para o outro naquela situação era duro demais. Uma sensação de culpa invadiu o estômago da garota, mas ela se segurou para não reagir aquilo e tentou tirar da mente.
      Annie suspirou e entrelaçou seus dedos, ele devia dormir por uma ou duas horas a mais, enquanto isso ela analisava e planejava seus próximos passos para tirá-los daquele lugar.

— Aquelas coisas sumiram? – ele perguntou em um sussurro rouco, aquilo cortou toda a linha de raciocínio que tinha montado e percebeu que ele estava com os olhos inchados e levemente abertos.
— Sumiram. – respondeu de maneira séria – Ainda é cedo, eles devem ter ido para algum esconderijo, mas deve ter um ou dois lá fora. Vamos sair daqui depois, pode voltar a dormir.
— Esse lugar… como você o encontrou?
— Mattie, o líder do esquadrão Lobo, e eu encontramos. Como sempre saímos em missões, muitas vezes juntos ou apenas nos encontrando pelo deserto, então decidimos reformar esse espaço e outros em outras cidades para podermos passar a noite em segurança.
— É aquele de cabelo escuro?
— Esse mesmo.

        O silêncio retornou para aquele pequeno esconderijo, Annie não se sentiu sufocada por ele, pelo contrário, o apreciou. A mão quente de Gally ainda estava na sua, os dedos entrelaçados estavam firmes e não tinha motivos para desfazer. O garoto novamente cortou o silêncio.

— Por que chamou de "Esquadrão Lobo"?
— É o nome que ele optou. – deu de ombros.
— Você é líder também, não é? De um esquadrão?
— É, sou. – suspirou enquanto as lembranças de seus companheiros de esquadrão brotavam em sua mente, nem sequer sabia onde eles estavam, mas sabia que estavam vivos e bem. Bom, estavam desde a última vez que conversaram.
— E qual é o nome? É um nome legal ou nome de animal também? – Annie soltou um riso alto.
— Não, é um nome de animal, mesmo. – esboçou um sorriso – Nós decidimos escolher nomes de animais que se adequem ao modo que fazemos as coisas. Por exemplo, Mattie gosta de andar com vários outros de seu esquadrão e isso se assemelha a uma alcatéia. Ele, é claro, sendo o líder ou alfa. Eles vão por força e inteligência, muito eficiente se quiser saber.
— E quais são os outros?
— Esquadrão Cobra, confesso que são os mais esquisitos de todos, mas fazer o que? Só tem gente estranha nesse mundo. – deu de ombros observando os detalhes e rachaduras do teto a medida que a luz solar ia surgindo no horizonte e iluminando o ambiente – Eles eram bons com venenos. O antigo líder costumava sujar as flechas e facas com sangue daqueles infectados ou usar lâminas enferrujadas, se não conseguisse matar outras pessoas, bom, um simples corte seria uma sentença de morte. Hoje em dia, bom, a líder atual não usa muito essas coisas, mas não importa. Só lembre-se que mentiras e traições são ferramentas muito utilizadas por eles, o antigo líder era bom em manipular e fazer as pessoas o obedecerem. Tenha cuidado com eles.*
— E quanto ao seu?
— Ah, eu… – ela esboçou um sorriso um pouco envergonhado – Eu sou a Raposa, o meu é "Esquadrão Raposa". É mais pelo hábito solitário das raposas, sabe? Gosto de fazer tudo sozinha, desde ficar a ir em missões sozinhas. Todos do meu esquadrão são assim, pessoas que não confiam em ninguém e gostam de ficar sozinhas.
— E como eu faço para… sabe, entrar?
— O jeito mais comum é pela seleção, é tipo um teste que vai avaliar suas habilidades, mas se um líder se interessar em você, então irá te recrutar. A Seleção é o único modo, como posso dizer?, o único modo de você poder escolher. Se dois líderes se interessarem por você, então você pode escolher qual você quer. É simples.
— Eu posso participar?
— Tá me pedindo permissão? A Seleção não é obrigatória, mas todos querem participar. É raro ver alguém sem um Esquadrão no nosso grupo, mas você não é obrigado totalmente a participar ou ser de um. Vai do que você escolher. – ela respirou fundo e então se afastou do garoto, levantando em um pulo e olhando para ele que ainda permaneceu deitado – Se quiser participar, então irei te treinar para isso, mas agora temos que ir. Quero você pronto em cinco minutos.

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