𝐋𝐈𝐕: 𝐏𝐥𝐚𝐧𝐨 𝐯𝐢𝐭𝐨𝐫𝐢𝐨𝐬𝐨
Nota: desculpem a demora, sei que devia publicar as 15:30, mas... Sinceramente? Eu quase não postei hoje porque eu tô meio seila e minha cabeça tá muito seila e eu tô desanimada e querendo me enfiar dentro de um buraco, enquanto minha mente não consegue mais focar nem em ler e nem em escrever. SLA... Desanimei, mas não vou acabar com essa fic e vou tentar publicar. Eu sinceramente não gostei muito desse capítulo, não consegui produzir ele como queria, mas Simplesmente n tava saindo ND além... Sorry
Nota: não tá tão grande quanto os capítulos anteriores, okay? Prometo que vou tentar fazer o próximo ser longo, colocando o final dessa prova e a próxima. Mas hoje realmente não dá... Travei bonito, mesmo tendo todo o capítulo marcado com oq iria acontecer. Simplesmente não saiu.
Pergunta: alguém me explica como funciona esse lance de ranking das fic? Pq eu realmente não entendo nada e nem como é feito de fato
Enfim... Boa leitura, amo vcs ❤️❤️
_____
Gally pediu para que Isa continuasse ali quieta e em silêncio. Ele nem precisou pedir duas vezes para que ela aceitasse, então seguiu sozinho em direção às risadas. Com muito cuidado e muito lentamente conseguiu se aproximar bastante, esgueirou-se atrás de uma grande pedra e pode ver dois jovens ali. O rapaz estava de costas e era inconfundivelmente o Cara de Dedão, mas de costas aquela semelhança bizarra piorava mais ainda. Vindo em sua direção, a garota loira estava com as mãos na cintura ajeitando o cinto enquanto sorria e comentava alguma coisa para o parceiro.
Observou atentamente quando ela se sentou de frente para o rapaz, puxou a mochila de Isa e começou a revirar o interior até puxar uma barra e começar a comer. O rapaz puxou uma garrafa e começou a beber tranquilamente, sem se preocupar em racionar, e aquilo fez a raiva crescer no peito de Gally e seu rosto ficar vermelho. Era injusto, ele sabia e não entendia o motivo de terem feito isso, pois era óbvio que tanto a quantia de comida quanto a de água era para testar os selecionados até o fim. Roubar não os prepararia adequadamente quando estivessem perdidos de verdade, como Isa ficou com o irmão, e matar era proibido. Então por que fariam aquilo? Ele ignorou as dúvidas e voltou com o mesmo cuidado que tinha ido até ali, viu Isa no mesmo lugar, sentada com as pernas cruzadas e a aparência péssima. Quando o viu, rapidamente levantou.
— São eles! – exclamou.
— E o que a gente faz? Como vamos recuperar nossas coisas?
Gally suspirou cansado, o corpo doía e a garganta e o estômago ardiam de sede e fome. Franziu as sobrancelhas, o olhar perdido enquanto a mente bolava um plano mesmo naquelas condições. Demorou um pouco, mas ele tinha um plano considerável e passou a dizer tudo para Isabella que escutou atentamente.
Com todo o plano revisado, a dupla se preparou para a ação. Gally ficou esperando pacientemente pela oportunidade enquanto os dois ladrões se banqueteavam das provisões que não eram deles. Enquanto Isa, ali perto em um ponto estratégico, segurou as pedras com mais força em sua mão vendo-os comerem suas barras e sentindo o estômago roncar. Assim como Gally, a raiva ardeu em seu ser e seguiu com o plano. Atirou uma, duas, três pedras em um ponto afastado enquanto esperava que os dois ali ouvissem a colisão das pedras com o chão.
“Você ouviu isso?” A menina perguntou olhando para trás.
“Isso o quê?” perguntou o garoto em tom mal humorado.
Novamente o som das pedras caindo e os dois se levantaram. Eles olharam ao redor, as facas firmes em seus dedos. A loira se virou e disse:
“Fica aqui cuidando das coisas, vê se vai me ajudar se eu gritar,”
E então ela saiu dando a abertura necessária para Gally. Em passos cuidadosos para não fazer barulho, ele se aproximou do garoto e puxou a faca que tinha guardado em sua cintura colocando-a com força contra o pescoço dele. Seus lábios roçaram na orelha dele e então sussurrou:
— Um único ruído e você vai se afogar com seu próprio sangue, imbecil!
Ali perto, a loira andou em direção ao som enquanto olhava ao redor atentamente. Até que se virou a tempo de ver Isa jogar outra pedra nela, acertando-a na testa e fazendo-a gritar de dor. Quando voltou a olhar para a garota, a loira estava com uma expressão furiosa:
— Eu vou acabar com você, sua cadela! – vociferou.
— Come pedra, sua puta! – lançou mais uma pedra – Isso é por roubar minha comida! – e então lançou outra pedra antes de começar a correr.
A loira tentou se esquivar, mas não conseguiu e levou outra pedrada na cabeça. O caminho era irregular, cheio de pedras pequenas e grandes e um chão nem um pouco nivelado, então tentar alcançar Isa foi difícil. Volta e meia Isa se escondia atrás das enormes pedras, apenas para saltar e lançar mais e mais pedras contra a ladra, para então correr e se esconder.
— Para com essa porra! – gritou a loira, um fio pequeno e fino de sangue escorria por sua testa.
Isa continuou correndo e atirando pedras. Correndo e atirando pedras. Correndo, até que acidentalmente o chão irregular a fez escorregar quando não viu onde estava pisando e seu corpo franzino caiu ao chão. As pedras a feriram e a arranharam, com o corpo já muito enfraquecido e dolorido fez com que tivesse dificuldade em se levantar e prosseguir. Então escutou um grito feminino e viu a loira correr atrás dela.
Ela se desesperou, forçou seu corpo a levantar, mas uma pontada de dor atingiu seu tornozelo e a fez cair ao chão novamente. Desesperada para escapar, a menina começou a rastejar tentando se afastar, mas foi inútil. As mãos da loira agarraram sua blusa e a puxaram, ela subiu em cima de Isa e suas mãos envolveram o pescoço da menor começando a sufocá-la.
Isa se debateu desesperada quando sentiu o peso da garota em cima de si, mais ainda com a força envolta de seu pescoço, mas o desespero maior começou quando o peito, a cabeça e os pulmões começaram a arder como se pegassem fogo. Sua face estava extremamente vermelha, não duvidava nem um pouco de que estava começando a ficar roxa, mas não desistiu de debater seus braços e pernas mesmo que inutilmente. Sabia que morreria ali, mas morreria lutando até o último segundo. E foi no debater de seus braços que seus dedos roçaram com uma pedra, não era muito grande, mas era suficiente e uma de suas pontas era um pouco afiada. Foi então que manteve contato visual com a loira para ela não ver seus dedos finos tentando desesperadamente pegar aquela pedra como uma última esperança.
— A gente deixou vocês vivos. – a loira começou a falar entre os dentes – Deixou vocês, pra você desperdiçar? Somos proibidos de matar, sabe por quê? Porque nas Seleções anteriores muitos entravam em desespero e matavam uns aos outros apenas para conseguirem sobreviver, mas Caio e eu não fizemos isso. Nós deixamos você e aquele garoto viver, agora eu vou… – e então o impacto.
A pedra estava firme entre os dedos de Isa que a usou para bater com tudo na cabeça da loira. O impacto em sua têmpora a fez cair para o lado, libertando sua passagem de ar, permitindo que ela sugasse uma grande quantia de ar e tossisse sentindo o peito arder, a sensação de que sua cabeça iria explodir diminuía pouco a pouco. Isa virou para o lado enquanto se arrastava para se afastar, respirando grandes quantias de ar e tossindo, mas quando se sentiu minimamente melhor então forçou seu corpo a levantar e com muito custo conseguiu. Isa queria desmaiar, além da dor e da fraqueza, agora sentia tontura, mas mesmo com tudo isso a garota conseguiu se manter em pé e se virou para a ruiva que gemia de dor com a mão pressionando uma ferida na testa. O sangue escorria em filetes finos por entre seus dedos, embora a pena, a raiva se apossou da menina e ela se aproximou:
— Nunca mais roube minha comida, sua puta! – e então desferiu um chute contra ela fazendo-a desmaiar.
Gally continuou segurando firmemente o rapaz, pressionando com força a lâmina contra seu pescoço enquanto olhava para os lados esperando de maneira ansiosa pelo retorno de sua companheira. Estava com medo que o plano fosse demais para ela, que não conseguisse cumprir com sua parte mesmo tendo dado sua palavra. Isa era uma criança com treze anos, não era forte e nem muito rápida, fora que estava fraca por conta da sede e da fome, então o coração do rapaz apertava cada vez mais com o passar dos minutos. Vendo sua preocupação, o garoto refém riu suavemente e comentou:
— Sabe que ela tá morta a essa altura, não é? Pâmela já deve tê-la matado, mas não antes de fazê-la sofrer muito já que é uma coisa dela.
— Cala a boca. – Gally vociferou entredentes.
— Se está tão nervoso aí só mostra que estou certo. – uma nova risada – Você realmente acha que foi uma boa escolha, sortudo? Pegar a garotinha fraca, lenta e mais burra de todos como parceira. Que foi? Acha que porque foi treinado por aquela garota líder já se sente confiante o suficiente para cuidar dos pobres e indefesos? Esse teste elimina os incapazes, os fracos e os lentos, mesmo alguém como Mattie seria arrastado para a morte com alguém tão incompetente quanto aquela garota e…
— Já mandei você calar a mértila da sua boca, fedelho! – e então ele sussurrou em um tom rouco e furioso, pressionando mais ainda a lâmina contra a pele do rapaz e conseguindo tirar um fio de sangue.
Gally e Caio ouviram um grito feminino ao longe, o desespero se apossou do rapaz que não percebeu quando afrouxou a pressão da lâmina o suficiente para Caio puxar seu braço para baixo e conseguir dar uma cabeçada em seu rosto. O impacto o fez cair para trás, mas não antes de receber um golpe com tudo no rosto e então finalmente cair.
Caio já estava de pé olhando-o com raiva, mas um sorriso em seus lábios o deixava com uma expressão perturbadora.
— Muitas pessoas estão querendo te matar, sabia? Eu poderia esperar Pâmela, mas acho que vou te matar agora. – Caio sorriu e se aproximou com a faca em mãos.
A faca de Gally tinha caído longe, então estava desarmado contra Caio que tinha uma faca. Ele poderia se desesperar, mas estava estranhamente calmo principalmente quando a lembrança do treino com Jade se apossou de sua mente:
"O importante quando for lutar com alguém contra algum objeto cortante, é sempre manter distância, mas lute no seu campo e não no campo da outra pessoa. Deixe-a se aproximar, quando ela atacar então mova os pés para se esquivar e segure o punho dela. Quando o fizer, então derrube seu oponente e o faça soltar o objeto. Lembre-se: lutar contra alguém com arma de fogo é perigoso, mas lutar contra alguém com faca é bem pior. Tenha sempre cuidado! Vem, vamos para a aula prática!"
Ele se levantou e deixou que o Cara de Dedo se aproximasse, o sorriso confiante ainda estava nos lábios dele enquanto se aproximava e não demorou muito para ele começar a mover a lâmina no ar tentando acertá-lo. Gally recuava, esquivando-se dos ataques a tempo antes de ser ferido, continuou esquivando e esquivando, o que deixou o outro furioso. Vendo que suas tentativas eram inúteis, Caio tentou avançar com tudo para acertá-lo, mas Gally foi rápido e deu um passo para o lado fazendo-o tropeçar em uma pedra e cair ao chão.
Gally se apressou em desarma-lo, então o prendeu contra o chão usando a lâmina de Caio contra ele mesmo enquanto seu pé pressionava o pulso esquerdo e sua mão esquerda segurava o pulso direito dele.
— Não estou confiante de chegar ao fim, mas estou confiante o suficiente para acabar com você e esse seu sorriso de mértila. – ele disse.
— Gally? – a voz de Isa o fez olhar para trás, vendo-a ferida, mas com um olhar satisfeito no rosto.
Gally socou Caio forte o bastante para ele desmaiar, foi necessário somente um soco, então se levantou e foi até a menina a abraçando. Ela estava mancando, com o pescoço vermelho, mas sorriu quando retribuiu o abraço. Isa tinha prometido não abraçar ninguém desde a morte de seu irmão, mas mudou de ideia diante de Gally que era tão igual a ele no comportamento.
— O que aconteceu? – perguntou preocupado.
— O plano foi alterado só um pouquinho. – ela murmurou sorrindo envergonhada – Mas consegui acabar com aquela puta! Cadê nossa comida?
Eles não queriam conversar, apenas comer, então foram até as bolsas que estavam ali e descobriram que Caio tinha cinco barras e que Pamela tinha quatro e meia. Junto disso, tinham três garrafas cada, mostrando que tinham roubado outra dupla além deles dois. Gally bebeu todo o conteúdo de uma, sentindo seu corpo melhorar quase que instantaneamente, passou a água da segunda garrafa para a terceira deixando só um restinho que ele guardou e jogou no corpo desacordado de Caio.
Isa fez a mesma coisa, logo depois eles se contentaram em comer apenas duas barras e guardar o restante para a viagem.
— Quanto tempo falta para chegarmos? – Gally perguntou enquanto se levantava, já se sentindo bem melhor que antes.
— Bom… – Isa puxou o mapa de sua recém adquirida mochila e analisou por alguns instantes – Acho que mais umas três horas de caminhada. Já está perto de escurecer, mas chegaremos perto das sete horas da noite.
— Acha que já teve gente que chegou?
— Claro, se não tiverem sido roubados por uns cuzões iguais esses daí. – e então ela se levantou e começou a andar, mas estava mancando.
— Você não me contou o que aconteceu. – Gally comentou vendo o pé machucado de Isa.
— Eu sei que era só pra atrair para longe, okay? – ela bufou e cruzou os braços – Mas eu estava com raiva e comecei a atirar pedra nela! Era a única coisa que podia fazer, okay? Só que ela me viu e eu tive que correr, mas não vi o caminho e caí.
— Vem cá! – ele disse tirando a mochila e colocando-a ao contrário, em seu peito – Eu te carrego nas costas.
— Pera, quê? – seu rosto ficou vermelho.
— Você mancando só vai atrasar a gente e ao invés de chegarmos às sete horas, então vamos chegar semana que vem!
Isa suspirou derrotada, se aproximou e subiu nas costas dele. Gally a ajeitou, segurando a parte de baixo de seu joelho e começou a andar sem dizer uma única palavra. A garota respirou fundo, um sorriso leve e involuntário surgiu em seus lábios quando ela acomodou a cabeça no ombro dele, enquanto se lembrava de seu irmão a carregando daquela forma quando era mais nova. Eles andaram por alguns minutos, até que Gally parou e eles puderam ver várias construções mais à frente.
— São aquelas? – ele perguntou olhando por cima do ombro.
— São. – com a luz do sol diminuindo cada vez mais, as sombras projetadas pelas construções deixavam o local mais assustador. Seu estômago se contorceu.
— Cinco minutinhos de descanso. Você é pesada!
Ao ouvir isso, o rosto de Isa corou violentamente e ela desferiu um belo tapa acima da orelha dele e disse:
— Olha o respeito, seu merdinha! Isso é coisa que se diz para uma dama?
Gally começou a rir, desculpou-se e então começou a seguir pela descida. Tinham chegado ao fim da montanha, logo saíram daquele terreno irregular e perigoso e começaram a andar em uma parte mais segura.
Uma coisa que ele tinha notado ali desde que chegou na base, é que tinha virado saco de pancada das mulheres, começou com Jade, depois Annie e agora Isa. Foi com esses pensamentos que ele começou a rir sozinho enquanto descia.
— Teu cérebro derreteu com o calor? Tá contaminado já é? – Isa perguntava confusa enquanto ele andava. Os ânimos já melhores após se alimentarem, com uma leve e sutil sensação de que tudo seria tranquilo até o fim da prova.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro