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LXXXVIII - Eu sou pior

⚠️ALERTA DE GATILHO⚠️
⚠️ALERTA DE GATILHO⚠️

Bom, esse capítulo tem uma cena, na realidade uma fala, que pode gerar gatilhos. Então cuidado e se algo fizer mal a vocês, parem imediatamente a leitura. Tá? Me avisem se fizer muito mal a vcs, eu posso tentar mudar e deixar censurar um pouco.

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Seguinte meu povo eu escrevi esse capítulo DE UMA VEZ, eu simplesmente NAO PAREI DE ESCREVER e ele tem quase 4 MIL PALAVRAS!!! Quando eu imaginei essa cena há um bom tempo atrás, ela seria diferente, teria mais ação e tudo mais, mas particularmente eu gostei pra caramba da forma que ficou. E eu espero que vocês gostem também ❤️😭✨

Amo vocês gente, Muitíssimo OBRIGADA PELOS 150K, cara eu fico olhando esse número e parece que não entra na minha cabeça, tipo, NAO CAIU A FICHA QUE INFECTED TA COM 150K VISUALIZAÇÕES e eu só tenho a agradecer todos vocês que vieram, leram, votaram e comentaram. Mesmo que alguns desses comentários não sejam taaao legais assim.
Mas eu quero agradecer principalmente a quem está aqui, chegou aqui e se manteve paciente comigo sumindo várias e várias vezes, e que se manteve firme na leitura. Eu amo vocês, de verdade, vocês tem todo meu coração para vocês ,❤️

Momento interação, me digam o que estão achando desse arco? De cada rumo dos personagens?

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É isso, boa leitura, amo vocês e dsclp qlqr erro ortográfico

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Antes

- As informações dos infiltrados eram de dois dias atrás! - rebateu um homem barbudo com os braços cruzados - Se a gente supor que após aquele massacre ela decida vir direto até nós sem parar para descansar, então ela chegaria aqui em cinco dias. Ou seja, temos três dias para nos preparar e sair daqui!

- Mas não podemos simplesmente fugir assim! - exclamou a garota ruiva que participou da morte de Jade - Ela é uma só, nós somos vários! Ela virá sozinha para cá, se sairmos agora estamos apenas mostrando que temos medo dela e fugindo com os rabos entre as pernas.

- Nós não vamos fugir. - disse Andrey calmamente enquanto olhava os vários mapas sobre a mesa - Mas não é sobre matar Annie, é sobre destruí-la, se matarmos ela agora, então teremos que lidar com as cidades aliadas e o grupo dela. Podemos fazer uma curva, tornar este lugar uma armadilha ao invés de um espaço para combate. E aí focamos em acabar com essas cidades que a protegem. - ele sorriu de lado.

- Podemos chamar por Janson. - sugeriu o barbudo - Quero dizer, com o poder militar do CRUEL, eles poderiam obrigar as pessoas a falar a localização dela.

- Mas eles não vão saber. - Andrey franziu o cenho.

- Exato. Vamos dizer a Andrey que eles sabem, que estão escondendo ela, e quando forem capturados e torturados irão continuar insistindo que não sabem e Janson irá matar todos em resposta. A notícia se espalhará em dias, então todos que ainda protegem ela irão se virar por medo de morrer e teremos as respostas que precisamos.

Gabriel tinha entrado na sala e ouvido tudo, seu estômago embrulhou com aquelas palavras dele e sentiu suas mãos suarem frio. Andrey percebeu a presença do filho no fundo da sala, então sorriu e gesticulou para que se aproximasse.

- O que acha desse plano, filho? - perguntou com um sorriso animado em lábios.

O garoto engoliu em seco, dizer que o plano era louco e insano o colocaria em risco, no melhor do caso seu pai apenas o espancaria por algumas horas e logo se cansaria, voltando a formar novos ideias. Então, ele olhou fixamente para o barbudo e decidiu que jogaria aquele jogo, mas seria o seu próprio jogo.

- É uma boa ideia. - ele cruzou os braços - Mas iria demorar muito.

- Por quê? - perguntou seu pai franzindo o cenho.

- Se vamos sair, então deixaremos esse lugar vazio? E depois? Ela se sentirá perdida, mas isso não significa que ela vá para alguma cidade e se for então será de forma discreta. Seria difícil capturá-la mesmo se todos voltassem contra ela.

- E o que sugere? - perguntou o barbudo.

- Alguém precisa feri-la. Quero dizer, alguém tem que permanecer aqui e feri-la a ponto de precisar de ajuda. - e então ele estreitou os olhos para o barbudo - Você é o melhor atirador do nosso grupo, pode ficar longe e atirar nela em alguma região que a deixe muito ferida e precise de ajuda de terceiros. Há duas cidades próximas daqui, ela não poderá voltar para base e então irá para uma delas. As pessoas irão vê-la e quando souberem sobre o massacre de Janson obviamente irão entregá-la para nós.

Um sorriso se alargou nos lábios de Andrey que agarrou o ombro do filho, o orgulho brilhando nos olhos dele enquanto ria.

- Mas... - ele prosseguiu - Você poderá ficar distante, no andar de cima e podemos abrir os dutos subterrâneos para atrair infectados quando você começar a atirar. Depois que eles chegarem, você sai por uma das janelas e eu estarei com um carro te esperando ao longe. Nós saímos dali e então esperamos pelas informações dos civis.

Todos concordaram satisfeitos com o plano, parecia ótimo e bem promissor. Ian, o barbudo, iria estar seguro no segundo andar e teria uma saída de emergência. Podia se imaginar atirando em Annie e a imagem lhe causou um prazer doentio.

- Você finalmente mostrou as garras. - Priscila comentou na entrada de seu dormitório, enquanto Gabriel arrumava suas coisas para partirem.

- O que vai fazer agora? - ele nem sequer deu o trabalho de virar para olhar para ela, então não a viu dando de ombros.

- Não sei. Vamos ocupar as Montanhas, no cenário atual ninguém iria suspeitar já que é um lugar vazio, mas depois acredito que iremos para as construções destruídas próximas ao mar. Papai está falando desse lugar há muitos dias.

- E a sua... situação? O que decidiu?

Priscila ficou em silêncio por alguns instantes e então suspirou profundamente.

- Essa noite eu sonhei com a mamãe. - contou - e ela estava na varanda olhando nós dois enquanto fazíamos bolos de lama, o chão estava molhado por conta de uma repentina chuva, mas não demorou muito para secar e voltar aquela areia horrível. Mas foi divertido... Toda vez que eu fecho os olhos, a vejo caída na sala com o pescoço em um ângulo estranho e totalmente imóvel. E eu vejo ela... Eu nunca vou perdoá-la por ter matado nossa mãe e desejo vê-la queimar até as cinzas, mas agora com essa nova vida que estou gerando é... complicado. Muito complicado. Quero dizer, eu não posso simplesmente ir atrás dela, não é? Colocaria o bebê em risco e eu... quero ter ele. Mas eu quero matá-la! Quero vê-la morrer.

- Você tem duas opções. - murmurou Gabriel se virando para ela - Ir embora, voltar, pedir perdão e perdoar. Ter seu filho, mas ver Annie viva. - ela ficou indignada e pronta para responder, mas Gabriel prosseguiu impedindo-a de falar: - Ou pode continuar aqui, ver nossos homens e o papai matá-la, mas ele não permitirá que você tenha esse filho. - Gabriel suspirou e se levantou, jogando a bolsa nas costas - Andrey está diferente, ele não nos vê como filhos a menos que façamos o que ele faz. Se formos por um caminho diferente, então ele irá se transformar em um monstro total. Eu não duvido nada que ele vá fazer algo cruel contra você e não se importará se é ou não a filha dele.

Antes que Priscila pudesse contra-argumentar, Gabriel apenas passou por ela trombando seus ombros e saiu do quarto a passos firmes. As palavras ecoavam pela mente de Priscila, a mão pressionando a leve protuberância em seu ventre que nem dava para perceber, então um calafrio passou por seu ser. Desde o momento que descobriu a gravidez foi atingida por um pânico, a mudança de todos os planos que manteve durante toda sua vida e do que seu pai iria pensar, mas também foi inundada por uma espécie de proteção e amor incondicional. Ela nunca havia pensado em ser mãe, nunca havia pensado na possibilidade e em meio a tantos planos e traições nunca se permitiu pensar nisso, mas ali estava ela. Grávida. O pai era o irmão da sua pior inimiga, da mulher que mais odiava em todo o mundo. Mas para complicar... Priscila gostava de Mattie.

Naquela noite ela foi até o quarto onde o pai estava, não podia acreditar nas palavras de Gabriel sobre o que ele tinha se tornado, pois para ela seu pai continuava sendo o mesmo homem. Era centrado e sempre ia até o fim com seus planos. Era um homem inteligente, astuto, habilidoso e, acima de tudo, seu pai e o admirava por isso. Então, quando ele deixou-a entrar, ela apenas se sentou numa cadeira desbotada no canto do quarto que rangeu sob seu peso, e juntou as mãos nas coxas.

- O que foi? - perguntou ele com aquele olhar preocupado.

- Pai... eu queria saber... e se... aquele chá não fez efeito? E se eu continuar grávida? - ela perguntou hesitante, mas forçou-se a olhar para o pai.

- Ah, querida. Então nós iremos arrancar isso de um jeito ou de outro. - ele disse calmamente, a voz soando tão gentil que era um contraste gritante com o que ele estava dizendo.

O pulso de Priscila acelerou, o estômago revirou e sentiu a respiração travar na garganta. O que ele estava dizendo? Estava sugerindo um aborto, era óbvio, mas como ele planejava fazer isso se os métodos clandestinos eram extremamente arriscados e a chance dela morrer gritando era altíssima? Seu pai não faria isso com ela. Não faria.

- Você diz... iríamos para algum lugar no CRUEL com materiais esterilizados e profissionais, não é?

Andrey riu como se aquela pergunta fosse uma piada ótima, então comentou com tom humorado:

- Claro que não, querida. Ian tem uns certos... conhecimentos médicos aí. Poderia resolver esse problema aí rapidinho.

- O que? - ela se levantou em um salto - Mas isso é a mesma coisa que assinar minha morte, você não... você não pode fazer isso!

- É a única forma de tirar essa coisa de dentro de você, querida. - ele deu de ombros.

- Mas e se... E se eu quiser ter esse bebê? - arriscou, as mãos coladas ao lado do corpo trêmulo, podia sentir as gotículas de suor em sua garganta e em sua testa que escorriam por sua têmpora até a bochecha. Os braços estavam rígidos e os dedos agarravam sua camisa com tanta força que os nós estavam brancos.

- Se quer tanto ter um bebê, então posso dizer para Ian colocar um em você quando ele retirar esse que está crescendo. - ele sorriu, então caminhou lentamente com um ar predatório e o olhar fixo nela, lentamente colocou as mãos em seus ombros e disse com voz calma e fria que fez os ossos de Priscila gelarem - E se quiser mesmo, então eu darei a ordem para cada homem desta base encher você quantas vezes quiserem e posso até chamar os homens das cidades próximas. Não me importarei se irá levar um, dois, três ou quantos dias inteiros sem parar, mesmo que eles façam uma fila para ter um tempinho com você. - ele sorriu de lado com um ar carinhoso, aquelas palavras dele e seu jeito fizeram o quarto girar ao redor de Priscila, sentiu o sangue sumir de sua face e o estômago revirar com tanta força que quase vomitou em cima dele.

Era seu pai... como... como ele podia?

Ela precisou lembrar de respirar quando sentiu o peito queimar pela falta de oxigênio, então afastou-se das mãos de seu pai sentindo repulsa de seu toque enquanto seu corpo frio tremia e suava incontrolavelmente.

- Eu não quero mais. Vou beber aquele chá mais vezes.

Sua voz era um sussurro fraco e quase inaudível, nem sequer conseguiu piscar quando se virou e saiu do quarto, pode jurar ter ouvido o pai murmurar um "boa garota". Primeiro andou pelos corredores, mas o corpo começou a hiperventilar e ela passou a correr até entrar no quarto de Gabriel e sentar no cantinho. Abraçou os joelhos com força, os olhos ainda arregalados sem acreditar que seu próprio pai tinha sugerido deixar todos aqueles homens a estuprarem sem remorso algum. Seu corpo ficou rígido naquela posição, o pânico se alastrando em seu corpo à medida que os segundos passavam e sentiu um misto de sentimentos. Medo do que seu pai faria com ela e um sentimento voraz de proteger e lutar por aquela pequena protuberância em seu ventre. Por um segundo, apenas por um único segundo, ela esqueceu a vingança contra Annie.

- O que aconteceu? - perguntou Gabriel zonzo de sono sentado em sua cama.

Gabriel não conseguiu dormir com a conversa que teve com Priscila, seu olhar estava fixo na forma adormecida da garota em sua cama, sequer piscava com tanto ódio que sentia naquele momento. Seu pai... seu próprio pai! Como ele podia? Aquilo foi a gota d'água. Ele pegou o rádio que mantinha guardado com suas coisas, seu pai não sabia e nem sequer desconfiava, então mudou a frequência algumas vezes e tentou chamar alguém. No início foi só chiado e mais chiado, ninguém respondeu, ele tentou de novo e alguns minutos depois uma voz masculina respondeu. Ele sorriu de lado.

- E aí, Gally. Tem papel e caneta aí, cara? Vou te passar uma localização urgente de onde Annie irá estar.

(...)

No dia seguinte, Gabriel e Ian estavam no esconderijo marcado. O segundo andar, pelo menos naquela parte, era de difícil acesso já que a única escada que levava até ali estava destruída. Ian estava ajeitando a bolsa e posicionando a arma no chão, Gabriel puxou a corda da bolsa colocando-a no chão e então jogou o tapete velho.

- Assim você não tropeça nela. - justificou quando sentiu o olhar questionador de Ian sobre si. - Seria ruim se você levantasse e enrolasse no seu pé durante sua fuga.

Ian apenas deu de ombros e voltou a ajeitar a arma, Gabriel foi até a borda e começou a chutar uma parte que estava rachada com força.

- Aí, qual foi? Enlouqueceu? - perguntou Ian.

- Só estressado com tudo isso. - ele murmurou irritado.

- Se tá querendo quebrar alguma coisa, vá lá lutar contra alguns infectados no subterrâneo.

- Ah, que engraçadinho. - revirou os olhos - É o seguinte, vou trancar a porta do lado de fora. Você sai pela janela com a corda, okay? Vou te esperar um quilômetro para lá, me chame com o walkie talkie e eu irei vir com o carro.

Ian assentiu e olhou Gabriel por cima do ombro.

- É bom, sabe. O seu plano. Eu pensava que você não ia cooperar em nada, seu pai dizia que você era só um viadinho com medo de sujeira e que ficava chorando pelos cantos, mas você não é nada parecido com isso.

- Eu tenho que proteger minha família, não é? - ele sorriu.

- É, seu pai é um merda total, mas ainda é sua família.

Gabriel não respondeu, apenas saiu e trancou a porta.

Agora

O tiro acertou o ombro de Annie, o impacto a jogou para trás com força e sentiu seu corpo colidir contra o chão sujo e cheio de pedrinhas pontudas. Ian engatou outra bala, o som metálico da arma ecoando por todo o salão, ele tinha um sorriso satisfeito em seus lábios e quando voltou a atenção para o ponto em que Annie estava descobriu que ela não estava mais lá. Três segundos, foram necessários três segundos de distração para ele perder a garota de vista, rapidamente ele olhou em volta procurando por ela e não encontrou sequer o rastro dela.

Ele grunhiu irritado, então saiu de seu esconderijo e se aproximou da beirada do enorme buraco para poder buscar por ela. Quando a encontrou, seu rosto empalideceu por alguns instantes com a visão dela ferida, o ombro jorrando sangue, mas ainda assim escalando a parede esburacada com facilidade e indo até o andar que ele estava.

Ian estava em uma sala, a parede de dentro estava destruída e dava acesso ao salão, mas a parede do corredor estava intacta junto da porta que Gabriel trancou para ele. Ele puxou o cinto da arma e jogou sobre os ombros, ela estava ferida e isso era o plano, então rapidamente pegou uma de suas bolsas e jogou pela janela. A corda estava debaixo de um tapete velho, mas assim que ele puxou descobriu que ela estava com vários cortes que obviamente fariam a corda arrebentar se tentasse forçar seu peso. A queda do segundo andar não iria feri-lo seriamente, é óbvio, mas poderia fazê-lo torcer o tornozelo e sua fuga seria afetada. Se Annie ferida já era um problema, então ela com um grupo de infectados que obviamente estavam correndo pelos dutos subterrâneos nesse exato momento atraídos pelo som do disparo seria com toda certeza a sua morte.

- MALDITO GABRIEL! - vociferous e avançou contra a mochila para pegar seu rádio, apenas para descobrir que não estava lá - Porra.

Ele virou para a janela e avaliou a possibilidade da queda livre, o tornozelo iria inchar com toda certeza, mas daria um jeito e encontraria Gabriel. Se preciso o enforcaria com as próprias mãos. Um ruído atrás dele o fez se virar rapidamente e lá estava ela, mas para sua surpresa ela não veio da porta, não, ela simplesmente se pendurou pela borda do buraco até entrar naquela sala. Isso com o ombro ferido e jorrando sangue.

- Porr...

Não teve tempo de falar e muito menos de puxar a arma em seu ombro, Annie avançou com velocidade e colidiu contra o corpo dele com o ombro bom, o impacto foi seguido de uma pontada fria que tirou o fôlego dele e sem querer o fez apertar o gatilho que disparou contra o chão. O sangue começou a sujar sua camisa e então ela recuou, o corpo quase agachado em posição pronto para qualquer ação, seja esquivar ou avançar, e em sua mão a sua faca ensanguentada. Ian olhou para a barriga e o sangue que ensopava sua camisa esfarrapada.

Grunhindo, ele avançou contra ela mesmo com a dor que piorava a cada movimento, os punhos socava o ar enquanto ela desviava habilmente e apenas avançava provocando mais e mais cortes em seu corpo. Ele gritava quando a lâmina cortava sua pele, seja as costas, os braços ou a perna. O sangue jorrava de todos os lados. Em um movimento desesperado, ele se virou com tudo e lançou seu punho no ar, conseguindo golpeá-la no rosto. Ela grunhiu sentindo o impacto no rosto, porém o que a pegou de surpresa foi a corda que a fez tropeçar e cair no chão. Ian aproveitou a brecha e avançou sobre ela, seus dedos envolvendo seu pescoço com força enquanto ele a empurrava cada vez mais para a abertura no chão.

Annie se debateu, golpeou o rosto dele e as feridas, mas Ian era robusto e conseguiu suportar a dor. O rosto estava deformado em ódio e raiva pura enquanto via a pele dela lentamente ficar arroxeada. Entretanto, um movimento no fundo do salão chamou sua atenção e ele viu não um, mas três infectados no último estágio, e os três procuravam a fonte do barulho com ferocidade. Um sorriso sádico surgiu nos lábios de Ian que afrouxou os dedos permitindo que ela respirasse um pouco, então com uma das mãos pressionou o buraco da bala em seu ombro. O movimento fez Annie gritar com força, os movimentos perdendo a força enquanto a dor se alastrava por seu ombro. O dedo de Ian entrou, girou e girou com satisfação sentindo o sangue dela sujar sua pele enquanto ela se contorcia, choramingava e gritava. Os grunhidos dos infectados se aproximaram e eles tomaram o mesmo caminho que Annie e foram escalar a parede.

Annie estava ofegante quando Ian se afastou totalmente, os movimentos lentos enquanto sugava o ar com força e tossia algumas vezes. Ela tentou se levantar, mas a exaustão e a dor cobravam seu preço, a imagem dela naquele estado o fez sorrir largamente.

- Você vai morrer. - ele murmurou e então jogou seu corpo contra a porta.

A madeira era fraca, desgastada pelo tempo, e não precisava de muita força para rompê-la. Os infectados já estavam no corredor, então quando viram Ian eles gritaram e correram em sua direção. O homem abriu a porta rapidamente, se escondendo atrás dela e deixando os infectados entrarem e irem para cima de Annie. Ele saiu rindo dali, correu mesmo ferido até a escada destruída e podia ouvir os gritos dos infectados e de Annie. Ele pulou a escada quebrada sem nenhum esforço, então correu em direção a saída passando pelo salão, mas por mais que soubesse que Annie não estava capacitada para lutar contra três infectados em último estágio e que aquela era praticamente uma sentença de morte, ainda assim ele se sentiu curioso para olhar para cima e ver os infectados a devorando. Mas não foi isso que ele viu.

Os três infectados estavam mortos no chão do salão a alguns poucos metros de distância dele, mas sua atenção rapidamente foi capturada por um vulto na sala onde ele estava minutos antes e então ele a viu. E ela pulava no ar em sua direção, os braços acima da cabeça segurando a faca com a lâmina apontada para ele.

Por alguma razão Ian captou aquilo de forma lenta, como se as coisas estivessem ocorrendo em uma velocidade bem lenta e ele conseguiu captar algumas coisas. Como o fato de Annie não gritar e de sua expressão estar neutra, mesmo completamente ferida e se jogando do segundo andar em direção a ele. Um frio percorreu sua espinha, ele estremeceu e quando tudo voltou ao normal, quando aquele estado de lentidão sumiu, Annie caiu em cima dele e a sua faca penetrou o seu ombro. Os dois caíram no chão com brutalidade, rolando entre a areia e as pedras pontudas, Ian estava chocado demais com aquilo e não conseguiu reagir direito. Quando se deu conta, a lâmina de Annie estava pressionando seu pescoço e ela o prendia no chão.

- Onde... ele... está? - perguntou com a voz ofegante e rouca.

- Eu não vou contar. - ele ofegou, seu corpo dolorido e as dores das duas facadas começando a piorar à medida que a adrenalina ia sumindo de seu corpo. Ian não entendeu como ela havia conseguido se livrar dos infectados, afinal eram três, mas a marca ensanguentada de uma mordida no pulso em que ela segurava a faca deixou bem claro como ela conseguiu aquilo. Ela era imune, afinal. Ou muito burra. Ele não conseguiu evitar de rir. - Ele estava certo. É, você é realmente um demônio.

- Não. - sua voz soou baixa e rouca, seus olhos injetados de ódio e fixos nele mesmo que sua expressão seguisse perturbadoramente neutra - Eu sou pior. Vou perguntar uma última vez: onde ele está?

- Eu não vou contar. Você vai ter que se esforçar mais para conseguir achar e para-lo.

- Eu farei qualquer coisa para pará-lo. - sussurrou entredentes.

- É... - ele olhou a mordida em seu pulso - Vai mesmo. Mas você...

Cansada de papo furado, Annie deslizou a lâmina e pôs fim àquilo tudo. O som dele engasgando com o próprio sangue preencheu o salão.

Novamente sozinha e sem informações, Annie suspirou e se sentou no chão ao lado do homem, seus olhos se fixaram na mordida em seu pulso e ela sabia que não tinha só ali, mas também no seu tornozelo. Respirou profundamente, rasgou a blusa fina que usava e usou os trapos para enfaixar e esconder as marcas. Não iria morrer com Fulgor, era óbvio, mas aquelas mordidas lhe dariam uma infecção horrível se não tratasse logo. Com dificuldade, ela se levantou sentindo dores por todo seu corpo e usou aquilo para ficar consciente. A ferida no ombro tinha uma marca de saída atrás, ou seja, a bala não ficou alojada e agora o ombro parecia doer como o inferno com todo o esforço que ela fez.

- Annie? - a voz masculina que tanto conhecia soou de repente, quebrando o silêncio e fazendo seu corpo travar, ela virou rapidamente e o viu ali parado com olhar em choque e preocupado.

- Gally? - ela sussurrou, mas logo percebeu que ele não estava sozinho - Annabelle?

- Na verdade é Isabella. - a garota murmurou tentando forçar um sorriso em meio a todo o caos da cena - Você tá horrível.

Annie suspirou e então sentiu as forças sumirem de seu corpo e a escuridão a engolir.

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