LXXXVI - Limpeza pt.1
⚠️ALERTA GATILHO⚠️
⚠️ALERTA GATILHO⚠️
⚠️ALERTA CAPÍTULO COM GATILHO⚠️
o
pa, inhai pesuar! Cês tão bão? Mil desculpas pelo atraso, esse capítulo foi particularmente difícil de fazer justamente por essa cena de gatilho. Bom, eu espero que vocês gostem do capítulo, o próximo provavelmente vai ser com o Félix e o Darlansksksk
Eu vou tentar acelerar as coisas e também diminuir o tamanho dos capítulos para que assim a história possa seguir de forma rápida, pq sinto q tô enrolando demais
Ah, e se eu ver comentário reclamando do Gally pq ele n tá c a personalidade dos livros/filme, eu vou surtar. Nmrl. Eu odeio isso!!!
Enfim, amo você galera bjbj ❤️❤️
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Antes
As pernas doíam após tanto correr, o peito e os pulmões ardiam com a ausência de oxigênio, mal conseguia respirar com o esforço que seu pequeno corpo fazia, mas mesmo com tudo aquilo ela permaneceu correndo. Dia após dia, noite após noite. A comida eram restos encontrados, a água de poças sujas e a cama era o chão quente, duro e áspero. Mas continuou incapaz de olhar para trás, sentia que se o fizesse lembraria de tudo, de sua avó amorosa que sempre lhe contava histórias e a ensinava tricotar, de sua mãe que sempre lhe dava beijos na testa e afagava sua cabeça, das três que preparavam as comidas com tanto amor e cuidado e, mesmo que a comida fosse escassa, as refeições eram um verdadeiro banquete quente e delicioso.
E se lembraria da avó morta na poltrona, o rosto desfigurado e o peito ensanguentado, lembraria do olhar assassino e louco de sua mãe, da faca pingando sangue em suas mãos e, principalmente, do momento exato que retomou um pouco da consciência e deu fim a sua própria vida apenas para não ferir a própria filha. Ela se lembraria de tudo. Absolutamente tudo.
Após dias correndo, ela chegou a uma antiga fábrica velha e destruída, não tinha nenhum infectado e deveria ser seguro para poder passar a noite. Lentamente, a garota de cabelos loiros se esgueirou pelos cantos, olhando com cuidado em busca de qualquer perigo. Ela viveu uma vida segura, com comida mesmo que pouca e um lugar quente e aconchegante para dormir, agora sozinha ao relento e abandonada à própria sorte ela não sabia o que fazer. Não sabia como sobreviver sozinha aos dez anos. Foi então que escutou sons de passos e viu uma sombra se aproximar, rapidamente se encolheu atrás de entulhos e fechou os olhos tentando não fazer barulho. Os sons de passos se aproximaram, ela fechou os olhos e prendeu a respiração, desejou ser invisível para que ninguém que fosse mal a encontrasse.
— Ei, garotinha? – era uma voz masculina que soou docemente fazendo-a abrir os olhos e encontrar um par de olhos castanhos calorosos. – Tudo bem com você? O que está fazendo aqui? Está sozinha? Eu sou James.
James foi gentil e atencioso no começo, fez uma fogueira e lhe deu comida quente, era diferente dos restos que ela comia e obviamente não tinha o gosto das refeições de sua avó, mas ainda assim grossas lágrimas escorreram por seu rosto sujo deixando um rastro por onde passasse. Sentia falta de comida. De comida de verdade!
Aos poucos ela foi confiando em James, ele era divertido e diversas vezes contava piadas para tentar fazê-la rir, mas a garota era jovem demais para entender os olhares e perceber que os toques carregavam uma mensagem a mais. Mais perturbadora. Mais doentia.
No mês seguinte ela estava tentando dormir quando ele a surpreendeu, tentou guiá-la com palavras doces e gentis, dizer que o que estavam prestes a fazer era algo divertido e seria bom para ela. Mas quando ele tocou suas coxas, ela sentiu medo e então tentou se afastar. Quando a garota demonstrou resistência foi quando James se transformou e a agarrou, jogando-a contra o chão enquanto puxava as vestes dela, a jovem gritou e tentou chorar, implorou que parasse, mas ele pouco se importou e começou a abaixar suas calças com a mão livre já que a outra usava para prender os finos braços dela acima da cabeça. Bombeou-se com a mão e então olho-a com fome doentia, um sorriso largo fez o corpo dela estremecer e o estômago revirar. Ele se preparou, mas antes que pudesse ir além, uma forma saiu das sombras e pulou em cima dele. Grunhidos, gritos e rosnados foram ouvidos juntos aos gritos do homem. A garota estava paralisada de medo, mal conseguia respirar, não conseguia reagir e por suas roupas e então sair correndo. Ela ficou ali. A mente num redemoinho de medo e confusão. Não entendia o que havia acabado de acontecer, mas sabia que era algo ruim. Muito ruim.
Com custo, tremendo e lentamente, ela virou o rosto para o que acontecia ao seu lado. Aquela forma animalesca em cima de Peter, ele se debatia enquanto a forma o atacava de forma brutal. Ela não conseguiu captar a imagem já que a visão estava embaçada com lágrimas.
Peter parou de gritar, gemer ou se mover, mas era possível ouvir o som do que quer que o tivesse atacado. A garota continuou paralisada no local, sua mente não conseguia focar no que deveria fazer, então por uma razão começou a contar.
1… 2… 3…
300 segundos. 300 segundos depois e os barulhos cessaram, apenas o ruído de respiração da criatura que se seguiu.
— Você devia se vestir.
A voz soou ao seu lado fazendo a garota sair de seu estado paralisado e virar o rosto para ela. Era uma criança. Uma garota. Talvez da sua idade ou um ou dois anos mais velha. Estava imunda, seu corpo era uma mistura de terra, sangue e suor. Os cabelos escuros estavam emaranhados e ensebados, mas não carregava consigo o olhar doentio dos infectados, não, era uma criança… uma criança normal.
— Qual seu nome?
A garota engoliu em seco, a garganta seca dolorosamente, e então respondeu com a voz rouca e fraca:
— Tanya.
Agora
Tanya suspirou profundamente quando abriu os olhos naquela manhã, fazia dois dias desde que Gally e Annie tinham ido embora e as coisas estavam… tensas. E agora, por alguma razão, ela se lembrou de quando conheceu Annie. Diferente de Jade que a conheceu no resgate, Tanya conheceu a jovem antes de ser capturada e enfrentar aqueles anos no inferno. Um suspiro pesado saiu de seus lábios quando forçou-se a sentar.
Esfregou as pálpebras e se levantou, as imagens de Jade e Annie brotavam em sua mente o tempo todo, a culpa por não poder fazer mais nada e por ter sido a responsável por matar Jade e Eleazar. Afinal, ela os tinha chamado mesmo com a ordem de Annie que não o fizesse, e agora tudo estava de ponta cabeça e ela não sabia o que fazer.
Mattie estava distante, seu olhar sem brilho como se tivesse morrido, e de alguma forma uma parte dele havia partido com Annie e a traição de Priscila. Em todos os anos que passou com Priscila, nunca viu nada suspeito ou ouviu algo suspeito. Ela era boa, agressiva e violenta, mas boa! O gosto de sua traição ainda persistia em Tanya.
A culpa e o remorso corroía día após dia seu interior, e foi na noite do quinto dia após a partida de Annie que ela finalmente decidiu agir. Faria algo a respeito.
— Seguinte! – jogou o mapa na mesa de Lawrence que a observava seriamente. – Enquanto Annie e Gally lidam com Andrey, eu decidi agir também!
— E o que planeja fazer? – perguntou o homem.
— Parte do antigo grupo dos cobras fugiu, mas muitos seguem aqui na base. Os homens estão instáveis, com medo e ninguém sabe o que vai acontecer. A queda dos líderes abalou todos e, se não arrumarmos toda a bagunça, então eles podem querer os cargos de comando. Isso pode separar nossos grupos, pode dividir nossos homens e irá virar uma bagunça. Mattie continua aqui, mas ele não está ativo como antes e os eventos com Annie e Priscila o abalaram o suficiente. Se as coisas começarem a desandar dessa forma, então é questão de tempo até eles tentarem contra a vida de Mattie. Triz ainda segue presa e se algum cobra tentar libertar ela, então… Temos que agir rápido!
Ela engoliu em seco, limpou a garganta e pegou uma caneta marcando alguns pontos do mapa.
— Aqui são pontos que imagino serem possíveis dos fugitivos terem ido. Fiz uma lista com cada nome dos integrantes que permaneceram e antes da Seleção a Annie havia pedido para Jade e eu ficarmos de olho neles e graças a isso tenho uma boa ideia dos relacionamentos da maioria.
— A morte de Jade abalou a Triz. – o homem murmurou – Essa manhã eu fui vê-la, posso dizer que ela está péssima, então… tente incluí-la nos seus planos… uma chance de redenção.
Tanya o encarou pronta para rebater, mas o olhar de Lawrence não deixou brecha para isso e então apenas suspirou e assentiu saindo dali.
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