LXXXV - Caminhos Diferentes
Nota: mil desculpas a demora AAAAAAA mas eu consegui ler tudin essa fic Dnv e AGR consegui lembrar oq cada um ia fazer, incluso estou com ideias novas. Mas estou com medo de adicionar algumas informações, pq eu criei recentemente e jogar do nada assim não seria legal, então vou tentar trabalhar um pouquinho. Masssss espero que goxxxtem quando descobrirem
Nota 2: esse cap tá pequeno, e NÃO ESTÁ REVISADO pq tô quase sem tempo aqui, tenho q me arrumar p ir trabalhar ;-; vida de CLT é foda
Nota 3: amo vocês, sério, obrigada por me esperarem e por estarem aqui CMG, SAO 85 CAPITULOS VEY AAAAAAAAAA
Enfim, sem mais delongas pq já demorei p k7 pra atualizar, boa leitura e espero q gostem, prometo reler e revisar quando tiver mais tempo ❤️❤️
(Nota extra: com essa revelação do labirinto das garotas ser um labirinto de GELO e ter DRAGÕES me fez ter vontade de criar uma fic, AAAAA)
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Antes
Os dois andaram por várias horas pelo deserto escaldante, a garota ao seu lado não era de falar muito e não parecia expressar o que sentia, se é que ela tinha algum sentimento. Gabriel estava sentado diante da fogueira que ela acendeu, praticamente engolia a comida já que não tinha vontade alguma de comer, mas precisava de forças. Enquanto isso, lançava olhares furtivos para ela, queria analisá-la, estudá-la e compreender o que ela queria e o porquê o salvou. Havia algo que desejasse? Gabriel não sabia. Naquele momento apenas estava limpando a sua faca do sangue pútrido dos infectados que matou, eram vários deles e mesmo diante da ameaça a garota não recuou ou esboçou medo.
No dia seguinte, eles encontraram um shopping e mesmo com os protestos do garoto acerca dos possíveis riscos e perigos, ela entrou. Não foi surpresa eles encontrarem vários infectados e menos ainda ela matá-los sem hesitar, o que surpreendeu Gabriel foi quando entraram em uma antiga loja de roupas, com manequins sujos e roupas cobertas de areia.
— Oh.
Ele se virou quando a ouviu e então viu Annie se abaixar atrás de uma prateleira, logo depois voltou com uma cartola empoeirada em mãos e cuidadosamente limpou com um pano.
— Aqui. – disse entregando para ele.
— Pra que isso? – perguntou receoso enquanto lentamente aceitava a cartola
Annie deu de ombros e logo enfiou as mãos no bolso.
— Sei lá. Mas parece que vai ficar bom em você.
Gabriel a encarou por alguns segundos e então para a cartola em suas mãos, os dedos deslizaram pelo material um pouco desgastado pelo tempo, mas ainda continuava bem bonito. Uma onda de emoção impregnou em seu peito e finalmente colocou em sua cabeça, Annie o observou e avaliou como havia ficado e apenas balançou a cabeça e deu um joinha com a mão direita.
— Bom.
Dias se seguiram após aquele momento, Gabriel se sentia mais próximo de Annie a cada dia e conseguia compreender mais e mais o jeito dela. Embora não demonstrasse o que estava sentindo com expressões, sempre mostrava com ações e isso se refletia em como demonstrava que se importava. Pequenos e grandes gestos, mas principalmente os pequenos gestos faziam Gabriel se sentir mais próximo dela. Como quando se colocava discretamente um pouco à frente dele quando estavam diante de qualquer ameaça, ou quando cuidava dele quando dormia e até mesmo cedia mais da metade de sua própria comida para ele.
Quando chegaram a uma casa, uma voz suave e masculina o chamou fazendo-o se virar. O homem ali parado os encarava com uma expressão estranha, não era raiva ou desconfiança que eram tão comuns nas pessoas, era uma emoção que fez as entranhas de Gabriel se contorcer, uma tristeza e um alívio misturados de forma que fazia sua cabeça girar e lágrimas salpicar em seus olhos.
O homem vestia uma camisa preta com decote em V que ia quase ao centro de sua barriga, o tecido era translúcido e brilhante mostrando a barriga lisa e um pouco musculosa, as mangas eram grandes e tanto nos ombros quanto nas mangas haviam vários fios de pelagem sintética, porém nos ombros tinham algumas penas falsas que pareciam de corvo. A calça era de couro preto e botas de cano alto.
Quando ele ia dizer seu nome, uma voz o despertou.
Agora
— GABRIEL! – era Andrey que abriu a porta de seu quarto com força – Levante logo, estamos indo embora.
— Para onde? – perguntou enquanto se sentava e esfregava as pálpebras para retirar a sujeira e o sono.
— Longe. – sua voz era raivosa como sempre, mas havia algo na forma que seus ombros estavam tensionados e o jeito que ele o olhava que fez Gabriel perceber que algo estava errado mesmo que o sono estivesse impregnado em seu corpo.
— O que aconteceu?
— As vadias nas montanhas foram exterminadas. Ela sabe de nossa localização. Vamos embora!
E sem esperar algum protesto ou pergunta de seu filho, Andrey saiu batendo a porta com força e o deixando naquele ambiente vazio e silencioso. Gabriel suspirou de forma exausta, tudo havia virado de cabeça para baixo e nada parecia certo. Minutos depois Priscila entrou em seu quarto, a expressão abalada e o rosto um pouco pálido com notáveis olheiras abaixo de seus olhos cansados. Ela não disse nada, apenas foi até uma cadeira no canto e a puxou até a janela onde se sentou e observou o deserto do lado de fora.
Por vários minutos os dois ficaram em silêncio, nenhum dizia nada, absolutamente nada, mas aquilo logo começou a deixar o rapaz desconfortável e ele se viu obrigado a perguntar:
— O que foi?
— Ele me fez tomar. – sussurrou, a voz não passando de um sopro fraco e arrastado. – O chá.
— Você tomou? – Priscila olhou para ele e assentiu, uma expressão distante, quase vazia – E você… tem certeza se funcionou?
— Não. – ela respirou fundo – Mas ele disse que se isso não funcionasse, ele ia me derrubar e chutar meu ventre até dar certo.
As palavras enviaram uma sensação nauseante em Gabriel que foram rapidamente substituídas por uma raiva fervorosa, rapidamente ele se colocou em pé com os punhos cerrados com força ao lado de seu corpo. Priscila riu sem ânimo da reação e se virou para a janela.
— Não era para ser assim. – murmurou para si mesma – Não era… para ser desse jeito. Íamos destruir os que nos fizeram mal, destruir Annie por ter matado a mamãe, mas… não era para ser assim. Andrey está diferente, sinto que ele está… enlouquecendo ou talvez até infectado. – Priscilla se levantou e virou para Gabriel, as mãos pressionando seu ventre e um olhar vulnerável que ele nunca viu antes – Eu estou com medo, irmão.
Sem dizer mais nada, Gabriel se aproximou dela e a envolveu com força em seus braços. Manipulada. Essa era a definição perfeita de Priscila, mas agora quando suas próprias emoções entravam em conflito com as emoções que acreditou que sentiria, então todo o mundo que ela criou em sua cabeça começou a ruir e ele sabia que logo estaria destinada a escolher qual caminho seguir de forma definitiva, mas temia que Annie não a perdoasse e a seguisse até o fim do mundo. Sentiu um forte aperto em seu peito quando recordou do sonho, ou melhor, das memórias e de como se sentia bem e seguro ao lado de Annie, mas agora era seu inimigo jurado e sabia que não estariam seguros em nenhum lugar naquele mundo abandonado por Deus.
Gally pulou da cama quando viu a carta, tinha passado o braço pela cama em busca do corpo da garota, mas apenas encontrou o seu lado frio e a carta com sua caligrafia. Sua reação foi instantânea, ele simplesmente pulou e se vestiu correndo até o quarto de Mattie. Não bateu nem o chamou, simplesmente invadiu o quarto com tanta força que a porta bateu com força na parede. O garoto encontrou o líder na cama, sentado sem camisa e com a carta em mãos, os olhos vermelhos de lágrimas não derramadas.
— Eu vou atrás dela! – Gally quase gritou ofegante.
Mattie fungou profundamente e então se levantou, sua imponência fazendo Gally erguer a postura e o queixo em reflexo a ele, o líder o encarou com a expressão endurecida que era o completo oposto da dor e vulnerabilidade em seu olhar, mas mesmo assim disse com firmeza:
— Certo. Permito que você vá, mas você terá duas semanas para voltar.
— Como assim? – Gally franziu o cenho
— Annie era imune e sem ela você é o único que temos, Lawrence precisa de sua enzima e temos estoque para três semanas. Você voltará em duas semanas e iremos coletar mais, então você poderá ir. Eu tenho alguns lugares em mente que você pode ir, te darei comida e água para durar esses dias assim como armas.
Gally assentiu e rapidamente se virou, mas foi impedido por Mattie que segurou seu ombro:
— Mas, Gally, vá sozinho. E… traga aquela peste de volta nem que seja pelos cabelos.
— Eu trarei.
Gally disse firmemente e então saiu correndo de volta para seu quarto. O que eles não perceberam é que uma pequena forma curiosa os ouvia escondida, então viu quando Gally saiu correndo para o quarto. Uma hora depois ele estava pronto, vestido adequadamente e com uma grande mochila na mesa a frente com seus pertences, um pequeno anel em seus dedos o fez se lembrar da noite em que ajudavam Eleazar a escolher o anel para Jade e encontrou aquele anel após descobrir que a cor favorita de Annie era azul. Ele não sabia exatamente o que fazer, não sabia se pedia em namoro ou casamento, só sabia que queria oficializar aquele relacionamento, mostrar para todos que ele era dela e sempre seria. Mas nunca conseguiu encontrar um momento adequado e ali naquele momento não sabia se conseguiria ter. Nem sabia se ela estava viva naquele momento. O mero pensamento de perdê-la enviou uma dor como se mil agulhas perfurassem seu peito, engolindo o choro que ameaçou em seus olhos, ele colocou o pequeno objeto em um bolso seguro dentro da jaqueta e saiu do quarto.
Naquela tarde, Annie estava deitada no chão ao lado de uma mancha escura empoeirada, seu olho estava fixo no teto e seu tapa olho em cima de sua barriga. Era a sala onde perdeu duas das pessoas mais preciosas de sua vida e onde descobriu a traição da pessoa que mais confiava, a mancha estava do jeito que se lembrava, mas ainda assim não conseguia se recordar com clareza como era seu rosto.
— Eu queria te dizer que Kayra está viva. – sussurrou baixinho – Queria que você a conhecesse, você iria ama-la, é claro que você amaria. Não só pelo seu jeito carinhoso de sempre se preocupar com todos, mas porque Kayra era doce, gentil e uma ótima pessoa… vocês se dariam muito bem juntas. Mas ela está no CRUEL e ela é filha de Janson, bom, eu também, mas não me importo com isso. Lawrence é meu pai, não importa o que digam, e você sempre será minha mãe. – ela respirou fundo tentando se manter calma – Eu também descobri que não matei a mãe de Priscila, não… não fui eu, então tudo isso é fruto de uma mentira que Andrey contou várias vezes, mas já não importa mais, não é? Cruzamos a linha e não há como parar. Não mais. Eu me lembro que você disse que vingança não levaria a nada e me fez prometer que não iria atrás dele, mas agora tudo está tão diferente e não tenho outra opção. Não há caminho pacífico que eu possa trilhar, todos me levarão a um fim sangrento e cruel e se eu não sobreviver até o fim então está tudo bem desde que eu leve Andrey e seus filhos e acabe com esse ciclo de vingança e morte.
Ela respirou fundo, então olhou para a mancha:
— Eu queria que estivesse aqui, mãe… porque eu tô perdida e não sei o que fazer. Eu queria manter todos vivos e seguros, mas não sei mais como fazer isso. E eu… – sua voz quebrou e ela fungou começando a chorar – Estou esquecendo de vocês. De como eram seus olhos ou como eram as cicatrizes de Eleazar, eu não quero isso. Eu não quero perder vocês mais do que já perdi. Isso me deixa tão cansada que eu não aguento mais… eu só queria… eu só queria que tudo acabasse. – ela levou a mão até o peito e agarrou o tecido de sua camisa com força enquanto as lágrimas escorriam sem força alguma – Isso tá doendo tanto. Eu amo você, mãe. E espero que esteja bem e segura onde quer que esteja, que você e Eleazar estejam juntos e felizes. Vocês merecem isso.
E com relutância ela se levantou, deixando para trás aquele lugar e finalmente dando início a sua caçada
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