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LXXXII - Pontas Soltas

Gente?! Dez dias sem postar eu tô???? ???? GENTE????? Tipo, eu pensei "vou ficar uns dias sem postar, vou focar um pouco na minha leitura "
Pisquei, foi uns 3 livros e 10 dias??? Eu tava jurando q ia dar uma semana e eu não tinha postado nada, daí eu entrei no Wattpad pra ver né quanto tempo eu tava e a menina no meu mural falando q eu tava dez dias sem postar nada E REALMENTE FORAM DEZ DIAS
Eu pisco e vai uma semana, dez dias, um mês!!!! MDS mano eu tô preocupada, sério
E tipo, vou por a culpa nos livros, pq eu tô consumindo esse box de Perdida. Eu tô no livro 5 já MDS TERMINEJ Ó 4 ONTEM E JÁ COMECEI O 5 E TÔ....

Mas me desculpa gente, sério, eu não tenho justificativa para a demora, é só q... Realmente eu pisquei e passou 10 dias to até assustada d vdd

Mas vamos lá, esse capítulo ia ser pior... Eu tenho quase tudo desse arco planejado, mas quando eu escrevo eu sempre amenizou tudo e tiro partes q seriam mais pesadas pq, sla, vai q gera gatilho.
A minha primeira ideia dessa matança toda, pq, sim, essa parte do arco já estava definida quando eu estava no primeiro pro segundo arco ia ser beeem pior. Mas eu tô felizinha q mudei umas coisinhas e não foi taaaao ruim. Só demorei pra k7 pra postar e é isso dkskdskks

Gente eu amo vcs d vdd
Me perdoem pela demora e pelos erros pq eu revisei esse cap igual minha cara hehe

Mas, como um pequeno agrado, em caps futuros nesse mesmo arco, o Gally e a Annie vão ter momentos muito fofos e eu tô amando desenvolver os dois. Da raiva pq é tudo na minha mente, se eu tivesse o notebook já ia estar concluída essa fic afe

SEM MAIS DELONGAAAAS, bom capítulo amores

Amo vocês ❤️ ✨

______

       Era o segundo dia que Joel e Annie estavam naquele carro, dessa vez o homem que dirigia enquanto ela apenas fazia algumas anotações em seu caderno. O silêncio era quebrado somente pelo som do motor, nada além, e isso seguiu desde que saíram da base. No entanto, Joel parecia incomodado e olhava de canto para a garota que se mantinha focada enquanto escrevia naquele pequeno caderno, algo fazia seu peito apertar e ele sabia exatamente o que era. Embora a verdade de todo o passado não fosse mudar absolutamente nada, ainda assim ele desejava partilhar aquilo. Queria que Annie soubesse que ela não tinha culpa de nada e tudo aquilo era culpa dele. Mas nunca havia um momento certo para revelar. 

       Foi no entardecer do terceiro dia que chegaram ao destino, o céu estava começando a escurecer, mas do alto da montanha que passaram a manhã toda escalando – o que resultou em suas mãos queimadas e dedos esfolados – podiam ver as tochas penduradas pelas paredes daquele ponto da montanha. Em um determinado ponto ao leste nas montanhas, subindo por vários minutos um caminho íngreme e traiçoeiro debaixo de um sol fervente, havia uma grande depressão que levava a três entradas de cavernas escondidas pelas grandes paredes de pedra. Ali, as “doidas” do deserto, como Annie costumava chamar, viviam tranquilamente. Era a base, o ponto onde todas se encontravam e viviam. As três cavernas eram seguras, traçando um labirinto onde se conectam nas três entradas e iam até outras saídas em pontos estratégicos e pouco conhecidos pelos outros. Nem mesmo Andrey sabia onde ficavam esses pontos.

 — Vai mesmo até lá? – Joel perguntou olhando para as entradas com um binóculos.

 — Vou. – Annie o respondeu enquanto puxava as luvas gastas da mão, mesmo com aquilo os dedos ainda estavam feridos – Você fica e atira em quem tentar sair.

 — E se saírem crianças?

 — Então atire nas crianças.

      Joel a encarou por longos segundos.

 — Escutou o que você acabou de falar?

 — Sim. 

 — E então?

 — Atire nas crianças.

 — Annie, o que há de errado com você?

 — Não há nada de errado comigo. Elas ajudaram Andrey, ele matou Jade, Eleazar e Paulo e os filhos dele me manipularam e me fizeram acreditar que eram boas pessoas. Além disso, Andrey não vai parar até que todos que eu me importo estejam mortos. – ela finalmente o encarou com o rosto inexpressivo, mas uma fúria fria carregada em seu olhar castanho – De fato, não há nada de errado comigo. E se elas não falarem nada, não me darem nenhuma maldita informação, então, Joel, você vai atirar em quem conseguir sair mesmo que seja a porra de uma criança. Tá me entendendo? Eu já fui fraca uma vez por acreditar em Andrey e deixar ele entrar na minha base, de acreditar que íamos conseguir seguir nossas vidas em paz, mas agora eu não vou mais e vou levar para o túmulo até o último desgraçado que ousar se levantar contra mim. Eu não vou deixar mais pontas soltas. 

      Ela olhou uma última vez para as três passagens, o sol ainda brilhava próximo a linha do horizonte e então pegou sua mochila e se pôs em pé andando em direção a caverna. Ela deslizou pelo chão levando terra e várias pedras consigo, mas não se importou e sem olhar para trás marchou e entrou na primeira caverna. Joel a observou ser engolida pela escuridão, o V fixo em suas sobrancelhas enquanto sua mente repetia tudo o que ela havia dito, principalmente a raiva e determinação com que dizia cada palavra. 

 “Eu não vou deixar pontas soltas.”

       O estômago de Joel se revirou com aquilo e ele quis vomitar.

* * *

      Annie andou mesmo com a visão escurecida por não ter se acostumado com aquela escuridão toda, a mão deslizava pela parede irregular enquanto ia andando às cegas. Levou pouco mais de um minuto para que sua visão se acostumar à penumbra, os dedos deslizando pela parede enquanto a escuridão seca e abafada a engolia por inteiro. Uma camada fina e pegajosa de suor cobria seu corpo, as gotículas escorriam em seu rosto sujo de terra, mas ela pouco se importou. Apenas continuou andando sendo guiada pelo toque na parede, virando quase sempre a direita, mas vez ou outra para a esquerda.

       Foi então que, após cinco minutos andando sem parar, finalmente encontrou a primeira tocha iluminando seu caminho. O suor estava mais intenso agora, a garganta e boca seca enquanto ofegava baixinho, o ar ali era realmente abafado e não conseguia entender como elas viviam naquele local. Antes de seguir o caminho, ela parou afastada da primeira tocha e rapidamente retirou da bolsa uma garrafa com água no final e tomou tudo em dois grandes goles. Com a garganta levemente umedecida, finalmente pode se levantar e seguir seu caminho.

       Annie seguiu sem direção correta, virava aqui e ali pelos caminhos. Conheceu aquelas mulheres há muitos anos quando vagava pelo deserto, uma velha grisalha com pouco cabelo e dentes a levou até ali. Conversaram por longas horas, mas quando adentrou os corredores estava sendo escoltada por várias mulheres que pareciam “guardas” com suas lanças de madeira e seus facões enferrujados. Poderia derrubar uma boa parte naquela época, bom, todas elas, mas Merlinda, a líder que havia conhecido, era razoável e não a tratou com grosseria e ameaças como era costumeiro nos líderes. Por alguma razão o peito de Annie se apertou ao lembrar da velha, era estranha, mas razoável e se o grupo estava aliado a Andrey significava que ela estava morta. 

       Merlinda ficou mais feliz com Annie quando a mesma libertou as mulheres que estavam com Jade, pois muitas delas se uniram às cavernas e passaram a viver ali. Nunca entendeu direito o modo em que viviam, mas também nunca se importou o suficiente para perguntar. Funcionava e isso era o que importava.

       Andou por mais vários minutos sem avistar uma única alma, mas continuou segundo até parar diante de uma porta enferrujada. Deviam ter tirado de algum dos prédios nas cidades próximas e colocado ali, não se deu o trabalho de pensar muito naquilo e apenas a empurrou gerando um ruído que ecoou por todo o corredor. Enfiou o corpo na pequena abertura e notou como estava escuro, precisou retornar e pegar uma das tochas para entrar 

       Aquela espécie de sala era mais um armazém, com tanta comida enlatada que quase ocultava as paredes de pedra, além das várias garrafas de água limpa. Annie franziu o cenho, apanhou uma lata e viu as iniciais “C.R.U.E.L” marcadas e logo entendeu.

 — Andrey as comprou. – sussurrou.

 — O que está fazendo aqui? – uma voz soou na entrada. Uma mulher alta, provavelmente 23 anos, sua pele era bronzeada, queimada pelo sol e cabelos castanhos ondulados escorriam pelos ombros desnudos. Os olhos verdes brilharam com a luz amarelada da tocha como duas pedras preciosas. Era extremamente linda, mesmo com aquela expressão furiosa que facilmente faria o coração de Annie pular – se este já não tivesse dono –, ao invés de fazê-la sentir medo. — Quem é você? – exigiu com a voz irritada.

 — Annie. – respondeu sem esboçar emoção, nem mesmo se mover.

 — Vo… você. – ela deu um passo para trás, o rosto adquirindo uma expressão temerosa, quase beirando ao pavor – O que está fazendo aqui? 

 — Onde está Merlinda? 

 — Merlinda? Ela morreu há dois anos. 

 — Como suspeitei. – um suspiro pesaroso saiu de seus lábios e uma rápida expressão de pesar surgiu no rosto de Annie – Qual seu nome?

 — Aurora. – sua voz estremeceu.

 — Sabe, Aurora, há muitos anos eu conheci o seu grupo e tive uma boa amizade com Merlinda. Mas os anos se passaram e infelizmente muitas pessoas boas morreram. Mas me diga uma coisa, quantas pessoas têm no seu grupo atualmente?

 — O que? – ela franziu o cenho – Cerca de… umas trinta, quase quarenta, por quê?

 — Nada não. – ela sorriu de lado – Okay, Aurora, me leve a sua nova líder. Agora.

    Ser guiada lhe trouxe recordações que tinha esquecido há muito tempo, como a risada escandalosa de Merlinda que ecoavam por todos os corredores, ou como ela mudou da água para o vinho quando finalmente começou a confiar em Annie e dizer de forma animada sobre as coisas, uma animação que beirava a esperança.

 “O mundo vai continuar, garota!” Ela disse após dar um forte tapa amistoso no ombro de Annie quando esta perguntou se conseguiriam salvar o mundo “Ele sempre dá um jeito de voltar ao normal. É a gente que vai morrer mesmo. Mas eu acredito que os humanos vão dar a volta por cima, sim, e não digo do cruel nem nada do tipo. Só ver os imunes como exemplo. É a vida dando a volta por cima.”

      A dor do luto ainda doía o peito de Annie e ao descobrir que aquela velha esquisita havia morrido, bom, a dor aumentou um pouquinho. Embora não se falassem sempre, Annie não podia negar que gostava um pouquinho dela e sua morte era, de fato, triste. Aurora ficou o caminho todo dois passos a frente, seguindo rapidamente pelos corredores que sabia de cor, e não houve surpresa para Annie quando várias outras mulheres começaram a aparecer nos corredores. Elas deviam morar bem no meio das cavernas, ou apenas estivessem andando em círculos para dar essa sensação, afinal os corredores eram completamente iguais e as tochas não iluminavam bem.

      Ou talvez fosse Annie que estivesse presa em seus próprios pensamentos para notar coisas importantes. 

 — Aqui! – Aurora chegou a uma abertura semelhante a do armazém, mas não havia porta como a outra e sim panos gastos para encobrir a entrada. – Ela está aí.

      Annie enfiou as mãos nos bolsos e entrou sem olhar para Aurora. Ali diante de uma mesa de madeira que brilhava com as tochas, sentada em sofás aparentemente macios e nada gastos, estavam três mulheres grandes e nem um pouco amistosas. Quando notaram sua presença, as três levantaram ao mesmo tempo e por pouco achou que suas cabeças iriam colidir com o alto daquele buraco. Deviam ter entre um metro e oitenta a dois metros. Ombros largos, expressões raivosas e um porte mais… militar. Annie franziu o cenho.

 — Por favor, não precisam se levantar para mim. – ela disse em tom debochado, embora não tenha conseguido sorrir. A mente trabalhava em outra coisa.

 — Quem é você? – perguntou uma mulher loira que cruzou os braços fazendo seus bíceps quase rasgar o tecido de sua camisa. 

 — Não finja que não esperavam minha visitinha. – ela tirou as mãos dos bolsos e as uniu nas costas, observando o local ao redor. Bem mobiliado, embora os móveis não fossem do mesmo nível que os do Cruel, mas ainda assim eram bons. Estantes repletas de livros, mesa com uma garrafa boa demais para o nível daquelas mulheres e, talvez pela cor, acreditou que fosse uísque. Os sofás pareciam macios e nem um pouco gastos ou velhos o bastante. – Afinal, vocês foram responsáveis por ajudar um certo alguém a matar três pessoas do meu esquadrão. – ela andou até a mesa, puxou um copo limpo e preencheu com o líquido. A bebida era forte, desceu queimando tudo o que encontrou dentro dela, mas era boa.

 — Raposa? – a mulher do canto, uma de cabelos raspados, perguntou com o cenho franzido.

 — Não vou usar mais esse nome. O bom e velho “Annie” é melhor. Bem melhor.

 — O que está fazendo aqui? – a terceira finalmente perguntou, era a maior das três, o cabelo curto e liso brilhava sob a luz das tochas. O brilho fez Annie ficar mais desconfiada ainda, não era uma visão comum e que se encaixava naquele grupo.

 — Bom, sob a liderança de Merlinda, a antiga líder, meu grupo e o dela dispunha de um… trato, por assim dizer. Um trato amistoso. Eu não mexia com elas e elas não mexiam comigo. – ela encheu o copo de novo e bebeu tudo de uma vez – Mas a nova liderança esqueceu disso e decidiu se unir a certo alguém que me causou muitos problemas. Eu quero manter a política da boa vizinhança e fazer um acordo. Acredito fielmente que vocês tenham sido subornadas por Andrey e por Janson, e mesmo que não seja a verdade, se me contarem o que quero saber vou sair daqui e vou manter o trato de não mexerem com vocês. Mesmo após a merda que vocês me causaram. – ela colocou o copo na mesa com força e forçou um sorriso tentando parecer amistoso – Quem vai começar a falar?

 — Não vamos contar merda nenhuma para você, desgraçada.

 — Deixa eu ver se minha linha de raciocínio não está errada, então, por favor, me corrijam se estiver: Merlinda morre e vocês assumem a liderança, as coisas saem do controle e vocês não conseguem manter o local e logo a comida e água acabam, afinal, embora esse lugar seja muito seguro deve ser um saco conseguir recursos. Andrey aparece e faz um trato, ele se une a Janson e conseguem comida e água a troco de favores e vocês aceitam já que ninguém aqui quer morrer de fome ou sede. E eles pedem a minha cabeça, mesmo com o trato, vocês se vêem obrigadas a aceitar a ordem ou então a comida irá parar de vir. Estou errada?

      Ninguém respondeu.

 — Certo. Estou muito disposta a sair daqui e fazer o que tenho que fazer, claro, sem mencionar vocês e sem incomodá-las. Para isso, eu só preciso que me informem certas coisas… por exemplo, onde está Andrey?

 — Já falei que não vou contar nada para você. – ela cruzou os braços. – Na verdade, é bom que tenha aparecido aqui, podemos entregar seu cadáver para aquele babaca.

 — Ou ele pode simplesmente chegar e encontrar dezenas de cadáveres apodrecendo nesse buraco. – ela deu de ombros – Então vamos para o segundo método. – Annie aprumou seus ombros, endireitando sua postura e ficando mais ereta. – Me digam onde está Andrey, ou então irei matar todos desse grupo. Um por um. 

      Um sorriso debochado surgiu no rosto da mulher grande e ela olhou para as outras duas, como se não passasse de uma grande piada aquela ameaça, mas então se voltou para Annie enquanto começava a estalar os dedos e a mover os ombros em um aquecimento.

 — Bom, eu gos…

       Antes que a mulher pudesse terminar, Annie puxou a pistola de sua cintura e disparou contra as outras duas. O sangue escorreu pelo ferimento da bochecha de uma e na garganta de outra, essa que caiu no chão se debatendo e o som de seus engasgos preencheram a sala. Annie não perdeu um segundo de tempo e atirou propositalmente no joelho da líder, ela caiu no chão aos berros, mas mesmo assim tentou puxar a arma de sua cintura.

       Annie andou até a mesma e chutou sua mão fazendo a arma voar para longe, chutou a mulher outras vezes e então pisou com força no joelho ferido a fazendo urrar de dor. Manteve seu peso em cima do ferimento enquanto falava com o maxilar trincado:

 — O problema das pessoas grandes é que elas são lentas. Agora me diz onde está Andrey. Onde ele está?

     A mulher tossiu cuspindo o sangue que jorrava do corte em seu lábio devido a um dos chutes, sugou uma grande quantia de ar e então rosnou:

 — Vá para o inferno, sua puta. – outro chute – Eu não vou falar nada! – outro chute.

 — Eu tenho uma equipe do lado de fora não muito longe daqui. – comentou – Há uma médica entre eles e suprimentos para tratar seu joelho. Se me contar, então eu levo você até eles e eles salvam sua vida. É só me falar.

 — Eu nunca vou falar na… – a explosão da pistola ecoou pelo lugar sendo seguido por seus gritos já que seu outro joelho foi atingido.

 — Vai mesmo morrer por causa daquele cara? É só falar onde ele está e você será salva! Ou eu posso te torturar e muito. E acredite, grandona, eu vou gostar. Então me fala, onde está aquele maldito?

     Ela apontou para a estante, arfando e gemendo, o rosto repleto de terror:

 — No mapa diz. – tossiu – É um posto de segurança, ele tem muitos… – tossiu novamente – Muitos homens do CRUEL guardando o local e é lá que faz ligações para Janson. Ele ficou lá na última semana… e é lá... que manteve os filhos e… – tossiu de novo – vários prisioneiros.

      Annie se afastou e foi até a estante, puxou as gavetas e abriu vários papéis. Até que encontrou um mapa com um ponto marcado, mostrou para a mulher que confirmou o papel, então andou lentamente para o lado dela observando o local e o memorizando.

 — Calma… só… calma. – ela pediu com dificuldade – Agora você pode… me ajudar, não é?

      O V que havia se formado em sua testa se intensificou com seu pedido, após alguns segundos voltou a atenção para a mulher caída e assentiu.

 — Sem pontas soltas.

      A mulher tentou gritar quando viu o cano da arma em sua direção, mas o som da explosão abafou tudo. Após aquilo, Annie enfiou o mapa na bolsa, bebeu um último gole da bebida forte e saiu vendo grupos de mulheres correndo em sua direção. O primeiro era um trio, as mulheres estavam bem diferentes de quando as conheceu, principalmente no vestuário, mas Annie pouco se importou e seguiu com sua faca firme em seus dedos. Desviou do primeiro golpe com facilidade, conseguiu segurar o pulso da mulher e torcer seu braço para trás antes de deslizar a lâmina por seu pescoço. Jogou-a contra a outra mulher e logo avançou contra a terceira. Enquanto lutava contra todas, sua mente apenas estava focada em contar.

     Quatro… Cinco, seis… sete… oito… nove…

     Quinze… dezesseis… dezessete… dezoito…

      Uma garota que devia ter por volta de catorze ou quinze anos avançou contra ela, gritando com mais medo que raiva, mas, cegada pelo ódio, Annie apenas continuou. Já não via as mulheres e meninas à sua frente, não enxergava nada, seu corpo apenas se movia instintivamente onde se desviava de golpes e desferia os próprios finalizando as vidas de todas ali. E sua contagem continuou até restar uma única mulher que caiu com um ferimento na barriga. As lágrimas encharcaram sua face enquanto tentava se arrastar para longe dela.

      Annie andou a passos rápidos até a mulher, agarrou os fios de sua nuca e a forçou a se levantar, ela gritou, mas se levantou.

 — Me mostre a saída desse buraco e talvez eu deixe você viver. – sussurrou, a voz rouca e ofegante.

     A mulher assentiu, ainda presa aos dedos firmes de Annie, ela andou e guiou o caminho por vários minutos até encontrarem a saída. Annie a jogou contra o chão ferindo sua pele exposta contra as pedras pontiagudas.

 — Vocês não deviam ter se unido àquele cretino. – Annie puxou a pistola da cintura, a mulher se desesperou e implorou por sua vida – Desculpa aí, Aurora. – e então disparou.

     Não havia nenhum corpo do lado de fora, o céu já estava escuro, mas não o suficiente já que conseguiu ver a sombra de Joel em pé olhando para ela. O sangue encobria seu corpo, mas ela não se importou e voltou em silêncio para o carro junto do homem.

 — Mattie, na escuta? – chamou pelo walkie talkie – Mattie?

 “ANNIE? ONDE VOCÊ TÁ?” Ele praticamente berrou do outro lado da linha.

 — Escuta, manda um grupo grande para as coordenadas que vou te falar. Tipo, uns quinze por aí, com muitos carros e bastante espaço.

      E então ela falou as coordenadas e o silêncio de Mattie seguiu por dois minutos completos.

 “É onde ficam as doidas do deserto. A base delas. Annie… o que você fez?”

 — Matei elas. Estou voltando para casa, em dois dias eu volto, okay? Mas elas têm muita comida aqui, comida e água do CRUEL e vai ser ruim manter essas coisas aqui apodrecendo. Okay? Manda seu pessoal pra cá. Eu tenho que ir.

      E antes que pudesse dizer algo, desligou o aparelho e entrou no carro onde Joel já a esperava. Ele ligou o motor e deu partida sem dizer nada, mas o caminho todo a olhou de canto com uma expressão perturbada e preocupada no rosto.

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