Capítulo 6
Depois de corrermos de volta à praça, paramos para descansar.
- Respira de vagar Hanna.- Digo para a mesma que estava ofegante, pondo a mão em suas costas.
- E agora?! O que vamos fazer?!.- Cristina pergunta.
- Não sei, tá legal?!.- Respondo.
- Não podemos fazer nada.- Emanuel diz.- E se nos acharem, irão vir atrás de nós.
- Verdade.- Hanna diz enquanto respirava fundo.
- Temos que esquecer o que houve hoje.- Digo.
- Há claro! E esquecer a cena de todas aquelas crianças sendo mortas!.- Cristina responde irônica.
- Não complica mais as coisas Cristina!.- Digo.
- Lucas tem razão... Se não esquecermos iremos comentar com alguém sobre isto e logo saberam que estávamos lá e fariam uma bela queima de arquivo. É isso que você quer Cristina ?.- Emanuel explica e em seguida pergunta para Cristina.
Ela o olha pra cima, bufa e vira de costas.
- Não.- A mesma responde.
Nos viramos um para cada lado e Emanuel começa a andar.
Logo depois é Cristina e Hanna, que começaram a andar em direção a suas casas.
Enfim chega a minha vez, começo a andar em direção a minha casa, bloqueando todo tipo de pensamento sobre hoje. Aquele era o início de um pacto de silêncio.
Ao chegar em casa, me jogo no chão e abro os braços.
- Oque aconteceu?!.- Grito soltando toda a minha tristeza para fora.
Deixo uma lagrima cair e fecho os olhos, me lembrando da ultima cena que vi naquele parque.
Subo as escadas e me sento na cama.
Ponho a mão sobre a cabeça e continuo chorando.
Vou até o banheiro encharcado de lagrimas em meu rosto, jogo água no mesmo e me olho no reflexo. Aquelas lembranças estavam me corroendo por dentro, não conseguia parar de me lembrar. Viro o meu rosto para o box, tomo banho, me deito e sem demorar muito, caio em um sono profundo.
Acordo de manhã para logo me arrumar e ir direto para a lanchonete, onde eu trabalho.
Chego na mesma e percebo que só eu havia chego por enquanto.
Abro a mesma e entro.
Pego uma xícara e começo a preparar o meu café.
Logo, Carla, a minha gerente, chega.
- Bom dia!.- Ela diz com um sorriso em seu rosto.
- Bom dia!.- Respondo a mesma enquanto virava de costas.
Ela guarda as sacolas que estavam com ela no armário e volta para o balcão, onde eu estava.
- Como foi ontem?.- Ela pergunta.
- Han... Ontem...- Paro por um momento e bloqueio todas as memorias do que houve ontem.- Não sei, não me lembro.
- Há, se não lembra, não aconteceu né? É a regra.- Ela diz e logo sorri.
Percebo que havia de aceitar o que ela diz.
- Há, claro né.- Digo e forço um riso.
Ponho um pouco de café em uma xicara e pergunto a ela;
- Aceita?.
- Há, aceito sim.- Ela responde e pega uma xícara para colocar.
Me viro, pego meu uniforme e o coloco.
Olho para a xícara de café, que estaria implorando para que eu a bebesse e então obedeço.
Depois de um tempo arrumando tudo, já era mais ou menos nove horas da manhã, virei a placa que indicava que a lanchonete estava fechada e agora aberta. Logo, sem demorar tanto, um homem de sobretudo preto, entra na lanchonete e senta em uma cadeira próxima à uma mesa.
Vou até o mesmo com um caderninho e uma caneta e pergunto;
- Oque deseja?.
Ele olha para mim e diz;
- Um café sem açúcar por favor.
Logo percebo que já havia visto o mesmo no parque.
Me afasto antes que o mesmo também se lembrasse de mim.
- Carla, tenho que sair agora. Depois eu te explico.- Digo, tiro o uniforme e saio dalí.
O homem que estava dentro da lanchonete logo lembra de mim, mas naquele momento, eu já havia ido embora.
Chego na casa de Emanuel e bato na porta do mesmo.
- Ja vou!.- Emanuel diz e vem me atender.- Oque houve?.
- Eles me encontraram! Temos que fugir!.- Digo e o mesmo sobe para pegar sua mochila.
- Vai mais rápido! Eles não estão esperando você acabar!.- Grito com o mesmo que estava um andar acima de mim.
- Liga para Cristina e Hanna!.- Ele diz.
Pego meu celular e envio uma mensagem para Cristina;
-* Eles nos encontraram! Já estou indo com Emanuel para buscar vocês.- Envio.
- Pronto.- Emanuel diz descendo as escadas.
- Seu pai ainda tem aquela moto?.- Pergunto.
- Tem sim.- Ele responde e faz uma expressão de duvida.
- Vamos precisar dela.- Digo.
Pegamos a moto e vamos para a casa de Cristina.
Hanna já estava lá com sua moto.
As mesmas, sobem em cima e não pensamos duas vezes para acelerar e correr para longe dalí.
No meio do caminho para um lugar desconhecido, dois carros pretos aparecem atrás de nós.
- Merda!.- Digo.
Aceleramos mais.
Logo a frente, havia alguns becos. Entramos em um deles para tentar despistar.
Os dois carros conseguem passar pelo beco.
- E agora?.- Hanna pergunta.
- Continua em frente!.- Respondo.
- Ta legal!.- Ela responde.
Continuamos correndo.
- Entra alí!.- Digo para Emanuel e Hanna, entrarem no beco estreito ao lado.
- Tá!.- Emanuel responde concordando.
O mesmo, dá uma rasteira com o pé no chão, vira e entra no beco.
Hanna faz o mesmo e entra logo depois.
Os carros atrás, desta vez não conseguem passar.
Paramos no meio do beco, para descansar.
- Precisamos descansar.- Hanna diz.
- Para onde vamos?.-Emanuel pergunta.
- Sei de um bar.- Cristina responde.
- Vamos.- Digo.
Vamos até o tal bar.
Ao chegar, Hanna põe sua jaqueta pendurada.
- Aonde vamos dormir?.- Hanna pergunta.
- Não sei de nenhum lugar...- Cristina diz.
- Podemos ir à um hotel próximo, sei onde tem um. Não é lá o melhor, mas, dá p'ro gasto.- Emanuel diz.
- Precisamos saber quanto temos de dinheiro.- Digo.
- Eu só tenho isso.- Hanna diz e tira uma quantia do bolso.
- Não tenho muita coisa.- Cristina diz e põe o dinheiro na mesa.
- Só tenho isso e uma bala.- Emanuel diz e põe na mesa.- Espera.- Ele diz, abre a bala e come.- Não tenho mais a bala.
- Recebi a pouco tempo, dá p'ra ajudar.- Digo.
Pego o dinheiro e guardo em meu bolso.
Hanna vai até o balcão e pede uma bebida.
Um homem barbudo que estava nos fundos, começa a rir.
Ao perceber que ele estava rindo de Hanna, vou até ele e pergunto;
- Qual é a graça?.- Ponho a mão sobre a mesa.
- Sua amiga querendo beber. Ela não sabe que beber é para os homens?.- O mesmo responde e ri.
- Quer apostar que ela bebe mais do que você?.- Pergunto.
- Agora eu quero.- Ele diz e faz uma expressão má.
- Todo o seu dinheiro, Contra, todo o nosso dinheiro.- Digo.
- Fechado.- Ele responde.
Antes que nem percebessemos, Hanna já estava virando a segunda garrafa, e enquanto ele, nem a metade de uma.
Comemoramos, pegamos o dinheiro, a jaqueta de Hanna e vamos embora.
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