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Capítulo 5

  Pássaros, árvores e crianças brincando. Estou em uma praça.
Esperando Cristina, Emanuel e Hanna. Acho que por algum motivo, (importante) eles estão atrasados.
Pego meu celular que estava logo a mesa e envio uma mensagem para Cristina;

-* Onde vocês estão?.

Ela sem demorar muito, logo responde;

-* Ja estamos chegando.

Jogo meu celular acima da mesa, levanto a cabeça e os olhos.
Bufo e o pego de volta.

-* Corre!.

Ponho ele na mesa e volto a observar a praça.
Bem de longe ouço alguém gritar meu nome;

- Lucas! Lucas!.

Viro meu rosto em direção aos gritos e vejo que é Cristina.

Abaixo a cabeça e escondo meu rosto com as mãos.

- Senta sem gritar, por favor...- Digo a ela enquanto a mesma se aproximava.

Ela ri e senta junto de Emanuel.

- Acho que o celular da Hanna descarregou, ela não deu noticias ainda...- Emanuel diz.

- Também acho.- Cristina responde.

- Vamos indo de vagar, de repente ela vem atrás...- Digo.

Nos levantamos e fomos em direção ao parque.

- Lucas, o que está havendo com você estes últimos dias?.- Emanuel pergunta.

Viro o rosto para o lado contrário de onde Emanuel estava.
Quando um garoto passa ao meu lado, o observo, suas características... Seus olhos... Sua boca.
Me alerto e volto a pensar na resposta para Emanuel.
Ponho a mão na nuca, levanto meus olhos e volto a olhar para frente.

- Nada de mais não. Apenas mundando mesmo.- Respondo voltando ao normal.

- Hum.- Cristina diz.

- Sabe... Pode se abrir com a gente...- Emanuel diz.

- Quando eu tiver algo para dizer, eu digo. Okay?.- Eu pergunto.

Eles se olham e concordam dando de ombros.

- Hanna deve estar comendo alguma coisa.- Digo e rio.

Cristina ri e diz;

- Uma coxinha.

Rimos.

- Ta gente, chega.- Digo.

Emanuel olha para um trailer de açaí que havia logo à frente.

- Alguém ai quer açaí?.- Ele pergunta.

- Há eu quero!.- Eu respondo.

- Eu também!.- Responde Cristina em seguida.

Damos a nossa parte do dinheiro para ele e o mesmo vai até o trailer.

- E seus pais? Já chegaram da viagem?.- Cristina pergunta.

- Não... Eles disseram que voltaria depois de duas semanas e já se passaram trés meses...- Respondo.

- Verdade, nem havia percebido. Como está no primeiro trabalho na lanchonete?.- Ela pergunta.

- Han...- Hesito por um momento e começo a lembrar de algumas piadas que uns garotos faziam comigo, sobre o meu jeito.- Muito bem!.- Digo tentando ser entusiasmado.

Ela fixa em meus olhos e diz;

- Mais uma vez sendo estranho. O que está havendo Lucas?.- Ela pergunta.

Olho pra os olhos dela e vi que tinha que fingir melhor.
Pego ela pelos braços e dou uma leve sacudida.

- Nada de mais!.- Digo em um tom brincalhã e depois a solto.

Ela ri um pouco.
Depois de alguns minutos parados mexendo no celular, Emanuel volta sem os copos com açaí.

- Ue! Cadê?.- Cristina pergunta.

Olho para ele.

- Estão fazendo.- Ele responde explicando.

- Ata.- Digo.

- Ei! Gente!.- Alguém grita, um pouco longe de onde estávamos.

- Han?.- Emanuel diz confuso e tentando ver quem era, olhando ao redor.

- Não deve ser a gente.- Cristina diz.

Olho para de onde nos viemos e vejo Hanna vindo de braços aberto enquanto caminhava.

- Muito pelo contrario, olha quem está de braços abertos e andando em nossa direção.

Eles olham para o mesmo lugar e vêem Hanna.

Rimos por um estante.

- Preciso ir buscar o Açaí.- Emanuel diz indo ao trailer.

Ouço e respondo;

- Ta okay.

Cristina logo corre para abraçar Hanna.

- Hanna!.- Diz Cristina.

A mesmo a abraça e diz;

- Hanna, Você está transpirando muito!.- Ela diz e logo faz uma carinha de nojo e a soltando.

Rimos do comentário de Cristina e logo abraço Hanna.

- Hanninha!.- Digo abraçando a mesma.- Oque houve que você demorou tanto?.

Ela olha para mim e diz;

- Eu estava com o Mozão.- Diz ela e logo dá um leve sorriso.

Sorrimos e damos um leve riso.

- Vamos gente! Estou ansiosa para ir na nova montanha russa com vocês!.- Hanna diz.

Emanuel logo chega nos dando os copos com açaí.

- Vamos.- Emanuel diz.

Vamos andando pois o parque era bem próxima daquela praça.

Colocamos as pulseiras e vamos diretamente a montanha russa.
Ela era enorme... Com curvas e uma parte que dava medo só de olhar.

- Chegou a hora pessoal...- Cristina diz.

- É...- Emanuel também diz.- Ainda dá tempo de correr?.- Ele pergunta.

Sorrimos com um olhar maldoso uns para os outros.

- Não...- Respondo frio.

Vamos em direção a entrada, mostramos as pulseiras, nos sentamos no banco e logo colocamos os cintos de seguranças.

- Ai meu Deus, essa é a hora!.- Eu digo.

Alguém em alguns bancos atrás de mim grita;

- Se continuar com essa viadagem eu vou vomitar mano.

Levanto os olhos e finjo que aquelas palavras não foram para mim.

Logo sinto que já vamos começar a andar. Seguro nas mãos de Hanna e logo o medo bate.
De inicio fomos calmos, mas logo que começamos a ir rápido, não havia gritos que se calassem. Fomos de cima para baixo, baixo para cima, de um lado pra o outro e visse versa.
Ao terminar, rimos mais um pouco e descemos.

- Que merda em! Aquele viado não parava de gritar!.- A mesma pessoa grita e logo ri com deboche.

Sinto um pouco de raiva, mas logo me acalmo.

- Aí, eu to com fome.- Emanuel diz.- Oque vocês acham de uma coxinha?.

- Ótimo.- Respondo.

Hanna e Cristina concordam e logo compramos em uma barraca alí perto.

- Para onde nos vamos agora?.- Hanna pergunta enquanto se preparava para morder a coxinha dela.

- Vamos ali!.- Cristina diz apontando para um brinquedo.

Vamos à caminho do mesmo enquanto eu comia a minha coxinha.

Um homem com uma toca, logo a frente, esbarra em mim, sem perceber deixa uma arma cair.
Nos assustamos e nos afastamos dele.
Ao olhar para os outros lados, percebemos que ele não era o único.
Nao sabiamos o que fazer, logo nos renderam e nos colocaram em uma fileira.

- Oque está acontecendo?...- Cristina perguntou baixo.

- Que merda...- Digo baixo.

Emanuel olha para mim com uma cara de desconfiado, como se quisesse perguntar;

- Vamos morrer?.

Sem demorar muito, um deles começará uma matança.
Matando um por um, Hanna não aguentava olhar aquela cena. Quantas crianças, pais e mães.
De repente ouve-se um som um pouco longe de onde eles estavam.
A maioria foram ver o que havia acontecido, sobraram apenas 12 andando e olhando para todos.
Assim que o que estava próximo a mim e Hanna se afasta, pego na mão da mesma e ela pega na mão de Emanuel e o mesmo de Cristina.

Corremos sem fazer muito barulho.
Conseguimos chegar perto do portão, foi quando virei meu rosto para trás e vi as crianças chorando e mães e pais tentando harmonizar a situação. Por mais que fosse uma coisa estremamente impossível.
Deixo cair uma lágrima em meu rosto e sou forçado a correr por Emanuel.

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