estagnação interior
Há uma tempestade em meu peito,
um turbilhão que nunca se dissolve.
Os trovões são as brigas diárias,
os raios, as palavras afiadas que nunca cicatrizam.
Eu e meu pai, náufragos de um mesmo barco,
presos ao ciclo incessante do que nunca muda.
Somos ecos de dores antigas,
sombras que se enfrentam no espelho da convivência.
Minha mente flutua como poeira
nas correntes do vento.
As respostas, tão próximas,
escapam como sonhos ao amanhecer.
A vida parecia uma montanha-russa,
cheia de subidas e adrenalina,
mas agora só há a inércia.
Não há queda, nem ascensão.
Apenas um giro eterno no mesmo ponto.
Sou a mesma, mas diferente.
Uma pessoa reconstruída pelas cicatrizes
de escolhas que nunca fiz.
Talvez amanhã eu encontre o fio,
aquele que me guie de volta à minha própria vida.
Ou talvez eu apenas continue,
girar após giro,
nesse carrossel de melancolia.
Hoje, sou saudade.
Saudade de quem fui,
saudade de quem queria ser.
Sou ausência,
um espaço vazio que ainda não sei como preencher.
Eu busco, mas não sei o meu lugar.
Sou a incerteza,
um eco preso entre passado e futuro,
tentando se encontrar.
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