Eu amo como ele percebe o que ninguém percebe,
como repara nas pequenas coisas,
como cada gesto dele diz que estou no centro do seu mundo.
Uma vez ele me disse que,
se fosse pra me ver,
iria do Rio a Salvador a pé.
E, por mais absurdo que pareça,
eu acreditei.

Porque ele me faz acreditar.
Ele me faz sentir amada.
Não como uma ideia distante,
não como uma promessa vazia,
mas como algo real, palpável, que me preenche.

Eu nunca soube o que era isso.
Tudo o que eu tive antes
eram migalhas disfarçadas de afeto,
fragmentos que me ensinavam a me contentar
com tão pouco.

Mas agora…
Agora é demasiado.
Demasiado de um jeito bom,
que transborda, que me enche,
que ocupa espaços que eu nem sabia
que estavam vazios.

É absurdo.
Absurdo e lindo.
Porque quem diria que eu,
tão acostumada ao quase-amor,
finalmente entenderia o que significa ser amada por inteiro?