Era três horas da manhã.

Quando ressoou o toque de chamada, do meu celular.

Avistei seu nome na tela, estranhei.

Fazia dois meses, que havíamos terminado, sua ligação, era última que eu esperaria.

Cogitei não atender.

Mas aquilo era bobagem! Te ignorar, era uma grande, e idiota bobagem.

Te atendi!

Você se manteve silencioso por longuíssimos minutos.

Te disse que desligaria, que odiava aquele tipo de brincadeira, e que não era hora para tudo aquilo.

Mas ao ouvir um soluço, acompanhado por uma voz embargada, paralisei!

Você estava chorando, e eu não fazia ideia do motivo.

Até me dizer, que se encontrava na esquina da minha casa, tendo uma crise de ansiedade.

Gritava suplicante por ajuda!

Com o choro entalado na gargante,  sai de casa, e corri até a esquina, onde avistei seu carro.

A porta estava aberta, então apenas entrei, e te abracei.

Te ver daquele jeito, acabou comigo!

Você sempre me ajudou a sorrir nos meus piores momentos.

Me deu a mão.

Me puxou dos buracos mais profundos.

E eu, nunca sequer te dei o valor merecido!

Você merecia ouro, e eu, só soube lhe dar pedras.

Que nossos medos se fundam.

Tornando assim a inexistência dos mesmos.

Confesso que muito me alegra, este fato.

Nem que seja somente por uma vida.

Nos afastarmos, foi uma decisão imatura, e não pensada!

Hoje, eu afirmo, que seremos refletores um do outro.

Refletindo a luz necessária, e trilhando nossos caminhos!

21 DE MAIO DE 2020.