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20


O que você gostaria de fazer antes de morrer?

Alicia estava agachada diante de uma das dezenas de prateleiras do antiquário, caçava algo no meio das bugigangas. Por outro lado, Leto já tinha um livro em mãos, "Die Unendliche Geschichte".

— Ter uma vida tranquila na Austrália enquanto trabalho com algo bom — respondeu.

Se Leto conseguisse iniciar a faculdade, a Austrália seria um lugar ideal não para sobreviver, mas viver de verdade.

— Engraçado, isso não me surpreende — ela virou-se e sorriu. — Quem sabe não moramos juntos lá?

Leto se agachou diante dela e retribuiu o gesto.

— Quando o momento chegar, quero que estejamos juntos. Então, realmente, quem sabe?  — e fez cosquinhas nas costelas de Alicia.

Depois de uma guerra — que ambos tentaram ao máximo não fazer barulho —, caíram de bunda no piso de taco e riram. Da onde estava, Alicia vislumbrou algo no nível mais inferior e catou um livro, "O Médico e o Monstro".

— Isso é um livro de verdade — ela ergueu o braço — chega de romances com capas vetorizadas ou silhuetas esquisitas.

Leto deu uma risada anasalada.

— E você, sra. Anti Romances Genéricos, gostaria de fazer o que antes de morrer?

Com a mão livre, Alicia conteve uma tosse.

— Hm, acho que já fiz tudo o que gostaria de fazer — ela deu um sorriso torto — trabalho com o esporte que eu amo, viajei para vários países, tenho ótimos pais e uma melhor amiga incrível, sem falar num namorado — Alicia lhe enviou uma piscadela — muito querido e bom pra mim.

— Sem futuras ambientações, né? — coçou o queixo e fingiu pensar. — Então se contente com a Austrália.

Saíram do antiquário com dois livros clássicos e algumas quinquilharias arcaicas bem bonitas. Pelo resto do dia, zanzaram por Vancouver e visitaram o aquário, algumas lojinhas e um parque. Típico roteiro de namorados e Leto não poderia estar mais feliz por conseguir se dar esse luxo, mesmo que não merecesse — pelo menos, não inteiramente — Alicia, ele ainda acharia uma forma de se redimir.

O sol já tinha caído quando eles pararam numa sorveteria e sentaram em banquinhos de ferro.

— Isso me lembra um dos nossos primeiros encontros, estava muito frio — Alicia cutucou o pote. — Lembro que pedimos caldo.

— Parece que já se passaram anos... — puxou os fios para trás e sorriu para a namorada. — Muitas coisas aconteceram, de todos os níveis possíveis.

— Sim — Alicia olhava além dele — e Seiji? Continua te importunando?

— Tem mais ou menos um mês desde que ele virou sócio e desde então sumiu do meu radar — era um fato que deixava Leto angustiado, ansioso pelo próximo movimento. Talvez era do desejo de Seiji deixá-lo nesse constante estado de alerta. — É algo bom, mas não deixa de ser estranho.

— Menos mal. — Alicia saboreou o sorvete de limão — mas é sério, não deixa ele montar esse circo todo na sua vida profissional. Da próxima pode ser ainda pior.

— Sim, senhora.

Alicia dormiu na casa de Leto novamente e pelo resto do fim de semana, a alegria e os prazeres humanos se fundiram. Se tornou um costume passar esses dois dias conversando e debatendo sobre os mais diversos assuntos, não existia tempo para animosidade, as trocas eram sempre leves e divertidas. 

Na manhã de domingo, passou as primeiras horas do dia estagnado, olhando para o teto enquanto se deleitava no calor aconchegante que irradiava da mulher adormecida em seus braços. Alicia estava num sono profundo e parecia ainda mais bonita com os cabelos bagunçados.

Sentiu o coração fisgar e tentou ignorar a sensação esquisita que correu feito uma descarga elétrica. Leto estava acostumado com a autossabotagem, mas com Alicia, não deixaria que a insegurança levasse a melhor. Não de novo.

Ele a amava demais.


🫐


Na manhã de segunda-feira, adentrou o pátio da TSK e parou numa mesinha redonda de pedra. Lanches decoravam a superfície e na cadeira, Mikaela o recebeu de cara fechada. Leto deixou a bolsa no outro assento e sentou em frente à ela.

— Você-

— Não, eu não sabia que Seiji ia comprar a parte do Harold — ela franziu as sobrancelhas, mas a raiva não era direcionada à ele. — Se tivesse pensado nessa possibilidade, talvez faria diferente.

Durante o mês que se passou, os dois não conseguiram ter uma única conversa que rendesse algo. Apenas encontros no horário de Adina e como a agenda estava cheia e tudo corria bem — ou seja, caótico —, os afazeres nunca cessavam.

— Mikaela.

Ela arqueou uma sobrancelha e Leto respirou fundo antes de falar.

— Seiji descobriu sobre o meu passado — ela arregalou os olhos — e me ameaçou. No aniversário de Alicia, me encurralou e eu o beijei em troca do silêncio. Ele tem investimentos na Gagneux Utopie também.

Mikaela levou momentos para sair do torpor e quando recuperou os sentidos, sua face ainda expressava confusão.

— Te beijou... Seiji te beijou? Alicia sabe?

— Sabe, contei no dia seguinte.

— E por que está me contando tudo isso? — Mikaela parecia constipada. Suas feições? Quebradas em algo que ele desconhecia. — Você geralmente não fala nada, a não ser que...

A troca estava culminando no ponto que ele queria.

— Pretendo sair da TSK quando o contrato de um ano acabar.

— É por causa de Seiji? — ela pôs as mãos na mesa e se inclinou — se for, eu posso falar com o meu pai e ele dará um jeito nisso. É uma situação extrema... o assédio.

— Não é por causa dele. — Era uma ideia que vinha batendo de tempos em tempos na cabeça de Leto e conversar com Alicia o fez se sentir mais encorajado. — Já faz seis anos que saí do ensino médio e nunca tomei uma iniciativa real para seguir o que eu quero. Entro em trabalhos para conseguir me manter e o que vai vir disso? Uma vida medíocre com a bunda pregada num escritório? E não me entenda mal, gosto de trabalhar com Adina e fico feliz de ter conseguido ajudar a alavancar a carreira dela, mas tem muitas pessoas mais competentes para o cargo.

Feito. A enxurrada de palavras saiu de sua boca e arrancou um peso enorme dos ombros, Leto finalmente conseguiu tomar a dianteira e decidir um fator chave; com uma pitada de egocentrismo para não haver desistência. Agora não tinha como voltar atrás.

— Espera aí — Mikaela passou as mãos pelos fios escuros e fechou os olhos — você está maluco? De onde veio tudo isso?

— Eu estou cansado, Mikaela. — Leto deu um sorriso mínimo. — Pular de trabalho em trabalho, viver com medo de algo que já não faz parte de mim, ameaças que vão surgir quanto mais eu me envolver nesse meio. É algo que penso faz um bom tempo, mas Alicia clareou as minhas ideias neste fim de semana, conversamos bastante em casa e até a Australia se tornou uma opção viável. 

— Austrália?! E Alicia também está envolvida nessa loucura? — ela comprimiu os olhos. — E o que mais você vai me dizer? Que ela vai junto?

Leto mordeu o lábio inferior, segurando a resposta. Mikaela ofegou em descrença.

— Não me diga que-

— Não tenho certeza! Ela quer ir agora, mas eu já disse que ela tem uma carreira aqui, é difícil se acostumar com um ambiente novo e manter a consistência.

— Alicia só pode estar maluca... — o tom de Mikaela diminuiu, parecia abatida. — Vocês não podem ir embora... eu não quero ficar aqui sozinha.

Leto não conseguiu responder. Era egoísmo pedir que Mikaela também fosse, ele e Alicia tinham um relacionamento e Mikaela amava Alicia, ela ficaria mais envolvida no meio dos dois e o silêncio do amor não correspondido seria ainda pior; Leto não queria ver uma expressão triste no rosto dela, não queria saber de Mikaela sofrendo por Alicia diante dele enquanto os dois estavam felizes.

Quando voltou a si, Mikaela já não estava nas redondezas, mas as sacolas cheias de besteiras ficaram.

Correntes amenas de fim de verão sopraram o pátio, bagunçaram o cabelo de Leto e deixaram um pressentimento esquisito pairando no ar. 

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