CAPÍTULO 40
Oi pessoas lindas, como vcs estão?
Estou meio - quase interira na vdd- sumida. Motivos de férias, não minha, das crianças. E colocando a vida em ordem. Mas está tudo bem, graças a Deus.
Bjs, amo vcs, e sim, o gif no final já vai dizer como será os próximos capítulos...
Eu ultimamente estava com a paciência escassa, mas achei que não pegaria bem se eu deixasse evidente minha insatisfação com as conversas que circularam entre todos presentes no café da manhã.
Eu queria encerrar tudo o quanto antes já que precisava conversar com Haidar e me inteirar dos assuntos do palácio pelas últimas três semanas.
— Como foi a viagem filha? — Olho para frente observando Ayra, e noto que ela ainda fica desconfiada dessa aproximação do pai. Ela olha para o prato e depois para mim.
— Aikan, somente pelo brilho em seus olhos dá para ver que foi boa. — Lâmia comenta deixando evidente que está prestando atenção em Ayra. Lhe dou um chute no pé por debaixo da mesa, e Ayra arruma a postura.
— Foi maravilhosa pai. — Ela força um sorriso e olha na direção do pai.
— Fico feliz em saber. — Após ver o leve sorriso do seu pais, ela consegue sorrir com mais sinceridade.
— É bom saber que vocês estão se dando bem, deveriam viajar mais vezes. — o comentário da cobra não me passa batido. Ela está prestando atenção em nós.
— Viajar com seu marido também lhe fez bem. — falo desviando o foco. — Pelo que vejo sumiram algumas rugas do canto de seus lindos olhos, majestade. —sorrio. — Com certeza rejuvenesceu alguns anos.
O silêncio se fez presente, até ela sorrir para mim.
— Eu queria aproveitar que estão todos aqui, para fazer um anuncio. — Ayra parece ter recuperado a postura, porque tratou de desviar o foco. — Como quase não estou ficando no palácio, eu quero designar Lila como serva de Haidar. — todos ficam em silêncio, até que o primo encara Ayra.
— Não há necessidade, eu já estou resolvendo isso. — Lâmia se apresa em dizer.
— Faço questão, afinal se eu não ficar aqui como antes, ela será designada a outras atividades, e eu não quero que ela saia daqui.
— Você sabe como isso funciona, não é uma questão de querer ou não querer, a pessoa tem que atender alguns requisitos.
— Ela o conhece há tempos, e está habituada com a rotina de todos, inclusive a dele. — Ayra deixa a madrasta de lado e encara o sultão. — Pai?
— Aikan, não podemos mudar as regras com base em sentimentalismo.
— E como fica quando estiver no palácio? — o sultão pergunta a Ayra. — Mesmo que você viaje com mais frequência, ainda ficará aqui alguns dias.
— Já sou grandinha e sei me virar, e além disso, ela pode me auxiliar se houver necessidade.
— Você não sabe fazer nada menina, acha que vai saber cuidar de tudo sozinha?
— Ayra não está mais sozinha se não percebeu. — falo baixo. — Gosto de privacidade, e com os serviçais a rodeando a todo tempo, isso é impossível. — Haidar se levanta visivelmente irritado.
— Quando decidirem sobre o que me diz respeito, sabem onde me achar. — ele joga o guardanapo na mesa e sai olhando na direção de Lila que se mantém afastada, e de cabeça baixa.
— Aikan...
— Faça como achar melhor Ayra. — o sultão olha para a esposa. — Está decidido. — ele também se levanta e sai, já sendo seguido por seus servos.
Ayra ignora completamente a megera ao seu lado e me olha sorrindo. Sei que ela está feliz, afinal é uma conquista para ela, em cima da madrasta.
Não retribui o sorriso, porque percebo pela minha visão periférica que estou sendo alvo de Lâmia. Não é o momento de demonstrar minhas emoções.
— Pode deixar que eu falo com ele. — Mustafá diz assim que saímos do salão principal, onde fui agradecer pessoalmente ao meu pai. — Sei que Haidar não está contente, mas ele vai entender quando eu explicar. — me viro parando de frente para ele.
— Não, isso é algo que eu tenho que fazer. — Mustafá revira os olhos e eu não consigo esconder o sorriso. — Acho tão fofo quando você faz isso. — seu celular toca e ele o atende.
— Pronto. — fico na ponta dos pés e lhe dou um beijo rápido nos lábios.
— Nos vemos depois.
Deixo Mustafá resolver seja lá o que seja e vou atrás do meu primo. Ele está bravo, e eu sei exatamente o porquê. Desde que ele trouxe Lila para o palácio, eu vejo a forma como ele olha para ela, até hoje não me convenci que foi por minha causa que ele a comprou.
Então eu sei o ponto onde devo tocar, e inclusive alertar. Bato na porta de seu escritório, e ouço um pode entrar. Assim que entro fecho a porta, e o vejo atrás de sua mesa, lendo alguns papéis.
— Se veio até aqui, vejo que conseguiu o que queria. — diz secamente.
— Sim, eu consegui, e você deveria me agradecer. — ele bufa e joga os papéis em cima da mesa, me encarando. — Lâmia colocaria alguém que ela pudesse controlar.
— E você chegou nessa conclusão sozinha? — ele fala levantando uma de suas sobrancelhas.
— Não, na verdade nem tinha pensado nisso e acredito que nem você. — ele expira profundamente. — Foi Mustafá, e ele tem toda razão, afinal foi Mira que me envenenou no deserto. A questão é: a mando de quem? — ele fica em silêncio, sei que não tem argumento. — Não será tão ruim, afinal vocês já se conhecem há anos e ela conhece sua rotina.
— Deveria ter me consultado ao menos.
— Você não estava, e ontem quando nos encontramos na casa do Almir, não lembrei.
— Já aviso que não vou medir palavras e ações porque é sua amiga. Entendeu? — ele ameaça voltando a mexer nos papéis. Sorrio.
— Eu entendi, e sei que você irá trata-la com decência, afinal eu vejo como olha para ela desde que a trouxe para cá. — ele levanta o olhar me encarando.
— Pelo visto seu casamento está indo muito bem, já está vendo coisas a onde não existe. — minha vez de revirar os olhos, mas acabo sorrindo ao pensar em Mustafá.
— Podemos dizer que estamos nos acertando. — ele sorri ao ouvir minhas palavras.
— Já contou a verdade a ele, Ayra? — meu sorriso some.
— Não.
— Deveria, ele merece saber a verdade. — ele segura minha mão. — Todos deveriam saber, afinal você não teve culpa. Até hoje não entendi porque não contou a verdade a seu pai. — puxo minha mão e a escondo debaixo da mesa.
— Nunca me senti segura para falar com alguém sobre isso. Além de você. — ele me encara e sei que mesmo não concordando com minhas decisões, não me julga.
— É você quem decide, estarei sempre ao seu lado. — volto a estampar um sorriso tímido, porque esse carinho dele, sempre me emocionou.
— Obrigada! — me levanto. — E, trate de cuidar bem da minha amiga.
— Será algo fácil, afinal só basta ela me ver para sair correndo. — ele esboça um sorriso forçado.
— Estarei de olho em você.
Saio do seu escritório e após caminhar por alguns corredores vejo no lado oposto ao jardim Mustafá sendo acompanhado por dois guardas da guarda pessoal de Lâmia.
O que será que aconteceu?
Sigo na mesma direção, e pelos corredores que estão seguindo eles vão para o jardim nos fundos do palácio. Ainda continuo intrigada com o que vejo. O que teria acontecido para que os guardas de Lâmia estivessem escoltando Mustafá?
Quando chego ao jardim vejo Mustafá mais a frente e Lâmia mexendo em algumas plantas. Ela está somente disfarçando, pois nunca se interessou por plantas, todas que estão espalhadas pelo palácio foram plantadas por minha mãe.
— Eu reprovaria essa atitude, se não fosse por ele. — escuto a voz de Berat atrás de mim. Sinto meu corpo gelar. — É compreensível que você desconfie dele. — viro-me para trás, e o vejo a dois passos de onde estou.
— Não sei do que está falando. — falando isso eu tento me afastar, mas ele segura meu braço. — Me solta.
— Eu soltarei, mas deveria continuar o que estava fazendo, assim veria que ele está longe de ser o que você imagina. — ele sorri. — Ou acredita que ele está com você porque a ama?
— Não espero amor dele. — Apesar das palavras dilacerarem meu coração, estou sendo sincera. — E acho que isso não é assunto do seu interesse.
— Talvez, não seja, mas com certeza é do seu. — ele olha na direção dos dois. — Ele não deveria estar frequentando bordéis. — sorrio ao entender o que ele quer.
— Se sabe que ele estava lá, é porque também estava.
— Não sou casado e não tenho um título de nobreza a zelar. — ele coloca o dedo nos lábios, me impedindo de falar e aponta para onde Mustafá e Lâmia estão.
— Pelo que vejo você voltou atrás do nosso acordo. — escuto Lâmia falar. — Está se dando bem com ela.
— Tratá-la mal não estava nos seus termos, e eu fui claro quando disse que seria eu a dizer o tempo. — com certeza eu não estava preparada para ouvir o que acabei de ouvir.
Senti uma leve tontura.
Eles tinham um acordo?
Então o que estávamos vivendo não era real?
Tudo fazia parte de um acordo com Lâmia.
— Acredito que ele não tenha te falado nada sobre isso, não é mesmo? — eu não sabia definir o que estava sentindo naquele momento. Mas não deixaria com que Berat saísse triunfante. — Ele tem um acordo com ela, e quando isso acabar você será deixada de lado como uma fase do jogo que os dois estão jogando.
— Nada do que venha de você e dessa bruxa vai me atingir. — falei segura de mim mesmo quando proferi essas palavras, até porque saber que Lâmia tramava contra mim, não era nenhuma novidade. Mas saber que Mustafá estava de conluio, isso era uma facada no peito.
Berat sorriu ao ver que não vacilei diante de tudo.
— Vejo que não foi somente os traços de beleza que herdou de sua mãe. — ele fez menção de se aproximar, mas rapidamente recolheu a mão, como se pensasse melhor. — Não deveria confiar tanto nele. Passar bem, majestade. — falando isso ele saiu.
Quando voltei a olhar para o jardim estava somente Lâmia ali. Ela sorria e conversava algo com uma de suas servas. Sentia um gosto amargo na boca.
Gosto de traição.
Enquanto voltava para o quarto, fiquei pensando em tudo que vi e ouvi, e não conseguia acreditar que Mustafá estava de conluio com a cobra da minha madrasta. Não seria a primeira vez que Mustafá se unia com quem teria mais vantagens.
Mas qual seria a vantagem de se unir a ela?
Estava prestes a virar em um dos corredores quando vi Mustafá se aproximando. Ele falava ao telefone e assim que me viu tratou de desligar. Porque sempre que ele estava falando ao telefone e me via desligava?
O que eu não poderia ouvir?
— Já falou com ele? — por um momento imaginei que ele estivesse falando do Berat, mas então lembrei que fiquei de falar com Haidar, e Mustafá nem faz ideia de que vi ele com Lâmia. — Ayra?
— Sim, está tudo certo. — falei tentando soar o mais normal possível. Ele estreitou os olhos, me analisando melhor.
— O que aconteceu?
— Acho que estou cansada. — Mustafá franziu a testa.
— Acha?
— Deve ser o cansaço das viagens, eu vou para meu quarto. — Fui passar por ele, mas então sua mão agarrou meu braço.
— Você não estava assim quando foi falar com Haidar, ele falou algo que te chateou? — Neguei.
— Não, ele não fez nada.
— Ele não. — Repetiu o que falei. — Então quem foi? — Ele insistia.
— Eu realmente quero ir para o quarto. — Ele olhou para meu rosto e vi seu olhar se abrandar, sua mão foi soltando meu braço.
— Deveria marcar uma consulta médica. — falou e um sorriso se desenhou em seus lábios quando seu olhar desceu pelo meu corpo.
Eu estava ótima de saúde, mas não iria questionar, porque afinal eu não queria falar sobre o real motivo do meu desanimo. Então somente concordei.
— Farei isso. — falei isso e me afastei indo em direção ao meu quarto, e sentia que seu olhar estava sobre mim.
Assim que entrei em meu quarto eu encontrei Lila arrumando algumas coisas. Ela sorriu ao me ver.
— A partir de amanhã você não precisa mais cuidar das minhas coisas. — falei e me joguei na cama. Eu sentia meu corpo anestesiado.
— Eu vou continuar cuidando do que precisar, afinal seu primo não tem muitas exigências. — Não iria questionar nada, Lila era o mais próximo que eu tinha de uma amiga, e sua presença sempre me fez bem. — O que aconteceu? — ela se sentou ao meu lado. — Conheço esse olhar.
— Olhar de quem está decepcionada e confusa. — Ela ficou em silêncio enquanto eu me martirizava com tudo.
— Brigou com ele? — Olhei para ela, e neguei. — Então o que foi?
— Ainda não sei. Vi e ouvi algo que me deixou em dúvida do que temos. — ela sorriu e esfregou minha mão.
— Não sei o que aconteceu, mas ele gosta muito de você, e isso já ficou bem claro. — ela sorriu e acabei sorrindo junto.
— E se tudo isso for um plano? — ela franziu a testa sem entender. — Não acredito que ele seria capaz de me seduzir somente por vingança. — penso por um momento em tudo que ronda minha mente.
— E ele estaria fazendo isso a troco de que?
— Não sei. Vi ele conversando com Lâmia, e eles pareciam ter assuntos em comum. Achei estranho.
— Realmente é estranho, mas deveria falar com ele. — Ela se levantou e me olhou séria. — Mudando de assunto, você comprou absorventes durante a viagem? Fui colocar um pacote na gaveta, e vi que o último que coloquei ainda está lá. — Sinto minha espinha gelar. Lila abre o maior sorriso e começa a sorrir.
— Ai caramba. — Me sento na cama, e não sei se pela rapidez ou susto, mas sinto uma leve tontura ao me dar conta disso. — Eu não menstruei. — Lila começa a bater palminhas na minha frente.
—Você está grávida!
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