CAPÍTULO 33
Eu estava terminando de me arrumar quando Lila entrou no quarto e me olhou com um sorrisinho no rosto. Evitei seu olhar, porque sabia que se ela insistisse em me olhar desse jeito eu falaria tudo que ela me perguntasse.
— Acredito que esse rosado em seu rosto não seja excesso de maquiagem. — ela fala colocando um par de brincos ao meu lado. — E se levarmos em conta a forma como ele saiu a contragosto do quarto, eu diria que alguma coisa aconteceu. — eu não conseguia esconder o sorriso, então encarei minha serva e amiga pelo reflexo do espelho e sorri dando de ombros.
— Tanta coisa pode ter acontecido. — falei e ri da cara que ela fez.
— Isso não é justo, você falou que me contaria quando acontecesse. — ela se abaixa ao meu lado e me olha na expectativa. — É tão ruim como falam? — penso na forma como Mustafá me possuiu.
Desejo.
Voracidade
— Não, é desconfortável no começo, mas são tantas sensações que te dominam que bate um desespero, você quer muito que tudo aconteça para que aquelas sensações abrandem. — olho para ela. — Você não consegue pensar no ruim, e depois...
— Depois o que? — mordo o lábio lembrando do primeiro orgasmo que tive.
— Você acha que vai morrer quando a sensação se aproxima. — ela faz uma careta e se levanta com tudo colocando a mão na boca.
— Por Allah! — ela se afasta. — Morrer? — confirmo rindo. — Como isso não é ruim? — dou de ombros.
— É bom, muito bom, e você não morre, e quando acaba quer mais. — Lila está me olhando como se eu tivesse criado duas cabeças. Sorrio. — O que você sente quando está perto do meu primo? — ela fica confusa, mas logo desvia o olhar.
— Do Capitão da Guarda? — confirmo quando ela me olha. — Sinto que vou morrer, mas é de medo com certeza. — acabo rindo. — Mas porque está perguntando dele?
— Vejo a forma como olha para ele. — me viro voltando a olhar para o espelho e vejo como ela fica perdida em pensamentos. — Você o admira.
— Ele salvou minha vida quando me comprou naquele mercado, não gosto nem de pensar no que teria acontecido se ele não tivesse feito isso. — ela se senta na beirada da cama. — Sou muito grata a ele, o admiro e respeito por isso. Mas é somente isso. — sinto que suas últimas palavras soam como uma derrota.
— Se tem tanto medo dele, porque aceitou ser sua serva? — ela olha para as mãos.
— É necessário, se eu não aceitasse, Lâmia escolheria alguém que ela pudesse manipular. — ela dá de ombros. — Mas não vou deixar ele fazer comigo o mesmo que fez com Mira. — sei que ela se refere a se deitar com ela, e não assumir. — Mesmo você me dizendo que quase morreu ontem, pretendo me casar e ter minha família. Sempre sonhei com isso.
— Lila... — ela se levanta com tudo.
— Eu sei que um membro da família real jamais poderia sequer pensar em se casar com uma serva. — ela me olha e passa as mãos na saia do vestido, sei que faz isso quando está muito nervosa. — Então irei me resguardar para o homem que irá se casar comigo. — sorrio para ela.
— Você está mais que certa, e se caso ele tente algo, você me fala que eu tomo providências. — ela sorri meio sem vontade concordando.
Me levanto e saio do quarto indo para o primeiro dos muitos compromissos que meu dia reserva.
Mas minha mente está nele.
O que será que Mustafá está fazendo?
Eu estava fadado a passar o dia sendo a sombra de Ayra. Era isso que esperavam que eu fizesse, mas eu tinha outros planos. Iria aproveitar e sondar algumas coisas pela cidade, e iria aproveitar que Burcu estava aqui. A vinda dele, seria muito útil.
— Onde vamos? — já era a terceira vez que ele me pergunta.
— A um lugar. — ele me olhava desconfiado. — Verá quando chegarmos lá.
Eu estava seguindo um endereço passado por Abul. Segundo ele, eu muito provavelmente iria encontrar Berat, segundo informações o sujeito passava a maior parte do tempo e lugares assim. Quando parei o carro em frente à casa, os olhos de Burcu pareciam saltar de seu rosto magro.
— Eu não vou entrar aí. — ele falou depressa. — Nem você deveria, as pessoas vão falar.
— Ninguém me conhece aqui. — falei abrindo a porta. — E mesmo que conheçam, eu não me importo. — sai batendo a porta e o rapaz saiu logo em seguida.
— Deveria se importar, se Ayra souber que você veio em um lugar como esse, ela vai ficar brava. — tirei os óculos escuros, e encarei os homens que estavam na porta.
— Se você não abrir essa sua boca, ela não tem como saber.
— Ai... isso não vai dar certo. — ele resmungou me seguindo. Os seguranças me impediram de entrar. — Está vendo é melhor irmos embora. — seguro-o pelo ombro o forçando a ficar no lugar.
— Seu nome precisa estar na lista. — um dos seguranças falou. Sorrio para ele.
— Se olhar direito. — enfio a mão no bolso tirando um punhado de dinheiro. — Acredito que vai achar meu nome aí. — aponto qualquer nome na lista, aproveitando para deixar o dinheiro sobre a folha. Os seguranças se olham, e eu sorrio. — Qual é? Eu só quero mostrar ao garoto aqui. — passo o braço pelos ombros de Burcu, o trazendo para perto. — Algumas coisas importantes antes de se casar.
— Não eu... — antes que ele fale algo eu bato em seu peito o calando.
— Relaxa, meus amigos aqui vão quebrar nosso galho e quando você for ter sua primeira noite não vai passar vergonha. — os seguranças riem. — Então acharam meu nome?
— Você tem duas horas. — um deles libera minha passagem e eu puxo Burcu para vir comigo.
— Não sabia que era tão difícil entrar em um puteiro. — ele falou assim que começamos a subir as escadas, e eu sorri.
— E, não é, isso mostra que muitas outras coisas acontecem aqui. — assim que subimos as escadas, somos recebidos por um ambiente bem diferente.
Várias mesas estão dispostas com alguns homens bebendo e rindo, algumas mulheres quase nuas circulam pelo salão. Sigo até uma das mesas mais ao canto, e me sento.
Olho para o lado vendo que meu acompanhante está olhando sem disfarçar para uma mulher que vem até nós, vestindo somente uma pequena saia. Seus seios estão livres de qualquer vestimenta. Em outros tempos eu até apreciaria, mas hoje não.
Nunca fui movido por luxuria, vi muitos homens perderem tudo o que conquistaram por junção de luxuria e bebida. Então sempre dominei muito bem esses desejos. Como um traiçoeiro que é, meu cérebro me mostra imagens da noite passada quando não resisti a Ayra.
O que mudou?
Porque mulheres insistem tanto em palavras?
Eu não sabia, e muito menos entendia o por que era tão difícil fazer elas saírem da minha boca, quando passei a maior parte da minha vida usando palavras para conseguir o que desejava.
Nunca menti para conseguir o que quis, sempre fui verdadeiro, mas acredito que a ingenuidade das pessoas fazia com que elas não acreditassem na verdade estampada em minhas palavras.
Talvez a decepção que via em seus olhos depois, é de fato o que me impede de falar o penso para Ayra. Não quero ver decepção refletida em seus olhos, não por minha causa. Isso era algo que me incomodava de um jeito absurdo, parecia como um punhal fincado em meu peito.
— Ela está sem roupas. — a voz baixa e trêmula de Burcu me faz acreditar que ele nunca viu uma mulher nua.
— Olá, o que vão querer? — a mulher para a nossa frente colocando as duas mãos na mesa, e usando os braços para apertar os seios e deixando bem na cara de Burcu. O vejo engolir seco.
— Traga algo para bebermos. — ela me olha meio decepcionada. — Por enquanto. — então ela sorri.
— Já volto. — ela saiu e Burcu não tirou os olhos dela, até que ela sumisse das nossas vistas.
— Porque elas não usam roupas? — rio de sua pergunta. — Já consigo ver tudo, para que vou pagar?
— Aqui você não paga para ver, e sim fazer outras coisas. — ele me olha confuso. — Por Allah, você nunca esteve com uma mulher? — ele nega. — Aqui se você pagar, pode fazer de tudo com elas, ver, pegar... tudo o que sentir vontade de fazer. Achei que soubesse, já que foi tão resistente quando chegamos.
— Ayra me fez prometer que não seria como os outros homens que trocam suas mulheres por noites em lugares como esse. — fico surpreso com o que ele fala. — Irônico, é o marido dela ter me trazido, não acha? — ele olha para os lados. — Afinal o que viemos fazer aqui?
— Você faz muitas perguntas. — falo, e faço sinal para que ele fique quieto, já que a mulher está voltando com as bebidas.
— Quando for querer algo mais é só me chamar, bonitão. — ela pisca para mim, e sai rebolando.
— Esse lugar é frequentado por uma pessoa que estou de olho. — ele compreende e sorri. — Ele deve conhecer algumas pessoas aqui, e entre essas algumas uma delas deve fazer alguma coisa para ele.
— Tipo um servo? — concordo.
— Exatamente, alguém que ele confia e que deve saber alguma coisa que não sei.
— E você acha que a pessoa vai falar somente porque você vai perguntar? — sorrio.
— Aprenda uma coisa. — falo olhando para os lados vendo que alguns homens olham para nós. — Se você tem um cão e deixa ele passar fome, o que vai acontecer se eu der comida a ele?
— Ele vai comer.
— Exatamente. Homens como Berat, costumam deixar os seus cães passarem muita fome, porque acreditam que ninguém terá coragem de se aproximar de seus cachorros. Tudo o que tenho que fazer é identificar o cão, e que tipo de comida eles querem. — o garoto sorri. — Então eles se afastarão do antigo dono.
— É estranho ouvir você se referir a pessoas como cães, mas achei interessante.
— Todos temos um animal enjaulado dentro de nós, alguns são cães... — falo vendo Berat entrar como se fosse o dono do mundo, ele nem se preocupa em olhar para os lados, ele vai diretamente até a moça que esteve aqui nos servindo, fala com ela, e sobe outra escada. — E, outros são porcos, bodes.
— Acho que você achou seu cão. — o jovem comenta sorrindo para mim.
Saco meu celular e tiro uma foto da mulher. Apesar de ter vindo até aqui, não irei falar ou fazer algo. Enviarei outra pessoa para que não levante suspeitas.
— Agora eu preciso que você faça algo. — falo para Burcu. — Vou pagar aquela mulher para levar você até um quarto.
— E o que ela vai fazer?
— O que você quiser, se não quiser fazer nada não faça. Mas suba, eu preciso de um motivo mais concreto que justifique minha presença aqui. — ele fica confuso.
— Você falou que ninguém te conhecia aqui.
— Mas vão, preciso que faça isso. — não dou tempo para que ele responda, e chamo a moça. — Só suba e fique o tempo que quiser.
— Já decidiu o que vai querer? — a mulher pergunta com a voz manhosa.
— Quero que ensine o que ele quiser aprender. — ela olha para Burcu que nem sequer respira. Bato em seu ombro. — Vai lá, não precisa ter medo, ela não vai te morder.
— A não ser que ele queira. — ela fala passando a língua nos lábios. — Você gosta de mordidas bebê? — ele nega.
— Acho que nem ele sabe se gosta. — tiro mais algumas notas de dinheiro do bolso e entrego a ela. — Cuide bem dele. — ela olha para os lados e esconde dentro da pequena saia que usa.
— Você sabe que terá que pagar quando sair, não sabe?
— Cuide bem dele, que dinheiro não será um problema entre nós. — pisco para ela, que sorri e segura a mão de Burcu quando sai da mesa.
Na, verdade percebo que quem está sorrindo sou eu vendo a cena deles sumindo escadas acima. E a única coisa que penso é:
O que Ayra diria se soubesse que desvirtuei seu protegido?
Eu esperava que puta pelo menos, porque pelo que vejo cada vez que ela fica furiosa, as coisas esquentam de um jeito bem proveitoso. Bom volto a me concentrar no presente, e olho para os lados vendo quem irei provocar.
Berat precisa saber que estou aqui.
Eu tentava achar uma justificativa para meu mal humor. Era o cansaço, as intermináveis conversas chatas. Era não ter tido tempo de comer direito. Ou meu pé que toda hora me lembrava quão estupida fui. Até tentei ficar brava com meu irmão quando soube que ele teve que se ausentar e não participaria do jantar, mas eu sabia que tudo isso era somente desculpas.
Eu estava assim porque passei o dia sem saber onde Mustafá estava. Imaginei que ele iria passar o dia comigo, mas não. Ele nem sequer apareceu uma única vez ao longo do dia. Lila chegou a comentar que eu estava desfocada e toda hora olhava para os lados.
Ela sabia o que eu procurava.
Eu sabia.
Onde ele se enfiou?
Agora eu estava me arrumando, porque iria participar de um jantar, onde alguns membros do governo iriam fechar alguns acordos. Melissa e Lila conversavam animadas no quarto. Então elas fizeram silêncio, e alguns segundos depois a porta do banheiro foi aberta e Mustafá entrou.
Ele estava com a mesma roupa que colocou hoje pela manhã, mas algo chamou minha atenção. Ele tinha um corte nos lábios.
— O que aconteceu com você? — pergunto indo até ele, e assim que me aproximo o cheiro horrível de bebida entra por minhas narinas. — Você está bêbado?
— Não. Derramaram bebida em mim. — ele fala calmamente e começa a tirar a camisa.
— Onde você estava para que isso acontecesse? — me viro para pegar uma toalha e abrir a torneira para molhar a ponta.
— Em um lugar onde você não vai querer saber. — ele fala sorrindo e passando por mim para jogar a roupa no cesto. E se senta na privada começando a tirar os sapatos. — Como foi seu dia?
— Saberia se estivesse comigo. — falo lhe entregando a toalha, mas ele não segura a tolha e sim minha mão, e me puxa para me aproximar dele. — Não vou me encostar em você, está fedendo e eu tenho um jantar.
— Foda-se o jantar, passei o dia pensando no que não terminamos. — sorrio.
— Acha mesmo que vou fazer isso com você fedendo desse jeito e se nem sei por onde esteve? — falo me soltando dele. — Não mesmo!
— Estive por aí fazendo algumas coisas. — fala casualmente.
— Que coisas? — perguntei mais por perguntar, apesar de ter passado o dia querendo saber, nesse momento eu tinha medo do que iria ouvir.
— Ayra... só estive por aí, e se não acredita pergunta para seu protegido, ele esteve comigo o tempo todo. — ele fala rindo, me viro para terminar de me arrumar, e pego o frasco do meu perfume. — Ou quase todo. — ele me olha, e ali vejo ele indeciso de algo. — Crueldade sua fazer ele prometer se guardar, ele tinha que aprender o que fazer quando estivesse com uma mulher. — deixo frasco de perfume cair quando sinto um formigamento quando o aperto sentindo raiva.
— Eu não acredito nisso! — falo segurando a mão para passar a sensação ruim.
— Nem eu, você tem o que nas mãos? Azeite? — ele está olhando para o chão. — Se bem que ter óleo nas mãos, não é nada mal. — eu me viro e saio do banheiro, e é claro que nem Lila nem Melissa estão aqui.
— Eu não quero acreditar que você o levou a um lugar assim. — Mustafá está parado na porta do banheiro me encarando com os braços cruzados. Eu poderia dizer que ele está me admirando, mas qual seria o motivo?
— Ele precisava aprender algumas coisas. — ele fala vindo na minha direção. — Mas agora esqueça isso, e vamos voltar ao nosso assunto.
— Não temos assunto. — falo dando a volta na poltrona.
— Ah temos sim, um onde você usa essa sua boca afiada. — eu sou uma patife de marca maior, porque eu deveria estar puta com ele, e no máximo estou nervosa porque ver ele me perseguindo com esse olhar predatório, me deixa excitada e feliz, por saber que ele me deseja.
— Eu procurei você o dia todo, não vem que não tem. — falo desviando dele.
— E faria alguma diferença ter me achado? Não iria pagar o que me deve. — dou risada.
— Eu não te devo nada Mustafá! — ele fica sério, e minha risada só aumenta. Aproveito que estou perto da porta, e vou em sua direção. Quando seguro na maçaneta, sua mão cobre a minha.
Sinto meu coração disparar descontroladamente ao sentir o calor de seu toque. Ele tira minha mão e vira-me de frente para ele. Seu olhar tem tantas promessas.
— Como eu disse, temos um assunto pra terminar. — falando isso, ele me pega com tudo me colocando em seus ombros. Eu dou risada.
— Por Allah, me ponha no chão. Você está parecendo aqueles homens da caverna, está faltando me arrastar pelos cabelos. — ele me coloca no chão dentro do box. — Eu já tomei banho.
— Mas eu não, e não vou deixar você sozinha porque sei que fará questão de sair só pra me deixar furioso. — ele fala fechando a porta do box, e ligando o chuveiro. Sorrio porque seria exatamente o que eu faria. Ele enfia o rosto embaixo da ducha, e passa a mão.
— Como sabe que eu faria isso? — ele sorri.
— Porque seria exatamente o que eu faria. — ele fala antes de cobrir minha boca com a sua.
Não consigo evitar de sorrir, mas não esqueci que ele está vindo de um bordel. Eu cobraria respostas no momento certo. Eu não me preocupei com nada, porque eu sabia que estava um verdadeiro caos. Minhas roupas e cabelos estavam encharcados.
Corri minhas mãos, por seu corpo e logo estávamos sem roupas, e ele estava me penetrando com o mesmo furor de antes, isso me dava a certeza que algo ele sentia por mim. Depois de me fazer ultrapassar meu limite, e ele se desfazer em mim.
Depois dos ânimos apaziguados realmente nos lavamos, e eu aproveitei cada detalhe. A forma como ele esfregava o shampoo em meus cabelos, até a forma como enxugou meu corpo quando saímos do banho. Agora ele estava sentado mais uma vez no vaso, enquanto eu usava o mesmo kit de primeiros socorros que ele usou de manhã, para passar uma pomada no corte em seus lábios.
— O que você foi fazer lá afinal? — ele me olha, quando levanto se queixo para poder olhar melhor o corte.
— Fui atrás de Berat. — a menção do nome de Berat, me deixa em alerta. Mustafá percebe a mudança em meu semblante, porque estreita os olhos.
— Porque?
— Porque sinto que ele esconde algo, e eu quero descobrir o que é. — acabo ficando nervosa e deixo a pomada cair no chão, e quando vou pegar, ele segura em minha mão e me olha nos olhos. — Porque você fica tão nervosa quando está perto dele ou somente por falar dele como agora?
— Eu não sei, só sinto algo ruim. — Mustafá parece não acreditar no que falo. — Talvez essa insistência dele em se casar comigo me deixe assim.
— Ele encostou em você? — nego.
— Não, eu sempre sentia algo ruim emanando dele, e isso me fez sempre ficar longe.
— Ele é irmão de quem você foi prometida? — concordo. — Foi com ele que você... — encaro Mustafá sentindo o ar me faltar. — Se entregou? — lembranças de Baki surgem na minha mente, e fico agitada. Ele é a prova que não conhecemos suficientemente as pessoas.
— Não quero falar sobre isso. — tento me afastar, mas ele não deixa.
— Tenho o direito de saber, porque se não foi tem alguém por ai que preciso matar. — olho séria para ele, pensando que ele possa ter descoberto a verdade, mas não teria como.
— Matar? — questiono sentindo meu interior tremer.
— Não vou deixar essa pessoa viva pra tirar vantagem em cima de mim. — encaro o homem a minha frente, e por um minuto achei que ele tivesse descoberto a verdade e iria fazer algo por mim, no entanto a questão é seu ego e honra.
— Então não precisa se preocupar, porque foi com ele sim, e ele já está morto. — jogo em seu colo a pomada, e vou em direção ao quarto para começar a me trocar.
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