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CAPÍTULO 26

Boa noite,

Fiquei de aparecer sexta, mas não deu. Coisas acontecem, eu fiquei ruim, e meu marido vai passar por um procedimento cirúrgico amanhã. Então vou ficar uma semana afastada.

Ninguém esperava por isso, mas graças a Deus é algo simples, mas que vai exigir cuidados. Então se tudo der certo. No final de semana que vem eu apareço.

Tenham uma boa leitura...

Já estávamos de volta ao palácio e eu preciso agir. Assim que desci do carro, vi a serva de Ayra vindo ao seu encontro. Essa moça parecia realmente gostar dela. Só teria que ter a certeza de que realmente era confiável.

Ayra foi com ela, e não sei se foi impressão minha, mas ela estava com um semblante diferente, ela realmente não gostava daqui. Isso só reforçava tudo o que ela me falou sobre si. Eu precisava ser rápido, mas antes tinha que saber de algumas coisinhas, e antes mesmo de ir até meu quarto eu iria atrás do meu pequeno informante.

Burcu.

Eu o encontrei em um dos jardins, ele tentava acertar um alvo com um arco e flecha. Observei o desastre a minha frente. Ele não tinha o mínimo jeito para a coisa. Já era um milagre ele não ter se matado pelo tempo que ficou em posse de uma faca, quem é o irresponsável que permite que ele tenha acesso a essas armas?

Me aproximo de onde ele está.

— Está tentando se matar de novo? — ele vira em minha direção ao ouvir minha voz com o arco apontado para mim. Desvio da mira. — Abaixe esse arco! — ele faz o que pedi, e tiro o arco de sua mão.

— Você me assustou.

— Qual o seu problema? Não pode ficar apontando armas na direção de um homem se não pretende disparar nele. — o repreendo e ele se encolhe.

— Eu não estava tentando me matar, eu só estou treinando, quero impressionar uma pessoa. — sua confissão me pega desprevenido, porque de tudo que pensei em ouvir, isso não estava na lista. — Ela falou para minha irmã que gosta dos arqueiros. — eu o encaro por um tempo e isso faz com que ele me olhe envergonhado. — Eu não deveria ter dito...

— Somos amigos. — falo abrandando seu acanhamento. — Só não deveria ficar com essa cara de tomate por somente falar sobre uma moça, isso cabe a elas não aos homens. — ele passa as mão no rosto. — Você tem que manter uma postura, é isso que chama atenção de uma mulher.

— Postura. — ele repete me olhando de um jeito estranho, então endireita o corpo e fica parecendo um pavão. Lhe dou um tapa nos ombros.

— Não essa postura. Estou falando de postura de homem, atitude.

— Mas eu quase não a vejo, como vou ter atitude? E como vou saber se vai ser a certa? — via a incerteza em seus olhos.

— Quando chegar a hora, você vai saber o que deve fazer. — dou uma olhada no instrumento e miro no alvo, assim que solto a flecha ela acerta o centro.

— Nossa! — ele se empolga ao meu lado, e antes que ele pule, eu entrego o arco.

— Primeira lição do dia, mantenha suas emoções frias. — ele fica sério.

— Para a moça ou para lançar a flecha?

— Para ambas as situações. — fico atrás dele, e o ajudo a arrumar a postura. — Se você não controlar suas emoções, não vai poder manter o controle e vai errar o alvo. — miro o alvo, e mesmo que eu só esteja o ajudando, a fecha atinge perto do centro.

— Nossa, isso é muito legal. — ele me olha sorrindo.

— Você não deve demonstrar o que sente, sem ter certeza se é reciproco. Isso vai lhe poupar sofrimento.

— Mas eu quero que ela saiba do que eu sinto.

— Querer. Querer. Querer. Eu quero tantas coisas, e não posso. Querer é diferente de poder. — vejo que ele fica desanimado. — Você vai estar preparado para assumir as responsabilidades com o que vier a seguir quando deixar claro para ela o que sente? — ele ficou em dúvida como imaginei. — É como eu imaginei.

— Eu não sei. — ele me olha sério.

— Pois eu sei. Não está, e essa postura duvidosa não é apreciada por nenhuma mulher independente da idade. — seguro novamente o arco e vou até uma parte do chão onde há um buraco. — Segunda lição, saiba onde está pisando. — aponto para o buraco. — O que acha que vai acontecer se eu ao mirar pisar aqui?

— Você vai cair e errar o alvo.

— Exato. Procure primeiro saber se ela sabe da sua existência. E o que ela acha de você. — ele sorriu compreendendo. — E a hora em que você decidir ter uma postura de homem, que tiver a certeza que vai poder arcar com todas as responsabilidades, aí é hora de você fazer o que quer.

— Porque essas coisas de amor, tem que ser tão complicadas?

— Porque as pessoas invertem a ordem das coisas.

— Como assim?

— Geralmente buscam romance primeiro, para depois encontrar o amor.

— E isso é errado?

— O amor não é um sentimento que se acha em algum lugar, é uma decisão que se toma. Por amor você faz ou renuncia algo. — ele sorriu. — E quando você toma a decisão de amar alguém, você cria essas baboseiras românticas, simples assim.

— Simples assim. — ele me olhava balançando a cabeça. —Eu nunca imaginaria que você pudesse ser tão romântico com todo esse seu jeito...

— Acredite em mim, eu não sou romântico. — falo expirando profundamente. —Agora deixa isso de lado e me diz uma coisa. — me aproximo dele. — Você sabe por onde o Berat tem andado?

— Não, mas posso procurar saber. — sorri, e bati em seu ombro.

— Então faça isso, mas sem levantar suspeitas. — ele concordou. — Nos encontramos aqui no final da tarde. — quando me viro vejo Melissa em encarando. Sorrio, ao menos está inteira. Vou em sua direção. — Porque está com essa cara de poucos amigos?

— Chegou e nem foi saber como eu estava. — sorrio ao ver seu ciúmes.

— Eu acabei de chegar. — justifico. — E, eu precisava pedir algo a ele com urgência. Preciso saber por onde o brucutu tem andado. — e quando falo o que queria, o sorriso que se forma em seu rosto, isso me diz que ela sabe. — Desembucha. — ela se vira nos calcanhares e sai andando.

— Vai lá perguntar para seu novo amiguinho. — aperto o passo e a seguro pelo rabo de cavalo sem puxar. —Aí!

— Fala o que você sabe. — ela para e eu solto seu cabelo.

— Achei que você fosse querer saber mesmo, então eu dei uma sondada. — ela se vira e se aproxima. — Segundo a velha que nem é tão velha. — ela fala e seu semblante muda de repente. — Falando nisso você sabia que o sobrinho é dez anos mais velho que a tia? — ela faz uma careta. — Achei meio estranho isso, mas agora só quero descobrir o que ele usa na pele para esconder tão bem a idade.

— Não me importa a idade dele, e sim onde ele esteve. — ela revira os olhos.

— Eu passei ontem parte do dia no jardim das mulheres, afinal eu amo dançar. — ela ri. — Escutei ela falando com duas das servas que ele estava empolgado em participar de uma festa que vai acontecer daqui dois dias numa vila chamada Rask alguma coisa.

— Ras-Akin.

— Isso. Como você sabe?

— Eu vi o nome dessa cidade num documento na mesa do Haidar.

— Ah sim, o primo bonito. — eu a encaro e ela sorri. — Ele pode não valer nada, mas é bonito. — ela dá de ombros. — Inclusive a megera estava falando de arrumar uma serva para ele, já que a dele deu linha.

— Hum...

Eu sabia que a tal serva tinha fugido depois de ter tentado matar Ayra, mas a questão era se ela realmente tinha fugido ou estava morta. Isso eu não sabia, o que eu tinha certeza era que eu teria que dar meus pulos para que a próxima serva dele, não fosse leal a megera.

— Está cumprindo nosso acordo? — sou desviado dos meus pensamentos pelo interesse dela em meu casamento.

— Ela está viva, então sim. — sorrio.

— Ainda pensa em desfazer o casamento de vocês? — eu olhei para o cavalete que tinha o alvo que estava sendo usado. Da mesma forma que eu calculei meus movimentos para acertar o alvo eu teria que calcular minha próxima jogada, eu tinha que acertar o alvo certo. — Está demorando para responder, vou entender como um não.

— Porque está tão preocupada com isso?

— Já falei, eu gosto de vocês dois, e não quero ela casada com aquele Brucutu, mesmo que ele tenha achado a fórmula da juventude. Ele tem uma energia negativa emanando dele, eu sinto. — eu não iria falar nada, mas eu sentia a mesma coisa.

— Deixa que do meu casamento cuido eu, e vá cuidar de adiantar suas tarefas, se tudo o que planejo der certo vamos viajar nos próximos dias. — ela sorri. — Mas antes preciso que você leve um recado meu a uma pessoa.

— Adoro quando você tem esse brilho no olhar. Isso sempre acontece antes de alguma tragédia acontecer. — minha vez de sorri.



Lila estava tirando tudo que eu tinha comprado das sacolas para arrumar no closet, afinal eu havia comprado bastante coisas e no fim nem iria usar. Quando compre achei que ficaria por mais dias fora, e no fim dois dias depois estou aqui novamente.

Olho para meu celular que havia ficado e não sei por onde devo começar, são tantos e-mails e mensagens que até me desanimo. No fundo eu sei que o que está me desanimando não é o tanto de coisas que tenho que fazer e sim, o fato de ter ficado dois dias com Mustafá, e ele parece ser totalmente imune a mim.

Eu não queria admitir o quanto ele mexe comigo, mas seria burrice. Saber que ele não sente nada, nem ao menos desejo é desestimulante.

— Esse vestido é lindo. — Lila rodopia com um vestido colado ao seu corpo. — Digno de uma princesa. — sorrio.

— Fique com ele. — ela para ao ouvir o que eu falo. — Vai ficar lindo em você.

— Não posso. — ela afasta o vestido do corpo e o olha mais uma vez. — Eu nem tenho ocasião para usar.

— Coloque ele na sua bagagem. — nós duas nos assustamos ao ouvir a voz de Mustafá. Ele esta parado na porta que liga nossos quartos. — Iremos viajar e você vem junto. — ele fala apontando para Lila. Eu estava tão perdida em pensamentos que não percebi ele entrando.

— Acabamos que chegar de viagem. — falo me levantando de onde estou, ele vem até mim e sorri quando para a minha frente, levanta uma das mãos arrumando alguns fios dos meus cabelos.

— Veja pelo lado bom princesa. — odeio quando ele se refere a mim dessa forma. — Dessa vez você vai poder fazer as malas. — eu não quero demonstrar que gostei da ideia de viajar com ele, então me limito a somente o encarar de volta. — Eu preciso de um favorzinho. — reviro meus olhos ao me dar conta que toda essa sua gentileza é falsa. — Seu querido e adorável primo não está no palácio, eu preciso falar com ele. — acabo sorrindo sem querer.

— Você fica ridículo quando fala doce desse jeito. — pego meu celular e envio para ele o número de Haidar. Imaginei que ele estaria sorrindo quando olhasse para ele, mas não. Ele me encarava com um olhar diferente percorrendo os traços do meu rosto, e por fim em meus olhos. A forma como ele me olha me deixa desconfortável. — O que foi?

— Nada. — ele pareceu levemente perdido, então olhou o celular e sorriu quando vê que enviei o número. — Não esqueça as malas dessa vez. — ele vira indo em direção ao seu quarto. Olho para Lila que ainda está com o vestido em mão olhando para onde Mustafá saiu. Então me olha e sorri.

— Ele é tão enigmático. — fala.

— Não sei se enigmático seria a palavra certa para defini-lo. — ela se aproxima deixando vestido em cima da cama.

— Eu confesso que fiquei com receio dele nos primeiros dias depois que foi solto, a forma como ele entrou aqui no dia em que você estava tomando banho e a noite quando você estava tendo um pesadelo. — olho para ela. — Acabei esquecendo de falar, mas teve um dia que ele ficou aqui sozinho com você. Eu até tentei impedi-lo, mas ele praticamente me expulsou.

— Você havia dito que ele tinha saído. — lembro dela me falando sobre ele ter saído quando pediu.

— Naquele dia sim, mas na outra noite ele não permitiu que eu ficasse e ficou aqui até o dia amanhecer. — achei estranho ele não ter me perguntado nada sobre os pesadelos. Ou isso era somente mais um ponto que mostrava que ele realmente não se importava comigo. A raiva vencia. — Achei que com a viagem vocês tivessem se acertado. — sorri sem vontade.

— Acho que no fundo ele realmente não sente nada por mim além da raiva por ter obrigado ele a se casar comigo. — ela se aproxima e segura minha mão.

— Quem sou eu para falar, nunca estive com um homem, mas o jeito que ele olha para você, não é de alguém que está com raiva, não mais pelo menos. — evitei sorrir ao ouvir Lila falando isso. Não queria me iludir, seria um sofrimento a menos.

— Algumas coisas não mudam. — falei procurando não pensar mais sobre isso.

Eu estava desistindo de esperar pela bruxa, mas então quando me virei vi que ela estava me observando. Astuta.

— Achei que não viesse. — falei me sentando em um dos sofás da biblioteca. — Mais um pouco me pegaria xingando sua pessoa. — ela não parece surpresa com o que falo.

— Eu pensei em não vir. — a madrasta de Ayra se aproxima e seus guardas se afastam olhando tudo em volta. — Mas confesso que fiquei curiosa.

— Quando estive no Brasil resolvendo umas pendencia, ouvi um dizer popular lá. — ela dá um passo em minha direção. — Dizem que a curiosidade matou o gato. — dou de ombros, ela permanece séria. — Vi que trouxe os vira latas para farejarem o lugar. — ela olha para os guardas que seguem olhando tudo. — Vai querer que eu tire as calças dessa vez? Porque no dia da piscina eu fiquei com ela. E você só me viu sem camisa. — acabo rindo da cara que um dos guardas faz, e quando olho para a megera ela me encara séria.

— Estou curiosa para saber o que te fez mudar de ideia? — hum, direto ao ponto. Gosto assim.

— Bom alguns fatores, e o principal é que eu me sinto vivendo em um ninho de cobras, todas prontas para me dar o bote, e estive pensando por qual delas seria picado. — ela sorri. — Na verdade eu escolhi por qual delas eu não quero ser picado. — ela se aproxima.

— A picada de uma cobra mortal é inofensiva se você tiver o antídoto certo em mãos. — estalo meus dedos no ar em concordância com o que ela acabou de falar.

— Nisso eu tenho que concordar com você. — ela se senta perto da poltrona que estou. Os guardas aparecem e negam com a cabeça, então ela faz um sinal para que eles saiam. — Bom vamos direto ao ponto. Porque quer que eu me una a você? E contra quem exatamente?

— São muitas perguntas.

— Preciso saber onde estou me enfiando, afinal independente do que você planeja, já percebi que destruir minha esposa é uma delas. — quando me refiro a Ayra como minha esposa seu semblante muda.

— Não quero destruí-la, só quero que ela se case com meu sobrinho.

— Porque? — ela me analisou e sorriu.

— A única coisa que precisa saber é que se aceitar me ajudar, terá sua liberdade e muitas outras coisas que eu possa conseguir. — me recosto no sofá apoiando os braços no encosto.

— Desde que coloquei meus pés nesse lugar, ter minha liberdade era minha prioridade. — falo batucando os dedos no estofado.

— Não é mais? — sorrio com sua pergunta.

— As prioridades mudam.

— Eu sei que seu casamento foi armado por Haidar somente para impedir que ela se cassasse com Berat, ele sempre arrumou uma desculpa todas às vezes em que Aikan abordou o assunto. — Ayra comentou isso. — E sei que você e Ayra não consumaram esse casamento então tecnicamente ela ainda não é sua esposa. — torci a boca pensando em tudo o que ela falava. Aqui eu fico confuso com algo, porque ela já tinha afirmado em outra vez que Ayra não era mais pura.

Ayra havia falado que não podia contar a verdade de não ser mais virgem ao pai, por medo. Então eu entendi que ninguém sabia. Mas a madrasta sabe. E sabendo não usou isso contra ela, porque?

Lâmia estava se sentindo muito segura, eu teria que derrubar sua segurança.

Sorri.

— Tecnicamente posso mudar isso assim que sair daqui, então você precisa me convencer a não fazer isso. — nos encaramos por alguns segundos.

— Você não a ama, e deve ter alguém lhe esperando. — eu tinha alguém me esperando? Pensei rapidamente na última pessoa que me envolvi. Sorri e neguei.

— Para sua infelicidade, não tenho nada mais interessante para fazer, e ninguém me esperando. — me recosto no sofá. — Sabe que estou gostando da minha vida palaciana. — sorrio.

— Se não quer aceitar meu acordo, para que me chamou até aqui então? — ela estava prestas a se levantar.

— Eu não disse nem sim, nem não. — falei. — Eu estou interessado em saber o que exatamente possa ser essas outras coisas que você está me oferecendo, porque dinheiro eu tenho para colocar fogo nessa cidade, e reconstruí-la em seguida. — seu olhar vacila, mas ela sorri.

— Alguns favores valem mais que dinheiro. — sorri, eu pensava exatamente como ela.

— Favores. Eu gosto de favores.

— Então temos um acordo?

— Tecnicamente não, ainda estou curioso para saber o motivo de perseguir Ayra dessa forma. — examino o ambiente, e volto a olhar para Lâmia. — Não tem medo que eu saia daqui e fale para o sultão o que acabou de me propor? — agora não é somente um sorriso, escuto sua risada reverberar pelo ambiente.

— Você nem sequer sairia dessa sala vivo, e vamos dizer que fizesse isso, acha realmente que Aikan daria ouvidos ao que você fala? — ponderei o que ela disse, e claro que eu sabia a resposta. — Você é um nada para ele, e para qualquer um aqui dentro. É somente aquele que violou sua filha para poder se casar e entrar para a família real, por ele você já estria morto. — engoli em seco, e respirei fundo dissipando a vontade de pular no pescoço dela. Eu tinha que manter minhas emoções frias e sob controle.

— Você sabe que eu não fiz isso. — ela sorriu. — Sabe que somente salvei a vida dela, já que sua tentativa de matá-la deu errado. — sorrio. — Achou que eu não ligaria os pontos? Posso não ter como provar, mas sei que tentou matá-la envenenada usando veneno de cobra na agua. Inclusive, engenhoso esse método, não deixaria rastros. Mas para seu total azar eu estava lá, que coisa não?

— Talvez eu saiba de tudo isso, mas isso não importa, você não tem como provar. — sorri com pesar. — E eu sei que você não se importa com ninguém dessa família, não teria esse trabalho. — eu tinha que admitir que ela era rápida em pegar as coisas.

— Eu não me importo com ninguém dessa família. — repito o que ela falou bem devagar. — Inclusive você. — ela sorriu e passou a mão no queixo.

— O sentimento é reciproco, pode acreditar. — ela falou e enfim concordávamos com algo. Expirei profundamente e me movi apoiando os cotovelos nas pernas e a encarei.

— Eu tenho uma condição. — falei tranquilamente. — Por mais que seja da sua vontade fazer do seu sobrinho o marido da minha até então tecnicamente esposa, isso vai ter que esperar. — seus olhos me analisam. — Tenho algo a fazer antes de dar adeus a esse lugar, e até lá eu não vou permitir que faça nada contra Ayra.

— Porque se não se importa?

— Primeiramente eu seria o principal suspeito na lista do senhor seu marido, levando em conta os fatos que motivaram nosso casamento, e por mais que eu tenha escolhido morrer a ter minha vida atrelada a isso tudo. — faço um gesto com a mão no ar. — Agora eu quero minha liberdade de volta, e farei o que for preciso para isso. E, claro... — pontuo levantando o dedo quando vejo que ela falaria algo. — Não vou permitir que minha honra seja manchada novamente, então até eu decidir Ayra está fora do seu alcance. Isso inclui todos seus joguinhos de manipulação como usar de quem ela gosta para atingi-la.

— O que te faz pensar que vou aceitar? — sua voz é doce e suave. Mas sei que ela está furiosa por ter obstruído seus planos. Sorrio.

— Tecnicamente você não tem muita escolha. — me levanto tirando do bolso um gravador. Ela fica pálida quando vê o que tenho em mãos. — Não deveria confiar em mim, Alteza. — lhe entrego o gravador de livre e espontânea vontade. — Falei que deveria ter tirado minhas calças. — os guardas se aproximam e olho na direção deles sorrindo. — Esperava mais de vocês. — faço um barulho de negação com a boca. — Amadores. — olho para a megera.

— Você é muito ousado, não sei se gosto disso.

— Eu penso o contrário. — sorrio.

— Não tem medo que eu mande eles te matarem agora mesmo? — olho para os dois guardas mais uma vez, analisando tudo. Expiro profundamente voltando a olhar para ela.

— Você teria que explicar ao sultão que está lá fora o motivo de ter matado o querido genro dele. — mais uma vez vejo somente a cor do seu rosto mudar, mas as feições ficam intactas. Te peguei, afinal todos temos um ponto fraco. Ela faz um sinal para um dos guardas que sai indo olhar a porta, logo volta.

— Não há ninguém lá fora. — eu rio da situação.

— Eu podia jurar que ele estaria ali. — falo dando de ombros. — Sabe o que é engraçado de tudo isso? Você veio atrás de mim, me colocou a par de uma situação que eu nem imaginava. — aqui eu minto, porque eu já desconfiava. — Agora teremos que conviver amando uns aos outros até que eu consiga o que quero. Porque querendo ou não, agora sei do que você é capaz e estarei de olho em você, e acredite quando falo que não irá me querer como seu inimigo. — ela vacila no olhar por meros segundos, então olha para o gravador.

— Quanto tempo será isso?

— O tempo é relativo. — falo dando de ombros. — Um dia, uma semana, um ano. Quem sabe?

— Um ano é muito tempo. — me aproximo dela, e um dos guardas coloca a espada entre mim e Lâmia.

— Um ano não é nada perto do tempo que está esperando por esse momento. — falo sorrindo, passo as mãos nas minhas roupas alisando e volto a sentar no sofá. — Você não me disse o motivo que te move, mas na verdade para mim não faz a menor diferença. — eu falei isso porque sabia que ela mentiria, e não faria diferença o que ela falasse. Eu iria descobrir a verdade.

Lâmia entrega o gravador para um dos guardas que o destrói na minha frente. Ela sorri. Eu sorrio.

— Você sabe que eu poderia ter guardado esse gravador e teria uma confissão sua, então espero que entenda minha atitude ao entrega-lo a você. — ela me encarava com um olhar de fúria. — Sem contar que ele pode estar conectado a uma nuvem e sua linda voz confirmando que tentou matar Ayra esta gravada para ser ouvida por alguém caso algo aconteça comigo. Morar num lugar como esse pode ser muito perigoso. — dou de ombros, e sorrio.

— Vou aceitar sua condição se me falar o que pretende fazer aqui? — ela pergunta.

— Vingança. Quero me vingar de quem tocou na minha honra. — ela meneia a cabeça em concordância

— Você terá seu tempo. — ela faz sinal para os guardas que saem e logo em seguida ela sai. A porta é fechada e eu sinto uma angustia no peito. Não sei porque sinto isso, se acabei de conseguir o que queria.

Aguentei dias de prisão por ter salvo a vida de uma pessoa. Tive minha liberdade roubada, e minha honra jogada na lama. E agora que consigo tudo que precisava, me sinto péssimo.

Escuto passos vindo de trás de onde estou e então o sultão surge em minha visão periférica. Ele encara a porta por onde sua esposa acabou de sair.

— Tão amável sua esposa, não acha? — falo me levantando. — Fico feliz em saber que não sou o único aqui a ser feito de palhaço. — quando o olho vejo que seus olhos ainda estão na porta por onde sua mulher saiu.

— Quando Melissa me falou que queria falar comigo, eu pensei por um minuto em negar. — ele me olha. — Então você falou que minha esposa havia tentado matar minha filha, e que você somente a salvou da morte. Confesso que não acreditei, mas aceitei seu plano. — ele abaixou os olhos por alguns segundos, e pela forma como expirou profundamente antes de me encarar dizia que ele estava mais perdido que cego em tiroteio. — Você conseguiu provar que estava dizendo a verdade. Lhe peço perdão, e lhe concedo a liberdade. — eu escuto de sua boca as palavras que mais ansiei em ouvir desde que fui trazido para cá. Deveria estar feliz ao ouvir isso, mas não é o que acontece. — Não era o que você queria? — olhei para a porta onde a megera saiu e pensei no que eu realmente queria.

Muita coisa havia mudado do momento em que pedi a Melissa para avisar o sultão que precisava conversar com ele longe dos olhos de todos, até o atual momento onde mostrei a ele, o que sua linda esposa é capaz. Eu só queria provar minha inocência perante a todos, e ficar livre disso tudo. Mas de forma insuportável e até mesmo irritante o sorriso de Ayra não saia da minha mente.

Nada me daria mais satisfação nesse momento do que esfregar a cara de Lâmia no chão em brasa. Queria fazer ela engolir cada ofensa que proferiu contra mim. Tinha algo nessa mulher que realmente me deixava intrigado, eu precisava descobrir.

— Prioridades mudam. — ele me analisou após ouvir minhas palavras  ecomeçou a andar pelo ambiente. — Posso lhe fazer uma pergunta? — Aikan me encara e concorda. — O que o senhor pensa sobre mulheres?

Ele não fala nada, e um silêncio se faz presente.

— Vou falar o que eu penso. — começo a andar pela sala, porque me sinto inquieto demais para ficar parado. — Quando conheci sua filha eu a achei um tanto insuportável, tenho que admitir. Seu jeito autoritário me incomodava muito porque cresci vendo mulheres sendo submissas, e Ayra nunca demostrou isso. — eu não via isso pelo menos até o dia que joguei Burcu na piscina. — Eu não sabia dizer o porquê ela era assim.— passo a mão em uma escultura de um cavalo e o seguro nas mãos observando cada detalhe da peça. — Convivendo um pouco com ela esses dias descobri que esse jeito dela na verdade é uma casca que ela usa para se defender.

— Onde você quer chegar? — eu me viro e o encaro.

— Mulheres não foram feitas para serem fortes e destemidas como sua filha sempre me pareceu ser, não que elas não possam ser, mas isso geralmente acontece quando os homens da vida delas foram fracos e omissos, e não fizeram o mínimo que se espera deles. — me aproximo dele. — Prover e proteger. — lhe entrego a escultura em mãos. — Mas isso acaba aqui. Quero autorização para colocar pessoas da minha confiança aqui dentro.

— Eu acabei de lhe conceder a liberdade que tanto deseja, e agora está me dizendo que não quer mais ir embora? — penso por um momento. — O que realmente deseja? — o encaro.

— Eu ainda não sei, mas ir embora já não mais minha prioridade.

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