•Capítulo Vinte e Três•
Simona
Antonella desviou o olhar do meu, encarando Marta. Segurei a vontade de agarrá-la e sair puxando ela dali, mas tinha medo de irritá-la ainda mais.
— Vai ficar calado, Simona? — Marta perguntou com ironia.
Olhei para ela,querendo matá-la. Não me importava que ela fosse a minha mãe,ela estava estragando tudo entre mim e Antonella, a única mulher que eu já gostei em toda a minha vida de merda.
— Não tenho nada para falar com você, Marta, tudo o que sai da sua boca são coisas insignificantes. — retruquei, minhas mãos se fechando em punho ao lado do meu corpo.
— Certo. — ela se virou para encarar Antonella,seus olhos castanhos claros cheios de sarcasmo e maldade. — E você? Não vai dizer nada sobre o seu marido tê-la trazido ao mesmo restaurante que costumava trazer as suas outras 'prostitutas'? — Olhei para Antonella. Ela encarava Marta, séria,seus olhos não estavam lacrimejados e nem acuados,mas tinha um brilho assassino neles.— Agora você vê que você não passa de mais uma para ele.
Franzi o cenho,abrindo a boca para retrucar, foi quando Antonella acertou em cheio o rosto de Marta, o estalo do tapa enchendo o restaurante. Marta arregalou os olhos surpresa,colocando a mão na bochecha que começava a se avermelhar.
As pessoas ao nosso redor pararam tudo o que estavam fazendo para olhar o que estava acontecendo.
— Eu não me importo com o que você pensa de mim, ou de Simona. A única coisa que importa é o que nós achamos sobre isso. — Antonella deu um sorriso, cuspindo sarcasmo em Marta. — Agora,eu não vou mais aceitar que você pise em mim,e nem ninguém mais. Pega toda essa sua superioridade e “enfia no rabo”.
Não consegui deixar de sorrir. A companhia de Maggie estava lhe fazendo bem.
— Quero ir pra casa,Simona. — ela olhou para mim,mas não tinha nenhuma fagulha do que tinha antes de Marta chegar,apenas decepção. — Agora. — completou.
Ela saiu andando, me deixando para trás com Marta.
Olhei para Marta e passei por ela,a deixando ali,parada no meio do restaurante.
Corri atrás de Antonella, ela já estava abrindo a porta de trás do carro. Segurei o braço dela com delicadeza e ela parou.
— Antonella... — comecei,mas ela me interrompeu.
— Não fale comigo. — o ar saiu de mim em uma única lufada,como se eu tivesse levado um soco no estômago. Por que caralho,aquilo doeu tanto?
Ela puxou o braço do meu aperto e entrou no carro,indo se sentar do outro lado,olhando pela janela. Suspirei,um bolo subindo pela minha garganta,e entrei fechando a porta com força. Olhei para ela de novo,mas Antonella nem sequer virou o rosto para me olhar.
Suspirei pesadamente,olhando para as minhas mãos juntas enquanto Mike dava partida no carro e saía da frente do restaurante.
Que porra eu fiz?
Antonella
Assim que as portas do elevador deslizaram abertas eu saí. Simona me seguiu,abrindo a porta da cobertura e assim que ele a destrancou,eu a empurrei e entrei na mesma.
Queria tomar um banho longo e relaxante,e o mais importante,ficar longe de Simona. Ele me levara naquele maldito restaurante,o mesmo que ia com outras mulheres,as conquistas de uma noite dele.
Segurei as lágrimas enquanto subia a escada apressada,os passos de Simona apressados atrás de mim escada acima.
— Meu anjo... — ele começou assim que terminei de subir a escada.
Fingi que não o ouvi e fui para o nosso quarto. Tirei os meus saltos no meu caminho para o banheiro,jogando a bolsa longe. Quando cheguei na porta,senti a grande mão de Simona no meu braço,me segurando. Engoli o bolo na minha garganta. Estava tão decepcionada com ele,tanto. Eu tinha achado que ele gostava de mim de verdade,mas agora via que era só mais uma,'uma' que ele era obrigado a suportar pelo resto da vida.
— Antonella.
— Me solte! Eu não quero conversar com você,me deixa em paz pelo menos um minuto! — gritei em desespero,tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair.
Eu não queria chorar perto dele,não queria mostrar o quão fraca eu era.
— Por favor anjinha... — meu coração doeu no meu peito ao ouvir o seu tom,parecia tão aflito quanto eu. Mas eu não deixaria isso me vencer,já estava cansada disso,ser pisoteada pelas pessoas.
— Não.. Me deixe! — puxei o meu braço do seu aperto,entrando no banheiro e fechei a porta com força.
A tranquei só para ter a certeza de que ele não entraria,mas Simona também podia arrombar a porta. Era uma possibilidade.
Tirei o meu vestido e a maldita langerie que comprara,“para ele”. Entrei no box e o fechei,ligando o chuveiro.
Me enfiei embaixo da água quente,e só então, deixei as lágrimas saírem e correrem pelas minhas bochechas junto com a água.
Me sentia tão destruída,aquela dor era tão insuportável quanto qualquer outra que já infligiram em mim.
Por que ele fez isso? Por que eu me apaixonei por ele? No fundo,bem lá no fundo,eu sabia que isso não ia durar para sempre. Tudo estava perfeito demais pra ser verdade.
Me encostei contra o azulejo frio do banheiro e deslizei até o chão, deixando toda a dor, toda a mágoa, sair junto com as minhas lágrimas.
∞
Saí do banheiro enrolada em uma toalha branca e felpuda,os meus cabelos enrolados em outra. Simona estava sentado na cama só de cueca,os cotovelos nos joelhos,as mãos enfiadas nos cabelos castanhos escuros.
Assim que entrei no quarto ele olhou para mim,seus olhos azuis—os olhos que eu me apaixonei—seguiram cada movimento meu.
Fui para o closet e peguei uma das minhas camisolas novas,essa era de um vermelho fosco,a parte de cima era de bojo e ela caía levemente até o alto das minhas coxas,todo o tecido era transparente.
Peguei uma calcinha rendada preta e a vesti. Tirei a toalha dos meus cabelos e os deixei cair livres pelas minhas costas.
Por um lado,todas essas roupas novas que Maggie comprara para mim estavam sendo de alguma utilidade.
Deixei as toalhas molhadas em cima do banco estofado no meio do closet e saí de lá.
Só queria dormir e esquecer que Simona existia.
Assim que entrei no quarto vi Simona,ele já não estava mais sentado na cama,agora ele estava de pé, completamente “nu”.
Engoli em seco,ignorando seu corpo magnífico e o seu membro,que instantâneamente,assim que me viu,começou a inchar e crescer.
“Você está com raiva dele Antonella,ele brincou com você”, me lembrei, mantendo o corpo reto, e fui para a cama.
Me sentei do meu lado da cama e desliguei o abajur, banhando-nos com a escuridão. Me deitei e puxei os cobertores até o queixo,me encolhendo longe do lado de Simona.
A cama afundou quando ele se deitou,puxando os cobertores para cobrí-lo também. Fechei os olhos, querendo dormir, mas não conseguia. Não com aquela dor corroendo dentro de mim.
Ouvi Simona suspirar ao meu lado. Queria abraçá-lo, como fazia todas as noites, mas não faria isso, não hoje, e nem tão cedo.
— Antonella. — ele chamou.
Apertei os olhos com força, ignorado-o.
— Eu não fiz aquilo de propósito, eu escolhi aquele restaurante porquê ele é mais seguro, eu não pensei que Marta apareceria lá. — pensei em qualquer outra coisa, tentei ignorar aquela tom aflito na sua voz, o que ela estava causando em mim.
Ele ficou um tempo calado, como se esperando uma resposta, mas não o respondi. Fingi que estava dormindo.
— Anjinha,eu gosto muito de você. — agora sua voz parecia mais desesperada. Ele se mexeu na cama, depois ficou quieto de novo. — Me desculpe, eu nunca mais vou fazer isso de novo, essa não era a minha intenção, odeio te ver triste.
Amaldiçoei o bolo que estava se formando na minha garganta, as lágrimas que salpicaram os meus olhos, e depois correram pelo lado do meu rosto até o travesseiro.
— Eu sinto muito. — ele murmurou, e eu soube que ele não falaria mais nada.
Suspirei, tremendo, tentando segurar o choro. Funguei baixo, tentando evitar que ele ouvisse.
Simona fez isso. Mas apesar de tudo, eu ainda gostava dele, afinal, fora ele que me tirou das garras do meu pai, me trouxe para cá e cuidou de mim.
Mas eu não podia perdoa-lo agora, não hoje.
Meninas, me desculpem o super atraso de hoje, mas estava ocupada. Espero que tenham gostado do Capítulo e até amanhã!!❤
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro