•Capítulo Vinte e Quatro•
Antonella
— Ele me levou no restaurante que levava suas conquistas de uma noite. — Murmurei para Maggie.
— Simona fez isso? — Perguntou, e diferente de mim, em alto tom.
Olhei para ela e ao redor, para as pessoas ocupadas nos equipamentos.
— Sim, e você pode falar mais baixo? — retruquei. — Ninguém aqui precisa saber.
Maggie riu, pegando o peso por cima dos ombros.
— Claro, a não ser eu. — revirei os olhos. Estava me tornando uma experct nisso.
— Sim. — peguei o pesinho que ela me dera e o segurei com os dois braços entre as pernas. — Voltando ao assunto. — me abaixei, fazendo como Maggie mandou. — Estava tudo bem, até a tal Kally estava suportável. Achei que era um acaso aquela mulher estar ali, sabe, coisas da vida.
Maggie olhou para mim pelo espelho enquanto fazia suas sessões de agachamentos com peso.
— Tudo bem. Se o homem fosse meu e tivesse uma garçonete, ex-peguete do meu homem, e ficasse dando em cima dele, eu no mínimo, enfiava o garfo no olho dela. — olhei para Maggie abobada, ela era bem violenta as vezes.
— Credo, como você consegue pensar nisso? — perguntei, fazendo-a rir.
— Estou acostumada. — Maggie me lançou um sorriso sombrio, e isso fez um arrepio percorrer toda a minha espinha.
— Okay. — interrompi. — Continuando. Marta, a mãe de Simona apareceu lá bem na hora que estávamos saindo.
Maggie revirou os olhos, bufando. Ela colocou o peso no chão e pegou outros dois pequenos, começando uma serie de passadas. Continuei a fazer o agachamento com peso, o suor escorrendo pelo meu pescoço até o meu top preto.
— Eu odeio aquela mulher. — comentou ela, olhei para Maggie com o cenho franzido.
— Você a conhece? — perguntei, estreitando os olhos com desconfiança.
Maggie sabia mais do que uma ‘amiga’ realmente precisa saber.
— Sim, quem não conhece dona Marta? Acredito que toda a Sicília.
— Hum... Certo. — respondi, ainda desconfiada. — Bom, foi ela que entregou Simona, e ele nem sequer negou.
Dei de ombros, colocando o peso no chão.
— Simona prefere optar pela verdade, Antonella. — Maggie disse, ela me entregou os pesinhos e comecei a fazer o mesmo que ela.
— Eu sei, mas eu não posso deixar isso passar. Ele podia ter me dito isso. Por que me levar no mesmo restaurante que levava as outras? Ele não tem nem um pouco de consideração?
Maggie encolheu os ombros, começando mais uma serie de agachamentos com peso.
— Concordo com você, nada muda o que ele fez. — Maggie respondeu.
— Ela falou que eu era como qualquer outra para ele, aquilo me machucou muito. — Suspirei, parando os exercícios.
— Mas você sabe que não é bem assim, Simona olha para você como se você fosse o céu dele, como ele mesmo diz, o anjo dele.
Respirei fundo, indo me sentar na cadeira adutora mais próxima de mim. Peguei a minha garrafa de água na minha bolsa de academia e bebi um gole.
— Eu sei. — Maggie olhou para mim, parando de fazer seus exercícios também.
— E depois? — ela perguntou, vindo se sentar perto de mim.
— Eu dei um tapa na cara dela. — dei de ombros, sorrindo ao meu lembrar. — Fiz o que você me mandou fazer quando alguém mexesse comigo.
— Uau! Já é um bom começo, afinal. — Maggie disse com um sorriso vitorioso. — Você é uma boa aprendiz.
Balancei a cabeça em negação.
— Não, eu apenas estou lidando melhor com isso... — acenei com a mão, mostrando o nosso redor. — ...tudo o que aconteceu serviu pra me mostrar que eu posso enfrentar qualquer coisa. Simona me ensinou isso.
Olhei para o chão,engolindo saliva ao me lembrar dele.
Eu acordei nessa manhã e o deixei dormindo na cobertura para vir para a academia com Maggie. Estava preocupada com ele lá, sozinho, mas sabia que era melhor manter distância por enquanto. Estava muito chateada com ele e não queria piorar as coisas mais do que já estavam.
— Sim, e você está se tornando uma mulher imbatível. — Maggie respondeu, colocando a mão no meu joelho.
Lhe dei um sorriso fraco. No fim, eu ainda tinha Maggie para me fazer companhia e me ajudar a sair dessa fossa.
∞
Abri a porta da cobertura devagar. Não sabia porque fizera aquilo, mas era como se tivesse um cão bravo me esperando do lado de dentro, pronto para me atacar.
Fiquei parada no arco da porta por um momento, apenas olhando para dentro e, quando me convenci de que não tinha ninguém ali, eu entrei e fechei a porta atrás de mim.
Subi as escadas e fui para o quarto, o encontrando vazio. Suspirei aliviada, não queria enfrentar Simona agora e acabar me perdendo nele, porquê era isso que aconteceria.
Coloquei a minha bolsa de academia no chão e fui tomar um banho. De banho tomado, vesti um short jeans claro que Maggie comprara para mim no shopping, e uma blusa de algodão branca de mangas.
Fiquei descalça, os meus cabelos recolhidos no alto da minha cabeça em um coque frouxo. Saí do quarto e passei pela porta do escritório de Simona, ele provavelmente estava trabalhando lá dentro. Não demoraria muito para ele voltar a trabalhar em — sei lá onde — e eu ficaria sozinha na cobertura — de novo.
Suspirei, saí dali e fui para a cozinha preparar o almoço, seria melhor e poderia pensar claramente enquanto cozinhava.
Estava quente e eu queria fazer polenta, então descasquei algumas batatas e as coloquei para cozinhar.
Enquanto isso, preparei o molho e uma massa para a janta. Amava fazer massa.
Quando o almoço ficou pronto, eu coloquei em um prato a polenta e enchi um copo grande com suco de abacaxi, coloquei em uma bandeja e subi as escadas. Tinha que reconhecer que Simona estava trabalhando e devia estar com fome, aliás, eu não o odiava de tudo, na verdade, eu nem o odiava. Não, só estava chateada, e se ele gostasse mesmo de mim e me queria, então ela viria atrás de mim.
Abri a porta do escritório dele sem bater, devagar, e me esgueirei para dentro com a bandeja nas mãos.
Simona desviou o olhar da tela do computador e me olhou. Ele arqueou as sombrancelhas surpreso e tirou o óculos de aro preto. Tive que me segurar, ele ficava lindo de óculos.
Andei até a mesa dele e coloquei a bandeja lá.
— Obrigada, meu anjo. — ele parecia estar com vergonha, talvez de mesmo depois do que ele fizera e eu estar ali, levando almoço para ele.
Dei de ombros, meu coração apertou quando sua expressão caiu, triste pela minha reação, e ele voltou a atenção para a comida.
Saí dali antes que eu me jogasse em cima dele e dissesse que o queria, mais que tudo, o queria.
Desci a escada e fui almoçar no balcão, como fazia todos os dias. Mas a diferença de hoje era que Simona não iria me fazer companhia.
Depois do almoço, fui para a sala descansar e tentar ligar para a mamãe de novo. Desde que me casara eu não conseguia falar com ela.
Disquei o número dela, surpresa quando a mesma atendeu.
— Alô? — sorri, sentindo alívio instantâneamente.
— Mamãe, sou eu! — praticamente gritei de alegria.
— Antonella? Oh meu deus, estava preocupada com você!
Suspirei, apesar de tudo, mamãe parecia bem.
— Eu estou bem mamãe. — a tranqüilizei, puxei os fiapos que saíam do meu short, distraída.
— E esse número, de quem é?
Sorri.
— É meu, Simona comprou um celular para mim. — No caso, ontem, mas já pareciam dias.
— Isso é ótimo, meu amor.
Concordei, esquecendo que ela não podia me ver.
— E você? O pai tem te infernizado muito? — prendi o ar, esperando alguma notícia ruim.
— Oh não, Mirko está muito quieto, passa o dia todo fora de casa e nem mesmo está levando Paolo com ele.
Franzi o cenho, o pai sempre levava Paolo com ele, e as vezes, muito raramente, o deixava em casa.
— Estranho, a senhora não acha?
— Sim, muito. Mas o importante é que ele não está ficando muito tempo em casa, digamos também que ele ainda está um pouco machucado.
Revirei os olhos. Ele teve o que mereceu.
Ouvi um barulho no andar de cima, encolhi os ombros, imaginando o que Simona poderia estar fazendo. O barulho de coisas caindo no chão, se chocando contra as paredes — ou sendo jogadas — seguiu. Levantei as sombrancelhas.
— Imagino. — olhei para a escada, esperando ver Simona, mas ele não apareceu.
— E Simona, ele tem te tratado bem? — ela perguntou, eu voltei a minha atenção para os fiapos do meu short.
— Sim, melhor do que eu pensei. Na verdade, melhor do que eu imaginei. — não encheria mamãe com os meus problemas. — Acho que ele está nervoso hoje, 'tô' ouvindo barulhos vindos do andar de cima.
— Homens. — ela comentou. — Vou olhar como Paolo está, aquela febre voltou de novo.
— Mande um beijo para ele. — falei, sorrindo ao me lembrar do meu irmãozinho. — Eu te amo, mamãe.
— Eu também te amo minha filha.
Encerrei a chamada e me deitei no sofá, olhando para o teto. Os barulhos no andar de cima pararam, mas eu me mantive quieta. Aprendi desde cedo a não interferir quando um homem está surtando, ainda mais no andar acima de você.
Suspirei. Queria saber o que estava acontecendo, mas não iria cutucar a onça com uma vara curta.
Meninas, minha internet acaba hoje às meia noite, mas vou tentar postar Capítulo pra vocês nos próximos dias okay? Até eu colocar crédito de novo, vou colocar ainda essa semana.
Até amanhã meninas! ❤
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