•Capítulo Dezessete•
Antonella
Assim que entramos na academia,uma boa quantidade de homens malhados e sarados ,nus da cintura para cima, olharam para nós.
Simona me puxou do aperto de Maggie e me abraçou contra o seu lado, lançando um olhar ameaçador para todos os homens ao redor,que só então,percebi que estavam me olhando.
— Estamos no século vinte e um,Simona. — Maggie zombou ao meu lado.
Simona,que até então estava mais preocupado em rosnar como uma fera para os homens—como um macho alfa—enquanto passávamos,voltou sua atenção para ela.
— Não me diga. — zombou,me levando pela ampla academia.
A cada passo,mais homens e mulheres surgiam, cada um em um equipamento estranho,outros fazendo musculação,a música sempre alta nos altos falantes das caixas.
Simona me levou até um canto,—e é claro que Maggie estava no nosso encalço—,e parou.
Olhei pelo seu lado e vi um grande espelho na parede na nossa frente,ao lado,um homem fazia uma série de agachamentos com um peso nos ombros.
Maggie parou perto de nós,colocando a sua bolsa de uma alça só — de academia — no chão,e foi para uma parede cheia de pesos,todos de tamanhos diversos e diferenciados.
Antes de chegar a um, ela parou,como se lembrando de alguma coisa,e se virou para nós com um sorriso vergonhoso.
— Desculpe,esqueci-me de ajudá-la.
— Eu vou ajudá-la. — Simona protestou ao meu lado.
Maggie revirou os olhos e andou até nós.
— Como? Fazendo-a levantar esses pesos absurdos que você pega? — perguntou com ironia.
— Não,eu vou ajudá-la. — Simona repetiu firme.
Maggie bufou,jogando a mão para cima.
— Simona,não seja teimoso,eu sou mulher e vou ajudar Antonella melhor do que você.
Olhei para os dois,pareciam dois irmãos briguentos.
— O gente... — chamei. Os dois voltaram suas atenções para mim. — ...eu estou aqui.
Maggie sorriu para mim,como se eu fosse sua irmã mais nova.
— Sabemos, irmãzinha.
Eu mordi o interior da minha bochecha.
— Então,por que vocês dois não me ensinam? — olhei para eles sob meus cílios.
As sombrancelhas de Maggie subiram e ela fez um biquinho, suas bochechas ficando vermelhas.
— Oh! Que fofa! — exclamou, com um suspiro longo.
Olhei para Simona,mas ele estava com uma sombrancelha levantada me olhando com aquele olhar idiota que ele me dava de vez em quando. Irônico.
— Tudo bem. — Simona disse. — Vamos começar então,ou vamos passar o resto da manhã discutindo isso.
Maggie parou de frente para o espelho e apontou para o seu lado.
— Vamos começar com três sessões de quinze agachamentos. — Maggie disse endireitando a coluna.
Parei ao lado dela e olhei para Simona que apenas observava tudo parado mais atrás de nós.
— Trinta passadas. — ela olhou para mim,percebendo que eu estava confusa. — Vou te ensinar.
Ela veio para o meu lado e espalmou a mão na minha barriga, espalmando a outra na minhas costas.
— Endireita a coluna. — endireitei a minha coluna e prendi o ar. Não estava nem um pouco acostumada a ficar daquele jeito. — Vamos começar com o agachamento normal,você precisa aquecer os músculos da sua coxa e bumbum antes de ir para um dos aparelhos.
Levantei uma sombrancelha e dei uma olhada para Simona atrás de nós. Ele parecia mais preocupado com os homens distraídos nos aparelhos — como se eles fossem uma ameaça — do que com a gente.
— Simona,pode ir para a esteira,eu cuido dela. — Maggie disse,percebendo que ele estava mais que distraído. — Tenho certeza que você ganhou algumas gordurinhas nos últimos dias.
Simona bufou.
— Se precisar de mim, é só me chamar. Estou ali. — Ele apontou para as várias esteiras a mais ou menos cinquenta metros de distância de onde estávamos,onde alguns homens e mulheres estavam correndo.
— Tudo bem. — ele acenou e foi andando para lá.
Maggie deu uma risada do meu lado.
— Você tem ele no seu dedo mindinho. — Comentou, apertando a base da minha coluna. Arregalei os olhos e estufei os seios para fora. — Não se desconcentre,tem que ficar com a coluna reta.
— Okay,okay. — retruquei bufando.
Ela soltou uma risadinha e se afastou um pouco.
— Mantenha as pontas dos pés alinhadas com seus quadris e ombros. — Ela fez a posição do meu lado,me olhando. — Mas tem que posicionar os pés a frente,junto com os joelhos.
Mexi os ombros enquanto fazia o que pedira.
— Ótimo. — disse observando-me. — Faz um punho com as duas mãos e os coloque na cintura,as palmas viradas para dentro. Isso vai te ajudar a manter a coluna reta. — Instruiu, fazendo para mim ao mesmo tempo.
Fiz o que ela pediu e olhei para Maggie com um sorriso. Estava sendo mais fácil do que eu pensara.
— Perfeito. — ela sorriu para mim. — Agora,você vai descer até onde puder. Observe.
Ela se abaixou devagar. Maggie apontou os joelhos.
— Você não pode abaixar até dobrar os joelhos completamente,você precisa fazer a pressão no bumbum e nas coxas,e isso não vai acontecer se você dobrar as pernas completamente. — Ela subiu e parou,os joelhos ainda um pouco dobrados. — O mesmo acontece quando subir,não relaxe,os mantenha dobrados um pouco e desça de novo.
Meneei a cabeça,já começando a entender.
Maggie parou e apontou para as minhas pernas.
— Sua vez. — Olhei para o meu reflexo no espelho e fiz como ela pediu. Desci, não muito rápido,e subi de novo. — Agora,quero que faça isso quinze vezes e, se os seus músculos da coxa começarem a queimar,não pare, é sinal que está funcionando. Pode doer nos primeiros dias.
Acenei e comecei a fazer o que ela pedira.
Maggie estava ao meu redor,dizendo instruções e observando os meus movimentos. Quando terminei, as minhas coxas estavam doendo como o inferno.
— Agora,trinta passadas. — ela me mostrou como fazia, uma perna na frente da outra e se abaixava. — Uma de cada vez,certo?
— Sim. — comecei a fazer o que ela pedira e estava tão concentrada,que nem me lembrava de Simona nas esteiras mais próximas.
Quando terminei,olhei para ela,meu bumbum e coxas doendo, uma dor bem-vinda que eu nunca sentirag—mas mesmo assim, horrível.
— Ótimo. — ela disse com um sorriso.
Olhei para o meu lado e vi que Simona já não estava mais na esteira,ele estava de frente para outro espelho com um peso em cada mão,os levantando,um de cada vez. Fiquei paralisada olhando os músculos dos seus braços saltados e marcados,o suor molhando os seus cabelos e descendo pelo seu pescoço até chegar na blusa — regata. Céus,como era quente vê-lo assim,todo suado,com as veias e músculos saltados.
— Ele está em seu próprio mundo agora. — Maggie comentou ao meu lado.
Olhei para ela, piscando várias vezes confusa.
Queria muito fazer ele se sentir como me fazia,assim,quente,cheia de vida.
— É o que parece. — respondi,voltando a olhar para ele.
Como o seu corpo estava reto e tensionado,as veias em sua testa pulsando,uma expressão dura em seu rosto. Era lindo,seus olhos azuis escurecidos pelo esforço.
— É. — Maggie deu de ombros. — Vamos para a cadeira adutora.
Olhei para ela confusa.
— Não se preocupe,não é nenhum tipo de tortura.
Ri sem jeito.
— Eu vou chamar Simona para ajudar. — Ela me lançou um sorrisinho cretino. Olhei para longe dela,mordendo o lábio inferior. — E morda o lábio como fez agora, é muito sexy.
Voltei o meu olhar para ela surpresa,minhas sombrancelhas franzidas.
— Não me entenda mal,mas você é sexy, só parece muito ingênua... Ainda. — ela estalou os dedos. — Gostaria de ter algumas horas com você amanhã,se você quiser é claro. Posso ir na sua cobertura.
— Tudo bem, provavelmente Simona passará a tarde trancado no escritório trabalhando. — ele estava fazendo isso nos últimos dias,já que sua coxa ainda não tinha sarado,mas estava bem melhor.
— Perfeito! — Maggie exclamou.
Sorri. Ela era uma boa pessoa.
— Então,você irá chamá-lo? — a lembrei, rindo.
— Oh, é mesmo! — ela apontou uma fileira de aparelhos mais a frente,parecia realmente uma cadeira,mas era diferente. Tinha dois suportes acolchoados no meio,afastados um do outro. — Nos espere ali.
Concordei e fui para a cadeira.
Fiquei um tempo estudando a estrutura de metal cinza. Com certeza se parecia com uma cadeira de tortura.
— Antonella! — Maggie chamou atrás de mim.
Me virei e vi ela e Simona se aproximando. Ele estava com a camisa (regata) molhada de suor,os músculos tão definidos e duros sob a pele bronzeada. Senti uma súbita vontade de tocá-lo,imagens um tanto impuras e libidinosas vindo na minha mente. Meus mamilos endurecerem contra o top e minha intimidade apertou o vazio,com vontade de senti-lo. Estava a alguns dias sem sexo, porque da última vez,antes da ligação do tal Luke,acabei assada e muito dolorida.
Engoli em seco quando ele parou na minha frente,suas sombrancelhas franzidas enquanto ele me observava.
— Você está bem? — perguntou, sério.
Olhei para Maggie em busca de ajuda.
— Ela está ótima,homem. Preciso da sua ajuda aqui com a cadeira Adutora. — Interferiu Maggie.
Sorri para ele.
Simona levantou uma sombrancelha para mim.
— Certo. — falou indo até a primeira cadeira. — Venha meu anjo,sente-se aqui.
Olhei para Maggie antes de ir me sentar na tal cadeira de tortura.
Simona se abaixou na minha frente e segurou os meus joelhos com as mãos grandes.
Foi como se todo o meu corpo acendesse no momento que ele me tocou. Todo o resto desapareceu e só tinha eu e Simona. Ele levantou os seus olhos para mim, escuros olhos azuis intensos e cheios de fogo.
Olhei para o lado,quebrando a conexão que se formara e tudo pareceu voltar ao normal.
Olhei para Maggie que estava tentando focar em outra coisa que não fosse nós.
— Anjo. — Simona chamou. Olhei para ele, me perdendo nos seus olhos azuis intensos de novo. — Se concentre.
Concordei,meu corpo tremendo enquanto ele abria as minhas pernas e as colocava no suporte.
Eles eram macios e mantinham as minhas pernas abertas,e no fundo,eu podia jurar que já sabia mais ou menos o que era pra fazer.
Simona respirou fundo e se levantou.
— Certo querida. — Maggie disse. — Segure nos lados e mantenha a coluna reta.
Fiz o que ela pediu e olhei para cima,os olhos azuis de Simona queimavam em mim.
— Quero que feche as pernas quinze vezes,respire,e repita.
Concordei e comecei a fazer o que ela pediu. Tinha que admitir, era um pouco difícil,parecia que eu estava tentando fechar as minhas pernas quando tinha Simona entre elas,quase impossível.
O pensamento fez o meu corpo arrepiar,segurei um gemido repentino que ameaçou sair da minha garganta e me concentrei apenas nos exercícios.
Um homem alto e forte,mais alto que Simona,de pele escura dos braços tatuados passou atrás de Simona bem na hora que eu levantei meu olhar.
Perdi o fôlego quando ele me lançou um sorriso de dentes perfeitamente brancos e uma piscadela.
Simona estreitou os olhos,olhando para trás de mim e na hora que o homem passou por ele,Simona se virou com tudo,sua mão voando para a sua coxa. Foi então que me lembrei. "Ele tem uma arma ali".
— Simona! — gritei me levantando com pulo rápido,ignorando a dor nos músculos das minhas coxas.
Maggie,percebendo meu desespero, também se empenhou em chegar em Simona que se aproximava como um cão bravo pelas costas do cara,sua mão já tirando a arma do coldre na coxa.
Por sorte,o alcancei quando ele estava a menos de dois metros do homem,que sequer,percebera que corria um sério risco de vida.
Me joguei contra as costas de Simona,passando meus braços pelo seu tronco forte e malhado. Ele parou no mesmo instante,ofegante, bufando como um búfalo.
— Me solte Antonella. — sua voz estava dura,áspera.
Observei o homem sumir na academia,agradecendo aos céus por isso.
— Não. — enfiei o meu rosto nas suas costas,inspirando o seu cheiro almiscarado de suor e perfume.
Ainda estava me perguntando como Simona vira o que o homem fez. Okay,fora apenas um flerte bobo,mas se apenas isso serviu como gatilho para desencadear a ira repentina de Simona,eu não queria saber o que mais ele poderia fazer se um homem me tocasse.
Sua respiração foi acalmando aos poucos,podia sentir os olhares de Maggie e algumas outras pessoas da academia em nós.
Desci meu olhas e vi sua mão ainda segurando a arma, — abertamente —,e todos ali podiam ver.
— Você tem que guardar a arma. — falei nas suas costas.
Simona suspirou e enfiou a arma no coldre.
— Pode me soltar,anjo.
Hesitante, o soltei,olhando para Maggie a procura de auxílio,não sabia o que fazer agora.
Ela acenou em direção a porta da academia,mandando-nos embora silenciosamente.
Concordei e peguei a grande mão de Simona na minha. Ele olhou para nossas mãos juntas,o cenho franzido,sua língua pecaminosa lambendo o lábio inferior.
— Vamos subir. — falei para que apenas ele ouvisse.
Os olhos de Simona assumiram um brilho diferente,um que eu conhecia bem. Luxúria.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro