20. Hello, Claire
CLAIRE
Com minha mente concentrada, eu copiava algumas coisas que estavam no grande quadro negro a minha frente. O relógio pequeno no canto da parede, demonstrava que a hora do almoço estava próxima, estava tão cansada que, a única coisa que eu queria, era poder dormir.
A noite anterior tinha sido perturbadora, não consegui fechar os olhos, porque sempre que o fazia, sua imagem vinha a minha frente.
Sua imagem hostil e cruel se formava em minha mente a transformando em uma perturbação sem fim.
O medo de ver seu corpo novamente me congelava a alma.
— Espero que não esqueçam de me trazer o relatório na próxima aula, é de extrema prioridade a organização e a boa conotação com as palavras — A voz do professor Ellus me tirou da profunda obscuridade dos meus pensamentos. — Entenderam ?
Apenas balancei a cabeça como o restante da turma.
— Ótimo. Tenham um bom fim de semana — Ele disse olhando em seu relógio.
O sinal. O estridente som do sinal ecoou em meus ouvidos me fazendo soltar um suspiro de alívio.
— Vamos ? — Violet disse.
Guardei o caderno e os outros materiais e posicionei a bolsa em meus ombros dando os primeiros passos pra fora daquela sala.
A quantidade de alunos circulando no corredor era irritante ao ponto de me dar dor de cabeça, seguimos rapidamente até o refeitório, pegamos nossa refeição e sentamos.
Respirei fundo tentando suavizar o barulho das pessoas.
— Eu acho o professor Ellus é um pouco exigente — Violet me olhou mastigando sua comida educadamente.
— Bem... Eu acho que ele quer nos ajudar — Disse baixo.
— Ajudar ? — Ela falou — Tirando seu ego elevado e sua forma de nos tratar, acho que ele é uma boa pessoa — Ela ironizou.
— É, talvez ele precise de uma aula de empatia — Ri.
O professor Ellus era um cara jovem e formoso, todas as garotas pareciam ter uma queda por ele.
Eu era a exceção.
— Vai na biblioteca hoje, Claire ? — Violet disse — Preciso estudar um pouco.
— Na biblioteca ? — Engoli a comida — Não.
Ela me olhou e sorriu sem jeito.
— Tudo bem então.
De repente, a cena dele andando na biblioteca tomou minha mente, sua voz parecia gritar dentro da minha cabeça.
— Você está bem, Claire ? — Ela tocou minha mão.
Olhei rapidamente em seus olhos verdes que me encaravam assustada.
— Me desculpe, eu estou bem... — Sorri — Só estou cansada.
Levantei da mesa com a bandeja em mãos e olhei pra garota na minha frente.
— Vai demorar muito lá ? — Perguntei.
— Não sei, acho que não — Ela falou.
— Tudo bem, eu espero. — Sorri me afastando.
Sai do refeitório ignorando algumas pessoas que me olhavam e cochichavam palavras que não conseguia entender.
A verdade é que eu não queria ficar só, estava com medo de encontrar ele de novo.
— Droga ! — Disse baixo.
Andei devagar pensando no que ia fazer, não podia ir na biblioteca depois de ontem e nem queria ficar sozinha.
Levantei a cabeça vendo a porta do meu dormitório e respirei fundo. Coloquei a mão na maçaneta fria e abri a mesma.
Um suspiro de alívio saiu da minha alma ao não encontrar algo horrível em meu quarto.
A ideia de dar uma volta no campus se passou na minha mente e eu não hesitei em descartar.
Fui até a cama e coloquei a mochila em cima já me deparando com aquele livro.
— Mas o que ? — Me virei rapidamente para a porta semi aberta que tinha deixado.
Mas ela se fechou.
Olhei para o livro com o título horrível e senti meu corpo se arrepiar por inteiro.
— Sabe, Claire, eu adoro Lovecraft — Aquela voz.
Me virei subitamente o encontrando na porta.
— De novo não — Sussurei.
— A mente brilhante de um gênio dando vida ao terror — Sua voz saiu forte e entonada — Isso não é fascinante, Claire ?
Por mais intenso e pavoroso fosse o sentimento do medo, não pude deixar de ver sua imagem diferente.
Seu cabelo estava loiro, seu rosto limpo e claro sem nenhuma sombra de pelo, seu peitoral parecia ter adquirido mais tatuagens.
— Tudo é questão de percepção, não é ? — Ironizou.
— O que você quer ? — Disse baixo.
— Ele tinha uma frase que eu adorava, ainda adoro. — Seu corpo se moveu devagar, passo por passo até mim.
Com a respiração e o coração acelerado, me afastei.
Seus olhos esbanjando desejo me encarou por completo, desde o meu rosto até meus pés me deixando desconfortável.
— "A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o mais antigo e mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido." — Sua voz entrou em meus ouvidos como uma música alta e barulhenta.
Suas palavras ficaram ecoando e encoando na minha mente como um disco arranhado.
— Para ! — Gritei.
— Parar ? — Ele riu — Mas eu nem comecei.
Eitaaaaaaa
Olaaaaa, mais um capítulo haha espero que gostem, manerei no gif Por ser de madrugada qqqw kajsjaja
Até o próximo, não esqueçam de votar e comentar... beijossss 💕💕💕
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