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13 | dose de realidade

Oi, oi, incomunzetes do meu coraçãoooo!!! Como foi o janeiro de vocês? Como tá sendo seu 2025? Por aqui tá super corrido, mas tenho conseguido focar nos meus objetivos, felizmente! 💜 

Muito, muito, muito obrigada mesmo a quem acompanha e comenta, sério 🥺 comentários são meu maior motivador!

Só lembrando que esse capítulo é narrado pelo Jungkook (o CD é o emoji dele!)

Boa leitura e, se gostarem, comentem, porque amo saber o que vocês estão achando!!


»»💿««


fiquei na fila

porque me foi prometida uma dose

talvez algo como xerez, pura glicose

mas minha boca foi invadida

(não só ela)

por sabor de alegria, arruaça e quero-mais

quando o pedido era um martini, um mojito, quiçá um vinho ao cais

e aí, acabei nessa viela

sem saída, nem piedade

e fico aqui, bicando ela,

a minha taça de realidade


💿


Meus dias estão competindo corrida com o Papa-léguas, ou com o Ligeirinho, ou com qualquer que seja o personagem rápido na programação infantil dos dias de hoje. Com a correria e a confusão, tem uma sensação esquisita me assombrando, no fundinho da minha cabeça. Nunca sei o que é: medo pela minha carreira, insegurança, ou algo mais. Talvez um toque de tudo.

A recepção de meu novo álbum, "arqueologia", não foi muito boa. Meus fãs e os perfis pop nas redes estão surtando 24 horas por dia, sete dias por semana. Passei por um zilhão de reclamações grosseiras e memes esquisitos antes de desistir de vez das redes sociais. E, mesmo sem estar mais em contato com o pior lado da humanidade, esse bichinho estranho continua se contorcendo no meu cérebro.

Meu pragmatismo costumeiro (ou não tão costumeiro desde a chegada de Jimin na minha vida) não está cumprindo seu papel. Fico me lembrando de que aquelas eram as músicas que eu queria escrever, as músicas que o Jungkook, aspirante a artista, sonhava em escrever. Fico me lembrando do prazer de produzi-las. Do prazer de cantá-las em cada programa na qual sou chamado, mesmo que a reação da plateia seja esquisita. E nada, não me convenço.

Talvez, o pior de tudo seja: Jimin não ouviu o álbum. Ainda estou descobrindo se estou mais chateado por não conseguir me redimir por "parafraseei" ou por não poder usar "arqueologia" para me declarar, para tentar avançar um passo sequer na direção de um relacionamento que não fosse de mentira.

Não achando essa ruminação toda descaso o suficiente com o próprio trabalho, meu pragmatismo também não doma as memórias do meu aniversário. Elas disputam pau a pau com meu álbum para ver quem entra em loop na minha cabeça. E não há convencimento meu comigo mesmo, não há alegria sentida pelos elogios recebidos da minha família e dos meus tios durante meu jantar de aniversário em Busan; argumentações fervorosas de Hoseok sobre esse ser o meu melhor álbum; respeito sincero da minha banda com minha nova arte; nem revirares de olhos e pedidos para "ignorar os imbecis" de Heeyeon, que me tirem daquela armadilha.

Estou prestes a sair para uma entrevista, sem saber o que vou responder sobre mim, sobre as reações do público e sobre Jimin quando Hoseok me liga. Não dá "oi" nem nada, só grita um "VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR, OLHA O LINK QUE TE MANDEI".

Quando abro nossa conversa no celular, vejo que o link é para a coluna de música da revista Saidaí, ou seja: a famigerada crítica de Min Yoongi. Dessa vez, não sinto nada. Não sinto ansiedade, nem raiva. Dá para dizer só que tenho uma certa curiosidade, talvez para ver se estou na direção certa.


Crítica: seria a mudança de ventos de Jeon Jungkook algo ruim?

É a primeira vez que demoro mais de uma semana para construir uma crítica ao novo álbum de Jeon Jungkook, o artista indie que, até então, me fez escrever com decepção (e consequente rapidez). Porém minha demora em escrever infelizmente me fez ler comentários que tirarão um pouco o foco de Jeon Jungkook.

Vamos começar do começo, com o foco certo: Jeon Jungkook lançou, no sábado retrasado (29/08), o mini álbum "arqueologia".

"arqueologia" é um frescor. É revigorante. É novo e ousado. É crescimento.

Não considero o melhor álbum do ano, quiçá da semana. Mas é, definitivamente, um bom álbum. E o melhor álbum da carreira de Jungkook.

Ele parece ter se despido do conforto das obviedades nas letras, apesar de manter certo humor e banalidade característicos de sua discografia. E é uma mescla maravilhosa: banalidade e profundidade. Jeon Jungkook escreveu de forma sublime aqui.

Por outro lado, o instrumental, apesar de bem encaixado e bem executado, parece-me só isso: bem feito. Não é inovador e deixa a desejar perto da potência e originalidade das letras.

"dose de realidade" é minha música favorita do álbum. Muito equilibrada, consistente, uma dose certa. Recomendo que a ouçam, se for de seu gosto, "arqueologia" é um álbum para você, um pouco pop, um pouco R&B.

Agora, perderei o foco de quem deveria ser protagonista dessa crítica: tive o desprazer de acompanhar toda uma revolta sem sentido, clamores bestas de que "Jeon Jungkook não é o mesmo de antes". Sim, não é. Ainda bem. E espero que não volte a ser. E espero que não permaneça assim, sendo o Jungkook que escreveu arqueologia.

Por mais que eu entenda o conforto dos ouvintes de receber mais do mesmo, por já gostar, por não ter que sair da inércia, por não ser confrontado; arte é sobre confrontar a si. Arte é sobre as guinadas da vida.

Não tenho a arrogância de dizer que arte não possa ser calma e contemplativa; ah, mas se tem algo que mexe comigo, é uma arte que claramente mexeu com quem a fez. Algo pungente. Do âmago. Ferozmente real.

Irrita-me toda essa reação, todo esse medo do confronto. Ninguém é obrigado a ter coragem, mas não obriguem outras pessoas a se acovardarem com vocês. É mesquinharia e pequeneza.

Ficam, aqui, meus votos para que todos tenham mais coragem, para pararem de temer a própria coragem em si.

Música

Min Yoongi,

colunista principal de cultura da Revista Saidaí e professor titular de Harmonia, Sonologia e Apreciação Musical na Uni7


Leio e releio, várias vezes. Mesmo assim, continua parecendo só imaginação. Em todas as ocasiões em que ensaiei minha reação ao improvável elogio de Yoongi, eu gritava, exultante, ia do céu à Terra, fazia um discurso agradecendo à família, requebrava até o chão, sei lá. Imaginava-me feliz, mas vejo que minha felicidade verdadeira não está na aprovação dele, mas em algo muito mais difícil de controlar (isso porque Yoongi sempre me soou como uma barreira intransponível!). De qualquer forma, seria mentira dizer que não senti um alívio, talvez, de estar na direção certa, mesmo quando tudo que construí para minha vida ameaçasse a ruir.

Talvez não ameaçasse, mas estivesse, de fato, ruindo. Talvez, se não fosse esse processo de desmantelamento, eu nunca teria escrito "arqueologia", apenas mais uma dinamite para demolição do meu mundo.

Estou no carro a caminho da entrevista quando recebo mais mensagens: é o grupo do pessoal da banda. Devem estar ensaiando, vamos fazer uma mini turnê pelo estado em breve. Com a pausa do meu aniversário e meu sumiço perante à reação esquisita do público, todas os shows foram chutados para o próximo mês.

Apesar de terem gravado o instrumental do álbum comigo, não estávamos juntos quando ouviram a versão finalizada. "já foi bem pior", foi o comentário de Sungjin sobre ensaiar as novas músicas do álbum. Para os padrões dele, é o mesmo que ganhar um Grei-mi (ou um gay-mi, para mim).

Yeri escreveu um textão relatando seu choro compulsivo no chuveiro ao ouvir a versão finalizada de "eu era ateu", todas as emoções e a gratidão. Quase chorei junto, se não tivessem me arrancado uma risada o adendo no final de Yeri, parafraseando um meme besta qualquer de internet: "obrigada deus por ter criado os gays afeminados, que também são um pouco mulheres e fazem músicas que tocam corações de donzelas" e a acusação de Sooyoung de que Yeri ainda chorava com a música e cagava todo o cronograma do ensaio (chorar tocando guitarra até vai, saxofone complica).

Jaesung comentou, por fim, que se não fosse a depressão das letras, poderia ser música de "transar gostosinho", desencadeando uma avalanche de figurinhas de nojo ao ter criado em nossa mente a imagem dele e de Sungjin transando. Sungjin nunca mais foi visto no chat.

Só noto o quanto o caos no grupo e o reconhecimento deles me alivia quando sou avisado de que cheguei à emissora. Os minutos da manhã, viscosos como mel, enfim passam numa velocidade normal.

Constroem camadas e mais camadas de maquiagem no meu rosto, a ponto de eu me sentir um bolo de casamento, e me vestem com algo mais decente do que uma camiseta e uma calça de moletom, mas não tão mais decente: uma calça jeans clara e uma bata branca e, até para os meus padrões, muito homossexual. Mal olho a obra final no espelho quando me empurram para dentro do auditório, onde um sofázinho me espera na frente de um apresentador cujas lentes nos dentes são tão gigantes e tão brancas que não consigo olhar para nenhum outro canto de seu rosto.

— Apresente seu álbum para o público, por favor! — diz ele depois de umas gracinhas nos apresentando, mais feijão com arroz impossível. Dessa vez, solto um suspiro e deixo para lá a resposta ensaiada.

— Dá pra dizer que é um álbum sincero — respondo, com uma tremida de voz meio patética, mas quase imperceptível. Meu olhar vaga, e o auditório desaparece de vista. O que quero ver e o que sempre procuro é outra coisa. — Não que eu tenha mentido nos outros álbuns, claro. Só sou meio ruim com emoções. Acho que só descobri agora que não senti de verdade antes, porque é a primeira vez que sinto de verdade verdadeira, aí deu pra comparar. Mas ainda é difícil e confuso, então esse álbum é uma tentativa minha de entender e lidar com essa... novidade.

— Você diria que essa novidade é amor? — pergunta ele de um jeito capcioso e me dá margem para ficar ainda mais confuso que antes. Devia ter seguido as respostas ensaiadas.

— Não sei se é sobre amor. Amor nunca me faltou e acho que reconheço ele bem. Amo minha família, minha infância, guitarras... Amo até comida japonesa. Acho que o álbum é sobre paixão, talvez sobre perceber que estou apaixonado.

— É sobre nosso misterioso e amado Jimin, não é?

— Claro.

— Mas esse não é o primeiro álbum que você faz para ele, né? Qual a diferença da sua paixão daquele álbum pra esse?

— Boa pergunta. Acho que o primeiro álbum não é sobre paixão. Eu sentia muita química e curiosidade pelo Jimin, mas paixão... Não sei. Acho que lá eu só relatei o que via nele. Agora relatei o que sinto ao lado dele. No fim, acho que a diferença dos álbuns é que o primeiro era sobre Jimin, e esse é sobre nós.

— Que profundo! E então, como foi a reação de Jimin ao ouvir esse álbum?

A pergunta toca onde dói.

— Não sei, acho que nossos compromissos têm dificultado. — Nem eu, nem o entrevistador, nem a plateia acreditamos. — Mas tô curioso.

— Você tem medo de que ele reaja mal igual seus outros namorados?

— Boa pergunta... — suspiro. Na verdade, tenho medo de que ele reaja, porque a promessa é quase não reagir. — Mas reagir mal... Temos uma promessa de que isso não vai acontecer.

— Dá pra prometer isso?

A plateia prende a respiração e eu rio, mesmo sem humor. Com o máximo de simpatia que tenho em mim, assumo um tom misterioso e digo:

— Acho que chega de boas perguntas por hoje.

-💿-

— Jimin... — chamo. O olhar perdido dele volta a ter vida e pousa em mim com reverência.

— Sim, lindo.

— Se você escrevesse um livro que ama muito, mas todo mundo odiasse, o que você faria?

— Ficaria mais pobre, talvez — diz, displicente. — Preciso que o pessoal compre.

— Pergunta da semana — acrescento.

Jimin suspira como se o peso de três planetas maciços estivesse sob seus ombros. Demora-se bebericando a caneca do chá especialmente comprado para ele.

— Não faria nada — responde como que mastigando as palavras. — Talvez seja metafísico demais para você o que te direi agora, mas considero a arte necessariamente sincera. Se escrevo algo muito diferente dos meus sentimentos, nascem pilhas e mais pilhas de lixo. É sem alma, insosso, indiferente. Eu poderia ter seguido minha vida sem escrever, e as pessoas economizado minutos sem ler. Por outro lado, quando escrevo algo verdadeiro, fico mais leve e entendo um pouco mais de mim. Comecei a escrever por mim, só por mim, e continuo escrevendo por mim até hoje. Toda vez que deixo de ser egoísta, um pouquinho que seja, é horrível, eu travo. No fim, nunca dá para escrever algo diferente de si. Enquanto a vida é máscara, é funcional, é saber navegar pelas coisas, a arte é essa coisa despropositada e humana.

— Hm... — mastigo, sem ter nada grandioso para falar, ao contrário do meu falso namorado, uma enciclopédia ambulante de citações. Decido ser melhor continuar o ouvindo. — O que te fez começar a escrever?

— Você já gastou a pergunta da semana.

— Larga de ser pão-duro.

Ele tomba a cabeça de um lado para o outro ao som do meu bufar. Às vezes (ou melhor, muitas vezes) Jimin é difícil demais. E é ainda mais estranho o quanto essa dificuldade me instiga; logo eu, que sempre tive preguiça de entrelinhas. Ele suspira, meio melancólico, dá de ombros e responde:

— Não lembro o que me fez parar de escrever, na verdade — Em vez de feliz com o começo de relato, com uma resposta extra na semana, a minhoca de incômodo da minha cabeça esperneia. — Tenho lembranças de escrever crônicas para a escola, rascunhar histórias em cadernos por aí e desenhar como seriam meus personagens desde muito novo. Como uma pequena obsessão, sabe? Um brinquedo favorito.

Lembro-me de como eu agarrava e não soltava mais a guitarra do tio Daejin. Como cada CD e vinil do meu pai mais era um tesouro mágico. Assenti com a cabeça.

— Deve ter sido a realidade que me arrancou essa diversão — continuou. — Só sei que passei a maior parte da adolescência sem escrever, talvez por não poder mais me justificar, por não ser mais criança. Não lembro a idade exata e não lembro como as histórias fugiram de mim.

— E o que te fez voltar a escrever?

— O pior momento da minha vida — diz e ri. Ri sem sarcasmo nem nada. Ri genuinamente, ri com os olhos perdidos em memórias, transbordando melancolia. Nem sei como sinto ao vê-lo se abrir: estranho, feliz, receoso. — Fazia tempos que eu já odiava minha vida, naquela época. Mas como dizer? Eu tinha algumas coisas. Quando tudo foi tirado de mim, precisei encontrar algo para ser meu. Nada mais barato que palavras e nada mais prolixo do que uma consciência atormentada. Juntando à paixão infantil, foi um destino inevitável. O resto foi história. História e uma sorte que eu não me imaginava capaz de ter.

— Quero um dia conhecer sua história inteira...

— Acho impossível, nem eu conheço toda a minha história. — Sorri, cruzando o olhar ao meu. Parece ter voltado ao presente. — Toda vez que escrevo algo, descubro uma parte nova de mim.

— Quero um dia ter tantas histórias quanto você, então.

— Espero que não. Acho que o que me faz ter tantas histórias é a solidão. Quando seus arredores são vazios demais, é quando se tem que escavar dentro de si e ver se acha algo. Felizmente, você e sua família têm uma coletânea compartilhada bem vívida e diversa. É um privilégio.

— Você é mesmo enérgico só quando quer, né? — cito nossa conversa.

— Meu querer tem sido insuficiente?

— Acho que eu tenho te desencorajado também. — Dou de ombros. — Meio que você fala coisas lindas quando tá triste.

— Então minha tristeza te entretém?

— Não, claro que não! — respondo em instantes. Ao ver Jimin rir, relaxo e reviro os olhos. Depois digo. — Mas meio que gosto. Não da sua tristeza, mas de você não forçar tanto sua felicidade.

— Péssimo gosto, sou muito mais charmoso e bonito quando me visto de felicidade.

Fico calado. Não tem uma mísera parte, emoção ou sentimento de Jimin que não seja charmoso e bonito, que não me prenda como um inseto besta na teia de uma aranha. Fico pensando numa outra armadilha para me enroscar: fico pensando se consigo fazê-lo feliz.

-💿-

A opinião pública melhora. As plataformas de críticas de álbum (com pessoas mais notáveis e estudadas do que Vics2, adm do portalpop11, dando opinião) têm coroado "arqueologia" com as melhores notas que qualquer álbum meu já colocou os olhos. O divisor de águas é inegável: a crítica de Min Yoongi desestabilizou todos os portais de entretenimento e desencadeou uma discussão gigantesca nas redes sociais. Era gente se retratando para um lado, sonsos comentando "tô defendendo esse álbum desde o começo" noutro, espertos querendo tirar proveito em todos. O que dizer? A internet. Mesmo vacinado contra a insanidade típica do ninho do capeta, ainda me surpreendi quando Heeyeon anunciou que não só eu tinha voltado ao meu número de seguidores antes do escândalo, mas o crescido em 30%; quase mais efetivo do que namorar Jimin. Os streams triplicaram e minha agenda de repente lotou de entrevistas e apresentações.

Minhas músicas, pouco ouvidas, começaram a aparecer em algumas playlists dos aplicativos de música. Até tocavam em algumas rádios, coisa que antes só acontecia quando meus fãs as atazanava por semanas. Minhas músicas voltaram a tocar até onde nunca antes tinham saído: nas caixas de som de lojas de departamento.

Minha voz está em tantos cantos que até enjoo dela. Com isso, desisto de esperar que Jimin escute o álbum. Ainda nos encontramos durante a semana, e me convenço de usar oportunidades diferentes para mostrar como me sinto. O plano para conquistá-lo de verdade, porém... é bem mais complicado.

Mesmo com a nova intimidade e as conversas diárias, não posso pedir conselho para minha banda; para eles, o namoro nunca foi de mentira. Muito menos para meus pais; a essa altura do campeonato, partiria seus corações saber que o amado genro não é genro coisa nenhuma. Penso muito seriamente em pedir para Hoseok, mas lembro de todas as histórias absurdas e improváveis de relacionamento que ele já me contou e desisto (a vez que ele caiu no golpe do príncipe nigeriano versão namoro é a menos chocante). Por isso, só me sobra uma opção, apesar dela já estar saturada de mim.

— Sr. Jeon, vou cobrar hora extra — Heeyeon resmunga enquanto beberica um chá. Convidei-a para um brunch casual e, mesmo assim, veste um terninho feminino completo. Ela é muito obcecada.

— Vou pagar o brunch, compense seu trabalho comendo bastante.

Ela me encara por trás da xícara de chá, uma frieza de voltar a era glacial. Arqueia uma das sobrancelhas.

— Sr. Jeon, não há comida suficiente nesse mundo que pague ouvir sua ladainha.

— Às vezes não sei se você me ama ou me odeia.

— Tanto amar quanto odiar são palavras muito fortes. Mas me diz: por que eu não consigo resolver isso com um e-mail?

Suspiro e reúno forças. Penso se Heeyeon vai rir da minha cara, mas o pensamento não me constrange. Explico:

— É que é só uma conversa, não uma pendência...

— Você? Conversando? — bufa. — Bem que o pessoal da banda falou mesmo que você tá esquisito... Daqui a pouco vão pedir um aumento.

— Não sou tão chato assim!

— Pior que parece que não está sendo tão chato assim mesmo — admite, com um tom misterioso. Antes que eu possa perguntar o significado das palavras, ela completa: — Enfim, qual o tema da nossa conversa? Jimin?

— Sim.

— Ótimo, gosto dele.

— É obcecada por ele. Por ele e por terninhos femininos.

— É verdade! — concorda, feliz, antes de chamar o garçom com um dedo e pedir uma quantidade estrondosa de comida. Saladas chiques com peixes defumados, iogurtes e cereais, fatias de bolo, chá e suco. Vai mesmo garantir que seu consumo pague as horas extras. Quando o garçom vai embora, ela sorri para mim com uma doçura sonsa e dou de ombros.

— Bem, tenho uma confissão a fazer... — suspiro, meneio a cabeça, mordo os lábios. Basicamente, performo todos os tiques nervosos que nem tenho.

— Hm...

— Tô apaixonado pelo Jimin.

— Calma, isso é para soar como uma revelação? — Sua expressão é um misto de incredulidade e nojo. — Sr. Jeon, você admitiu estar apaixonado por ele em uma entrevista. Que está na internet. Para qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, ver.

— Ah, mas falo que tô apaixonado por ele em entrevistas desde "parafraseei". Não é novidade.

— Ah, mas aquela entrevista foi muito diferente... Eu notei e, já que não está usando redes sociais, eu digo: todo mundo notou. Claro que no campo da internet nada é verdade até ser confirmado ou uma thread expositiva ser convincente o suficiente e viralizar, mas... Enfim, o tema de "namoro de mentira" na categoria sua e do Jimin nas fanfics inclusive dobrou de quantidade de histórias. A comunidade fanfiqueira é bem esperta.

— É mesmo... Aí a assessoria tá fazendo gaslighting no pessoal?

— Nada, o fandom briga sozinho, não tem o que a gente fazer. — Dá de ombros.

— Então tá, tô apaixonado pelo Jimin real oficial e isso não é novidade pra ninguém. Segundo problema: agora quero que ele se apaixone por mim também e não sei como faço isso. Queria seus conselhos amorosos, não tem ninguém além de você que sabe do namoro falso e tem um relacionamento estável ao mesmo tempo, você é minha única salvação!

— Vish... — Heeyeon morde a unha curta e bem feita do polegar e adota uma expressão pensativa.

Congelo. Acho que é a primeira vez que ouço Heeyeon, a mulher que resolve tudo, falar "vish". Achei que uma banalidade dessas nem estaria no seu vocabulário. Uma coisa é inegável: sempre que o assunto é Jimin, todos reagem diferente.

— Desculpa, Jungkook — ela suspira. E, em vez de me alegrar vê-la usando meu primeiro nome, só pesa meu peito. — Não sei se consigo te ajudar a criar um plano assertivo para isso. Mas podemos conversar...

— Deixa eu ver: a paixão não é tão simples quanto negócios?

— Exato. Um clichê óbvio.

— Como você e a Hyojin começaram a namorar?

— Foi uma situação bem específica... — As bochechas coram. O esforço visível na sua expressão faz com que eu me sinta privilegiado de ouvir. — Gostamos das mesmas leituras e nos conhecemos casualmente na internet discutindo sobre. Aí, fomos conversando... Descobrimos que nós duas trabalhávamos com celebridades e começamos a compartilhar os perrengues... E aí foi indo. Não sei se posso dar opinião em relacionamentos, porque depende muito do relacionamento que cada um busca. Acho que dá errado quando uma pessoa busca algo que não quer, ou não consegue dar.

— Como assim?

— Ah, eu nunca liguei tanto para relacionamentos, para ser sincera. Viveria minha vida inteira sozinha sem problema nenhum, de verdade. Mas quando eu conheci a Hyojin, quando passei mais tempo com ela, soube que também seria feliz vivendo minha vida ao lado dela. E dava para ver que para ela era a mesma coisa. — Coça a cabeça e torce a cara. De fato, pisa em ovos. — Vejo algumas amigas reclamarem de ser ficantes de alguém, mas têm várias e vários ficantes também... Não que ser não monogâmico, ou começar um relacionamento ficando seja errado ou um problema, sabe? Mas elas ficam com essa fixação de serem únicas, de serem "valorizadas", sendo que elas só estão ficando com pessoas com os mesmos valores e comportamento delas, o de ficar com várias pessoas. E nem acho que elas vão gostar de estar em um relacionamento como o meu e o da Hyojin, acho que ficariam entediadas. Mas elas acham que querem, mas também não conseguem achar uma pessoa que daria esse tipo de relacionamento para elas, porque elas não dão esse tipo de relacionamento de volta. Acho que tem a ver com os valores e as pressões da sociedade, mas com essa incompatibilidade de gostar e querer, não há situação possível em que fiquem satisfeitas.

— É verdade. — Penso em todos os meus ex. Em todas as expectativas não postas e ainda esperadas. Enxergo-me ali: em um relacionamento que delimitou seu fim logo no início e que, mesmo assim, comecei a desejar mais. — Entendi. Eu me coloquei numa situação meio merda, né?

— É — Heeyeon concordou com pesar. — Mas eu não sei a história toda, só o começo. Algo que Jimin fez te fez enxergar algo a mais?

— Acho que não. Tudo que eu paro e lembro de como fui tocado por ele, concluo que só aconteceu porque Jimin é Jimin, e não porque sou especial. Mas é tão difícil. O que é comum do Jimin, e o que não é? Quem é esse homem por quem me apaixonei?

Conto a Heeyeon. Conto como é na cama. Conto como é sair com ele e ser tocado por todos seus interesses vibrantes. Como funciona a pergunta da semana. Como ele se encontra com Taehyung às vezes, e não sei se é uma provocação, um aviso ou só ele saindo com um amigo. Como é vê-lo triste. Como ele é melancólico. Como sua casa é super decorada, como foi vê-lo fazer comida japonesa para mim. Como é conseguir respostas vindo dele.

— Jungkook, eu não sei... — ela suspira, ainda mais profundamente. — Eu diria que tem, sim, sinais de que ele é interessado em você, acima do acordo e acima da química. Mas é muito difícil entender Jimin, até nas histórias dele.

— Por quê?

— Ele parece terrivelmente romântico às vezes. E terrivelmente insensível em outras. Acho que ele é, acima de tudo, desacreditado e pessimista. Não parece, né? Pela personalidade, no caso; mas é o que sinto quando leio as coisas dele.

— Ah, acho que é... — Mergulho em pensamentos. Na verdade, na imagem que eu construí dele, Jimin é sim um tanto pessimista. Um pessimismo maquiado de resignação. — Ele já disse pra mim que detesta finais felizes.

— Disse? — Heeyeon ergue uma sobrancelha após receber, feliz, a bandeja com todos seus mais que merecidos quitutes. — Tudo bem que depende de como cada um interpreta, mas considero os finais dos livros dele sempre felizes. Ele costuma deixar a completa infelicidade para os contos, mas também não são todos.

— Ah, é? — Surge no meu peito a necessidade de lê-lo, até o fim.

Eu precisaria acelerar um tanto, é verdade, porque mal cheguei no meio do primeiro livro da trilogia. Mas eu precisava ter a minha interpretação sobre os finais do Jimin. Com sorte, um final feliz.

-💿-

Engulo cada página escrita pelo Jimin. Não sei se por ele ser um escritor excelente ou porque procuro desesperadamente por pistas em cada palavra (não sobre mim, claro, CDA existe muito antes de nós nos cruzarmos; pistas sobre o próprio Jimin). Talvez um pouco das duas. Dei de cara com a contracapa do primeiro volume muito antes do esperado. Uso o final amargo dele como desculpa para eu já estar na metade do segundo.

Não deixei Jimin saber da minha leitura. Também não li a dedicatória: decidi lê-la no final da trilogia, quando talvez eu fosse mais merecedor. Não sei explicar.

Temos nos encontrado menos. De acordo com Jimin, por causa de um prazo apertado para a entrega de um manuscrito. É esquisito pensar nele com pressa, não consigo nem imaginar: nas minhas memórias, só o tenho andando vagarosamente, sorvendo café devagar, deixando o olhar se demorar em qualquer coisinha; mas eu mesmo sempre estou perigando com prazos, então não me senti no direito de questionar. Nossos encontros quase diários já tinham passado para umas três vezes na semana; como aulas de música, natação, pilates... Depois, ficaram reservados aos fins de semana; a mesma presença de um pai ausente. Hoje, é só aos sábados, às vezes um sábado sim, outro não; e me arrependo de ter achado qualquer outra frequência ruim.

Com a presença cada vez mais escassa de Jimin, os meses parecem mais longos e ao mesmo tempo voam, porque não lembro de nada que fiz entre os dias de vê-lo. Fica fácil até demais escolher qual é a pergunta da semana. Sempre que cruzo uma cafeteria ou um restaurante diferente a trabalho, planejo levá-lo no nosso próximo encontro, para deixar mais especiais nossos momentos tão curtos.

Sinto saudades latejantes. Uma coisa terrível, que não esperava ter que sentir por ninguém. Uma agonia que te deixa sem entender de onde vem, um despropósito nas ações que vai preenchendo seus minutos com nada. Essas saudades também devem ter servido de combustível para meu inesperado lado leitor: quando me cansava de tanto nada, eu sentava e lia. Buscava Jimin de outra forma.

Meu humor melhora com o aproximar do sábado. Componho mais músicas, escrevo mais letras, compartilho mais com fãs. Esse último me dá uma alegria inesperada, é como se nós tivéssemos nos aproximado, especialmente com quem sobrou depois do lançamento de "arqueologia". Como se falássemos a mesma língua e acreditássemos nas mesmas coisas.

Apesar de eu ter dado uma lista de sugestões de restaurantes, teatros e novas exposições de museus, Jimin quis passar o sábado no meu apê. Não que fosse um problema; na verdade é uma solução: o apartamento fica muito vazio sem ele.

— Ei, lindo! — A voz soa como um chamado dos céus. Não sei nem explicar, talvez dê para chamar de religião; faz tempo que não sou mais ateu.

Um sorriso teima a tomar meu rosto enquanto vejo Jimin atravessar e fechar atrás de si a porta que tanto encarei. Carrega nas mãos uma sacolinha de papel kraft inconfundível: comida japonesa. E não qualquer uma, a de um restaurante novo que descobrimos juntos e se tornou meu favorito.

— Comprei chá pra você tomar depois do jantar — respondo, borbulhando de planos, rotinas e detalhes para nós dois. Vou até ele, dou-lhe um selinho, um abraço, e desocupo suas mãos. — Rooibos com capim limão e camomila. Você gosta, né?

— Gosto, sim.

Logo estou com o circo todo montado: o jantar na mesinha de centro, para comermos sentados no chão. O chão com a almofada na qual Jimin gosta de sentar no lugar que ele gosta de ocupar. Suco de uva (que arrancou um resmungo de Jimin), para não exagerarmos no álcool. Uma competição de culinária boba rolando na TV, só porque gostamos de conversar no meio das coisas.

Dentro ou fora de casa, fazendo coisas importantes ou idiotas, meus momentos com Jimin são meus favoritos. Talvez esse fosse o maior indicativo da minha paixão: não a macarronada, não a falta de tapete, não as saudades ansiosas e todas aquelas coisas que, por serem tão psicológicas, me botavam tentando entender por que as sinto na pele. Mas o fato de nunca haver momento realmente ruim ao lado de Jimin, mesmo com essa minhoca chata no fundo do meu cérebro.

Comemos, beijamos com a boca ainda puro suco e shoyu, deitamos no sofá e terminamos de assistir à final do programa de TV. Abraçamos, agarramos, esquentamos. Vamos ao quarto apesar de Jimin nu ser uma obra de arte coringa e combinar com qualquer cômodo.

— O que te ofereço hoje, lindo? — pergunta ele, de lado. Os dedos acariciam minhas bochechas e, em vez dos olhos provocarem, observam.

Seria muito idiota falar "qualquer coisa. Qualquer coisa que você faça é tudo que quero"? Sim, seria. Sim, será. Quero desesperadamente que Jimin note todo esse meu querer.

— Qualquer coisa... — Dou um sorriso besta. Sinto as bochechas já coradas dos beijos, do contato entre os corpos, corarem ainda mais. — O que gostaria de fazer comigo?

Jimin pensa muito sobre o assunto. A expressão, inicialmente pensativa, flerta com uma tristeza para logo se expandir em um sorriso. De novo, vejo coisas demais. Invento coisas demais. Tantas impressões estranhas me acometem, como uma febre insistente.

— Fazer com você? Apenas atrocidades — responde e se inclina em cima de mim.

É, Jimin é uma coletânea de atrocidades na cama. Arfa, xinga no meu ouvido, faz-me seu, depois me usa como brinquedo. Vendo-o mais empolgado e impetuoso do que de costume, concluo de vez que a suposta melancolia foi só isso: suposta.

Entro no ritmo dele como posso, mas me sinto meio desfalcado, como um instrumentista chegando a uma banda nova. É esquisito, porque sempre encaixamos na cama, mais do que em qualquer outro aspecto. Culpo minha torrente de preocupações nas últimas semanas, minha relutância de aceitar que ele não ouviu o álbum. Por sorte, minha falta de ritmo não é impedimento; Jimin sempre cria o próprio e compensa o meu.

Arfamos, suamos, desmanchamos; talvez em tempo recorde. Não um problema, claro, tudo cheira e soa só obra de um tesão descontrolado. Jimin cai ao meu lado e suspira, olho-o, por instinto. Por compulsão, talvez, como a de verificar o celular.

Puxo-o para um abraço, ele volta as costas para mim. Apoio a cabeça em seu ombro, mas em vez de aproximar a própria, afasta. Fica mais difícil ignorar os detalhes. Achar justificativas aceitáveis. Acusar-me de ver coisas demais. Jimin se desvencilha para ir ao banheiro e, quando volta, não o agarro de novo, à força eu não quero. Fico apreciando a cena: ele deitado de lado, o torso exposto, as curvas macias, a pele aveludada. Observo-o todo, mas não consigo levar o olhar até seu rosto, até seus olhos.

— Jungkook... — Jimin rompe o silêncio escandaloso com uma voz calma. Não gosto de ouvir meu nome. Respiro fundo, sem coragem, mas ergo o olhar e vejo o seu perdido numa parede sem qualquer decoração. Meu apartamento nunca teve decoração e, talvez por isso, Jimin sempre fitava a mim. Antes, ao menos. Sua respiração já regulou, soa tranquila como sempre.

— Hm?

Ele se levanta da cama, espreguiça e vai atrás da cueca. Assisto-o em silêncio, sem entender. Sem querer pensar, talvez. Jimin sempre dorme até o dia seguinte ali, comigo. Entre meus braços.

— Tem alguma emergência? — pergunto, já que ele não diz nada.

— Nenhuma. — Confere o celular, como se para verificar a veracidade de suas falas. Suspira e, após se enfiar na blusa, está completamente vestido. Eu continuo nu.

— O que então...

— É hora de terminarmos.

— Quê?! Por quê?! — Minha voz sai mais esganiçada e alta do que previsto. Continuo nu. Na verdade, sinto como se tivesse perdido mais uma peça de roupa, mesmo sendo impossível. — O marketing não está mais valendo a pena?

— Acho que não. E não sei se estamos nos divertindo tanto quanto antes.

Encaro-o em silêncio. Poderia passar o resto da noite em silêncio, mas sei que se eu não falar mais nada, ele vai embora. É difícil pensar no que falar para esse Jimin. Seu tom de voz é tão distante, tão monotônico. Não parece, em nada, o Jimin que me fez seu, todo proximidade e harmonia.

Apesar de tantos sinais, que a minhoca agora esperneando no meu cérebro me culpa por ignorar, não consigo entender nada do que acontece. Fiz questão de não entender e me arrependo. Não me sinto eu; descolado da cena. Até porque esse não é Jimin. Não o que eu conheço. Ou é?

— Não estamos nos divertindo... — repito em um murmúrio. A incredulidade me consome. — Você já descobriu tudo que tem que descobrir sobre mim? Os nossos encontros não são bons o suficiente? Eu não sou bom o suficiente na cama?

— Ah, Jungkook... — retruca, no seu tom complacente e quase divertido. No tom que ele me chamaria de "lindo". — Não queime seu fosfato com coisas tão pequenas. Não há motivos. Apenas sou assim. Eu era desde o começo dessa história e continuo sendo. Você sabe, não sabe? Não sou o cara de finais felizes. Sou o cara que desaparece.

Continuo o encarando. Confrontando. Escaneando de baixo a cima. E, então, entendo.

— Ah... Você percebeu que eu tava apaixonado. Desde o começo.

— Claro, Jungkook. — Ele suspira, fala com uma paciência tão exagerada que me sinto como uma criança. — Todos se apaixonam por mim. A paixão não é o problema.

— Qual é o problema, então?

— O que vem depois. — Ele aponta para minha cama, no pedaço do colchão já acostumado com o peso de seu corpo. Onde, na cabeceira, livros volta e meia folheados por ele estão empilhados. — Eu não sirvo para isso.

— Você ouviu, não ouviu? — pergunto. Agora desejo nunca ter desejado que ele tivesse ouvido. Fui tão inocente, idiota até. — "arqueologia".

— Ouvi — diz, sem mais explicações. De fato, eu não precisava de mais.

— Você... — Minha voz falha, e o desespero aumenta. — Jimin, você disse que desapareceria da minha vida quando eu pedisse, mas... mas eu não pedi!

— Esse é o problema. — Sua voz é tão doce, seu sorriso é tão manso. Nenhum detalhe da cena me ajuda a entender o que realmente acontece, só suas palavras. Quero que ele grite comigo, brigue comigo, me acuse de coisas que, ao contrário dos outros términos, vou gritar e me justificar de volta, vou correr atrás, e vai dar tudo certo. — Eu preciso ir... Fico à espera do seu álbum me maldizendo, certo? Não perca a oportunidade, o acordo chegou ao fim, aproveite-o por completo.

Deixa a cópia das chaves na mesinha de cabeceira sem um pio. Uma lágrima escorre, porque perdi a chance até de falar isso, pedir que deixe as chaves. Ele se vira e sai do quarto, sem olhar para trás, sem atender aos meus desejos. Alguns segundos depois, ouço a porta da frente ser batida.

O vazio do apartamento me engole. Mergulho no pensamento de todas as frases que quis dizer, de todas as palavras que queria ouvir, de todas as deixas que pensei que teria e que aproveitaria. O término foi tão vazio... Como eu poderia justificá-lo, entendê-lo? O tempo inocenta todos meus ex. Agora entendo, agora quero ter a deixa de brigar pelo relacionamento. Estive errado.

Estive errado e ainda estou. "arqueologia" não é só sobre paixão. Pelo menos não as últimas músicas escritas. Elas, assim como as músicas que eu já compunha para o próximo álbum, são todas sobre amor. Um amor desconhecido, o romântico, e o confundi com minha inexplorada paixão. Todo mundo notou, menos eu.

Tento ignorar a revelação. Ela piora tudo. Ela me deixa mais sozinho, mais vazio, mais nu. Nu como nunca antes. Nu a ponto de não saber mais como me vestir.


💿

gigi arqueologia ALBUM DO ANO
@gigiliteraldemais

como pode um álbum tão bom????? não sai do meu replay!!! eu era ateu é um HINO!!!! tava falando isso desde sempre e ngm me ouvia!!!! @jeonjk97 obrigada por salvar o pop nacional mais uma vez!!!


Jéssica
@jessnolagodobuscape

em resposta a @gigiliteraldemais

Não era você que odiava esse álbum há três dias atrás? Cancelando o Jungkook? Maria vai com as outras, nem sustenta a opinião.


gigi arqueologia ALBUM DO ANO

@gigiliteraldemais

em resposta a @jessnolagodobuscape

e eu te perguntei alguma coisa, puta???


Jéssica

@jessnolagodobuscape

em resposta a @gigiliteraldemais

Realmente não, felizmente. Mas bem acho que você devia perguntar "como ser gente?" ao Gúgle.


luzinha
@jungkookamoreterno

@jessnolagodobuscape e @ethanluvsjk venham aqui que tenho uma fake dating PERFEITA dos jikook pra indicar hihihihihi abençoada seja "arqueologia"


ethan

@ethanluvsjk

em resposta a @jungkookamoreterno e @jessnolagodobuscape

amg q bom q os astros voltaram a se alinhar, chega de mercúrio retrógrado


»»💿««

Bem, o inevitável aconteceu: os jikook terminaram 😢 e aí? Vocês notaram a inevitabilidade? Como tá o coração?

Ah, não esquece de deixar seu votinho! 💜

Qual foi sua parte favorita? Talvez vocês me julguem, mas acho que a que eu acho mais bem escrita é esse término final, acho que tem muita coisa na entrelinha e era uma das cenas que eu já tinha na minha cabeça há muito tempo!

Ahhhh! Lembrando que a rede social na qual sou mais ativa é o instagram (sou a callmeikus lá também) e posto o dia a dia escrevendo fanfics!

Desejando um ano mara pra vocêsss 💜

Beijinhos de luz, amo vocês, e até sexta dia 07/03/2025 às 19:00!

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