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TRÊS || - MARIANA


Ele me deixou.

Mais uma vez, ele me deixou.

Otávio e eu éramos uma incógnita ambulantes. Eram imperfeitos a nossa maneira mas nos encaixamos tão bem. Como peças milimetricamente feitas sob medida. Mas que no entanto, ainda se mantém distantes. Não que eu aprove essa sua atitude de "não me toque!" Eu queria toca - lo em todos os lugares possíveis, não nego. Mas há algo que o leva para longe de mim.

Algo que acredito ter a ver com seus queridos pais. Nunca em nossos rápidos e lascivos encontros, o homem nunca me falou sobre seus progenitores. Nunca sentiu a mínima necessidade de expressar nada de sua vida para mim. Eu deveria me sentir ofendida por ele só me procurar somente quando precisa. Eu me sinto mas a atração entre nós é como fogo sendo posto em gasolina. Consome tudo o que vê pela frente e me vejo sendo consumida por ele. Otávio é ardor em sua forma mais pura, ainda que tente se manter controlado, vejo o quão selvagem o homem pode ser quando seu controle vai pelos ares. E isso tende a acontecer quando estamos no mesmo ambiente.

Me lembro como se fosse hoje, quando o vi pela primeira vez. Connor, um ex namorado de minha irmã do coração foi fazer mais um de seus escândalos na porta do apartamento onde ela morava na época. Eu estava lá quando aconteceu assim como Max, meu irmão postiço. Vi quando o projeto de homem achou engraçado ofender minha amiga por ela ter terminado com ele. O que ela fez muito bem, diga - se de passagem.

Mas Max não levou isso muito bem. Em um piscar de olhos eu observava com nítido interesse e até estava ansiosa para participar do quebra pau que foi os dois se socando no corredor. A briga no entanto não se manteve nesse minúsculo espaço. Ela foi parar literalmente dentro da sala do vizinho dela. Como uma boa amiga, eu me juntei a farra. Arracanado meu salto e descontando toda a minha raiva no ser imundo que ousou diminuir minha amiga durante o tempo que ficaram juntos. O homem que surgiu gloriosamente semi nu com um rosto demonstrar a mais pura confusão, me acertou em cheio. Eu não sabia o que me acertou naquele momento, eu só tinha certeza de uma coisa: ele seria meu. Ainda que a carranca perpétua em seu másculo rosto de traços fortes, dissesse o contrário.

Ele deu apenas um grito, um potente som que nos paralisou no mesmo instante. E nos tratando como de estivéssemos no pré escolar, nos fez limpar e arrumar a sala de seu amigo. O provoquei um pouco fazendo minha amiga corar até o último fiapo de seus cabelos longos na época. Depois daquilo sempre que nos víamos, o homem parecendo sentir minha sede por ele. Fugia de mim. Eu somente sorria alegremente, nunca perdendo minhas esperanças de usufruir do sei belo corpo. O que aconteceu meses depois de nos conhecermos e ele de alguma forma me encontrou depois de um baile funk a fantasia, me arrastando sobre seus ombros parecendo muito nervoso. Então desde esse episódio, nossos encontros fora do ambiente familiar que nos cerca, por nossos amigos serem casados. Não são os mais convencionais. Mas não me importo, ou não o fazia.

Olhando para a porta ainda aberta de minha casa, pela qual ele passou como se estivesse indo tirar alguém da forca, desarrumo meus cabelos buscando calma e tentando fazer minha mente e coração entenderem que o homem é assim mesmo. Me sentindo quente, corro para meu pequeno e muito bem decorado banheiro. Enquanto sinto a água quente levar toda a minha frustração em relação ao fujão, vejo que realmente terei de me mudar de casa.

Além do bairro estar se tornando cada vez mais violento a medida que o tempo passa, com o salário que ganho dando aulas na faculdade, tem sobrado um bom montante assim posso economizar para comprar uma boa casa para mim. Um de meus inúmeros sonhos a serem realizados. Me formar em uma boa universidade, ter meu próprio dinheiro, meu carro do ano e a família que tanto desejei são alguns dos desejos que já realizei. Mas eu desejo mais e vou conseguir como comprar minha casa. Do jeito que sempre quis. E se eu quiser terá até uma maldita cerca branca.

Já seca, com novos pijamas e com meus pensamentos a mil, decido ligar para minha alma gêmea. Disco seu número, ouvindo quando o bendito toca por seis vezes. Bufo quando cai na caixa postal e eu tento novamente. Há um ruivo surdo quando quem quer que seja, resolve voltar para s terra dos vivos. Não resisti rindo tanto, que lágrimas escorriam por meu rosto.

- Quem caiu dessa vez? Você ou o russo delicia?

- Sua ridícula! - tapo minha boca para não rir ainda mais de sua fala. Posso até imaginar seu rosto em forma de coração, com traços suaves e vividos afogueados pela excitação. E também o russo quente ao seu lado frustrado por ser interrompido.

- Me diz, foi você não foi?

- Não tem mais o que fazer não Mari? - pigarreia constrangida. Me jogo no sofá de aparência um pouco desgastada pelo tempo e uso excessivo, ficando de cabeça para baixo. Meus pés balançando para frente e para trás.

- Não, meu amigo colorido de hoje desmarcou nosso compromisso.

- Oh, verdade?

- Não, estava brincando. - escuto - a bufar do outro lado.

- Você não brinca com isso Mari!

- Eu falo a verdade! Eu só queria conversar um pouco e atrapalhar sua foda logicamente! - o russo gargalha escandalosamente.

- Meu Deus mulher, precisa falar assim?

- Assim como?

- Argh! Deixa para lá. Aconteceu alguma coisa?

- Eu te amo muito BelBel, sabe disso sim? - arranco um fiapo de um fio de minha minúscula camiseta. Seu suspiro é o alento para minha alma.

- Eu também Mari! Não imagina o quanto!

- Otávio esteve aqui fã pouco tempo.

- Como se sente?

- Vazia.

- Eu... não entendo vocês dois. É claro como água que se gostam mas não se assumem. O que há de errado com vocês? - faz a pergunta de um milhão de dólares. Grunho com os olhos colados no teto.

- O sexo que não é! Te asseguro amiga que o homem sabe o que está fazendo.

- Não estou falando disso Mari!

- Eu sei. Mas eu estou. - engulo em seco. - Algo nos aproxima e também nos afasta. Impossível de entender.

- Tyler, me dê esse celular agora! - Bel diz com sua melhor cara de brava. O marido responde algo que não consigo entender. Logo uma respiração é ouvida e então a voz com um forte sotaque preenche a linda.

- Mari!

- Oi russo quente! Como você está?

- Com vontade de voltar para minha esposa! - ri com um timbre rouco, eu o acompanho.

- Bem, não estando falando comigo pelado. Tudo bem!

- Fique tranquila, você ligou antes! Não pude deixar de ouvir sua conversa com minha Bel. E só te peço uma coisa: dê uma chance para meu amigo. Por favor?

- E se ele não quiser?

- Acredite Mari! Ele deseja tanto isso que nem imagina.

[....]

Minha aula havia terminado há pouco mais de dez minutos. Alguns alunos ficaram um pouco mais para tirar alguns dúvidas e assim que foram esclarecidas, me vi sozinho lá na sala. Meus pensamentos longe do foco educacional se mantém nele. Que há dias surgiu totalmente de surpresa em minha humilde casa. Mas que me deixou com a mesma rapidez com que veio. Vontade de chutar aquela bunda gostosa.

Com minhas coisas guardadas, me despeço do segurança da universidade. Desbloqueio meu carro e estou pronta para ir para casa preparar algo rápido para mim quando meu braço é segurado com uma delicadeza sem igual. Me afasto não conhecendo a dona dele. Respirando com dificuldade e temerosa que possa ser um assalto, seguro minhas chaves firmemente, escolhendo uma e a colocando entre meus dedos. Se a pessoa anunciar um assalto, eu vou furar o maldito olho dela.

- Se afaste merda!

- Oh me desculpa! Eu sinto muito! - a voz baixa da mulher diante de mim me acerta em cheio.

Engulo em seco a olhando vagarosamente de cima a baixo. Senti - né olhando em um espelho do tempo, onde eu nitidamente poderia me observar como ficarei nos meus quarenta anos. Neguei veementemente, aquilo não podia estar acontecendo. Não depois de tantos anos me sentindo abandonada, ainda que não demonstrando.

- Eu disse para se afastar caralho! - me excedi totalmente e quando vi estava gritando. O segurando fez um sinal de que viria ver o que estava acontecendo mas logo neguei. Olho para meus saltos que se tornaram bem interessantes de repente.

- Fique calma Mariana, não vou machuca - la!

- Como sabe meu nome? - sinto um olho meu se contrair levemente pelo nervoso. Respiro com dificuldade, sentindo - me suar.

- Fui eu quem lhe deu! - bufo não dizendo nada. Volto minha atenção para ela rapidamente e faço uma rápido checada. Maldita, não há como negar. Somos tão parecidas.

- Você tem meus olhos!

- Eu...

- Oh meu Deus! E meus cabelos, minhas pernas e oh puta que me pariu! Minha falha no dente da frente. - apontei já desesperada.

- Eu queria muito te conhecer Mariana! - minha exasperação deu lugar a raiva novamente.

- Não parecia trinta anos atrás quando me deixou! - ela se encolhe em seu lugar. O olhar ferido não faz nada para me acalmar, só me enfurece um pouco mais. - O que? Pensou que chegaria no meu local de trabalho e seria recebida de braços abertos como se nada tivesse acontecido? Os anos que passei me perguntando por que meus pais me abandonaram?

- Sei que errei...

- Você não sabe de nada! Preciso ir para casa!

- Me escuta por favor Mariana! Eu sou sua mãe e só quero conversar.

- Meio tarde para isso não acha?

- Eu só preciso de um momento. - olho para o céu. Algumas nuvens cinzentas se acumulam acima de nós, parecendo se solidarizar com a tempestade que há dentro de mim.

- Tudo bem!

Eu ainda estava com fome e meu primeiro pensamento foi em ir até o restaurante do meu amigo. Mas repensei minha vontade ao me dar conta de que não a queria perto das pessoas que amo. Não queria que ela soubesse sobre eles ainda ou nunca. Eles são meus e ela que não fez questão de me criar não tinha esse direito. Posso soar um pouco amarga mas pouco me importo. É um direito meu. Encontrei uma lanchonete localizada há dez minutos de onde trabalho e logo escolhemos a mesa dos fundos, fomos atendidas por uma jovem mulher muito simpática. E que ficou muito impressionada com meu pedido. Não me importei embora, ainda continuo com fome.

Como em silêncio enquanto a mulher misteriosa ostentando um olhar de culpa no rosto praticamente igual ao meu bebia sua água. Tomo com avidez meu refrigerante, quase me esquecendo de minhas maneiras a mesa e arrotando. Mas .e contenho no mesmo momento que um sorriso surge em meu rosto. Me sentando de forma relaxada e saciada, cruzo minhas mãos atrás de minha cabeça e a observo.

- Estou aqui, pode começar! - ela coloca um pouco de seu cabelo castanho mel atrás de sua orelha desviando o olhar por um segundo. Entrelaçando os dedos em frente ao corpo, pigarreia levemente.

- Sei que está com raiva de mim e te entendo. Eu a deixei...

- Hum...

- Eu era muito nova quando engravidei. Por um ato de pura rebeldia, após discutir com meu pai eu simplesmente sai de casa subindo para encontrar meus amigos na favela. Fomos a um baile funk que terminou em tiroteio e acabei na cama com seu pai no dia seguinte. Depois daquilo eu sumi dali e tentei seguir minha vida normalmente, meus pais não sabiam do que aconteceu, somente que havia ido dormir na casa de minha amiga. E o tempo passou, não demorando muito para eu saber de sua existência. Eles ficaram tão decepcionados comigo e com raiva pois não podia lhes dizer que o pai do meu bebê era um traficante. Então eu concordei em lhe ter e entrega - la para adoção. Foi o momento mais difícil da minha vida mas tive que faze - lo. Depois disso eu me mudei para cursar uma boa universidade e segui minha vida. - a comida que comi tão avidamente minutos atrás, revirava - se em meu estômago. Uma lágrima quente desliza por minha bochecha mas a limpo ferozmente. Eu sou filha de um traficante e minha mãe não me quis quando bebê.

- Está doente? - disse duramente. Ela me olhou como se eu fosse uma louca e estava prestes a me perder.

- O que?

- Geralmente pessoas como você procuram seus filhos perdidos no mundo quando estão doentes. - digo de maneira nada sensível . Estou magoada e quero estar longe dela quando eu realmente quebrar em mim mesma.

- Não...eu quero uma chance...- ri alto batendo com a mão contra a mesa.

- Não!

- Mariana, eu sinto muito...

- Acha que é fácil assim? Chegar depois de trinta anos em minha vida, com meus familiares e meu sucesso e dizer que quer fazer parte dela? - não me contive e estava aos gritos. Pouco me importando que estivesse atraindo a atenção de toda a lanchonete para nós.

- Por favor, me escute!

- Não sei como me encontrou mas exijo que se afaste de mim! Não quero nada com você!

- Eu só queria uma chance...

- Eu disse que não!

Me levanto jogando uma nota de vinte reais na mesa retangular, de superfície lisa azulada. Ela também se coloca de pé, lágrimas abundantes manchando suas bochechas. Ela é tão eu que tenho raiva cega e crua. A passos largos a deixo para trás mas a mulher sabe ser insistente pois escuto claramente seus passos a me seguir. Abro a porta do meu carro rapidamente mas ela me para ao praticamente estilhaçar m u mundo em pedaços.

- Seu irmão gostaria de te conhecer Mariana!

Engulo o soluço maldito que ameaça me dobrar em duas, olho por sobre meu ombro. Percebi tardiamente suas roupas sob medida. Calças jeans de marca, as quais poderiam pagar meu mercado semanal, blusa de seda branca com mangas até os cotovelos, saltos que rivalizam com os meus  e a postura confiante ainda que abalada por minhas palavras.

- Isso é jogo baixo!

- Ele só quer te conhecer!

- Eu preciso pensar! - com uma expressão atormentada, a deixo para trás. Não choro durante todo o caminho para o bar do Silveirinha. Meu lugar favorito no mundo. Ignoro algumas ligações de Bel, pois não acho que estaria bem para conversar com ela.

Estaciono de qualquer forma em frente ao bar que fica na periferia da cidade. Mas é bem limpo e organizado. Silveirinha me me assim que me sento em frente ao balcão. A cabeleireira grisalha em completa desordem é sua marca principal. Peço somente uma água, não estava afim de lidar com a cachaça nesse momento. As palavras dela rondam minha mente tempestuosa. Eu tenho um irmão, um choro forte irrompe de minha alma e me perco. Penso no irmão que desejei ter por muito tempo. As horas se arrastam e quando vou ver é de madrugada. Mas ainda me sinto sem rumo, mas seu rosto pisca em minha mente como um letreiro em néon. Antes quem vinha até mim era ele. Hoje sou eu quem precisa de seu abraço ou até de seus resmungos. É pensando nisso que pago minha água, beijo Silveirinha em sua bochecha e sigo para sua casa.

28/04/20




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