NOVE ||- MARIANA
Enquanto arrumo minhas poucas coisas que estavam na casa de Otávio, penso no meu diálogo quase unilateral com Amália que tive mais cedo. Quando ouvi sua voz através do receptor do meu celular, eu senti meu mundo e coração pararem. Jurava que eu podia ouvir meu sangue circular por minhas veias, quente e furioso. Fiquei em silêncio por tanto tempo que acreditei que ela tivesse dado fim a ligação. Mas não foi isso que aconteceu. Ela esperou pelo meu tempo. Respirando calmamente, com minha mão presa a de Bel.
Eu conversei civilizadamente com minha mãe pela primeira vez. Durante a ligação, pude perceber mais uma coisa que temos em comum: nossas vozes. Falamos por dês minutos apenas mas foi como se tivesse sido uma vida toda. Terminei a ligação com a promessa de nos encontrarmos no mês que vem, no parque em frente a casa de Bel. Ela levará Ângelo, meu irmão que tem apenas sete anos de idade e é muito especial.
Bel ficou por mais meia hora. Depois disso meu sobrinho reclamou de sono, ela me fez prometer ir a sua casa na manhã seguinte para um almoço e se despediu de mim. Dei um jeito na cozinha de Otávio e somente esperei. O russo quente me mandou uma mensagem me informando sobre o real estado de Otávio duas horas depois e então senti que era minha hora de ir. Juntei meus trapos e tranquei seu apartamento. Cheguei a minha casa sentindo - me vazia. É assim que me sinto quando não estou perto dele. Oca.
É interessante como as coisas podem mudar de uma hora para outra. Tínhamos nossas diferenças, brigavamos feito cão e gato na frente de nossos amigos, tínhamos encontros furtivos e então a morte faz sua aparição. Mostrando que a vida é breve demais para não ser vivida da forma que queremos. Me mantive no seu espaço por tanto quanto precisou. Agora que segundo o russo quente, o homem tinha chorado sua dor. Eu poderia ir embora. Mesmo com o coração despedaçado. Pois eu amo aquele filho da puta teimoso.
Não sei quando ou onde aconteceu. Mas eu o amo e contra isso não posso lutar. Levando o meu tempo, tomo um longo banho. Coloco roupas folgadas e calço meus chinelos personalizados. Me jogo em meu sofá desgastado, seleciono um filme qualquer. Não sabia quão cansada eu estava até que meus olhos me traiam fechando por conta própria. Salto quase três metros acima do sofá com batidas estrondosas na porta. Pisco algumas vezes tentando me orientar.
- Sei que está ai Mariana! Abre essa porta!
- Hum...- sento - me lentamente. Fazendo de tudo para meu cérebro não balançar com o movimento.
- Mariana! - ele grita. Sem perder tempo vou em direção a porta para deixa - lo entrar. Se ele está se dando ao trabalho de gritar tão alto, é por que algo aconteceu.
- O que? - tento olhar atrás dele. - O que? Aconteceu alguma coisa?
- Ainda não! - diz mais calmo. O rosto impassível. Mordo um lado de minha bochecha para não manda - lo ir se foder.
- Como assim ainda não homem? Está maluco? Me assustou batendo na minha porta desse jeito! - disse agora puta com ele, gesticulando nervosamente com as mãos no ar.
- Estou aqui para te levar de volta para meu apartamento.
- E por que eu iria com você? - digo o mais calmamente possível. Minha vontade é pular em seu colo gritando que sim mas me contenho.
- Vamos! - comanda rudemente. Reviro meus olhos de braços cruzados. Minha boca se enche d'água ao sentir o cheiro de suor e perfume misturados. Na certa ele não tomou banho mas quem se importa? Na minha mente suja, realizo meu sonho de lamber cada centímetro de pele morena dele. Mordendo em alguns pontos, como por exemplo. Sua bunda. - Você me ouviu?
- Eu não vou a lugar nenhum com você! - bato meu pé como uma criança birrenta mas ele tem que entender que as coisas não funcionam assim. Ele não pode vir todo homens das cavernas e me levar para seu apartamento. Só eu posso invadir seu espaço pessoal ficando semi nua no meio de sua sala.
- Você vai!
- Claro que não! Você está bem agora. Já chorou como manda o figurino e todo mundo ficou bem no final.
- Você não entende! - começa a ficar frustrado, puxando os cabelos suados.
- Me faça entender.
- Eu....finalmente entendi.
- O que? - engulo em seco com o coração batendo em minhas costelas.
- Eu finalmente entendi que tenho tudo que sempre quis.
- E seria?
- Amor. Puro e simples.
Sem me conter, me jogo contra seu corpo grande e malhado. Pouco me importando com seu cheiro, enterro meu rosto em seu peito. Aspirando seu cheiro. Logo escuto o som calmante das batidas rítmicas de seu coração que é tão grande quanto o dono em abrigar as pessoas. Meus olhos vazam sem minha permissão, mas não permito que me veja chorar. Meu interior canta alegremente por vê - lo se encontrar na vida. Se abrir para ela.
Me afastando minimamente, com o dedo indicador ergue meu rosto através do meu queixo onde deixa um singelo mãe significativo beijo. Minha garganta fica extremamente seca de repente. Os olhos assombrados agora estão límpidos como um dia quente de verão. Então acontece como em um passe de mágica: ele sorri para mim. Um dos raros que o vi dar para poucos.
- Mas ainda falta uma coisa.
- Falta? - digo bobamente. Ele acena lentamente, deixando outro beijo agora na ponta do meu nariz.
- O que o russo quente fez com você?
- Nada que eu não tivesse precisando.
- O que ainda falta? - sinto meu coração agora na garganta.
- Você!
- Repete!
- Falta você em minha vida Mariana! - toco seu rosto o quanto posso. Olho fixamente por um tempo em busca de algum sinal de mentira mas é verdade. Vejo - a em seus olhos.
- Por que agora? Por que assim? - digo ainda não acreditando. Bufando baixinho, coloco algumas mechas de meu cabelo atrás de minha orelha de forma suave.
Ele pensa por um tempo. Somente nossas respirações entre nós.
- Por que eu te amo!
- Mentira homem! - gargalhando ele me abraça. Seu corpo treme em função da risada.
- Eu esperava de volta um "eu te amo!"
- Vou faze - lo sofrer um pouco mais.
- Nunca foi fácil com você! Então vamos para meu apartamento!
- Espera homem, você me acende dizendo que me ama e vai sair assim? - faço o que queria fazer desde o momento que abri minha porta.
Pulo contra ele fazendo - o dar um passo para trás, envolvendo minhas pernas ao redor de sua cintura. Tomando sua boca de maneira brusca. Ele geme rouco, enfiando sua língua em minha boca. Minhas costas encontram a parede do que penso ser minha sala ou será do meu quarto? Não importa. Só consigo pensar em nossas peles nuas se tocando intimamente. Sua mão aperta meus cabelos, do jeito que eu gosto segurando minha cabeça no lugar e deixando meu pescoço exposto para seu prazer. Sua habilidosa língua passa através dele, seguida de uma mordida leve. Não me contenho gemendo e gritando. Meus mamilos se tornam tensos pela expectativa de ter suas mãos sobre mim. O que não demora acontecer. Nossas roupas estão pelo chão em um amontoado. Agora há pele contra pele, ainda tenho minhas pernas firmemente enroladas em volta de sua cintura. Suas mãos apertam minha bunda tão duramente que acredito que deixarão marcas. Chupando meu pescoço e cheirando, sua mão esquerda viaja lentamente. Em uma tortura sem igual em direção ao meu clitóris.
- Cheirosa! - se esfrega em mim. Sua cueca boxer pouco conseguindo conter sua ereção.
- Preciso que me toque Otávio! - ele ri contra meus seios. A vibração me fazendo quase gozar em minha calcinha.
- Também preciso estar dentro de você! - coloca minha calcinha para o lado. Seus dedos mergulhando em minha umidade. - Quente e apertada! - diz mergulhando apenas um dedo, aperto - o dentro de mim, vejo - o segurar um grunhido. Para provoca - lo um pouco mais, subo e desço sobre seu dedo. - Porra!
- Vou rebolar assim quando estiver totalmente dentro de mim.
- Jesus mulher!
- Só me fode Otávio! Preciso de você!
Sua cabeça cai contra meu ombro, tomando respirações profundas tenta se controlar. Mas não preciso dele controlado. Eu o quero totalmente selvagem, do jeito que sempre fomos. Decido uma lambida longa contra seu pescoço mordendo no processo. O sua respiração sai em ofegos, ele se posiciona em minha entrada. Me deixando completamente ansiosa e sedenta. Indo totalmente contra o que pensava, ele me penetra lentamente. Tão lentamente que posso senti - lo em todo o caminho em minhas terminações nervosas. Minhas unhas se cravam em suas costas quando o tenho todo em mim. Mas ele não se move.
- Se mova homem!
- Espere um minuto!
- O que? - digo baixinho.
- Estou quase gozando. Preciso me controlar.
- Te quero forte e rápido!
- Não. - segura meu rosto, fazendo com que eu olhe diretamente em seus olhos.
- Não? - acho que fiz um beicinho.
- Vamos fazer amor. Lento e suave!
- O que fizeram com você? Meu selvagem favorito.
- Lento e suave Mariana! Depois eu posso te foder a vontade mas agora quero fazer amor com você!
Beijo seus lábios suavemente. Então nossas línguas seguem o mesmo ritmo que ele dentro de mim. Sempre devagar mas me tocando em lugares onde nunca fui tocada na vida. Na posição que estamos, ele alcança meu ponto doce. Já não consigo controlar meus gritos e gemidos. Meus vizinhos que se danem. Gozo gritando seu nome tão alto que minha garganta arde. Um momento depois, ele goza gemendo meu nome como um mantra. Beijo todo o seu rosto, me aproximo de sua orelha esquerda e sussurro meu mais novo e bonito segredo:
- Eu te amo Otávio!
[....]
- O que é isso? - eu o olho como se ele fosse um idiota. O que na verdade ele está sendo desde o momento que me viu arrumar minha bolsa térmica de praia. Nela havia frango assado, farofa e queijo no espeto. Ele sabe que quando vou para a praia gosto de levar minha própria comida. Mas parece que para ele somente água gelada serve.
- Hum... farofa?
- Por que trouxe isso?
- Bem, estou com fome!
- Eu poderia comprar algo para você comer! - bufo mastigando avidamente. Não lhe dando uma resposta.
- Tenho minha própria comida Otávio! - pego uma monstruosa coxa de galinha, lhe oferecendo.
- Não obrigado!
- É boa! - enfio na sua cara.
- Vou passar!
- Tudo bem! - dou de ombros dando uma grande mordida na carne suculenta. Bel ri baixinho ao meu lado, depois de tomar um pouco de sua água de coco.
Rapha brinca em sua minúscula piscina, sob o enorme guarda Sol. Sua sunga na cor preta é do Batman, contrastando com sua pele morena. Batendo a mão na água, ele ri de jogar a cabeça para trás quando água espirra para todos os lados. Otávio observa o mar, Ty, Vivi e Mateus brincam na água. Se colocando de pé, quase engulo carne e osso com tudo. Sua sunga branca se moldando perfeitamente a sua bunda. Sem me conter, aperto. Recebendo um olhar azedo, gargalho voltando para minha comida.
Parecendo um modelo de passarela, caminha até a água. Onde depois de falar com o amigo e as crianças, desaparece de nossas vistas. Alisando minha barriga nua, me esparramo em minha cadeira de praia.
- Adoro assado, amor da minha vida.
- Você tem vários amores então. Camarão, macarrão com queijo, lasanha e por vai. - enumera né fazendo parecer uma prostituta alimentícia.
- Vai me controlar também? - aperto meus olhos em sua direção. Ela nega com um sorrisinho nos lábios carnudos.
- Nunca, só queria ter seu metabolismo. Depois que tive Rapha parece que nunca mais vou perder essa bunda escandalosa que ganhei na gravidez.
- Se eu bem me lembro, o russo quente bem que gosta dela. - bebo um pouco do meu refrigerante, soltando um arroto logo em seguida. Bem faz careta, Rapha ri tentando sair do seu paraíso particular. Sua mãe o retira da água, colocando - o em seu colo.
- Porca!
- Vai dizer que também não arrota Bel?
- Você não existe Mari! - guardo a farofa, ficando somente com outra coxa de frango. - Como estão as coisas entre vocês?
- Bem, ele realmente tem tentado. As vezes ele se fecha mas logo aos poucos vai se abrindo. Otávio por muito tempo se vou sozinho na vida, mesmo com tantas pessoas ao seu redor. Ontem ele finalmente me pediu em namoro e agora estamos assim. Fico mais na casa dele que na minha.
- Estão morando juntos então?
- Mais ou menos.
- Me explica isso direito. - oferece o canudo colorido afixado ao copo personalizado que dei para seu filho em seu aniversário. O menino suga o líquido avidamente.
- Ele quer que eu leve todas as minhas coisas para seu apartamento. Eu não.
- Por que? - agora quem me olha como se eu fosse uma tonta é Bel.
- É cedo!
- Vocês se conhecem há quase três anos, declararam que se amam tem duas semanas. O que está faltando?
- Eu despertar desse sonho.
- Mari, acredite não é um sonho.
- Eu sei mas o medo de que tudo não passe de pura ilusão as vezes é mais forte do que eu.
- Não tenha medo. Você sempre me incentivou tantas vezes. É dia vez de mergulhar nas águas profundas e tempestuosas do amor.
- Está romântica hoje.
- Larga de ser boba!
Assim que vou levar minha preciosa carne para minha boca, vejo um grupo de seis mulheres com minúsculos e indecentes biquínis passeando propositalmente na beira da água. Perto demais do meu homem que sai molhado da cabeça aos pés pela água do mar. Seus cabelos castanhos se grudam a sua testa, ele caminha mais uma vez como se estivesse em um desfile. Esqueço totalmente de comer para somente admirar a bela visão diante de mim e toda a praia. Uma delas tem a ousadia de andar até ele requebrando seu quadril, colocando sua mão no peito dele.
Bufando feito um touro, me coloco de pé. Posso ouvir a risada alta de minha amiga, ergo a coxa de frango estupidamente grande meio comida no ar, balançando. Marchando com um propósito até eles.
- Ei! - balanço um pouco mais a carne suculenta no ar. O grupo se dispersa rapidamente. A mulher que estava grudada a ele se afasta, com certeza tendo noção do perigo que estava correndo. - Esse homem é meu!
- Eu só estava conversando com ele.
- Precisa tocar? - aponto o frango em seus direção, ela recua um passo para trás. Otávio ri baixinho, enterrando o rosto em meus cabelos. - Qual é a graça Otávio? Vem, preciso de ajuda para me bronzear.
- Está cheirando a frango!
- Esse é meu charme! - beijo levemente seus lábios, o arrastando para nosso guarda Sol.
Cavo em minha bolsa, encontrando o que preciso. Me deito de bruços a espera de suas maravilhosas mãos, que não tardam em passear por minha pele. Suspiro me sentindo a mulher mais sortudo da face de toda a terra. Nossas vidas não são perfeitas, há dores, tristezas e lutas. Mas também há muito amor para nos fortalecer a cada dia. Família e amigos que te apoiam também é importante. Eu tenho tudo isso e por isso dou feliz.
FIM!
28/04/20
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