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• DOIS || - OTÁVIO

"Você disse que você iria me seguir em qualquer lugar
Mas seus olhos me dizem que você não estará lá

Without You (feat. Sandro Cavazza)

Avicii

Eu permaneço parado na entrada da clínica pelo que parecem horas, mas só foram alguns segundos. Me sinto sufocado e desesperado, as lembranças me assaltam com fúria. A culpa me corrói mas eu não sei o motivou para tal. Seriam os abraços que eu não correspondia mas do que rapidamente? Os sorrisos que ela me dava e eu com medo de que fosse algo falso não me rendia? E os beijos em minha testa? Seus toques carinhosos, os quais para mim eram como fogo em minha pele. Eu era uma praga! Mamãe dizia ou gritava muitas vezes durante todo o dia. Um inútil. Só chorava, segundo ela. Balanço minha cabeça para empurrar esses pensamentos ruins para o fundo da minha fodida mente.

Antes que eu dê um passo dentro, eu corro para o estacionamento, que abriga em sua maior parte ambulâncias. Com ambas as mãos em meus joelhos, sugo com força o ar fresco da noite pensando em Cássia. Ela não gostaria de me ver assim, ela olharia para mim e como sempre diria: "Eu te vejo menino, você é forte, sempre foi. E desconfio que seja meu herói! O que acha? Seria meu herói?"

As palavras suaves vem sussurros através do vento que bate em meu rosto. Como um bálsamo para minha alma ferida. Olho para o céu, dou meia volta e ando a passos lentos e comedidos até a recepção. Digo a recepcionista meu nome, lhe dou minha identidade para verificação e logo estou fazendo o mesmo caminho que faço há meses até chegar ao seu quarto. Um elevador, dois andares depois e quatro portas a seguir, ali está ela.

Sozinha.

A luz da lua lhe faz companhia. Entro e fecho a porta suavemente atrás de mim, minhas mãos vão para meus bolsos e apenas a observo. Seu peito franzino sobe e desce com respirações lentas, muito lentas.

Nada é ouvido no quarto a não o bip das máquinas. Constante. Encosto- me na parede um pouco longe da cama, meus dedos coçam para lhe tocar, retribuir seu carinhoso toque de anos atrás. O amor que me deu, a mim. Uma criança que não tinha a obrigação de amar, mas sim de cuidar. Pois era paga para isso.

Ela fez mais por mim. Ela me amou! Um garoto que não se comunicava ou falava qualquer coisa. Por medo! Mas eu a via, sempre a vi. Mas eu não entendia, nunca vou entender o por que se preocupou comigo, ela dizia que me amava, eu duvidava. Eu nunca o recebi de fato.

Aqui, neste quarto de hospital, estou sendo seu herói! Mesmo que ela não saiba.

- Vejo que veio! - o médico responsável por ela diz. Ele sorri, no entanto eu não retribuo. Ele se mantém distante.- Ela teve uma significativa melhora, mas como sabe, o estágio...

- Sim, eu sei! - grunho as palavras ao me lembrar que Cássia não procurou tratamento no tempo certo e então quando foi hospitalizada não havia muito o que fazer, somente esperar. - Só não deixe que sinta dor.

Ela assente, permaneço no meu canto enquanto juntamente com uma enfermeira verificam - na. Eles saem e nos deixam sozinhos. Olho atentamente para seu peito que sobe desce vagarosamente, com respirações lentas.

- Menino? - subo meus olhos até seu rosto cansado mas que ostenta um enorme sorriso direcionado a mim.

- Babá Cássia.

- Chegue mais perto. - diz baixinho. Seus olhos escuros não desviam dos meus. Não movo um músculo do meu corpo. - Ora, pare de graça. Venha para mais perto, quero te abraçar.

Solto o ar com força e caminho até parar bem perto de sua cama. Os aparelhos ligados ao seu corpo emitem bipes constantes que cortam o silêncio do quarto. Puxo a poltrona que fica perto da janela me sentando em seguida.

- Você está lindo bebê! - acaricia meu rosto, sua mão fria e magra.

- Estou velho babá Cássia. - digo simplesmente. Ela me lança um sorriso brilhante, o qual contrasta com sua atual condição.

- Velho? Onde? Não acredito, você tem o quê...- aperta seus olhos escuros, uma expressão pensativa no rosto.

- Trinta e nove.

- Com cara de vinte. - pega minha mão trazendo - a em direção aos seus lábios.

- Não exagera. - ela riu docemente. Suspirei me concentrando em seu rosto. As olheiras escuras os contornando, a pele do rosto magro ressecada assim como seus lábios rachados. Mesmo com a doença a consumindo, seus olhos não perdem o brilho. - Por que esperou tanto?

Enfim fiz a pergunta que tanto me assombrou desde o momento que eu soube de seu estado.

- Isso não importa. Quero saber, quando vou conhece - la?

- Quem?

- A pessoa que colocou esse brilho em seu olhar.

- Não tem brilho nenhum. - neguei firmemente.

- Vai fazer essa desfeita menino?

- Babá Cássia....ela... nós é complicado. Isso se um dia existiu um "nós".

- Creio que se você ainda pensa nela, o "nós" ainda é possível.

- Eu sou estúpido demais para ter alguém como ela ao meu lado.

- Oh pare com isso. - tosse por alguns segundos. Pânico me toma e já penso em me levantar para chamar o médico, seu olhar duro me para. - E não me olhe como se eu estivesse as portas da morte. E me explica direitinho esse negócio de "uma mulher como ela".

- Segura de si. - digo após segundos de silêncio.

Abaixo meus olhos, vergonha me cobre por inteiro. Nunca falei sobre Mariana com ninguém. Até mesmo com Ty. Meu amigo tinha muitas coisas para resolver, sua situação com minha tia, o sequestro de Belinda e então a situação com meu afilhado. Eu nunca via uma oportunidade de expor essa parte de minha vida para ele e sei que ele me ouviria, me daria o apoio necessário. Só não podia falar com ele nesses meses que tem se passado. Com seu casamento próximo, a formatura de Belinda e agora tem a sua volta para a empresa da família. Um fungar me arranca de meus devaneios.

- Você é um homem adulto, bonito, com um bom caráter e acima de tudo, bom coração. Então você é sim um homem para ela. Carolina não pode ter nenhum poder sobre você menino.

- Tenho que ir. - minha voz saiu embargada. Sentia meus olhos arderem, anunciando chegada das malditas lágrimas.

- Fique mais um pouco. Prometo ficar quieta seu turrão.

[....]

Escuro.

Abafado.

E aterrorizante.

Respiro com certa dificuldade enquanto tento adaptar meus olhos com o escuro ao meu redor. Do lado de fora posso ouvi - la esbravejar com papai sobre como me comportei na festa mais cedo. Um soluço obstrui minha garganta fazendo - a arder. Ela grita e eu fecho os olhos como se estivesse sendo agredido, seu grito é agudo e machuca meus ouvidos.

- Ele me envergonhou novamente.

- Carolina, ele é só uma criança.

- Criança essa que faz da minha vida um inferno.

Tapo meus ouvidos balançando para frente e para trás. Eles continuam a discutir por não sei quanto tempo e então o silêncio. O farfalhar do que parecem ser chaves corta o ar. A porta é aberta abruptamente, a luz machuca meus olhos fazendo - me fecha - los para protege - los da invasão abrupta da claridade.

- Você precisa fazer o que sua mãe pede Otávio. - mordo o lado interno de minha bochecha com força. Não olho em seu rosto, apenas engatinho para fora daquele lugar apertado.

A dispensa.

- Você me ouviu Otávio? - dou de ombros agora de pé. Sem falar uma única palavra passo por ele deixando - o com sua covardia para trás.

Batidas.

Batidas altas, sento - me ofegando. Olho para os lados vendo que dormi no chão novamente. As batidas não param, xingando como um louco vou em direção a sala saber quem nessa vida bate na porta de alguém as três da manhã. Olho através do olho mágico, a visão que me cumprimenta me tem trincando os dentes.

- Abre essa porta Otávio. Sei que está aí.

Contando até dez, tomo um fôlego necessário abrindo a porta. Ao contrário do que pensei ela não me xingou um pouco mais ou me jogou suas piadinhas ácidas. Ela simplesmente chorou. Um choro alto e dolorido. Seus ombros magros e nus balançam sem controle, minhas mãos caem para o lado, me encontro estático sem saber o que fazer.

Será que se eu abraça - la, ela me baterá? Seu rosto está molhado e suas bochechas vermelhas. Ela vem até mim, envolvendo seus braços ao redor da minha cintura. Seu rosto encontra meu peito e ali ela chora mais um pouco. Depois de alguns minutos, dou batidinhas em suas costas. Ela ri.

- Qual a graça?

- Você é péssimo em consolar alguém. - me lança um sorriso de lado. Onde está o choro?

- Você me confunde. - externo meus pensamentos.

- Esse posto quem ocupa é você Otávio. - vai até minha cozinha, como se estivesse em casa e pega uma jarra de suco que estava há dias ali. Antes que eu pudesse avisar, ela toma uma boa quantidade dele o cuspindo em seguida. - Que porra é essa?

- Eu iria avisar. - dou de ombros só agora tendo noção de que somente uma cueca boxer branca cobre meu corpo. Mari parece pensar o mesmo que eu, pois seus olhos antes tristes agora estão aquecidos de desejo. Eles passam por cada centímetro de pele exposta do meu corpo. Pigarreio chamando sua atenção, recebendo uma piscadela.

- Não iria não. Bem que o russo quente disse que você é advogado do diabo.

- Você ainda ouve aquele russo abusado?

- Somos fechamento. Te acordei?

- Não. - cruzo meus braços. - Vai me dizer por que estava chorando?

- Digamos que minha mãe, a mesma que me abandonou em um orfanato apareceu saindo das profundezas do inferno querendo falar comigo. - tentou parecer indiferente.

Ela faz muito isso. Tenta passar a imagem de que não liga tanto assim para as coisas, o que é totalmente o contrário. Eu soube que ela era órfã através de Ty, que sem querer soltou a informação durante uma conversa nossa. E me fez jurar que não comentaria o fato com ninguém pois sua Bel, arrancaria suas bolas fora. Mas não adiantou muito pois duas noites depois ao ir buscar uma Mariana bêbada em uma festa a fantasia na favela, ela me confidenciou o fato. Claro que não prestei muita atenção em muitas coisas que disse, sua maldita roupa ou pedaços de panos minúsculos de couro preto não me permitiram me concentrar em suas palavras.

- Como se sente ao saber que tem uma mãe? - digo sem emoção arrancando uma careta dela.

- Você é horrível! - vasculha minha geladeira tirando de lá uma lata de refrigerante. Ela bebê devagar, apreciando meu corpo. - Abalada. A mulher é minha cópia fiel. Parecemos até gêmeas, olha se eu fosse fazer algum papel para uma novela e nela tivesse uma versão mais velha de mim, ela seria perfeita. Ela é linda, então eu sei de onde eu puxei a beleza gritante que tenho. E seu sorriso? Gente ela sou eu daqui há vinte anos. Já disse que ela é linda?

- Mariana...

- Eu sei. Eu falo muito quando estou nervosa.

- Eu sei. Mas como você está?

- Uma merda! Como ela ousa aparecer assim na minha vida depois de tantos anos?

- Não sei. - esfrego a parte de trás do meu pescoço. - Vocês conversaram?

- Claro que sim, só depois que ela insistiu muito. Eu posso ter falado algumas coisas para machuca - la.

- Se arrepende? - seus olhos agora acompanham uma gota de água que desce pela superfície lisa da lata de refrigerante.

- Ainda não.

- Pretende conversar com ela?

- Não sei. - joga a latinha vazia na lixeira perto da pia.

- Bem, é sua vontade!

- Depois de tudo o que me disse, me falou que tenho um irmão. - observo suas mãos trêmulas mas não me aproximo, sei que ela precisa de seu espaço.

- Como se sente eu relação a isso?

- Sempre quis ter um irmão.

Me mantive em silêncio.

- Vou dormir aqui.

Engasgo com minha própria saliva. A olho sem acreditar no tamanho do seu abuso. Ela joga a pequena bolsa de lado sobre a mesa de centro e sorri brilhantemente para mim. Essa é a primeira vez que ela se convida para dormir na minha casa pois geralmente quem vai parar na porta de sua casa sou eu. Para depois correr como se o diabo estivesse atrás de mim. Isso em todas as vezes desde que nos conhecemos.

Somos loucos, incompreendidos, quebrados e insanos. Mas nos completamos em meio a nossas loucuras. Como havia dito para Cássia mais cedo, eu realmente não sei se há um "nós". Mariana tenta entrar mas eu não permito. Meu medo em machuca - la ultrapassa todo o anseio que sinto de viver algo com ela.

Meus olhos pesam, pisco uma vez ou duas me dando conta de que estou cansado. Essa semana ocorreram alguns imprevistos que fizeram com que eu estivesse presente nas obras e ainda tem Carolina que insiste em querer me ver. Mas já deixei ordens fixas para que não deixem nem ela ou seu marido entrarem em minha empresa.

- Vou pegar as cobertas e travesseiros.

- Para quê?

- Hum...

- Vamos dormir juntos.

- Não acho...

- Larga de ser besta. Vamos apenas dormir, nada mais, nada menos. - diz arrancando a blusa de alças vermelha a lançando sobre o sofá, engolindo em seco desvio os olhos tentando me controlar para não terminar de arrancar suas roupas e me deleitar em seu bonito e perfeito corpo. Como aconteceu meses antes.

- Jesus! - ela arranca o mini short jeans que usa.

- O quê? Não há nada aqui que não tenha visto. Já transamos se lembra? Eu só preciso de cama.

- Você vai dormir assim? - ela usava uma minúscula calcinha que devia ser interditada e um sutiã sem alças preto.

- Eu costumo dormir pelada quando estou em casa mas hoje na sua humilde residência tenho que manter meus modos. Onde fica o quarto?- passa por mim, deixando a essência de canela no ar. Aspiro seu cheiro me contentando em ao menos ter seu cheiro comigo.

- Louca!

- Essa sou eu. - grita do corredor.





28/04/20





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