17 | Crise
- Crise -
⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻
"But I just can't
It isn't in my blood
Laying on the bathroom floor, feeling nothing
I'm insecure, give me something
I could take to ease my mind slowly"
In My Blood - Shawn Mendes
Traduções fim do capítulo
⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻⁻
◆ ◆ ◆
「 NARRADORA」
Amber estava sentada na longa mesa de jantar, rindo com a bagunça que Fred e George haviam criado. Panquecas e pães dançavam, sopas soltavam bolhas coloridas, e sucos voavam pelo ar, enchendo o ambiente de caos.
Depois de um tempo com tamanha confusão, Dumbledore apareceu silenciosamente na entrada do salão. Andou até a mesa dos professores sem dizer uma palavra, mas mesmo assim, tomando a atenção de todos.
Assim que chegou, levantou a mão direita. Todos os alunos pararam de falar e o silêncio se instalou.
As comidas voltaram para seus lugares; com apenas com um gesto, ele organizou o salão inteiro.
Assim que Dumbledore saiu, Amber não conseguiu segurar o riso, acompanhada pelas risadas de quem estava sentado com ela.
Enquanto isso, Draco andava pelos corredores de Hogwarts, ainda com aquela conversa ecoando na sua mente.
◆ ◆ ◆
「DRACO」
O castelo estava na escuridão e eu andava rápido pelos corredores, sentindo o suor escorrer pela testa. Maldita garota.
Entrei no banheiro masculino, vazio devido à hora. Fechei a porta com força, arrancando a gravata do pescoço e jogando-a no chão.
A camisa social branca grudava no meu corpo, e eu mal conseguia respirar.
Me apoiei na pia, os pensamentos fora de controle.
"Por que não me beijou?" Essas palavras rondavam minha cabeça.
Ela conseguiu me deixar assim, perdido, e eu a odeio por isso. Odeio o jeito como me faz sentir... fraco.
E odeio ainda mais o fato de que, no fundo, eu queria aquilo. Queria mais do que tudo e essa ideia me enojava.
Eu não dava mais a mínima para essa história de "batizar", o problema não era esse.
Eu estava começando a sentir algo por ela. Se alguém descobrisse, se meu pai soubesse, sinceramente não sei até onde ele iria.
A simples ideia de eu me envolver com alguém que não fosse sangue puro nunca poderia chegar perto de seus ouvidos.
Minhas mãos tremiam tanto que mal conseguia segurá-las. Eu já estava acostumado com essas crises, mas dessa vez parece que estou perdendo o controle.
Como uma avalanche, todas as lembranças que eu sempre tentei enterrar voltaram. Todas as vezes que meu pai me humilhou e me bateu.
A cicatriz na minha barriga ardia na memória. Puxei a camisa e olhei para ela. Ele podia ter me matado, e talvez eu até merecesse. Mas de qualquer modo, eu era apenas um garoto na época.
Sentei-me no chão e logo deitei, sentindo o chão gelado nas minhas costas.
Eu nunca deixava essas memórias voltarem. Eu sempre tinha o controle. Mas agora, com ela, tudo estava desmoronando.
Eu odiava isso. Odiava o que ela me fazia sentir. Eu a odiava. Mas pior ainda, eu me odiava por ser tão idiota.
Fechei os olhos, tentando afastar tudo da minha cabeça.
Depois de alguns minutos, finalmente me forcei a levantar. A sensação de peso no meu corpo era quase insuportável.
Caminhei até a pia e lavei meu rosto, o contato da água fria na minha pele foi um pequeno choque. Respirei fundo, sentindo a água escorregar pelo meu pescoço.
Essas crises não podiam voltar. Eu não podia ser tão vulnerável. Ninguém podia me ver assim.
Com um último suspiro, sai do banheiro em direção ao dormitório. Os corredores vazios e uma gritaria infernal vinda do salão de jantar.
Assim que entrei na comunal, vi meus amigos espalhados no sofá.
- Ei Draco, sente-se com a gente. - chamou Blaise.
Ignorei, subindo direto as escadas até o dormitório em passos largos. Quando cheguei, fui até a gaveta, tirei uma pílula e a engoli com um gole d'água.
Aos poucos meu coração foi desacelerando e os pensamento se acertando na minha mente.
- Que merda. - murmurei passando as mãos pelo cabelo, ainda tenso.
Fui ao banheiro tirei toda a roupa. Entrei no chuveiro com a água congelando, só assim para esquecer tudo.
Mas mesmo com o frio cortante, ela não saía da minha cabeça. As risadas dela com Potter mais cedo me irritavam tanto que minha vontade de socar a cara dele só aumentava.
Saí do banho, vesti uma calça de moletom cinza e fui direto ao frigobar que eu e os outros tínhamos instalado no quarto.
Apesar da pouca idade, bebidas alcoólicas já faziam parte da nossa rotina. Só as mais caras e de melhor qualidade, obviamente.
Peguei uma garrafa de whisky que Blaise havia trazido de casa e servi uma dose generosa. Virei o copo de uma vez, sentindo a bebida descer queimando minha garganta.
Coloquei o copo sobre a mesa e me joguei na cama, ainda preso nos meus próprios pensamentos.
Alguns minutos depois, ouvi a porta se abrir. Olhei e vi Tracey Davis, uma garota da sonserina da qual eu ficava algumas vezes, mas só quando eu não tinha outras opções. Ela entrava no quarto usando pouca roupa, um sorriso provocante nos lábios.
- Quer se divertir? - ela perguntou, se aproximando.
Fiquei em silêncio enquanto ela caminhava até mim. Subiu na cama e passou uma perna para cada lado de meu corpo, subindo no meu colo enquanto apoiava as mãos no meu abdômen.
Ela começou a distribuir beijos pelo meu pescoço, mas eu simplesmente não estava no clima. Não depois do dia de merda que tive.
Empurrei-a de leve, a mesma franziu a testa.
- O que há com você? - perguntou irritada. - Está com medo de ela descobrir?
- Não é isso. - respondi tentando manter a calma. - Só não quero isso agora.
- Aposto que quer aliviar todo esse estresse. - insistiu, voltando a me beijar.
Minha paciência acabou de vez. O pouco controle que eu tinha saiu de mim. Com um movimento brusco, a tirei do meu colo.
- Você não consegue entender, caralho!? Sai do meu quarto agora!
Ela me lançou um olhar furioso, levantou-se e saiu batendo a porta com força.
Depois que Tracey saiu, o silêncio no quarto parecia ainda mais pesado.
Me levantei devagar, a tensão pulsando nos meus músculos. Fui até a mesa e peguei o copo vazio de whisky. Olhei para a garrafa por um momento, pensando em servir outra dose, mas desisti.
Nem o álcool estava funcionando.
Olhei para o quarto, para o copo vazio na minha mão, e de repente a ideia de ficar ali sozinho me pareceu ainda pior.
Coloquei o copo de volta na mesa e saí do quarto, descendo as escadas em direção ao salão comunal.
Assim que cheguei lá, Blaise, Pansy e os outros ainda estavam esparramados pelos sofás, conversando e rindo de algo que eu nem prestei atenção.
- Finalmente, Malfoy. - disse Blaise. - Achei que não quisesse ficar com a gente.
- Não é nada, eu só precisava checar uma coisa no dormitório. - menti.
Blaise levantou as sobrancelhas, mas não insistiu.
- Pode falar para mim, amor, você anda tão tenso ultimamente. - Pensy diz colocando suas pernas sobre a minha.
- Eu já disse que não é nada, Pansy. Não me enche. - retruquei, mantendo o tom seco.
Eu odiava que eles insistissem em tentar descobrir coisas da minha vida. A última coisa que eu queria era falar sobre isso.
- Como quiser, cara. Só estamos tentando descontrair. - Theodore se pronuncia pela primeira vez. - Parece que você precisa relaxar um pouco.
- Não venha com essas merdas, Nott, você se lembra muito bem oque aconteceu da última vez. - revirei os olhos.
Nott era a maior fonte de drogas que eu já vi e ouvi falar nessa escola. Como nenhum professor o descobriu? Mistério.
- Aquilo foi só uma vez, e não foi tão grave. - Nott respondeu com seu típico sorriso despreocupado.
Mas assim que ele disse isso, todos ao redor pararam por um segundo e se viraram para ele com as sobrancelhas erguidas. Sabiam exatamente do que ele estava falando, e ninguém tinha esquecido.
O que aconteceu foi que, da última vez que eu aceitei uma das "soluções" do Nott, as coisas quase saíram completamente do controle.
Era uma noite agitada, uma das festas na comunal da Sonserina. Foi nesse cenário que Theodore apareceu com algo uma mistura de drogas que ele tinha feito.
Pensei que seria como das outras vezes, só algo para elevar o clima da festa. Mas o que ninguém esperava era que a ideia fosse se espalhar rápido demais.
Nott ofereceu para alguns, e logo, praticamente metade da festa estava usando.
E foi neste momento que Pansy abriu a porta da comunal, revelando para alguns alunos de fora oque estava acontecendo naquele momento.
- Por pouco aquilo não deu uma merda gigante. - lembrou Goyle, Crabbe confirmando com a cabeça.
- Saudades dessas festas. - Pansy falou animada.
- Verdade, tem que acontecer outra! - respondeu Astoria.
- Este é o espírito! - disse Nott por fim.
Parece que já temos nossa próxima festa marcada.
「Tradução」
"Mas eu simplesmente não consigo
Não está no meu sangue
Deitado no chão do banheiro, sem sentir nada
Estou sobrecarregado e inseguro, me dê algo
Eu poderia relaxar minha mente lentamente"
In My Blood - Shawn Mendes
- Capítulo para mostrar os sentimentos de Draco, espero que tenham gostado!
- Votem e comentem <3
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro