04 | Expresso de Hogwarts
- Expresso de Hogwarts -
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「 AMBER 」
Eu nem sequer acordei, pois passei a noite em claro com Ceci e Vítor. Eles foram embora pela manhã, e eu comecei a me arrumar para ir à estação de King's Cross.
Tomei um banho longo e relaxante, tentando esvaziar a mente. Fiz uma maquiagem leve com corretivo, blush, rímel e gloss. Não era mais uma garotinha; precisava estar bem apresentável.
Vesti a saia do uniforme e um cropped preto de manga longa. Meus cabelos louros se destacavam contra o preto do cropped. A saia estava mais apertada e curta do que o normal devido ao crescimento dos meus glúteos, mas nada exagerado.
Deixei a capa de Hogwarts para vestir no trem.
Minha mãe entrou no quarto me chamando para sair. Apliquei um pouco de perfume nos pulsos e no pescoço e me encarei no espelho.
Eu estava tão bem aqui... Não queria voltar.
Tinha feito uma promessa a mim mesma: não me abalaria mais pelos feitos dos esnobes da Sonserina.
"Desculpe, mas o destino é quem escolhe, e você tem uma forte ligação... melhor ser... Sonserina!" As palavras do maldito Chapéu Seletor ecoavam na minha mente, rasgando meus neurônios a cada vez que voltavam.
Que destino? Que ligação? Eu queria respostas.
Peguei minha mala e me dirigi ao carro da minha mãe, onde Pandora me aguardava no banco do passageiro.
- Deu comida para ela, mãe? - perguntei, enquanto me acomodava no carro e posicionava Pandora em meu colo.
- Claro, se depender de você, ela morreria de fome. - respondeu minha mãe com um sorriso brincalhão.
- Credo, não é bem assim.
Rimos e ela deu partida no carro.
「CORTE DE TEMPO」
Sentada em uma cabine no fundo do trem, observava a paisagem que mudava rapidamente pela janela.
A senhora que vende doces interrompeu meus pensamentos ao bater na porta.
- Quer alguma coisa, querida? - perguntou com um sorriso simpático.
-Tem suco de abóbora? - perguntei, sorrindo de volta.
- Claro, todos os anos você pede uns cinco, não é? - ela já me conhecia bem.
No ano passado, ela me vendeu tanto suco de abóbora que, quando pedi mais, teve que recusar para que eu não passasse mal.
- Já estou me controlando mais, Sra. Flume - rimos juntas.
Ela segurou dois sucos e se virou para mim.
- Escute, Amber, sinto muito por ter estado tão abatida da última vez que nos vimos. Mas acho que você não é mais a mesma garota que voltou chorando o caminho todo no segundo ano. Às vezes, todos passamos por momentos difíceis, mas estou aqui para te ajudar ao máximo.
Ela colocou os sucos na mesa.
Eu amava desabafar com ela em todas as idas e vindas de Hogwarts.
- Obrigada, Sra. Flume. Seus doces sempre tornam a viagem mais especial. - agradeci.
Assim que ela saiu, bebi o primeiro copo de suco como se fosse água.
Ô coisinha boa esse suco.
Como todos os anos, a urgência de usar o banheiro surgiu após o segundo copo.
Abri a porta da cabine e comecei a caminhar em direção ao banheiro, que estava longe, já que eu havia me sentado no fundo do trem.
Andava distraída e de repente, ouvi uma voz mais próxima do que eu me lembrava de alguém ter se aproximado.
- Olha quem está aqui, nossa querida podre, está procurando o banheiro para finalmente jogar os cabelos na privada como a urina que ele é? - reconheci a voz, meu coração bateu mais rápido.
- O que quer, Malfoy? - cruzei os braços.
Estávamos sozinhos no corredor.
- O que aconteceu, só porque está gostosa acha que pode falar assim? - Draco sorriu de lado. - O quê? Não percebeu que todos estão falando de você nessa saia minúscula? Todos comentaram, mas isso não muda o fato de você ser podre!
Será que estava assim tão curta?
- Não me chame de podre, não pense que vou aceitar mais isso! - sua expressão tornou-se séria.
Ele se aproximou. Antes que eu pudesse reagir, sua mão direita se fechou em torno do meu pescoço e eu fui empurrada contra a parede. Seu anel grande e gelado pressionava minha pele fina.
O seu aperto estava me machucando, coloquei minhas duas mãos em torno de seu pulso, como uma tentativa falha de me libertar.
Draco havia crescido nas férias, agora minha altura mal alcançava seu ombro.
Ele se inclinou para frente, alinhando-se aos meus olhos e falou entre dentes:
- Se você acha que pode me desafiar assim, está muito enganada. Não tente me testar, ou vai se arrepender amargamente. - seus olhos penetraram os meus. - Não pense que suas palavras vão me fazer recuar, ou esqueceu quem eu sou?
Seu aperto ficou mais forte, minhas unhas cravaram em sua destra.
- Por favor, Draco, já entendi... me solte... - pedi com dificuldade.
- Peça desculpas. - um sorriso divertido surgiu em seus lábios.
- Me desculpe, não vai se repetir. - estava quase sem fôlego.
Senti que ele iria soltar seu aperto, mas algo o empurrou para o lado antes.
O platinado caiu no chão, e o garoto que o havia empurrado veio até mim.
- Você está bem? Ele te machucou? - seu olhar era de preocupação.
O garoto tinha cabelos cor de mel, um sorriso deslumbrante, era pouco mais alto que Draco e vestia a capa da Lufa-Lufa.
- Diggory, que surpresa, um Lufano corajoso? — Draco já havia se colocado de pé.
Atrás dele apareceram Crabe, Goyle e Blaise, como se estivessem esperando o momento certo para sair da cabine.
- Você é quem é um covarde, Malfoy! Viu o que estava fazendo com ela? Quer alguém para machucar? Então encontre alguém do seu tamanho. — Diggory avançou.
Ainda não tinha descoberto seu nome.
- E esse alguém pode ser você? Adoraria acabar com esse seu nariz. — Draco avançou também.
Os dois estavam a centímetros de distância, quando Severus Snape apareceu -não sei de onde - e os separou.
- Brigando antes mesmo de chegar a Hogwarts? Menos 30 pontos para cada um! - disse com rispidez e olhou para mim. - E você, Senhorita Amber, trate de usar roupas mais comportadas. Menos 10 pontos.
Era sempre assim, sempre que ele podia, tirava pontos de mim.
Draco saiu rindo com sua turma e entrou em uma cabine mais adiante.
O moreno se aproximou de mim, que ainda estava apoiada na parede.
- Quer se sentar comigo? - ele estendeu a mão.
- Claro. - segurei sua mão e seguimos na direção oposta à de Draco.
O banheiro poderia esperar.
Entramos no compartimento em que ele estava e não havia ninguém. Nós nos sentamos um de frente para o outro.
- Não pode deixar que te tratem assim. - foi a primeira coisa que ele disse.
- Eu só estava naquela situação porque tentei me defender. - respondi, sorrindo timidamente. - A propósito, eu sou Amber. E você?
- Sou Cedric Diggory. É um prazer. - respondeu amigável.
- Acham esse tamanho de capítulo bom ou preferem maior/menor?
- Votem e comentem <3
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