Capitulo 8
Xxx Último do dia, real, obrigada a todos os comentários, de verdade. Até amanhã! Enjoy xxX
Ludmilla Pov
Quando acordei nossos pés estavam entrelaçados, ela estava abraçando o travesseiro e a sua boca estava pressionada em seu braço, os lábios estavam cheios e ligeiramente abertos. Deus sabia o quanto eu queria beijá- la agora. Eu precisava sair daquela cama ou eu a agarraria. Eu puxei meu pé calmamente e sai da cama, pedi o café da manha para nós e fui tomar uma ducha. Quando voltei ouvi baterem na porta, era o café.
Assim que me vesti, achei que seria melhor acordá-la
- Brunna ! ...Brunna! – toquei levemente seu ombro, tive vontade de baixar para sentir o cheiro dos cabelos dela, mas ela se mexeu. Estava um pouco descabelada e o rosto amassado, mas continuava tão bonita quanto antes.
- O que houve? – ela perguntou com a voz um pouco rouca.
- Nada, só bebemos um pouco a mais ontem e você dormiu desde o momento em que caiu na cama.
- Sério? Me desculpe! – ela puxou o cabelo para um lado, se olhou como se estivesse se certificando que estava vestida. Fui até o banheiro e desliguei o registro.
- Preparei um banho para você.
- É, eu preciso realmente, obrigada! – lembrei que as roupas dela, do dia em que nos conhecemos ficaram aqui, deixei em cima da cama, e fui para a cozinha.
Ouvi ela saindo do banho, comecei a servir para ela em uma xícara colocando água fervente com um saquinho de chá, ela apareceu, vestida como quando a conheci.
- Chá vai lhe fazer bem. – ela se sentou e pegou um mufin.
- Eu disse alguma coisa ruim ontem? – achei melhor negar.
- Não, você não disse nada, só bebeu um pouco mais do que está acostumada e dormiu como um pedra. – eu sorri pra ela.
- Obrigada de novo Lud.
- Não há de que! Eu vou para empresa hoje, mas antes eu te deixo no seu hotel.
- De jeito nenhum, você trabalha aqui do lado, não! – ela bebeu o chá, se levantou e foi para o quarto, voltou de lá segurando as roupas que ela tinha usado ontem, pegou o muffin e veio até mim.
- Obrigada de novo Lud, não precisa me levar, eu vou indo! – quando me levantei ela me deu um beijo na bochecha e saiu pela porta.
Fui até o corredor, mas ela devia ter ido pelas escadas, minha vontade era de correr atrás dela, mas eu achei melhor não ir, talvez fosse a razão voltando, talvez o meu eu verdadeiro estivesse retornando e era melhor assim. Voltei para dentro e terminei de me arrumar.
O dia custou a passar, eu me peguei olhando para o celular de minuto em minuto, alguém bateu na porta.
- Entre! – era Patrícia.
- Senhora Oliveira, aqui estão os documentos das obras, um homem deixou na portaria, disse que foi enviado em nome do senhor Richard Hanson. – eu revirei os olhos.
- Obrigada Patrícia, vou ver esses papeis agora, peça para Luis vir aqui. – olhei de novo para o celular.
- Senhorita Ludmilla?
- Sim Patrícia..
- Desculpe- me pela intromissão, mas você está bem?
- Bem? – porque perguntaria isso?
- Sim, a senhora está parecendo preocupada, aconteceu alguma coisa? – O que eu poderia falar para ela? Está tudo uma confusão, vi uma louca pela minha janela e eu fui atrás e depois da noite de ontem, estou completamente perdida, porque sei que estou apaixonada e ela não me da a menor demonstração de sentir o mesmo, mas eu nem sei se é bom, já que eu não me conheço mais de qualquer forma.
-Está tudo bem Patrícia. - ela olhou com dúvida, mas saiu da sala.
Tentei manter minha mente ocupada e comecei a ler a papelada do terreno, apertei o botão para chamar Patrícia.
- Patrícia, me traga um pouco de chá, por favor.
Por mais que eu tentasse me concentrar, Brunna sempre surgia na minha mente, ou cantando, ou me abraçando de surpresa, ou simplesmente sorrindo.
Patrícia entrou na sala e deixou o chá sem falar nada.
- Obrigada! - eu disse com os olhos nos papeis, passeio o dia inteiro olhando esse celular, para ver se ela tinha me mandado alguma mensagem ou ligado, mas nada, comecei a mexer no celular, e achei a foto que tirei dela, meu coração se apertou.
Eu passeio o dia todo querendo estar perto dela, querendo mandar uma mensagem, rindo para o celular como sempre, mas me mantive aqui, ignorando meus sentimentos e minhas vontades. Exatamente como ela disse, as pessoas complicam demais as coisas, quando só temos que sentir.
Deus do céu, o que eu estava fazendo? Isso era medo? Eu queria desesperadamente com todos as células do meu corpo ficar perto dela, mesmo que ela não se abrisse comigo, mesmo que ela não quisesse nada comigo, mesmo que ela não me ache tão atraente quando as outras mulheres, eu queria ela perto de mim.
Fiquei olhando para a foto, mas então Luis entrou no escritório, eu virei o celular para baixo e olhei para ele.
- Você me chamou Ludmilla?
- Sim Luis, quero assinar a documentação. Eu acabei de ler e eu já decidi que quero a empresa aberta o mais rápido possível.
- Mas você não prefere ir ate o terreno antes?
- Eu conheço o terreno e você mesmo já foi e disse que esta tudo ótimo, não é?
- Sim Ludmilla, mas você nunca toma decisões dessa forma, você não quer nem falar com os outros proprietários?
- Não Luis, apesar do Richard ser o dono desse terreno, é esse que eu quero e assinar esses papeis o mais rápido possível também nos poupa de ter mais algum tipo de contato com ele.
- Você está estranha, o que está acontecendo?
- Nada por enquanto, mas eu sinto que está prestes a acontecer. Venha, vamos assinar isso aqui, eu preciso sair antes das seis, tenho um compromisso.
- O que está prestes a acontecer Ludmilla? – Luis pareceu realmente assustado com minhas palavras, ele era mais alto que eu e muito magro, seu nariz comprido se torceu um pouco, e seus olhos negros conseguiram escurecer ainda mais, Luis quase não tinha lábios, preocupado então ele não tinha nada.
- Vou saber isso logo Luis, assim que eu souber, você também saberá. Agora sente-se e vamos assinar isso.
Peguei minhas coisas, Luis ficou no escritório me olhando sair. Fiz o caminho para o hotel e liguei o radio, assim que cheguei na frente do hotel e liguei pra Brunna, meu coração estava acelerado, hoje cedo ela saiu tão rápido e não me ligou e se ela não me atendesse?
Três toques depois ouvi sua voz.
- Oi, você está pronta?... Como pronta para que? ... o dia foi bem corrido hoje.. Eu estou aqui na frente do hotel, eu espero você colocar alguma roupa.. não me faça ir ate ai te buscar.. ok.
Fui para fora do carro assim que a vi sair pela porta do hotel. Ela estava com uma calça preta, botas verdes estilo cowboy, e um casaco cinza por cima de uma blusa preta. Minha respiração acelerou um pouco conforme ela se aproximava.
Agora que eu sabia que eu queria ela de qualquer forma. Eu também sabia, eu estava ferrada de verdade, ela abriu um sorriso para mim... é definitivamente ferrada.
***
Nos passamos o resto da semana nos vendo constantemente e quando não estávamos juntas mandávamos mensagens de texto. Ela com suas graças, sempre me fazendo parecer uma idiota sorrindo para o celular. Eu até tentei tirar algumas mínimas informações sobre sua vida, mas ela era impossível, às vezes ela sumia durante o dia, eu só podia imaginar que ela tenha continuado ir ver aqueles amigos e eu achei melhor não questionar, pelo menos não por enquanto.
Após duas semanas estávamos mais conectadas, estava cada vez mais difícil dar tchau todas as noites. Eu não conseguia decifrar os sentimentos dela, as vezes parecia que ela sentia o mesmo que eu, mas em outros momentos, ela enfatizava o quanto gostava da sua liberdade e o quanto não estava interessada em um relacionamento. Hoje tínhamos combinado de ir para o mesmo pub da primeira noite, ela disse que queria beber cerveja e ouvir musica, eu queria busca-lá, mas ela preferiu me encontrar no meu hotel. Eu já tinha tomado banho e estava colocando uma jaqueta quando o celular vibrou, vi a foto dela no visor.
- Oi.. já estou descendo.. ok.
-E ai gatinha? – ela sempre fazia isso, me deixando envergonhada. – Vamos encher a cara! – ela disse ao fechar a porta do carro.
Quando chegamos ao pub, haviam poucas mesas, estava bem movimentado, ficamos em um canto do bar, o garçom anotou nosso pedidos e Brunna se levantou logo em seguida, ela foi ao bar, vi ela de frente ao Jukebox. Ela voltou para nossa mesa ao mesmo tempo em que nossas cervejas chegaram – Saúde! – brindamos, e logo em seguida começou a tocar Ready to Start do Arcade Fire, e eu sabia que tinha sido escolha dela, que já estava no embalo da musica no mesmo segundo.
- Mmm, eu sei que não sou de perguntar muito, mas eu queria saber um pouco sobre seus gostos, o que você gosta de fazer? – ela perguntou bebericando sua cerveja.
- Eu gosto de muitas coisas, como sentar no escuro, ler com barulho da chuva caindo, observar a chuva, banho de banheira, gosto de comida feita em casa, gosto ...Mmm.. bom eu gosto de sexo – ela sorriu – Gosto de jogar cartas, viajar de carro.. são inúmeras coisas, algumas eu não me lembro agora e você? Será que você pode me dizer algumas das coisas que você mais gosta?
- Tudo bem.. eu gosto de velas acesas, de cheiros de natureza, de ler livros ouvindo música , e de ouvir música. Se possível o dia inteiro, gosto de cozinhar, de andar pela chuva, mas isso você já sabia – nos duas rimos – Gosto de beijar, morder, de deitar no escuro e ouvir o coração bater.. e eu também gosto de sexo, gosto de viajar e observar, gosto de ajudar da forma que eu puder ou precisarem, gosto de ir a igrejas e ouvir o silencio sentir paz... Mmm.. e eu gosto de você...-
Poderia ser melhor do que ela? Poderia ter alguém para mim melhor do que ela? Eu acho que não! Para alguém que nunca se importou com o que gostavam ou deixavam de gostar, para alguém que nunca quis um telefonema de uma garota, eu me senti completa por ouvir as pequenas coisas que ela gostava, tudo, cada coisinha me encantava. Uma vez ouvi alguém dizer sobre alma gêmea e eu pensei ... Isso é besteira e mesmo que fosse verdade, não teria como a pessoa saber quem era sua alma gêmea. Deus, como eu estava enganada e ouvi-la dizer que gostava de mim preencheu todos os pedaços do meu peito.
- Eu também gosto de você Brunna, mais do que eu já pensei que pudesse gostar de alguém.
- Eu acho que seria ótimo se fossemos andar de carro por aí, o que você acha? – e assim sem mais nem menos, ela mudou de assunto, mas senti que evoluímos hoje, ela se abriu um pouco mais, mostrou interesse por mim. Paguei a conta e fomos para o carro.
- Hey! Tem música melhor do que essa para ouvir nesse exato momento? – ela aumentou o som do carro e começou a cantar There is a light that never goes out dos Smiths, e ela cantava como se pedisse exatamente aquilo, eu acelerei o carro e dirigi sem destino, o importante era estar com ela ali. Nós passamos a madrugada rindo e cantando.
Por volta das 02h30 comecei a voltar para o hotel, eu nunca tinha me divertido tanto com alguém, mesmo em todas as vezes que saímos juntas, nunca tinha sido tão bom quanto dessa vez, eu parei o carro em frente ao hotel dela.
- Eu realmente me diverti hoje – eu disse olhando aqueles olhos castanhos.
- Eu também Lud, às vezes fazer nada é a melhor opção, obrigada por hoje.
Ela se aproximou, me olhando nos olhos, senti o calor do corpo dela tão próximo ao meu, ela esticou o pescoço e beijou meu rosto, a maciez e a aproximação do lábio dela fez meu coração disparar, eu quis virar meu rosto e tocar os lábios dela, mas não tive coragem. Quando dei por mim ela já tinha saído do carro. Me virei para acompanhar a entrada dela e fiquei alguns minutos ali, milhares de cenas passaram pela minha mente, inúmeras formas de abordá-la e beijá-la, querendo desesperadamente tê-la em meus braços, mas no fim dei a partida e fui embora.
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