Capitulo 14
Xxx Bom dia maravilhosas(os), este eu literalmente postei e sai correndo!! Enjoy xxX
Ludmilla
Esperei mais de trinta minutos até que anunciassem o embarque. Fui para o meu acento na primeira classe e desmoronei na poltrona, enquanto aguardava lembrei que Luis havia dito que ela tinha passado por outros três hotéis na Escócia, e que ela havia se instalado nesse atual a dois dias. A comissária de bordo me trouxe um pouco de champagne, ela voltou com certa freqüência perguntando se eu queria comer, ou se eu queria pendurar meu casaco, ou guardar o embrulho, ela provavelmente não falaria comigo se eu estivesse no meu humor costumeiro de antes. Mas eu tinha um sorriso estampado no meu rosto, isso deve tê-la deixado mais a vontade para voltar tantas vezes. Fechei meus olhos para que ela não precisasse mais me perguntar nada.
A viagem seria rápida, no máximo uma hora e meia de avião, e mais trinta minutos de carro. Droga! Lembrei que tinha me esquecido do carregador de celular, eu teria que conseguir algum no aeroporto, ou teria sérios problemas para chegar no endereço, eu não sabia qual carro Patrícia havia conseguido, me esqueci de perguntar, se não tivesse GPS pelo menos uma entrada USB teria que ter.
Foi anunciado o pouso em Aberdeen, a comissária voltou para me ajudar e desejar uma boa estádia, agradeci e desci do avião o mais rápido que pude. Sai pelo portão, resolvi ir primeiro ao banheiro, eu não queria parar. Fui ao balcão de informações onde um homem com seus quarenta anos me explicou onde ficavam as lojas, corri para lá, encontrei uma loja de alguns eletrônicos. Depois fui para a área de ponto de encontro, era onde estava localizada a locadora de carros.
Uma jovem mulher de cabelos vermelhos e muitas sardas no rosto me atendeu.
- Boa Tarde, por favor um carro em nome de Ludmilla Oliveira.
- Boa tarde, a senhorita pode me mostrar algum documento por favor? – Peguei minha carteira de motorista e entreguei a ela, que então começou a verificar na tela do computador, ela se virou e foi a um painel com chaves e pegou uma, vi que era uma Mercedes, pelo menos confortável seria, eu estava torcendo para que não fosse uma Mercedes antiga, ela me entregou as chaves.
- Tudo já esta pago senhorita Oliveira, alguém vai levá-la ao local para retirar o carro - ela me entregou o documento e chamou um funcionário baixinho, bem acima do peso e ruivo também.
- Por aqui senhorita. A senhora precisa de ajuda para se familiarizar com o carro? – ele perguntou dando um passo a minha frente.
- Não será necessário, obrigada.
Eu entrei no carro, coloquei no banco do passageiro minha blusa e o embrulho, conectei meu celular no cabo USB que tinha acabado de comprar, peguei em meu bolso o endereço do hotel e programei o GPS, me ajeitei no banco cinza quase branco e liguei o carro, vi que o pequeno homem ainda estava ali fora, acenei com a cabeça e dei ré para sair.
Olhei o pequeno relógio analógico no centro do painel, era 16h55. Segui as coordenadas no GPS e cai em uma estrada. A paisagem era muito bonita com verdes pastos e flores selvagens a beira de estrada. Coloquei minhas músicas em ordem decrescente, eu queria ouvir as mais recentes, as que lembravam Brunna, foi quando percebi onde eu estava e o quão perto eu estava, me deu um certo pânico, o medo surgiu, medo da rejeição. Ela poderia não querer me ver de jeito nenhum, e isso me fez reduzir um pouco a velocidade, ela nunca me respondeu nenhuma mensagem, comecei a sentir meu estômago afundar cada vez mais, eu já estava ali, o que eu diria quando a visse? Pior ainda o que ela diria quando me visse? Eu deveria seguir em frente? Eu suportaria uma outra rejeição, eu pensei comigo, outra? O que eu estava fazendo? Então eu encostei e desliguei o carro, encostei a cabeça no encosto e fechei os olhos.
Eu tinha passado por uma cidade, eu achei melhor voltar, passar a noite e ir embora amanhã, mas a idéia de ir embora era mais dolorosa do que a idéia de uma rejeição, eu abri a porta do carro e sai, andei até o meio do campo, estava ventando muito, o céu estava cinza.
Ali no meio do nada, eu fiquei parada de olhos fechados, sentindo o vento, tentando me esquecer de tudo que tinha acontecido, me odiando por ter ido até aquela garota, me odiando por ter alimentado esperanças até hoje, sendo que ela não tinha dado um sinal de vida sequer.
Eu coloquei as mãos nos bolsos e continuei ali parada, então senti um papel, lembrei que era a carta dela, que eu sempre carregava comigo, eu ia começar a rasgar a carta, quando meus olhos bateram no final.
PS: Miami fica melhor com você.
Isso só podia significar que ela havia saído de Miami porque seria difícil ficar lá sem me ter por perto, me lembrei do beijo correspondido, ela poderia ter ido para outro hotel, ter sumido, Miami era grande o suficiente para que não nos esbarrássemos, eu sabia que ela queria conhecer outros lugares, mas antes que eu me declarasse ela não chegou a comentar uma vez sequer a vontade de sair de Miami, eu respirei fundo, dobrei a carta de novo colocando-a no bolso, voltei para o carro.
Segui viagem, eu esclareceria de vez isso. Eu estava completamente apaixonada por essa garota, e não ia deixar esse sentimento passar, eu ia deixar bem claro para ela que eu iria respeitar os seus limites, eu não sabia pelo o que ela havia passado, mas ia ajudá-la a se recuperar.
Pelas placas eu já estava próxima a Newburgh, cheguei a uma encosta de um rio, vi as casinhas de pedra, com muitas chaminés, com pequenos jardins a frente das casas, então avistei uma grande construção de pedra também cheia de chaminés com uma pequena placa com o nome que Luis havia me passado, manobrei o carro e desliguei o motor. Eu baixei a cabeça por alguns segundos sobre o volante, até me sentir mais confiante, peguei as coisas no banco do passageiro, desconectei o celular do USB e coloquei no bolso. Havia uma cerca de pedras com arbustos em cima, fiz o contorno e subi alguns degraus até a porta.
Um homem estava na recepção, ele me avistou e mostrou um sincero sorriso quando me aproximei, ele era alto, com um bigode com muitos fios brancos, um nariz comprido e grandes costeletas, seus pequenos olhos me observavam.
- Boa Tarde! – ele disse.
- Boa tarde! Gostaria de saber uma coisa e realmente é algo muito importante, eu imagino que não seja o tipo de informação que vocês costumam passar, mas.. bom.. eu vim de Miami hoje e estou a procura de uma garota, o que me foi informado é que ela está hospedada aqui, seu nome é Brunna Gonçalves. – o homem parou de sorrir.
- Senhora realmente nós não podemos passar esse tipo de informação, por segurança, você entende. Se trata de algo sério, polícia por acaso? – e então o homem mudou seu semblante calmo para preocupado.
- Não! Não, nada disso, vou ser sincera, eu estou perdidamente apaixonada por essa garota, e eu vim até aqui por esse único motivo, sem roupas, sem malas e com um pouco de coragem que me restava. – eu fui o mais sincera que pude, me abri com alguém como jamais teria feito antes, antes dela claro. Percebi que o homem ficou em dúvida, mas ele não pareceu que iria ceder, então uma pequena mulher surgiu de uma porta que estava aberta ao lado, com cabelos pretos presos em um coque, ela tinha muitas marcas de expressão no rosto, fazendo-a parecer mais velha do que certamente ela seria, ela me olhou nos olhos então se virou para o homem.
- Oras Liam, pare de besteira, ela esta falando da moça bonita, aquela que chegou aqui esses dias – o homem arregalou os pequenos olhos para a mulher, e então ela desviou os olhos dele, e voltou-se para mim, eu sorri para ela.
- A senhorita me passe o seu nome sim? E deixe um documento comigo, porque assim Liam poderá respirar. – ela revirou os olhos.
- Claro que sim, meu nome é Ludmilla Oliveira, entreguei meu passaporte a pequena senhora, que entregou ao homem, ele balançava a cabeça discordando da atitude da mulher, mas pegou meu passaporte e guardou em uma gaveta.
- Agora, vamos a você minha jovem, eu ouvi o que você disse, e aprecio esse tipo de atitude, eu gostei daquela moça, apesar dela estar aqui a pouco tempo. Ela passa pouco tempo no hotel, pelo que os garotos disseram, ela tem ido sempre ao rio Ythan, é só você sair por aqui e seguir em frente, com certeza você a encontrará por lá.
- Eu realmente agradeço muito pela ajuda senhora. – ela acenou para mim e deu um tapa no ombro do homem, eu sorri, coloquei meu casaco, e fui para onde a mulher havia apontado.
Ventada muito, senti meu nariz gelar em poucos minutos de caminhada, avistei o rio. Para um lado ele afinava, imaginei que ela tivesse ido para o outro lado, então segui minha caminhada.
Continuei andando, eu não a vi em nenhum lugar, mais a frente vi que havia uma pequena fábrica com alguns contêineres e eu já devia estar andando há uns vinte minutos, eu não estava muito agasalhada e comecei a sentir meus dentes baterem. Segui em frente pelo rio. Havia a margem do outro lado,e montes verdes logo em seguida, passei por uma construção do que parecia ser de um novo e grande hotel, e vi a estrada, senti meus pés úmidos, dei uma batida para ver se saia um pouco de água, e me abaixei para amarrar o cadarço de tênis que havia desamarrado.
Quando me levantei eu vi, um pouco mais a frente, cabelos longos e castanhos se movimentando com o vento, ela estava olhando o rio, sozinha, o que eu achei extremamente perigoso, porque ela fazia isso? E se alguém tentasse fazer algo com ela? Aqui? No meio do nada? Quem a ouviria? Ela estava de costas e sentada, ao menos parecia estar agasalhada. Eu cheguei mais perto, meu coração disparou em um ritmo muito acelerado, não sei se o meu peito conseguiria manter ele ali dentro. Eu me dei por mim, eu estava aqui, muito perto, finalmente depois de todo esse tempo. Olhava para ela, que parecia tão perdida agora, diferente do dia em que a conheci, então eu soltei o ar dos meus pulmões e respirando mais uma vez segui em frente. Quando cheguei ao seu lado, ela olhou para os meus pés, subindo seus grandes olhos castanhos parando ao encontrar os meus, achei ter visto um vislumbre de um sorriso, mas ela voltou a olhar para o rio. O que ela estaria pensando? Eu não esperava essa reação, imaginei milhares de cenas em minha cabeça, ela me xingando, pedindo para eu ir embora, as vezes imagens felizes dela pulando em meus braços, mas não isso.
- Você não parece surpresa. – depois de alguns segundos que pareceram uma eternidade, ela respondeu.
- Acho que no fundo eu já esperava por isso. – eu me sentei ao lado dela, no cobertor xadrez, ela não se afastou, mas para o meu espanto ela passou o seu abraço em volta do meu, e ainda olhando para o rio ela sorriu e disse.
- Eu senti saudades.
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