[Dois]
IN THE SOOP
Eram quase três horas da manhã quando Jimin terminou de olhar o último episódio de Noragami Aragoto, um dos seus animes recentes preferidos. O garoto se espreguiçou sobre as cobertas fofas que serviram como cama na barraca e respirou fundo, encarando o teto de tecido grosso amarelado.
Estava sem sono como o de costume e não tinha mais nada para fazer em seu celular. Nem talvez o cinco contra um pudesse lhe ajudar naquele momento. Por isso, ligou a lanterna do aparelho e procurou pelo maço de cigarros em sua mochila. Correu o zíper da barraca e saiu dali, a fechando novamente para que nenhum inseto entrasse.
A brisa fria da madrugada acertou seu corpo em cheio, mas ele tampouco deu bola para isso. Apenas caminhou um pouco mais para frente e sentou sobre a mesa de piquenique que ficava de frente para o enorme lago. A Lua Cheia brilhando acima das montanhas e refletindo sua luz na água.
Jimin destacou um filtro e levou aos lábios, fez concha com a mão e acendeu seu mal necessário. Tinha sorte de todos estarem dormindo naquele momento, assim não precisava se preocupar com seus amigos ou olhos curiosos.
Não queria ter de explicar para ninguém o porquê de fazer aquilo, mesmo que eles não tivessem nada que ver com sua vida.
O Park fechou os olhos e deixou que toda aquela toxicidade entrasse em seus pulmões, assim como fez com Yoongi. Mesmo não querendo, se deixou levar por ele mesmo sentindo receio, o que ocasionou em seu ódio gratuito para com o mais velho.
Ele agia como um adolescente idiota apaixonado e sabia muito bem disso.
— Eu tô sonhando acordado ou Park Jimin está fumando em plena madrugada?
Sobressaltou ao escutar aquela voz rouca e sarcástica. Se virou para o dono dela e bufou, soltando grande quantidade de fumaça pelo nariz.
— Já passou da hora de velhos rabugentos irem dormir, Yoongi.
— Perdi o sono e vim buscar um café.
— Engraçado que eu nem te perguntei. — soltou cínico e se virou novamente para o lado do lago, voltando a fumar seu cigarro que já estava pela metade.
— Será que poderia pelo menos uma vez na vida, ter uma conversa decente comigo?
Se aproximou em passos vagos, olhando para a figura belíssima de Jimin contra a luz do luar. Os cabelos dourados se mexendo por conta do vento, os lábios cheios e molhados esvaindo fumaça... Ah, ele era perfeito.
— Não tô afim. Volte para a câmera alta antes que o lobo mau te pegue. — satirizou sem o olhar, querendo manter a calma para não fraquejar.
— Porra, garoto. Eu juro que tento entender tudo isso, entender você. Mas fica a cada dia mais difícil.
Jimin suspirou jogando a bituca do cigarro no lago, pouco se importando com os peixes que residiam ali. Se levantou do banco e caminhou até o Min, sorvendo cada feição dele.
Desde os olhos pequenos e um tanto inchados pelo sono, a boca semiaberta e rosadinha um tanto convidativa, os cabelos pretos e lisos espetados para todas as direções e o cheiro forte do perfume bom que ele usava desde que se conheciam.
Jimin era uma incógnita para Yoongi e nem se passasse anos o estudando, conseguiria entender.
— Não tente, é tempo jogado fora.
— E se eu quiser desperdiçar meu tempo com isso, hm?
— Ai o problema não é meu, cara. — chegou próximo o suficiente para causar nervoso em ambos os corpos. Tocou o ombro do Min com a mão fedida a cigarro, mas o moreno não se importou. Sentir o toque dele valia muito. — Mas, vai por mim. Não vale a pena.
— Bom... Eu acho que quem decide isso, sou eu.
🏞️
Jeongguk se espreguiçou sobre a cama, sentindo a claridade do dia bater contra seu rosto sonolento por conta das janelas desprovidas de pano. Ele bocejou alto e então sorriu. Sorriu por lembrar da noite com o Kim e de como aquela boca era macia e se encaixava perfeitamente na sua.
O moreno trocou suas roupas e se higienizou no banheiro da casa flutuante. Ao sair dela, fechou os olhinhos por conta do Sol forte batendo contra seu rosto inchado. Praguejou baixo pela sua hipersensibilidade e abaixou a cabeça, tentando acostumar seus olhos com aquela claridade toda.
Não sabia que horas eram e agradeceu por não ter sido acordado pelo irmão, se não, não teria acordado com esse bom humor todo e estaria puto da cara.
Mas, falando em puto da cara, o rapaz uniu as sobrancelhas em confusão assim que viu Chittaphon se alongando no gramado. Olhos fechados e bem concentrado no que fazia, estranho.
— O que você tá fazendo, cara? — perguntou ao chegar do lado dele. Mãos no bolso e o cabelo liso caindo sobre os olhos.
— Meditação.
— Desde quando tu curte essas paradas?
— Desde que seu irmão resolveu me acordar com uma bateção fodida de panela. Eu tô me distraindo pra não encher aquela cara de porrada. — se sentou em forma de indiozinho e uniu os polegares contra os médios. — Agora... Preciso chegar ao nirvana. Desinfeta, vai.
Expulsou o moreno dali, começando a fazer o típico som de meditação com a boca. É... O dia não poderia ter começado mais bizarro.
Jeongguk correu para dentro da casa, afim de ver se Taehyung já tinha acordado. Encontrou Jaehyun na sala, sentado em frente ao teclado e tirando fotos, resmungando no processo pois não estava se agradando de nenhuma das fotos que tirou.
— Hyung, o Tae já acordou?
— Uhum, ele foi andar de canoa. Por quê? — desviou atenção do celular e olhou de forma meiga para o caçula.
— Ahn... Nada, só pra saber. Já tomou café?
Perguntou por perguntar, pois não estava se importando muito com aquilo naquele momento. Queria apenas ver Taehyung, almoçar com ele e depois sumir para algum lugar com ele. Queria fazer tudinho com ele, aproveitaria aquelas férias da melhor maneira possível.
— Sim, deixei um pedaço de mamão na geladeira pra você, vê se come. — Jeongguk assentiu e ao se virar para ir em direção a cozinha, fez careta. Não gostava muito de mamão, mas comia por ser algo saudável.
Se submetia a cada coisa só porque Jaehyun pedia com jeito...
Ele comeu um pouco do mamão e tomou dois leites de banana por cima, soltou um arroto básico e saiu da casa pela porta da cozinha, vendo que Chittaphon ainda continuava com aquela baboseira de chegar ao nirvana e sabe-se lá mais o que.
Viu Yoongi surgir pelo caminho da câmara alta em passos preguiçosos, mãos no bolso da calça larga e os cabelos negros e lisos voando com o vento. Era tão bonito que Jeongguk não resistiu em ficar lhe olhando como um idiota.
Acontecia sempre o mesmo com Taehyung, só que a diferença estava em seu coração. Que batia freneticamente só por ver o Kim de longe.
— Eu nem me impressiono mais com o pessoal dessa casa. — ele murmurou ao se aproximar do caçula, mantendo os olhos em Chittaphon. Sobrancelhas pouco franzidas e uma enorme interrogação na testa.
— É isso ou ele mata meu irmão.
— Há quanto tempo ele está assim?
— Eu não sei... Acordei e já estava desse jeito.
— Será que ele vai atingir a paz? — cruzou os abraços, seriamente envolvido naquele assunto.
Jeongguk riu baixinho e negou com a cabeça. Nunca tinha visto Chittaphon em um momento de paz, pois até quando ele dormia, parecia estar perturbado. De tanto que se mexia na cama.
— Dúvido muito.
O Min continuou observando a cena e antes que pudesse falar mais alguma coisa, ouviu a voz de Jimin ao longe.
— Que porra é essa, Chittaphon? Vai lavar as cuecas pra desestressar, parceiro. — ele fechou o pano da barraca e saiu de lá em passos rápidos, se atirando no tailandês quando chegou perto.
— Vai se foder, Jimin! Se não é o verme do Jaehyun me estressando, é você. — tentou tirar o moreno de cima de si, mas Jimin grudou feito um coala em seu corpo.
— Ah, vamos dormir aqui, tá confortável.
Mudou o assunto, usando uma voz manhosa.
— O caralho que tá confortável, volta pra barraca então.
— Fica quieto, Chitta. Aproveita o momento de paz e dorme abraçadinho comigo. É terapêutico. — manhou se aconchegando nele, ouvindo os vários resmungos que o outro soltava.
Os dois que observavam a cena, riram. Jeongguk disse que iria atrás do Kim e o mais velho apenas concordou com um aceno de cabeça, dando dois tapinhas no ombro musculoso dele antes de sumir para dentro do casarão.
Jeon foi saltitante até a casa flutuante, acessando a parte que dava para o lago e vendo a canoa de Taehyung ao longe. Sorriu com a visão e então teve a ideia de ligar para ele, apenas para ouvir a voz que tanto mexia consigo.
— Bom dia, meu amor. Cê já levantou? — sorriu por ouvir a voz levemente rouca do Kim, olhando para ele com os olhos já brilhando e o coração aquecendo.
— Uhum, você... Dormiu bem?
Mordendo a pontinha do dedo, ele escorou os cotovelos na grade e ganhou apoio para seu corpo. Taehyung não tinha visto Jeongguk, estava um tanto longe da casa flutuante e a sua visão também não ajudava muito.
Ficou feliz por ver o nome do mais novo brilhar em sua tela, atrapalhando sua música e ele tampouco se importou com isso.
— Como um anjo e você? Já comeu alguma coisa?
— Dormi bem também e sim, comi o mamão que o Jae deixou pra mim.
— Sabia que ele disse que não era pra mim encostar um dedo naquele mamão pois tinha guardado pra ti? — Jeongguk gargalhou alto e então ouviu a risada grave do Kim também. Cada poro de seu corpo ansiando por ouvi-la mais de perto se possível fosse.
— É a cara dele.
— Sim... É mesmo.
Eles ficaram em silêncio por um tempo. Jeongguk o olhava e ouviu pelo celular, o som da água batendo contra a canoa. Taehyung respirou fundo e olhou para o céu.
— Tae, volta pra cá. Tô com saudades de ti.
— Nós nos vimos ontem, amor.
— Ata, agora eu não posso sentir tua falta? — arqueou as sobrancelhas incrédulo com aquilo. Taehyung riu do outro lado e negou com a cabeça. — Volta logo, eu tô aqui te esperando.
— Vai me dar um beijinho?
— Te dou quantos quiser, só vem logo, hyung.
— Olha que eu sou abusado.
— Eu não me importo, vem de uma vez antes que eu vá nadando te buscar.
— Tá bom, Ggukie. Já tô indo. — ele desligou o celular e começou a remar em direção a casa. Quanto mais se aproximava, via a figura de seu garoto nitidamente.
Ele tinha a carinha impaciente enquanto o olhava, mas o coração estava ansiando para finalmente tê-lo ali pertinho de si. Taehyung riu soprado e encostou a canoa no deck, se levantou com cuidado e viu Jeongguk abrir a portinhola, estendendo a mão para lhe ajudar.
— Agora, nunca mais me deixa aqui sozinho, entendeu?
— Aí, garoto. Deixa de ser manhoso. — abraçou o corpo de 1,79. Que era de mesma estatura que a sua. Lembrava dele de quando era menor que si e agora estava ali, do mesmo tamanho e muito mais maduro fisicamente do que um dia pôde imaginar.
Fez um carinho singelo na nuca dele, sentindo os fios lisos por entre os dedos. Beijou a pintinha que adornava o pescoço leitoso e subiu os beijos pelo queixo, mandíbula e bochecha.
Jeongguk riu gostosinho e grudou sua boca na do Kim, sentindo o gosto da bala de menta que ele recém tinha mastigado.
— Tae.
— Hm? — ronronou, esfregando seu nariz no dele. Olhos fechados e mãos segurando o corpo para que não se afastasse.
— Eu gosto de você.
— Eu também gosto de você, Goo. — abriu os olhos para se perder naquelas orbes negras. Sorriu doce para ele, mas Jeongguk ficou sério.
— Hyung, eu gosto muito. Entende? É tipo... Desde os meus 16 anos.
— Jeong-
— Não, não. Não precisa falar nada agora. — encostou as testas e fechou os olhos com força. Sentindo ainda as mãos do Kim em sua cintura. Ele se agarrou no corpo do mais velho, enterrando a cabeça no peitoral dele e sentindo o coração bater forte contra seu rosto. Taehyung o abraçou com força, respirando fundo. — Eu só queria que você soubesse.
🏞️
O silêncio nunca duraria por menos de dois minutos se um tailandês que estava sempre reclamando da vida, estivesse no mesmo ambiente que Jeon Jaehyun. E tampouco ele se esforçaria, já que qualquer movimento ou coisa que Jaehyun fosse falar ou fazer, surtaria de graça.
— Tu é um bosta, caralho. Não sabe nem montar a porra de um quebra-cabeça. Velho... Some da minha frente.
— Termina de montar e fica quieto, Chittaphon. Eu não aguento mais ouvir a tua voz.
— Vai fazer o quê? Me dar uma cabeçada? — cruzou os braços e sorriu cínico. — Eu é que não aguento nem ouvir o som da tua respiração! — terminou de bagunçar mais ainda o quebra-cabeça e se levantou irritado da mesa, sumindo escada acima.
Jaehyun gargalhou alto, se não, era capaz de chorar e voltar para Seul só pra pedir colo para sua mãe. Era impossível ficar no mesmo ambiente que aquele garoto sem ter que ouvir ele gritando consigo por absolutamente nada.
— Esse cara quer te pegar. — Yoongi comentou, entrando de supetão na sala. Ele mastigava alguma coisa e sua cara era de tédio total.
— Eu nem sou gay, hyung.
— Deve ser por isso mesmo que ele te odeia. — deu de ombros, abrindo a porta da varanda dos fundos e procurando por alguma tela em branco para poder pintar.
— O que vai fazer?
Jaehyun levantou de onde estava sentado e se escorou na porta, vendo que Yoongi posicionava uma tela no cavalete e voltou para dentro pra procurar por tintas.
— Não sei... — puxou o ar por entre os dentes. — Talvez eu me inspire se chover.
— Cansou de ler seus livros patéticos de auto ajuda?
— Ya! Eles não são patéticos, tem me ajudado bastante e eu tenho muita paz de espírito.
— Deveria indicar uns para uma certa pessoa então. — se referiu ao tailandês e o Min soprou um riso, tremendo os ombros.
— Tira meu pau da boca, Jaehyun. — ele ouviu ao chegar no pé da escada e atirou uma caixa pequena nas costas do mais velho. O atingido o fitou com certo receio e recebeu um dedo do meio.
— Por que você não volta a meditar, hein? Tava bem melhor quando você estava tentando se conectar com o demônio ou seja lá o que for.
— Se eu tivesse me conectado com o capeta, tu nem estaria mais pisando nessa Terra. — saiu em direção a cozinha, deixando Jaehyun com cara de tacho para trás. Ele respirou fundo e voltou a olhar para Yoongi. Que encarava a tela em branco de braços cruzados e cara pensante.
— O jeito é você mudar de lado e dar um trato nele. — alfinetou.
— Mas nem caindo de bêbado! Vai se foder, hyung.
Yoongi então abriu alguns potes de tintas, misturando algumas cores e começando a deixar pinceladas na tela. Jaehyun saiu um tempo depois, dizendo que iria convidar Taehyung pra jogar sinuca.
Já se passavam das quatro e meia da tarde e o Sol estava entre as montanhas, deixando que seus raios alaranjados refletissem sobre o lago, fazendo as pessoas terem uma visão muito bonita daquele lugar.
O vento era fraco e úmido, coisa que o Min passou a amar sem sequer se questionar o porquê.
Jimin entrou na sala e logo viu quem estava na varada. Pela porta estar aberta, a visão de Yoongi ali era bem nítida e ele parecia estar muito concentrado no que fazia.
— Hm, vamos ver... Cantar uma música? — perguntou para si mesmo e sorriu maldoso. O Park se sentou no carpete e cruzou os pernas, passando a procurar alguma música no karaokê.
E sim, ele cantaria uma música infantil muito enjoada que falava sobre borboletas.
No lado de fora da casa, Taehyung e Jaehyun jogavam sinuca. O Kim queria ter apostado algo, mas o outro só queria jogar por diversão. Um pouco mais afastados deles, Jeongguk e Chittaphon brincavam com os barcos de controle remoto, apostando em iria fazer a volta primeiro.
— Jeongguk perguntou de ti mais cedo. — começou sem qualquer pretensão, fazendo Taehyung arregalar os olhos e olhar na direção do moreno. Que ria alto com o tailandês.
— Ah, é? E o que ele disse?
Se apoiou no taco, esperando que Jaehyun fizesse sua tacada. Um gelo lhe percorreu a espinha, temendo sobre o assunto com o melhor amigo.
— Ele só tinha perguntado se você já tinha acordado. — deu de ombros. — Eu vi que foram dormir tarde ontem. — tocou a bola branca contra a vermelha, mas não acertou o buraco. — O que vocês ficaram fazendo?
Taehyung engoliu seco e se curvou sobre a mesa, tremendo os braços ao tentar jogar a bola branca contra a azul. Não confessaria para ele que tinha beijado seu irmão caçula, era suicídio.
Ao menos, parecia.
Óbvio que Jaehyun nunca deixou claro que o mataria ou faria algo caso ele se relacionasse com seu irmão, mas parecia ser meio provável que ele tentaria intervir, já que sempre tratou Jeongguk como um bebê.
— N-Nós só conversamos mais um pouco e tomamos leite de banana.
— Que? — riu. — Vocês tomaram leite de banana juntos?
— Sim, poxa. Era o que ele queria beber. — respondeu com um biquinho, querendo bater com aquele taco na cabeça do amigo.
— Hm, vocês são estranhos e muito, mas muito grudentos. Se você não fosse todo carente desde sempre, eu iria estranhar.
Agora quem riu, foi Taehyung. Mas ele riu de nervoso, porque todos os seus toques direcionados a Jeongguk, sempre foram com intenções a mais pois gostava dele. Gostava muito dele.
— Não diga bobagens. — resmungou, voltando a focar sua atenção no jogo e não dando mais ouvidos para Jaehyun.
Quando o Sol se pôs e uma chuva fraca começou, Jeongguk e Chittaphon voltaram correndo para dentro, se juntando com Jimin e passando a cantar e dançar que nem três gazelas saltitantes.
Impaciente, Yoongi deixou sua pintura de lado e entrou. Ficou com dor de cabeça depois que os mais novos se juntaram e começaram a festa na sala. Quando era apenas Jimin cantando, se sentia mais confortável.
🏞️
— Fica mais um pouco, Tae... — manhou puxando o mais velho pela manga do pijama listrado que ele usava. Taehyung já tinha dado vários últimos beijos nele, mas Jeongguk o puxava de volta como um bebê chorão.
— Mas o Jaehyun vai vir atrás de mim se eu demorar muito, meu anjo.
— Eu tranquei a porta, não tem como ele nos pegar no flagra.
Se sentou sobre as pernas e espalmou as mãos nas coxas desnudas. As quais eram uma tremenda tentação para Taehyung, que tentava a todo custo, não pensar em se enterrar nelas.
— No flagra? — arqueou as sobrancelhas, se aproximando sorrateiro do corpo do moreno e o fazendo deitar novamente. — Nem estamos fazendo nada demais.
Um biquinho se formou nos lábios rosados que sem demora alguma, foram tomados pela boca afoita de Jeongguk. O mais novo lhe puxou pela camiseta, até estar devidamente posto entre as coxas grossas e que apertavam seu quadril em uma pressão gostosa.
A língua dele se mexia contra a sua em um beijo urgente, arrancando suspiros um do outro enquanto as mãos tentavam se achar em algum lugar dos corpos quentes.
— Não estamos, é? — sussurrou contra quando se afastaram para recuperar o fôlego. Taehyung riu baixo e deslizou a mão pela coxa esquerda do garoto, sentindo os pelinhos eriçados da área contra sua palma.
— Eu amo te beijar, Jeongguk.
Confessou rente aos lábios dele, conseguindo capitar o exato momento em que os olhos negros vacilaram contra os seus. Ele ofegou baixo e remexeu o corpo, causando atrito entre os membros semi despertos.
Beijou mais uma vez a boca vermelha, sentindo a língua úmida dançar sobre a sua de forma lenta e ousada. Desceu os beijos pelo queixo dele, tocando a pele macia com a língua de forma curta.
— Não faz isso com o meu coração, Taehyung. — pediu sério, mas entregue demais aos simples toques do Kim.
— Você sabe que eu não seria capaz de te machucar. — roçou os narizes e fechou os olhos com força. Respirou fundo, sentindo o cheiro de sabonete e pasta de dentes emanando de seu garoto. Jeongguk acariciou os fios da nuca dele e também fechou os olhos, aproveitando aquele momento que fez seu coração começar a bater bem mais forte que antes. — E-Eu também gosto muito de você, Ggukie... — beijou os lábios vermelhos demoradamente e se afastou por poucos centímetros. — Lembra do dia em que você chegou triste em casa porque tinha sido expulso do jogo?
— E tem como esquecer? — riu baixo, um tanto constrangido por se lembrar daquilo. - Eu chorei a noite inteira no seu colo, hyung. — Taehyung sorriu, lembrando ainda dos carinhos que fez em Jeongguk. De como ele soluçava baixo e apertava sua calça de moletom entre os dedos. Do jeito que ele dormiu com a cabeça em sua coxas enquanto fungava o nariz entupido... Ah, nunca ficou tão triste por ver aqueles olhinhos lindos inchados pelo choro e as lágrimas secas pelo rosto vermelho. — Me desculpa por ter tirado sua noite confortável de sono, sei que foi bem infantil da minha parte.
— Shh, tá tudo bem. Foi ali que eu descobri que era apaixonado por você.
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