Oii meus xuxuzinhos, capítulo surpresa simmmm
primeiro de tudo antes de começarmos a ler esse capítulo novo vou deixar aqui o primeiro edit oficial para o YouTube dos nossos nenes.
Me senti na obrigação de o fazer, já que são os únicos que não tinham um ainda.
Espero que gostem do capítulo. ❤
Aproveitem a leitura!
{Conforto infinito}
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TODO O VOO até o Berlim onde Zemo estaria foi de um completo silêncio. Mas, não de uma maneira desconfortável nem nada parecido. Victoria adormeceu com Alpine em seus braços, pois não havia tido uma boa noite de sono como achou que teria. Em partes desejou tomar uma grande dose de aspirina, e capotar todo o restante do dia. Mas, sabia que isso não seria possível. Não com Dexter sequestrado. Por isso quando o avião pousou, ela teve que ser ajudada a sair do avião por Sam —, pois estava sonolenta ao ponto de não ter acordado cem por cento e isso incluía seu corpo não obedecer totalmente aos seus comandos.
O dia estava esplêndido, sol raiando, brisa boa, tudo somando a favor dos três. Mas, quando eles entraram no ambiente —, viram que seria muito mais difícil do que imaginava. Pelo menos Victoria achou isso, ou talvez seu consciente não estava funcionando corretamente ainda.
— Vou entrar sozinho. — declarou Bucky, ao parar no meio do corredor aos outros dois.
Victoria elevou o olhar o homem a sua direita, sem entender muito bem a razão daquilo. Mas pela expressão no rosto de James aquilo era algo que ele já estava planejando a muito tempo em silêncio.
— Por quê? — questionou Sam.
— Por quê você é um Vingador. Ele não vai com a cara de vocês. — respondeu como se fosse óbvio.
— Bucky, não é como se vocês dois se conhecessem de um passeio na praia.
— Vou dar uma sentada aqui. — murmurou Victoria, se deixando cair no banco avulso.
— Ele era obcecado pela HIDRA. Temos uma história juntos. Confia em mim. — explicou calmamente — Eu consigo.
Então, Bucky saiu andando em direção ao final do corredor onde Zemo estaria.
— Ô Sam. — Vic também olhava na mesma direção — Não é por nada não, mas acho que ele tá planejando alguma coisa.
Wilson franziu o cenho, antes de voltar a olhar para Victoria. E no instante em que fez isso notou a expressão cansada de seu rosto, e a maneira que estava pálida.
— Você tá legal? — a tocou no ombro.
— Sim. — forçou um sorriso — Tirando o fato de que meu irmão foi sequestrado, de que não durmo direito a quatro dias e de que mal consigo acompanhar o ritmo de vocês dois. Eu tô ótima.
O mais velho franziu os lábios dessa vez dando um sorriso em resposta, pois entendia perfeitamente o que ela queria dizer.
— O que quer comer? — perguntou, olhando as horas no celular.
— Pode ser macarrão. — ela suspirou, ajeitando Alpine no colo — Já vamos todos morrer um dia mesmo, que seja com as veias entupidas.
Sam gargalhou alto o bastante para atrair olhares dos guardas a volta de ambos.
— Como vocês fazem isso? — suspirou Victoria cansada — Todos os dias.
— É uma escolha. — Sam acariciou a gatinha sobre o coloco dela — Não é nada, nada fácil.
— É. — ela soltou uma risada sem graça — Mas, vocês fazem parecer que é.
Sam balançou a cabeça pesadamente, sentindo as palavras da garota fazer algum efeito dentro de si mesmo. E pelos próximos minutos ambos ficaram em silêncio contemplando o cansaço juntos. Não demorou muito para que Bucky saísse da sala, e começasse a os guiar para um local subterrâneo.
— O que você tá falando, tá querendo tirar o Zemo da cadeia? — indagou Wilson totalmente contra aquela ideia. Ao mesmo tempo em que os três entraram em algum tipo de garagem, escura — Onde a gente tá Bucky, ficou maluco?
— Não temos pistas, indicações, nada.
— É o que temos é um dos homens mais perigosos do mundo atrás das grades. — vociferou o moreno.
— Olha, — Vic interrompeu a discussão, passando Alpine para os braços de Bucky. Pois já estava cansada de tanto segurar a filhote — concordo com o Sam. Ele desamartelou os Vingadores, deve ser extremamente manipulador.
— E também temos oito super soldados a solta. — Bucky expôs ao outros dois, apontando a lanterna para a cara deles.
— O Zemo vai mexer com as nossas mentes, especialmente com a sua. Sem ofensas.
Bucky puxou a alavanca que ligava as luzes, iluminando todo o ambiente —, deixando explícito que o trio estava em um garagem.
— Me ofendi. — fechou a cara — Super Soldados vão contra tudo que ele acredita. Ele é louco mas ainda tem um código.
— Pelo amor de Deus, a gente não pode só ir almoçar rapidinho? — choramingou Victoria, se sentando no chão.
Estava tão cansada, com fome e com sono. Seu cérebro parecia estar trabalhando de uma maneira mais lenta, o que a deixava excepcionalmente irritada com mais facilidade.
— É. O Zemo tem estado do lado errado desse código, Bucky, e você também. — vociferou Sam mais uma vez — Ele explodiu a ONU, matou o rei T'Chaka e culpou você por isso. Já se esqueceu? Acha que os wakandanos se esqueceram? É uma pergunta retórica, é claro que não. Eu sei que isso importa pra você, mas tá fazendo você perder o juízo.
As palavras do Falcão atingiram algum lugar dentro do peito de James que ele gostaria de ter deixado seguro, a expressão em seu rosto demostrou totalmente isso.
— Sam, não sabemos como eles estão obtendo o soro. — começou Bucky novamente — Nem sabemos quantos deles existem.
— Se isso for fazer com que achemos meu irmão mais rápido... talvez eu concorde um pouco. — Victoria insinuou, recebendo a atenção dos dois homens imediatamente para si.
— Olha, Sam, vamos conversar sobre uma hipótese. Podemos conversar sobre uma hipótese? — perguntou Bucky cautelosamente.
Victoria e Sam olharam para ele ao mesmo tempo, ambos com o cenho franzido e um olhar de suspeita.
— O que você fez?
— Eu não, — balançou a cabeça em negação, mas a voz caiu um tom — não fiz nada.
— Ah, você fez. — a única garota presente discordou — Você nunca faz essa cara. É uma expressão nova, o que indica que você fez sim alguma coisa.
James cerrou os olhos em sua direção, forçando uma expressão diferente. Mas, não adiantaria muita coisa pois ela já sabia que ele havia feito algo. E se Victoria sabia, então Sam também sabia.
— Olha, — umedeceu os lábios calmo — o ponto mais fraco em qualquer sistema não é o software, nem o hardware, é quem opera. — apontou para sua própria cabeça — O elemento humano.
Victoria se levantou do chão empoeirado, se encostando ao lado de Sam na lataria de um dos carros que estavam ali. Cruzou os braços acima dos seios.
— A relação nessa prisão é de nove presos para cada guarda. — continuou — Mas se dois prisioneiros começassem a lutar, o protocolo diz que quatro guardas teriam que responder.
— Por quê dois prisioneiros começariam a brigar aleatoriamente nesse momento? — perguntou Sam.
Os lábios de James se curvaram levemente para cima, — fora algo tão rápido e imperceptível, mas Victoria percebeu. Pois desde o segundo em que ele começou a explicar aquele suposto plano, a única coisa que passava pela cabeça dela é que Bucky era um pouquinho atraente, mas quando se mostrava no comando esse pouquinho se multiplicava em milhares de pedacinhos.
— Quem sabe? Poderia haver muitas razões. — deu um mero sorrisinho de lado — Mas essas coisas se intensificam. O procedimento de lockdown teria que ser iniciado, e com todos esses corpos voando por toda parte não seria difícil passar por um corredor ou dois.
Lancaster levou a mão na boca em uma expressão de completa surpresa.
— E se o alarme de incêndio fosse acionado quando os prisioneiros estão sendo separados, alguém poderia tirar vantagem desse caos.
— Não tô gostando desse seu tom casual. — comentou Wilson, com seus olhos achocolatados transbordando um pouquinho de diversão.
— Não é natural. — Vic comentou também.
— Você... — antes de Sam terminar a frase, se corrigiu e bateu as mãos uma na outra — Onde a gente tá, cara?
Então, o pequeno barulho de uma porta sendo destrancada avisou uma nova presença na sala. Os três olharam para o motivo do barulho, e no segundo seguinte o famigerado Barão Zemo passou por ela com um uniforme da polícia.
— Uou. — se alarmou Wilson, empurrando Victoria para atrás de si em um instinto protetivo.
— Cara...
— O que você tá fazendo aqui? — gritou Sam, totalmente sem estrutura.
— Eu não queria te contar por quê você não ia deixar isso acontecer. — Bucky o impediu de voar para cima de Zemo.
— Por quê você fez?
— Precisamos dele, Sam. — respondeu o mais velho.
— Você vai voltar pra prisão!
— Er, se me permitem...
— Não! — Sam e Bucky gritaram ao mesmo tempo.
— Me desculpem... — murmurou ele.
Aquele pequeno alvoroço fez com que Victoria se alertasse, e nesse breve instante ela não conseguia mover os olhos de Zemo. Seus olhos eram incrivelmente escuros, a barba e o cabelo estavam um pouquinho maior do que o padrão masculino. Sem contar na expressão facial em seu rosto, como se tivesse ficado chateado com a maneira que eles gritaram com ele. Então, ela deu um sorriso genuíno em resposta começando a andar até ele, para perguntar algo...
— Victoria, não fala com ele! — gritou Bucky ao ver o que ela estava prestes a fazer.
Ela se virou nos calcanhares, franziu o cenho para James como se estivesse achando aquilo totalmente uma barbaridade.
— Vocês estão sendo muito grossos. — se queixou, cruzando os braços novamente — Ele não parece uma pessoa cruel pra mim.
— É o que ele quer que você pense. — rosnou Barnes, voltando a atenção para Sam.
— Se fizermos isso, você não se move sem a minha permissão. — vociferou Wilson, mostrando todo a sua liderança nesse exato momento.
— Justo. — concordou.
Sam e Bucky trocaram novamente um olhar sério entre si.
— Ok, Zemo, onde começamos?
— Pelo amor de Deus, me digam que vamos parar pra comer antes. — Vic interrompeu o momento — Serão responsáveis pelo meu falecimento.
— Pra que veio, então? — James importunou, estalando os dedos cobertos pela luva.
A garota levantou o dedo do meio em um sinal de "vai tomar no cu", pegando o aparelho celular para verificar as horas e se alguém do grupo dos Apátridas haviam feito algo de novo. Não, estava em um completo barco imerso em um oceano vazio. Nada de novo, nenhuma pista nova a não ser a ajuda de um dos supostos caras mais perigosos do mundo. E por Deus o incluimento de outra pessoa no pequeno triozinho, a alegrou um pouco mais do que antes. Mas, quando eles entraram na garagem ao lado da que estavam e deram de cara com dezenas de carros importados —, Vic não pode deixar de soltar um suspiro empolgada.
— Então, nosso primeiro passo é roubar um carro? — indagou Sam, quando Zemo acendeu as luzes.
Vic e Bucky entraram logo atrás dos dois, cada um olhando para as dezenas de carros espalhados pelo galpão.
— Eles são meus. Colecionados pela minha família há gerações. Eu passei anos caçando as pessoas que a HIDRA recrutou para recriar o soro. Por quê assim que estiver disponível, alguém pode criar um exército de pessoas... como os Vingadores. — Zemo disse calmamente, pegando uma das malas em um dos carros.
Sam trocou olhares mais uma vez com Bucky e depois com a Victoria.
— Eu já encerrei o programa Soldado Invernal uma vez. Não tenho intenção de deixar meu trabalho inacabado. — pegou o próprio paletó nos braços — Pra isso temos que interagir com pessoas de reputação cada vez pior.
— Seja bem vindo, já estamos fazendo isso.
— A primeira parada é uma mulher chamada Selby. — continuou Zemo — Uma atravessadora que ainda tenho contato. A partir dela vamos subir.
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Por insistência de Victoria os quatro pararam no drive thrur do Mc Donalds antes de seguirem viagem, e Bucky aproveitou para alimentar Alpine e verificar se ela precisava de mais alguma coisa. Então, quando eles já estavam totalmente prontos — com os saquinhos de lanches cheios — chegaram há um aeroporto particular. E foi o exato segundo em que Victoria arregalou os olhos ao ver o tamanho do jatinho os esperando.
— Zemo, — murmurou de boca aberta — tá aceitando currículo pra sugar baby?
— Victoria?! — repreendeu Sam de imediato, se forçando ao máximo para não rir.
— O que foi? Tô tentando elevar o clima. — deu uma piscadela maliciosa, gargalhando — Bucky...
Mas, deixou a frase morrer ao ter seu olhar sendo cruzado com o do mais velho. Foi algo tão rápido, que a fez perder totalmente a linha do raciocínio.
— O que? — perguntou de volta, esperando.
— Ahm?
Mesmo Bucky estando usando um óculos escuro, fora como se Victoria não pudesse respirar por dois segundos inteirinhos. E isso a fez se questionar sobre seus próprios conceitos...
— Então, esse tempo todo você era rico? — perguntou Sam a Zemo, andando bem a sua cola.
A cada instante que se passava Victoria começava a conhecer mais um pouquinho daqueles homens a sua volta, e já havia compreendido o espírito de Sam Wilson.
— Eu sou um Barão, Sam. — respondeu — Minha família era da realeza até seus amigos destruírem meu país.
Os quatro entraram no jatinho, e Victoria teve quase um mini ataque cardíaco ao ver o interior daquele lugar. Os assentos eram de couro importado, os detalhes do braço continham algo bastante parecido a madeira. Sam e Bucky se sentaram de frente para o outro, enquanto Victoria se sentou a frente de Zemo. Novamente impressionada com tamanha riqueza, nunca havia consumido algo daquela maneira antes. E nem havia andando tanto de avião assim, e as raras vezes em que andou fora na classe econômica.
— Perdoem se estiver um pouco quente, — o mordomo pediu, entregando uma taça de vinho ao Barão — a geladeira está desligada. Mas, eu vou ver se tem comida na cozinha.
Zemo falou algo em uma língua completamente desconhecida para Vic e Sam, fazendo o mordomo rir.
— É bom ter o senhor de volta.
A garota começou a analisar os detalhes do homem a sua frente, Zemo havia tirado a barba dando um ar um pouquinho mais diferente de antes. Ela abriu o saco do Mc Donalds e começou a comer seu sanduíche, recebendo olhares repreendedores de Bucky e Sam.
— Vocês não sabem o que é ficar trancafiado em uma cela. — entoou Zemo, bebendo sua bebida — Ah, é mesmo. Vocês sabem.
— Por quê não diz pra gente para onde estamos indo? — indagou Sam, totalmente sem paciência.
— Me desculpem. Eu estava fascinado por isso, — abriu um livro sobre seu colo — eu não sei como chamar mas, essa parte parece ser importante. Quem é Nakajima?
O acontecimento a seguir ocorreu de uma maneira extremamente rápida para Victoria Lancaster, Bucky se levantou da poltrona em um sobressalto e agarrou o pescoço do Barão transbordando ódio por seus olhos.
— Se tocar nisso de novo, eu te mato. — ameaçou, e dois segundos depois afrouxou a mão voltando para o mesmo lugar.
Victoria estava estagnada com os olhos arregalados por ter sido pega de surpresa, e quando Bucky se sentou seus olhos ainda estavam presos em cada ação do homem, — por isso ele notou.
— O que foi? — perguntou em um tom de voz desdenhoso.
— Você derrubou o meu refrigerante! — Victoria exclamou perplexa.
Os olhos de James que antes estavam transbordando ódio pelo ato de Zemo, mudaram instantaneamente para algo beirado ao medo, talvez receio. Não era o tipo de reação a qual Sam estava acostumado, pois nunca havia visto antes Bucky parecer envergonhado como agora. Mas, Victoria estava totalmente irritada nesse segundo. Era como se tudo a sua volta estivesse dando errado, milhares e milhares de vezes seguidas. Apesar de ser apenas um copo de refrigerante, isso a magoou. Então, ela se levantou e saiu para os fundos do avião —, mas especificadamente na última cadeira isolada. Se jogou lá, de costas para os três homens e religou seu aparelho de celular pessoal. E a primeira coisa que piscou na tela fora oitenta e quatro ligações perdidas de Ezra, sessenta e seis mensagens de textos, sem contar nas ligações perdidas do seu trabalho e de um número privado que ela suspeitou ser do Governo.
Era coisas demais para uma pessoa normal conseguir lidar, Victoria nunca precisou fazer algo como isso antes. Não daquela maneira... era surreal, na mesma proporção que a apavorava. Só que a única coisa que a fazia continuar ali firme, era pensar no rostinho de Dexter e no quão assustado ele deveria estar naquele momento. Foi então que resolveu publicar um tweet pessoal, mas que sabia que o grupo dos Apátridas leriam — pois se haviam sequestrado Dexter Lancaster, isso significava que eles os estavam observando antes a muito, muito tempo. Então, Vic publicou um breve e pequeno twitter, mas o suficiente para atrair a atenção deles. Não me perguntem como ela sabia de tal coisa, pois de fato não sabia. Apenas queria acreditar que teria uma chance de conseguir o trazer de volta.
No exato segundo em que talk me down do Troye Sivan começou a soar no seu fone esquerdo, fora o mesmo exato segundo em que a cadeira a sua frente fora preenchida. Vic elevou o olhar ao sentir a presença, e quando bateu os olhos no casaco escuro e nas luvas pretas, ela já sabia quem era sem nem o olhar no rosto por completo. Mas, quando por fim encontrou o par de olhos azuis escaldantes, ela sentiu o ar faltar em seu peito por breve segundos. E naquele exato instante era como se Victoria não existisse, e como se tudo a sua volta fosse o resultado de um completo nada absurdo... como se James Barnes fosse a única coisa com um resultado a mais do que já havia. Os olhos dele... ah, os olhos dele trouxeram a tona o mesmo sentimento que ela tinha quando olhava para os olhos de Dexter.
Um conforto infinito...
— Me desculpa por ter derrubado. — Bucky se lamentou, apoiando um copo transparente sobre a mesinha que os separava — Não é coca, mas era o único que tinha.
O líquido transparente demonstrava que talvez fosse sprite. E quando o refrão da música se aproximou e as batidas se aceleraram, Vic sentiu o borbulhar em seu estômago e algo bater tão rápido como o ritmo da música.
— E queria dizer que sinto muito pela noite passada também. — continuou ele, desviando o olhar brevemente. Se referindo ao quase assassinado.
A garota umedeceu os lábios — um momento ridículo para eles ficarem secos —, tentando voltar ao raciocínio normal. Mas, parecia a coisa mais impossível do mundo naquele momento. Estava se sentindo atraída, e não sabia se havia sido o pequeno gesto da bebida acompanhado de desculpas, ou talvez fosse a lembrança dos lábios dele contra o seu... ou alguma outra coisa.
— Uh, o-obrigada. — puxou o copo para perto de si.
Bucky deu um pequeno sorriso de lado, mexendo nas mãos enluvadas demonstrando o pouco de desconforto que estava transbordando por seus átomos naquele segundo. Olhar para Victoria era como ter uma alavanca acionada em seu consciente, e a lembrança da noite anterior daqueles milésimos de segundos extremamente pensados de uma maneira sexual para James — fosse acionada. E apesar de estar em um tremendo conflito consigo mesmo por conta de todo o caos que estava ocorrendo a volta de ambos, ele ainda tirava um segundo de seu tempo para lembrar daquilo... e se sentia infiel, sem saber o real motivo por isso.
O restante do voo até Madripoor foi cheio de uma conversa paralela envolvendo Zemo, Sam e as vezes Bucky. Menos Victoria que continuou sentada no mesmo lugar, tentando tirar aquele sentimento de sua pele... mas, parecia tão difícil, como se estivesse sido tatuado. E isso a estava deixando avoada a tudo a sua volta, pois vez ou outra se pegava olhando para Bucky e no segundo seguinte xingava a si mesma por tal ato. Afinal, nunca havia pensando em outra pessoa dessa maneira sem ser Ezra... e por achar isso, se deu conta de que Ezra nunca estava tão distante como agora. Ela apenas não sabia se isso era uma coisa boa ou ruim. O plano de Zemo constituía basicamente em mentir e fingir ser pessoas que eles não eram, tudo isso para conseguir falar com a tal da Selby que ele tanto mencionara. Os quatro teriam que entrar em um clube cheio de pessoas nada muito amigável, e conseguir as enganar. Victoria só não esperava ter que vestir uma roupa como aquela...
O vestido ganhava uma tonalidade escura, preta. Continha alças duplas, e era trançado na parte frontal. A barra do lado esquerdo era em um bico fino, maior do que a da direita —, a deixando com um ar extremamente ultrajante. Sem contar no enorme salto de sete centímetros, maior do que qualquer outro sapato que ela já havia usado na vida. E isso incluía botas falsificadas da Gucci. Porém, a pior parte era não conseguir se equilibrar com perfeição como todas aquelas mulheres faziam parecer extremamente fácil.
— A gente tem que dar um jeito nisso aqui. Eu sou o único que parece um Cafetão. — reclamou Sam, assim que os quatro desceram do carro.
Victoria correu os olhos pelos três homens a sua frente, observando o terno extravagante de Sam —, conteve um pequeno riso. Tornando a olhar para James que usava sua roupa habitual de batalha, com seu braço de vibranium amostra. E o Zemo estava usando um sobretudo extremamente elegante...
— Então, eu tô parecendo uma prostituta. — entoou Vic, olhando para o próprio corpo — Eu não sei andar de salto.
— Apenas um americano acharia que um homem negro fashionista pareceria um Cafetão. Você parece exatamente o homem que está interpretando. — exclamou o Barão — E você não tá parecendo uma prostituta, tá excepcionalmente atraente.
Vic desviou o olhar envergonhada por tal comentário, apesar de ter achado o mesmo quando se olhou no espelho. E com o braço direito se apoiou no braço livre de Sam, tentando ter um equilíbrio justo.
— Aconteça o que acontecer não saiam do personagem. — impôs Zemo — Nossas vidas dependem disso.
Aquele era o lugar mais assustador que Victoria já havia estado em toda sua vida, e isso incluía diversas regiões ruins dos Estados Unidos. Mas, aquilo ali era diferente... tinha um ar diferente. Muitas luzes neons, pessoas nas ruas, som automotivo. Era muitas coisas para conseguir prestar atenção sozinha... Zemo começou a trilhar o caminho para o destino onde eles deveriam ir, e por querer ficar de olho nele Sam também acelerou os passos — fazendo Victoria soltar o braço do seu sem perceber, ficando atrás dele e a frente de James. Ela se sentia no maior local de prostituição e drogas em todo o universo, havia homens armados protegendo o lugar, e isso a deixou tão nervosa que quase perdeu o equilíbrio sobre os saltos, desacelerando seus passos.
— Ah, eu não vou conseguir... — choramingou para si mesma, sentindo seu coração tão acelerado como se estivesse corrido toda uma maratona — Eu vou morrer...
Apesar de ter falado extremamente baixo, o cara atrás de si ouviu perfeitamente, — e quando eles entraram no bar Bucky apressou um pouco os passos pairando ao lado de Victoria.
— Só fique concentrada em mim e vai dar certo. — estremeceu James, mantendo ainda sua expressão fechada no rosto. Por quê o soldado invernal não conversava...
E Victoria sabia disso, por isso arregalou os olhos em resposta tendo seu olhar tomado meramente pelos olhos acinzentados de Bucky antes dele voltar a sua expressão fechada novamente.
— Esse é o Soldado Invernal?
Vic ouviu uma das milhares de pessoas que estavam a sua volta comentar sobre Bucky, e isso fez com que seu estômago se revirasse de enjoo. Então, ela apressou os passos até alcançar Sam e Zemo que acabavam de chegar ao barman do bar.
— Olá cavaleiros, bela moça. — disse o desconhecido — Não estava esperando por você, Tigre Sorridente.
— Os planos dele mudaram. — falou Zemo casualmente — Temos negócios a tratar com a Selby.
Alguns dos homens a volta dos quatro trocaram olhares entre si, e Victoria notou isso perfeitamente começando a sentir o início de um ataque de pânico se aproximando.
— O de sempre? — perguntou o barman.
Sam franziu os lábios levemente para cima, concordando. Então, o barman se virou de costas pegando uma cobra atrás de si e a estendendo sobre a tábua, cortando a cobra a meio.
— Ah, ha-ha. — sorriu Zemo — Tigre Sorridente, o seu favorito.
Se antes o estômago de Victoria estava enjoado, ao ver Sam entornando o copo de álcool com sei lá o que do estômago daquele animal —, fez com que ela sentisse o vômito em sua garganta e a expressão em seu rosto deixou isso visível. Por isso ela abaixou o olhar, tampando a face por alguns segundos tentando não vomitar todo o sanduíche do Mc Donalds em cima daquele balcão de bebidas.
— Você não é bem vindo aqui. — alguém interviu Zemo.
E apesar da conversa estar acontecendo bem ao seu lado, Victoria estava em um universo paralelo entre não se deixar vomitar e se manter firme com aqueles saltos dolorosos. Mas, ela sentiu a presença de alguém aparecendo atrás de si e ouviu a voz de Zemo dizer algo em russo que jamais seria capaz de entender. No segundo seguinte quando a mão de uma pessoa a tocou no ombro, James acionou seu modo Soldado Invernal —, torceu o pulso do homem, o empurrou para mais afastado de Victoria, Sam e Zemo, torceu o braço para a própria costa do homem e o derrubou no chão com facilidade. Quatro outros homens partiram para cima de Bucky ao mesmo tempo, e em questão de segundos ele os derrubou facilmente. E os homens continuaram indo, um por um, perdendo e apanhando para o Soldado Invernal.
— Não demorou muito pra ele recuperar a forma. — comentou Zemo a Victoria.
E os olhos dela estavam tão vidrados em James que todo a vontade de vomitar havia se dissipado por completo, a deixando em um estado de choque misturado com algo que vibrou na boca de seu ventre.
— Selby, vai vê-los agora. — o barman comunicou.
Então, Bucky afrouxou a mão do pescoço de um dos homens e voltou a pose natural, com sua expressão frívola. O coração de Victoria estava tão acelerado, suas mãos suavam e suas pernas começaram a tremer. Mas, ela se conteve por estar rodeada pelos três homens. Então, Zemo começou a andar para o andar de cima onde Selby os encontraria e Sam se preparou para fazer o mesmo, mas parou e olhou para Bucky e quando estava prestes a perguntar, Victoria passou na frente.
— Você tá legal? — o tocou no braço, sentindo a textura grossa da jaqueta.
Bucky balançou lentamente a cabeça em um sinal de positivo, seguindo Zemo a dentro.
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— Já devia saber Barão. Ninguém entra no meu bar fazendo exigências.
Era como um cassino de tráfico que parecia não acabar nunca, havia montanhas de dinheiro conforme os quatro passavam pelo corredor.
— Não é uma exigência, é uma oferta. — Zemo se sentou no sofá diante Selby.
Seus cabelos eram platinados, trajava um terno excepcionalmente extravagante quase tanto como o de Sam. Victoria se sentiu tonta novamente, e se apoiou no braço esquerdo de Wilson.
— Muita coisa mudou desde que você esteve aqui. A propósito pensei que estivesse apodrecendo numa prisão alemã. Como você escapou?
— Pessoas como nós sempre acham um jeito, não é? — Zemo deu de ombros com tranquilidade — Tenho certeza que já sabe por quê estou aqui agora.
Vic sentiu a sensação de vomito vim novamente em sua garganta, e uma queimação horrível na boca de seu estômago.
— Você é mais alto do que me falaram, Tigre Sorridente. — apontou Selby a Sam — E você é?
— Minha acompanhante. — respondeu Zemo com tranquilidade, cruzando as pernas.
— Qual a oferta?
— Diga o que você sabe sobre o soro do super soldado. — se levantou indo até Bucky que estava parado como uma estátua — E eu lhe darei ele, junto com as palavras secretas que o controlam é claro. Ele fará tudo o que você quiser.
Sam sentiu o aperto da mão de Victoria em seu braço ficar mais forte.
— Esse é o Zemo que me lembro. — sorriu ela — Fico feliz por ter decidido não te matar imediatamente. É tinha razão de ter vindo até mim. Arrogante, mas com razão. O soro do super soldado está bem aqui em Madripoor.
Zemo se sentou novamente no sofá.
— É o Doutor Wilfred Nagel que deve agradecer, ou condenar, dependendo do lado que estiver. — entoou Selby — O Mercador do Poder mandou ele trabalhar no soro, mas as coisas não saíram como planejado.
— O Nagel ainda está em Madripoor? — questionou o Barão.
— Uh, as migalhas você pode ter de graça, mas o pão vai ter um custo, Barão. — ela se levantou do sofá, encarando Zemo de frente — E antes que faça uma gracinha, não pense que pode encontrar o Nagel sem mim.
Antes de Zemo concordar totalmente com aquilo, o celular de Sam vibrou e Victoria viu o nome de Sarah na tela.
— Atenda. — ordenou Selby — No viva voz.
Fodidos. Fodidos. Fodidos. Era a única coisa que passava pela cabeça da garota, eles nunca saíram dali vivos.
Sam deslizou a chamada conforme a ordem, dizendo olá. Em questão de dois segundos a voz de Sarah soou do outro lado, começando a elevar o tom de voz para cima de Sam. A conversa poderia os enganar, era o que Vic estava repetindo a si mesma a todos os segundos existentes naquele momento. Mas, claro que a maré da má sorte a atacou novamente e Sarah gritou com alguma voz ao fundo, e antes mesmo que Sam pudesse desligar a chamada ainda saindo por cima —, ela deixou escapar seu nome.
— Sam? — perguntou Selby suspeita — Quem é Sam? Matem eles.
Mas, no segundo seguinte um tiro a acertou no meio do peito e Selby caiu dura no chão. Então, os próximos minutos aconteceram tão rápido que nenhuma pessoa em sã consciência teria conseguido acompanhar. Sam empurrou um dos guardas para direita os impossibilitando de usar a arma, Bucky roubou uma arma de um dos guardas o desacordando e puxou Victoria pra o seu lado, a mantendo atrás de si enquanto mantinha a arma em uma das mãos pronto para o ataque.
— Vão botar a culpa disso na gente. Vão botar a culpa disso na gente. — exasperou a garota hiperventilando.
Era definitivamente o início de uma crise de pânico, e se a crise lhe pegasse no meio do fogo cruzado Victoria não conseguiria fugir.
— Temos um problema de verdade agora, então larguem suas armas e façam o que eu dizer. — assegurou Zemo.
Então, os três prestaram atenção no Barão e saíram para fora com agilidade sem atrair suspeitas. Victoria estava desesperada, o ar estava começando a faltar em seu peito, seu pé estava dolorido por conta do salto e ela não conseguia acelerar os passos e os acompanhar, apesar de tentar. O quarteto saiu para a rua com sucesso achando ter conseguido escapar, mas o barulho de dezenas de notificações nos celulares das pessoas a volta realçaram que nada estava tão certo daquela maneira. Então, tão rápido como o cair da noite, ocorreu um blackout. As luzes da rua se apagaram, e no segundo seguinte o barulho de uma metralhadora ecoou por todos os quarteirões. James agarrou o pulso livre de Victoria em um instinto, talvez por ser quem estava do lado dela, ou talvez por seu consciente ter trabalhado mais rápido do que antes — e começou a sair correndo na direção oposta, sendo seguido por Sam e Zemo. Mas, Victoria não estava acostumada com coisas desse tipo, raramente corria.
E por estar no início de uma tremenda crise, seus pés falharam e seu pulso recebeu o vazio, indicando que Bucky havia soltado a mão sem perceber. Foi quando ela sentiu tudo a sua volta ficando turvo, indicando que não dava certo tentar fingir que não estava em uma crise de pânico quando ela claramente se encontrava em uma. Seus joelhos foram os primeiros a acertar o chão e por causa do impacto forte, Vic sentiu o ardor sobre sua pele e no segundo seguinte pender com o corpo no asfalto gelado. Aquele com certeza seria o jeito mais ridículo de se morrer, mas a única coisa que ela conseguia pensar era de que onde quer que Dexter estivesse ele sentiria... e isso a machucou de uma maneira muito mais dolorosa do que a dor que sentia em seu peito. Era como se sua tranqueia se fechasse, nenhum ar entrava e nenhum ar saía. Victoria estava pronta para alguma coisa... mas, não teve tempo o suficiente para descobrir qual era a tal coisa, pois sentiu braços fortes e calorosos lhe erguerem do chão e a colocar encostada em algo gelado.
Demorou em torno de cinco segundos para Vic conseguir focalizar um pouco a visão, e a primeira coisa que entrou em seu campo de visão fora o rosto preocupado, os olhos franzidos e a boca apreensiva. Bucky havia tirando o corpo da garota do meio da rua e se escondido junto a ela no primeiro beco a esquerda, o mais discretamente possível. Ele estava abaixado sobre os joelhos a sua frente, e olhava de dois em dois segundos para trás para se verificar se nenhum dos caçadores de recompensa havia os encontrado.
— Victoria consegue se levantar? — perguntou, notando os joelhos ralados e vermelhos — Temos que sair daqui, se não conseguir eu vou te carregar, ok? Mas, você vai precisar segurar a arma para mim.
Vic piscou os olhos com lentidão, como se estivesse processando aquela frase.
— Bucky? — balbuciou seu nome.
— Tudo bem? Vou te levantar agora. — apoiou as duas mãos sobre seu ombro, pronto para a puxar para cima.
— Bucky, — murmurou Victoria — você é tão bonito.
A expressão de soldado que antes pairava sobre o rosto de James se desfez, por não tá esperando nada daquilo e ter sido pego totalmente de surpresa. Vic agarrou o colarinho de sua jaqueta e deu um puxão, fazendo com que James tombasse o corpo um pouco para cima de si —, sendo no segundo seguinte levemente assediado. Ela fechou os olhos, e tocou os próprios lábios na boca gelada de James Buchanan Barnes — e foi algo tão inacreditavelmente surreal que fez com que o soldado se esquecesse por segundos do local onde estavam e do que de fato estava acontecendo, e não prestou atenção no que ela de fato pretendia. Victoria aprofundou o beijo de uma maneira audaciosa, usando a mão esquerda para o segurar pela jaqueta, enfiando a própria língua dentro da boca do mais velho sem esperar nenhuma permissão. Em movimentos lentos, sufocantes e molhados —, aprofundando da maneira que o limite malicioso permitia. Sentindo cada átomo de seu corpo extremamente quente, mesmo Madripoor sendo gelada.
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