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Capítulo 32

Eu sempre estive mais inclinada a causar ferimentos do que a tratá-los, sei disso. Mas isso não muda o fato de saber como remediá-los. Aprendi a fazer pomadas com a senhorita Flinner. Ela me disse que, na vila dela, muitos seres procuravam esse tipo de ajuda para levar para casa, confiando mais nas mãos de quem sabia misturar ervas do que nos curandeiros formais.

Não é dificil, ela não se negou a ensinar e gosto de estar preparada. Então, por que não aprender?

Desde cedo, aceitei que não possuía magia para competir com ninguém neste mundo. Se eu não pudesse contar com poderes, preciso me garantir de outras formas. Quanto mais conhecimento eu pudesse adquirir, melhor para mim.

Colocar Triket para trabalhar e passar a pomada em Markson foi mais fácil do que pensei. Só precisei dizer que as mãos pequenas dela serviriam melhor do que as minhas. Não foi uma mentira tão grande... Até faz sentido, só não faz tanta diferença.

Na verdade, a diferença está mais no tempo. Ela aplicando o remédio, demora mais do que eu faria... E acaba sendo um pouco mais torturante e divertido. Eu poderia fazer isso em segundos, mas ver a expressão de Markson se contorcendo por mais tempo tem seu charme.

— Isso fede tanto! — Triket faz uma careta maior do que a de Markson enquanto lambuzava o produto sem muita delicadeza. — E por que arde tanto? Eu nem estou ferida!

Reviro os olhos, embora estivesse adorando a careta dela também.

— Significa que está funcionando. Agora para de reclamar e continua.

— Ela fez de propósito! — Markson acusa, fechando os olhos de dor.

— Eu fiz com o que eu tinha... — Embora não seja mentira, eu faria de propósito, mesmo se possuísse ingredientes de qualidade.

Encaro Markson e me concentro para não sorrir em sua frente, nem demonstrar prazer com a situação. Preciso controlar esse meu lado.

— O remédio ficou bem melhor do que o convencional porque usei a erva podre, que tem propriedades muito... melhores. — Faça uma pausa e dou um sorriso de canto, suspirando para conseguir terminar de falar enquanto Markson continua se queixando.

— Erva podre?! — Ele quase engasga com as palavras, olhando para o remédio como se fosse veneno.

— Exatamente. Mas, veja pelo lado bom... Vai sarar bem rápido. — Dou de ombros, contendo um riso. Todo remédio é veneno ou droga... depende da forma como usa. — Sinto muito por não ter nada para cortar os efeitos colaterais do mau cheiro e da ardência...

— Não sente nada. — Ele retruca, mas não pode fazer nada mais que isso.

Finalmente abro um sorriso maior quando deixo os dois distraídos com a tarefa e caminho em direção ao príncipe, segurando o pote com a outra poção. A que fiz especialmente para ele.

Dérium me encara com aquela expressão fria e avaliadora de sempre, como se já soubesse que eu estava aprontando alguma coisa. Ele não precisa dizer nada para deixar claro que não confia em mim.

— Não me olha assim. — Balanço o frasco levemente, observando o líquido transparente que a gosma vermelha soltou.

Está exatamente como no grimório. O que realmente interessa é o líquido.

Não é para ter cheiro, e embora seja tentador testar se essa parte também deu certo, não posso simplesmente cheirá-lo. As instruções mencionam o risco de envenenamento pelas gotículas, e eu definitivamente não quero arriscar.

Seguro o frasco com firmeza, mantendo a compostura. Tudo está seguindo como planejado.

— Majestade... Não quero ser sua inimiga... Seria burrice querer isso... Poderia ser menos desconfiado, sabia?

Dérium mantém o olhar fixo em mim, impassível, mas percebo o sutil tensionar de seus ombros. Ele não acredita em uma palavra do que digo, e está certo em duvidar.

— Engraçado — ele murmura, inclinando levemente a cabeça. — Você diz isso enquanto segura algo que claramente não devo querer beber...

— É só minha garantia... — comento, balançando mais o frasco.

Ele não parece interessado nas desculpas.

— Vai me dizer o que é isso ou o efeito? Não brinque comigo dizendo que é chá.

— Claro! É importante que saiba. Você vai tomar isso e meio que não vai poder mais ficar sem uma dose diária. Caso fique... Você morre.

Dérium pisca lentamente, como se estivesse digerindo minhas palavras. Tentei resumir da melhor forma possível, esperando que ele entenda o quanto a situação era delicada para o seu lado, mas, em vez disso, ele solta um riso baixo e seco.

— Criativo. — Ele me observa com um interesse frio, não parece ter medo e nem demonstra estar tão assustado como eu esperava que estivesse. — E suponho que a parte em que eu concordo com isso não seja exatamente necessária, certo?

Deixo meu sorriso crescer.

Ele me encara como se eu fosse um quebra-cabeça a ser desvendado, quando, na verdade, eu daria tudo para saber o que se passa em sua cabeça. Por que não ficou assustado? Ou desesperado... Parece até que foi fácil demais e está acostumado com essa situação.

— A parte de você tomar é opcional... Posso abrir um corte e derramar nele, caso prefira. — explico, puxando a adaga da cintura e jogando-a no chão. A ponta afiada espeta bem próxima a onde o príncipe está sentado.

Dérium observa a adaga que joguei no chão com um olhar de desdém, como se estivesse mais interessado na precisão com que a lâmina se cravou na terra do que na ameaça que ela representava.

A falta de reação me faz apertar os dentes. Talvez ele não tenha entendido a posição em que está... Contive a raiva que comecei a sentir, parece que sou eu que estou sendo testada e isso não está certo. O calor no meu peito aumenta, mas eu sei que não posso deixar ele perceber. Eu estou jogando o meu jogo, não o dele, e seria tolice deixar a frustração transparecer.

— Veja e não esqueça, só eu sei a receita, está bem? Então não fique muito distante de mim depois de beber. — falo, seguindo com o plano mal elaborado, levando um pano para tampar a boca e o nariz para evitar contaminação.

Ajoelho próximo ao príncipe, apresentando o frasco para ele.

Dérium solta um riso breve, sem humor.

— Ah, que generosidade a sua. — O olhar dele carregado de ironia. — Aposto que isso significa que vai me manter muito bem cuidado, não é?

Eu sei que ele está com medo, preocupado, nervoso, sei que está fingindo estar sob controle. Eu sei. Não é possível que esteja errada, mas isso é demais. Parece que estou experimentando o carma em pessoa, ou será que sou eu que tenho uma aparência tão inofensiva a ponto dele não acreditar que sou uma ameaça?

Ele quer me irritar? Quer que eu derrame de vez o veneno em seu sangue enquanto me divirto colocando a mesma pomada que fiz para Markson nele?

Aperto o punho, ele realmente está testando o meu limite. Estou fingindo paciência, como ele também está. Ele está me conhecendo melhor do que eu estou conhecendo ele e que droga... Se esse for o jogo, ele está ganhando.

Preciso constantemente lembrar, do quão perigosa e ardilosa vossa Majestade pode ser. Fecho os olhos e respiro fundo, eu gosto de jogos... Do mesmo jeito que me testa, eu quero testar também, experimentar, saber até onde esse humor irônico é capaz de levar. Quero quebrá-lo e fazê-lo entender que esse jogo é meu, não dele.

— Mas é claro. Não quero que morra... Seria um desperdício enorme. — Sorrio, a voz doce, aproximando-o do seu rosto, tão perto que posso sentir o calor da sua respiração. — Também farei questão de não ficar tão longe de você.

Abro o frasco e, embora pudesse tirar a gosma vermelha de dentro, não o faço. Ele não merece que eu seja delicada a esse ponto. Já estou sendo demais.

— Abre a boquinha... — Brinco, inclinando o frasco levemente.

Ele não obedece. Apenas me encara, imóvel, como se estivesse me avaliando, estudando a intenção escondida por trás do meu tom brincalhão.

Eu estou brincando, porque você está brincando comigo, não percebe?

Inclino um pouco mais o frasco e levo até sua boca, mas ele continua imóvel.

Puxo a adaga do chão e só quando encosto a lâmina contra sua pele, traçando um corte raso, é que ele finalmente cede.

Os lábios se abrem, o líquido desaparece em sua boca, e eu sorrio.

No fim, todos cedem.

— Não cuspa... — aviso, minha voz baixa, mas firme. Seguro seu queixo por um instante,  confirmando que realmente engoliu, antes de afastar o frasco vazio. — Na próxima, não serei tão carinhosa.

Dérium engole seco, mesmo que a boca ainda estivesse cheia de líquido.

— Foi tão "carinhosa" que quase esqueci do que se tratava o líquido. — Ele abre e fecha a boca lentamente, como se ainda analisasse o gosto.

— Como se sente? — pergunto, me afastando enquanto fecho o frasco.

— Não sei... — Ele franze ligeiramente a testa, girando os ombros como se tentasse perceber alguma mudança. — Deveria estar sentindo algo específico?

— Não... Só dá para saber se deu certo amanhã, quando seu corpo pedir mais... — explico, levando a mão à boca, escondendo um sorriso. — Se não está sentindo nada agora... É um bom sinal.

Concluo, animada por ter acertado.

— Então você não sabe se o que me deu tem efeito? — Ele arqueia uma sobrancelha. — Que bela cozinheira você é.

Obrigada, eu tenho quase certeza de que deu certo... — Sorrio de canto, cruzando os braços. — Mas se não deu, amanhã descobrimos juntos... e tentaremos outra coisa, é emocionante, não acha?

Encaro o príncipe, que não reage, apenas revira os olhos. Tudo bem, se ele demonstrasse qualquer coisa além de suas piadas, aí sim eu ficaria surpresa.

— Vou pegar água para você limpar a boca... E algo para comer também. — falo, com o mesmo tom de desinteresse.

Ele apenas me observa, calado, e isso deveria ser um alívio... Mas não é. Queria mesmo conseguir o assustar de alguma forma.

— Tem algo que é importante que eu saiba, antes do próximo passo... — Levanto, encarando o príncipe de cima.

Sua cabeça acompanha meu movimento, e há algo muito bom nessa situação. Algo que eu não consigo deixar de admitir.

— O que?

— Qual o gosto? — pergunto, balançando o frasco seco, mais curiosa do que deveria estar. Não sei bem o motivo, mas a parte sobre o gosto na descrição da poção está em branco.

Acho que ninguém nunca testou.

Ele me olha por um momento, passando a língua nos lábios e voltando a degustar, como se fosse dizer algo sério e estivesse se preparando para a descrição que preciso.

Eu espero ansiosa, mas logo me arrependo quando a expressão dele, antes sem graça, muda para um sorriso sarcástico.

— Se quiser saber, vai ter que provar. — Ele se recosta, como se nada fosse mais divertido do que me ver hesitar e tomar essa decisão.

E por um breve momento, quando encaro seus lábios, me sinto inclinada a realmente experimentar. A poção é tão venenosa que daria para saber seu gosto com um beijo. Daria para se envenenar com ele, mas o que importa, não é?

Quantas vezes eu já me envenenei com seu beijo? Mais uma vez não teria problema.

Me viro, sentindo meu rosto esquentar e minha costa arder com o olhar que sei que está sobre mim, que me faz esquecer momentaneamente o clima frio e relembrar dele mais forte logo em seguida.

Nego com a cabeça, esfrego os dedos para esquentar as mãos, não vale a pena continuar essa troca. Deixo o príncipe sentado, imerso em sua própria provocação, e me afasto em direção à água.

Precisando pegar o suficiente para mim e para ele.

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