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Capítulo 29

Encontro o rio guiada pelo cheiro de terra molhada e pelo som suave da água corrente. Não foi difícil, e ele não está muito longe de onde estamos acampados.

Olho para a água como se esperasse que algo saltasse dali a qualquer momento. Meu coração dispara, mas respiro fundo. Tento me convencer de que não há ninguém ali. Penso em voltar assim mesmo, sem o banho.

No entanto, Markson certamente me chamaria de medrosa, e isso seria mais insuportável do que qualquer risco que o rio possa esconder: ser sequestrada, levada pela correnteza, espetada por uma flecha ou, quem sabe, até assediada por um homem-peixe.

Procuro novamente por algo que me faça mudar de ideia, mas não encontro nada. A escuridão continua apenas a escuridão, implacável e silenciosa. Por fim, decido arriscar. Tiro as roupas com movimentos rápidos, quase como se quisesse enganar a penumbra e impedir que ela me observasse. Entro na água com cuidado, sentindo o frio cortar minha pele, o que me faz arrepiar.

Passo um tempo encarando o vazio, antes de finalmente imergir. Fico o maior tempo possível debaixo da água, onde minha única preocupação é contar os segundos que consigo suportar ali. Ao voltar à superfície, me sinto renovada e muito melhor.

Quando saio da água, pego o pacote com a roupa limpa que Markson conseguiu e agradeço por ser algo fácil de vestir. Um vestido longo de mangas compridas, e pela cor que não destaca na escuridão, acredito que seja algum tom neutro.

Caminho de volta ao acampamento e assopro o ar quente que sai da minha boca na mão. Está frio, mas sinto que deveria estar mais gelado do que realmente está. Estamos praticamente em Pinos, o reino dos pinheiros e da neve, e o clima normalmente é mais cortante, mas, por algum motivo, o ar parece mais ameno do que o esperado.

Talvez seja apenas impressão, mas a discrepância me deixa desconfortável. Se eu pudesse sentir magia, diria que estou sendo envolvida por ela. E tenho a sensação de que é exatamente isso que está acontecendo.

Se eu estivesse com minhas coisas, correria até Markson para pedir para parar, para guardar a magia para si, ao invés de usá-la em mim. Porque só pode ser ele que está fazendo isso e eu não gosto, mas não posso simplesmente reclamar sem ter algo para remediar.

ㅡ Mais uma coisa que não posso fazer. ㅡ resmungo, chutando uma pedra. Claro que minha solução seria algo paliativo, como me embriagar, mas, depois de tudo, não consigo negar que seria a solução perfeita.

Me aqueceria e ainda esqueceria de tudo.

Continuo caminhando de volta ao acampamento, chutando uma pedra ou outra pelo caminho. Depois do banho, parece que todo o veneno no meu corpo se foi, mas agora estou agitada o bastante para pensar em um monte de besteiras que não queria estar pensando.

Antes de me aproximar mais do ponto de início, um cheiro me faz parar. Um cheiro estranho, queimado, mas misturado com algo familiar... ervas. Ergo o rosto e inspiro fundo, franzindo a testa. É isso. Erva queimada.

A lembrança de Markson surge na minha mente: "Tente sentir o cheiro." Sem hesitar, viro na direção de onde o aroma parece mais forte.

O cheiro de ervas queimadas me guia, cada vez mais forte e mais denso. Algo metálico e úmido se mistura ao aroma, fazendo meu estômago revirar. Meus olhos tentam se ajustar à escuridão enquanto sigo o cheiro, e, finalmente, algo estranho aparece à frente.

Paro, hesitante. São dois amontoados grandes, enegrecidos, mas ainda verdes nas bordas. Me aproximo, prendendo a respiração. Raízes, grandes e queimadas, brotando do chão, envolvendo algo. Estico minha mão para sentir a textura, áspera e estranhamente frágil. Parece algo podre, prestes a se desfazer.

O formato é assustadoramente familiar. Um arrepio desce pela minha espinha quando a lembrança volta com força: o príncipe me carregando, atravessando entre aquelas coisas. Naquele momento, elas ainda estavam queimando, e eu estava mal o suficiente para não dar muita atenção.

ㅡ Ele fez isso... ㅡ murmuro, me referindo ao príncipe.

Algo dentro de mim grita para não tocar mais, para não me envolver. Mas, ironicamente, é esse mesmo algo que me incita a fazer justamente o contrário, sinto minhas bochechas queimando como se pudesse ser pega.

Está escuro, mas forço os olhos para ver melhor. A superfície remexida das raízes sugere que alguém mexeu ali, e só consigo pensar em Markson. Me aproximo mais, o suficiente para quase escalar uma dessas coisas, com cuidado puxo uma raiz solta para o lado. Meu coração dispara ao ver algo embaixo.

Um rosto.

Dou um salto para trás, tropeçando nos meus próprios pés. Meu peito aperta, o ar some por um segundo. Tive a impressão clara de que aquilo iria saltar para cima de mim, que as raízes iriam se mexer e me agarrar. Mas nada aconteceu. Elas permanecem imóveis, apenas um amontoado grotesco, quase inofensivo... quase.

Volto a olhar, encarando aquilo. Meu corpo treme entre o medo e a confusão, e, de repente, percebo algo absurdo: um sorriso brota no meu rosto. É assustadoramente aterrorizante o que estou vendo, mas, de alguma forma, me pego feliz.

É o rosto de um dos abatedores. O Cabeça de Metal. Ou... era. Ele parece fundido às raízes, como se fosse parte dela agora. Recupero a postura e agora, sem medo, analiso melhor o que estou vendo. Sua pele tem um aspecto áspero, quase rochoso, e há rachaduras que expõem um brilho estranho, meio esverdeado. Ele não se move. Não sei se está vivo ou morto e parece que vai desfazer se eu soprar o suficiente para isso.

Eu quero soprar.

ㅡ Isso é um presente para mim! ㅡ concluo, quase rindo ao pensar na ironia. ㅡ Um bolo e uma vela de soprar!

Um presente bem peculiar, claro, mas ainda assim... algo só para mim.

Minha mente viaja por um momento, pensando no príncipe. Será que ele ainda se lembra do que pedi a ele, naquele instante em que o ódio transbordava? Porque, olhando agora, parece que isso foi feito com muito mais ódio do que eu poderia imaginar. Um arrepio me percorre. Será que ele estava consciente naquele momento? Fico envergonhada só de imaginar a resposta.

Caminho em direção à outra raiz. A Mulher Sem Nome. Está paralisada em uma posição que parece eternizar um grito. Meu sorriso se alarga ao imaginar o desespero que ela deve ter sentido naquele momento. É cruel, eu sei, mas não consigo evitar.

ㅡ Então, como vai fazer para me pegar? ㅡ pergunto e simplesmente acho graça por ela não responder. ㅡ Eu queria poder escutar o seu gritinho...

Minha mão toca a raiz, quase por instinto, e sinto como ela cede com facilidade. Isso só aumenta minha alegria. Não é difícil de remover, e a ideia de desfazer o que resta deles é tentadora demais para resistir. Eu nem tento resistir.

Com um puxão firme, arranco a primeira camada de raízes que cobre seu corpo, e o pó começa a se soltar, espalhando-se no ar.

Eu rio, um som quase incontrolável, mas tento conter em murmúrios. É ridículo e macabro, mas não consigo evitar. Continuo puxando mais pedaços, assistindo enquanto o que sobrou do Cabeça de Metal e da Mulher Sem Nome se desfaz em pó. Chuto o chão, para espalhar os resquícios.

Eu sei que não vai trazer ninguém de volta, mas faz tempo que não me sinto tão satisfeita.

Volto ao acampamento batendo um pouquinho de poeira que ficou na roupa, respiro fundo para apagar o sorriso em meu rosto e procuro o elfo anão.

ㅡ Você está com frio, Markson? ㅡ pergunto, sem o encontrar no escuro, a mistura de árvores e sombras não facilita a busca.

ㅡ Não muito... E você? ㅡ Markson responde. Meu olhar é atraído por sua voz. Ele está sentado, escorado em uma das árvores.

Nego com a cabeça, enquanto procuro pelo príncipe Dérium.

ㅡ Você não foi tomar banho? ㅡ O elfo pergunta, em tom observador. ㅡ Por que continua tão suja?

ㅡ Eu me distraí ㅡ respondo, um pouco envergonhada de dizer a verdade e com preguiça de ser levemente julgada.

ㅡ Você viu as raízes?

ㅡ Estavam lá...

ㅡ Ainda estou pensando no que fazer com aquilo... ㅡ Markson diz, finalmente se levantando e caminhando até o amontoado de tralhas. ㅡ Afastei um pouco o acampamento por conta daquilo... É aterrorizando demais para ficar por lá...

ㅡ Você acha?

ㅡ Você não?

Levanto os ombros, não querendo responder, admitindo para mim mesma que aquelas coisas realmente eram aterrorizantes, mas não o suficiente para me assustar.

ㅡ Não precisa mais pensar no que fazer com elas, eu dei um jeito... Sei que é algo difícil para você ㅡ falo casualmente, enquanto me aproximo da árvore onde o príncipe está. ㅡ Seu cérebro não deve estar habituado a pensar...

O tom irônico fica no ar e parece sumir nele. Esperava que o elfo revidasse a provocação, mas não escuto nada de sua parte por um bom tempo.

ㅡ Achei que você fosse me consolar... ㅡ Markson suspira. Por um momento, esqueço o que estava fazendo e olho em sua direção. ㅡ Dizer para não se preocupar com o passado... seguir em frente, algo assim.

ㅡ Sério?

O elfo não responde, ainda mexe no amontoado de coisas sem nem se quer me olhar. Agora que penso melhor, ele parece bem mal.

Nem está me provocando direito, e a única "ofensa" que fez foi sugerir que eu tomasse banho e melhorasse. Ou estou doente, ou ele está realmente muito mal. Qual é a desse cabelo dançante? Parece até com o do pai dele... Nego com a cabeça.

Só consigo fazer comparações, mas quando tento pensar no significado real disso, minha mente fica em branco.

Mas sei que deve ser algo triste.

ㅡ Posso fazer o que você acabou de dizer... ㅡ murmuro, tentando lembrar como consolar alguém, enquanto me aproximo do elfo.

Preciso admitir que, por mais que deteste o antigo Markson, prefiro ele a este que está na minha frente. O antigo, com suas provocações e piadinhas, ainda tinha algo de... familiar. Se quero fugir da depressão que os acontecimentos passados me trouxeram, não posso ficar encarando ele desse jeito.

ㅡ Posso oferecer um abraço... ㅡ Junto forças para dizer. ㅡ E é muita coisa vinda de mim. Você sabe o quanto detesto esse contato.

Markson ergue o olhar para mim, e um sorriso irônico brinca em seus lábios, como se minha tentativa de consolo fosse a coisa mais absurda que ele já ouviu, pelo menos no meu ponto de vista seria e fico envergonhada por ser tão ruim nisso.

ㅡ Um abraço? ㅡ Ele dá uma risada baixa, balançando a cabeça antes de pegar algo do amontoado de tralhas ao seu lado.

É uma bolsa velha, desgastada pelo tempo, mas com um ar peculiar de importância. Ele se levanta, vem até mim e a estende.

ㅡ Não precisa disso... Só de ouvir você falar desse jeito, já me sinto melhor ㅡ diz ele, com um tom mais leve do que antes. ㅡ Quase me fez acreditar que está realmente preocupada.

ㅡ Você me assusta às vezes... ㅡ falo, enquanto pego a bolsa de sua mão. ㅡ Quando finge que me conhece...

ㅡ Estou feliz por você estar bem. Mais do que imaginei que estaria.

ㅡ Preciso admitir algo parecido também? ㅡ pergunto, ainda confusa enquanto o encaro.

ㅡ Não precisa ser agora. ㅡ Ele aponta para a bolsa que seguro, e finalmente a analiso com mais cuidado.

É a minha bolsa, com meus grimórios, meus ingredientes, minhas poções.

ㅡ Como? ㅡ pergunto, um sorriso diferente se formando no meu rosto.

ㅡ Estava jogada... Peguei porque achei que ajudaria em algo. Mas não entendi nada do que havia aí dentro.

ㅡ Ah, mas vai ajudar... ㅡ Meu tom sai mais animado e pretensioso do que eu esperava, mas não consigo conter. ㅡ Vai ajudar muito!

Caminho até o príncipe e fico de pé, a alguns centímetros de sua perna. Confiante de que está bem amarrado para não causar problemas, ciente de que, se estivesse errada, eu não estaria nessa posição.

ㅡ O que está pensando em fazer? ㅡ Markson pergunta. Não respondo, apenas continuo encarando Dérium. ㅡ Vai acordá-lo?

ㅡ Acordar quem?

Um sorriso se forma em meus lábios enquanto me agacho e observo o príncipe mais próximo de seu rosto.

Começo afrouxando o pano que amordaça a boca, puxando para seu pescoço. Depois, retiro as vendas de seus olhos, que permanecem fechados.

Sua respiração suave, como se estivesse dormindo. Como se quisesse enganar alguém.

ㅡ Esse aqui já está acordado faz tempo... ㅡ murmuro, inclinando-me ligeiramente e apoiando os joelhos no chão, para encará-lo de mais perto.

Dérium abre os olhos lentamente e, por um instante, fico imóvel. Mesmo sabendo que a escolha de estar tão próxima dele foi minha, um arrepio percorre meu corpo quando encaro suas íris douradas carregadas com um brilho sombrio indecifrável.

Meu coração dispara; até o órgão mais irracional do meu corpo sabe que é perigoso, que devo me afastar. Sabe o que ele fez com aqueles seres, mesmo que desprezíveis... Sabe que pode fazer algo pior.

Só que, agora, mais do que nunca, quero fazer o oposto. Não quero fugir. Não quero escapar do que provoca medo. Quero o medo. Quero ele. Quero esse brilho sombrio e indecifrável só para mim.

Imagino que ter isso seja muito melhor do que qualquer poção que possa pensar em criar.

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