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Capítulo 6

André

Eu não sabia qual era a porra do meu problema.

Eu estava há 20 minutos parado no estacionamento do meu prédio, perguntando-me como iria subir 14 andares de elevador com esse cara todo sujo de sangue sem que ninguém reparasse.

Por que eu havia trazido esse cara comigo?

Ah, é. 25k. Quase tinha me esquecido.

— Jeff? — Cutuquei-o.

Nada.

Ângela devia ter literalmente dado uma dose cavalar de analgésicos a ele.

Ele fedia. Ângela me perguntou se ele era um morador de rua e, depois que levantou a blusa do cara, ficou babando nos gominhos do abdômen sarado dele perguntando como mendigos conseguiam manter um peitoral tão bem definido. 

As tatuagens também eram bem iradas. Tive que concordar com ela.

Ela limpou o ferimento dele, um corte profundo, mas não a ponto de atingir algum órgão. Foram nove pontos em camadas de pele e músculo que ela minuciosamente costurou, usando palavrões que eu nunca ouvira sair daquela boquinha delicada.

Pois é, ela estava puta comigo. Disse que, se o cara morrer, vai me acusar oficialmente por deixar de prestar socorro adequado. Mas bem que ela fez um bom trabalho, ao menos do meu ponto de vista. Segundo ela, apesar de sangrar bastante, não chegava a ser grave; segundo eu, era um estrago digno de uma vinheta de Game of Thrones.

Ok, eu não gostava de sangue, tá legal? Trabalhei como policial, mas sempre fui meio cuzão nessa parte violenta da coisa.

Enfim, agora eu tinha um peso morto e malcheiroso no meu banco do passageiro, e precisava tirá-lo do carro, caso contrário, eu mesmo nunca mais iria conseguir entrar no mesmo. Desci, abri a porta e tentei deslocá-lo para fora. Já tinha sido um inferno colocá-lo no carro, mas contei com a ajuda da Ângela, que era forte pra cacete (sim, ela fazia parto de cavalos, então era forte mesmo).

Ainda bem que ela acreditou na história de que o cara era um amigo que foi assaltado e não queria ir pro hospital porque não queria ser preso por não conseguir pagar a pensão que estava indo pagar quando foi assaltado.

Sim, eu inventei tudo isso sem as vírgulas mesmo. Um gênio!

Tirei o peso morto do carro, tranquei as portas e o segurei pelas axilas, arrastando o corpo inerte até o elevador. Fiquei imaginando as câmeras de segurança do prédio registrando algo que se parecia muito com a desova de um corpo. Ainda bem que eu estava entrando e não saindo.

Quando o elevador abriu no meu andar, fiz o mesmo para mover o Jeff até minha porta. Dei graças a Deus por não cruzar com ninguém.

Também, já eram três horas da madrugada! Nem percebi o tempo passar tão depressa!

Arrastei Jeff até o banheiro, coloquei-o sentado no box e fiquei pensando.

Eu poderia deixá-lo ali, assim quando acordasse, entenderia o recado. O problema é que eu também estava sujo e fedendo graças a ele, e precisava de um banho, urgente. Puxei-o de volta para fora do box e o deixei apoiado contra a porta, depois me despi, entrei no box e abri o chuveiro.

Bem-aventurado o inventor da ducha quente!

Fiquei um tempo sob a água relaxante, tanto que nem notei quando um vulto abriu a lâmina do box e me encarou do outro lado. Quando vi, quase desferi um soco na cara do sujeito. Poderia ter piorado as coisas consideravelmente.

— Puta que pariu! Que susto, cara!

Jeff oscilou para trás com meu grito, mas se segurou na porta de vidro. Ele tinha acordado, tirado a roupa e me esperava plantado do lado de fora do box. Não sei como ele fez isso, vai ver estava tentando fazer há um tempo enquanto eu confabulava sobre a vida sob a ducha revigorante.

Ele pelado, me encarando, era para lá de desconcertante, principalmente quando percebi que eu estava reparando em seu corpo.

Ok, era um interesse puramente profissional. Eu estava avaliando suas lesões, que no caso, eram muitas. Eu tinha visto o abdômen e as manchas escuras que competiam por espaço com as várias tatuagens que ele reunia, mas agora, eram visíveis os cortes no pescoço, nos braços e mãos. Dava para ver também bem mais tatuagens, inclusive um braço fechado delas. Havia manchas roxas e escoriações desde os punhos até o joelho. O rosto estava inchado, um olho fechado e escurecido, lábio cortado e uma porção de sangue seco empapava o cabelo.

Ele estava uma bagunça. Ele foi esfaqueado, esmurrado e chutado, e era surpreendente o fato de estar de pé na minha frente.

— Já vou sair — avisei.

Ele continuou me encarando e virei de costas, constrangido. Quando fiz isso, pensei ser mais constrangedor ainda virar a bunda para o cara. De frente também era zoado, então...

Caralho!

Saí do banho.

— Não molhe essa bandagem — avisei quando ele se inclinou para dentro do box. — Se quiser, use uma dessas toalhas para se limpar.

Ele colocou os braços sob a água que caía, mas não entrou. Tentou enfiar a cabeça sob a ducha, também não conseguiu fazer a coisa direito porque não podia se inclinar muito. Fiquei com pena dele, na verdade, não sabia muito bem o que fazer.

Nunca me encontrei numa situação minimamente parecida com essa. Imaginei que se fosse qualquer outra pessoa, eu teria agido da mesma forma, e isso minimizou um pouco a bizarrice da situação e a estranheza do que eu estava prestes a fazer.

Fui até a cozinha, alcancei um banquinho e o levei até o box. Jeff estava no mesmo lugar de antes, agora tentava molhar uma perna. Com cuidado, afastei-o da entrada e fechei o chuveiro, depois coloquei o banco embaixo da ducha.

— Senta aí.

Ele me olhou, cabreiro. Eu sabia que ele estava protelando entre se estatelar no chão ou ficar pelado e sujo. Não demorou muito, ele se sentou. Entrei no box e me estiquei para pegar a mangueirinha que estava presa perto do chuveiro, e quando minha barriga encostou no ombro dele, me dei conta de que ainda estava pelado.

Mais uma vez, me perguntei: qual era a porra do meu problema?

Se encostei a barriga, encostei outra coisa também e nem queria pensar se ele tinha notado. Consternado, enrolei uma toalha na cintura, peguei a toalha de rosto e abri o chuveirinho.

Pedi para ele se inclinar para frente, e ele o fez, então lavei o cabelo dele com shampoo, depois passei sabonete nas costas e pescoço do homem. Ele mesmo ensaboou os próprios braços e pernas e... bem, ensaboou lá embaixo. Eu o enxaguei com o chuveirinho, tomando o cuidado de não molhar a bandagem, e entreguei a toalha para que ele passasse no peitoral e em volta do ferimento. Quando fechei o chuveiro, corri para pegar outra toalha para ele e demorei um pouco a voltar.

Não me preocupei se ele estaria com frio, me esperando. Eu não podia me preocupar com isso agora porque...

Era a coisa mais absurda do mundo, mas eu estava... excitado.

Não era por ter visto o cara pelado. Ver caras pelados nunca foi um problema, embora eu... sei lá, num passado remoto, eu ficasse meio que reparando no corpo dos caras quando ia pra natação. No vestiário, às vezes eu me surpreendia observando, acho que era mais porque gostava de me comparar... enfim, não me lembro de dar muita bola para aquilo na época.

No entanto, algo havia feito meu corpo reagir de modo improvável, e eu só conseguia associar minha ereção a todo o frenesi que passei nas últimas horas, desde que saí do tribunal até ter o Jeff machucado no meu banheiro. Eu nunca fiz tantas coisas contraditórias em tão pouco tempo, e a agitação, o medo, a ansiedade, a adrenalina de fugir com ele e fazer tudo fora da rota...Eu não saberia explicar, mas acho que toda essa situação me deixou... empolgado.

Eu nunca saía da linha. Eu sequer conhecia a sensação de transgredir. Só que agora, eu me sentia um delinquente, e meu corpo reagia como se eu tivesse gostado da sensação de flertar com o perigo...

Eu definitivamente não estava com meu juízo no lugar. Precisava me acalmar e esperar as coisas voltarem ao normal antes de chegar perto do Jeff de novo.

Sentei-me na cama e enfiei a mão entre os cabelos, depois esfreguei meu rosto como se isso pudesse dispersar a vergonha que estava sentindo.

E então me perguntei, pela terceira vez no mesmo dia: qual era a porra do meu problema?

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