Capítulo 44
André
Eu estava fazendo um esforço sobre-humano para manter a compostura. Após quinze dias de seca, tinha que lidar com uma locomotiva emocional chamada Jefferson Prado. Tudo o que eu queria era passar algum tempo com ele, relaxar, fazê-lo relaxar e...
Foder. Foder pra caralho!
Mas, de repente, ele quer discutir a relação.
— Certo. Eu não gosto de você de verdade. Vamos pro quarto? — lancei, entre um beijo e outro.
Para minha surpresa, ele tomou a dianteira e caminhou até meu quarto. Se soubesse que seria tão fácil assim...
Realmente, ficar longe dele foi bem difícil. Nos três dias em que ele ficou no meu apartamento, não foi exatamente como uma lua-de-mel. Transamos a primeira vez, depois ele ficou meio cansado demais e achei por bem encerrar a noite com beijos quentes e nada mais. No dia seguinte, ele ficou zoado pelo esforço, dor abdominal e tal, e até brincamos um pouco, um frott aqui, um boquete ali, e punhetas no banho. No dia seguinte fomos atrás de um advogado pra ajudar com o lance de transferência de guarda e por fim, eu o levei embora.
Jeff não deixava o celular ligado. Só ligava pra atualizar o tal canal com os vídeos, depois desligava. Ele tinha medo de ser rastreado, eu honestamente questionava como podia ter sinal naquele fim de mundo, achava improvável que ele fosse localizado, enfim, nunca fui muito amigo do pessoal da perícia quando era policial. Em suma, ficamos mais de duas semanas sem nos falar, e o contato foi apenas quando ele me ligou para avisar da audiência.
Eu me perguntei como ele havia sido comunicado se não deixava a porra do celular ligado. Precisava me lembrar de perguntar isso mais tarde, porque agora, ele estava nu na minha cama, e meu pau estava mais duro do que um cabo de vassoura.
Tive medo de ser o ativo da última vez. Fiquei preocupado porque Jeff já estava tão machucado... Eu não queria causar mais nenhum desconforto a ele, e eu logo constatei que o lance anal podia ser bem incômodo no começo. Agora, contudo, ele estava bem melhor, embora seu corpo magro me preocupasse. Era possível ver suas costelas, e o rosto estava um pouco mais encovado, nem por isso ele estava menos bonito.
— O que tá esperando? — ele me perguntou, com aquele sorriso fodido de charmoso. Eu gostava quando ele sorria, porque não acontecia muito. Eram como pedras preciosas. Quando juntava esse sorriso torto com o brilho azul dos olhos, não havia paisagem melhor para olhar.
Pensando bem, correndo os olhos pelo seu corpo e mais embaixo, tinha muitas outras coisas bem interessantes para apreciar.
— Você sabe que vou te foder hoje, certo? — perguntei, escalando seu corpo e capturando seus lábios. Sua resposta foi abrir as pernas e insinuar a mão entre nossos ventres até chegar ao meu pau.
— Já estava começando a desconfiar que você não gostava assim... Fica cheio de marra pra meter em mim! O que é, tá com nojinho? — ironizou, me zoando.
— Por que não cala a boca? — Fiquei de joelhos e coloquei meu pau na altura do seu rosto — Tem uso melhor pra essa boca ao invés de ficar falando merda!
Ele nem protelou e abocanhou meu pau. Até virei os olhos nessa hora. Cada vez que ele fazia isso, parecia melhor, como se estivesse mais ousado, seguro.
Eu queria ter a imagem dele com meu pau na boca pra usar em momentos de conveniência. Agora ele estava de novo com aquela leve penugem de barba, bem curtinha, só o suficiente para "sujar" seu semblante de deus. Seus cabelos estavam crescidos, como quem havia se esquecido de cortar, e os fios do topo caiam na testa e ondulavam perto da orelha.
Fodido! Fodido de lindo!
Questionei-me em que momento comecei a achar homem bonito. Percebi que não prestava muita atenção nisso de modo geral. Não é como se eu começasse a reparar em outros caras, só percebi uma preferência geral por portes magros, peles douradas e olhos cinzentos.
Percebi que só achava o Jeff bonito. Ninguém mais.
— Vá com calma aí! Ainda quero comer teu rabo! — trocei quando ele mordiscou a cabeça do meu pau e me fez ver estrelas.
Ele me libertou e um fio de baba ficou conectado entre seus lábios e a cabeça do meu membro. Senti sua saliva escorrer pela base até meu saco, e desci a boca para capturar a sua, lambuzada com meu pré-sêmen.
Fui descendo com minha boca pelo pescoço, passei pelos mamilos, demorando-me um tempo ali, e enquanto o lambia no peito, nas axilas e depois no ventre, minha mão trabalhava em seu falo com movimentos de vai-vem. Ele movia os quadris com o intuito de acompanhar minha punheta, e apreciei seu gemido quando enfiei a língua em seu umbigo.
Suas mãos correram meus cabelos e puxaram os fios também crescidos. Tinha pensado em cortar essa semana, mas a sensação dele puxando as madeixas me fez declinar da decisão.
— Faz aquilo de novo... — ele grunhiu.
Fiquei tentando entender do que ele falava, quando ele puxou minha outra mão livre e enfiou meus dois dedos na boca.
Ah... A primeira vez que eu o fiz gozar no meu colchão. Só a sensação dele circulando a língua nos meus dedos enquanto me encarava com aquelas lâminas quase azuis já seria suficiente pra me fazer gozar embalado pela lembrança; eu precisava me concentrar muito no meu corpo para conter o tesão.
— Tá doido pra me dar esse seu cu, não é? Bocudo! — Eu não era de falar sacanagem. Esse traço era uma novidade pra mim.
Bom, tudo aquilo era novidade. Perguntei-me onde tinha ido parar o outro André Britto, austero, frio, sistemático e fodidamente chato.
— Ghnhnnnn...
Acho que ele tentou responder, mas nessa hora eu estava cruzando o dedo do meio por suas pregas apertadas.
— É... Eu sei como é... — trocei, depois enfiei outro dedo.
— Aaaah caralho!
— Concordo, mas vou trabalhar mais um pouco por aqui. Segura tua onda.
Fiz meus movimentos por um tempo e via seu pau saltando sozinho sobre seu abdômen. Era possível ver cicatriz ainda avermelhada do seu corte por baixo do falo e de uma fina camada de suor. A imagem me deu um aperto no peito.
Estive muito perto de não saber o que era isso. Muito perto de talvez nunca viver essa experiência. Jeff, sob meu corpo, gemendo de prazer pelas minhas mãos, era praticamente um milagre.
O meu milagre.
Removi meus dedos e o ouvi protestar, mas eu tinha algo melhor pra ele. Estiquei-me e peguei um frasco de lubrificante na gaveta da minha mesa de cabeceira.
Pois é, agora eu estava mais bem preparado.
— Porra, André...
— Você quer tudo antes da hora, Jeff... — brinquei enquanto despejava o lubrificante no meu pau e espalhava por sua entrada. — Primeiro vem o caralho, depois a porra, mas antes disso, quero muitos gemidos...
Então puxei suas pernas e coloquei sobre meu ombro. Inclinei-me sobre seu corpo e alinhei nossas bocas. Ele respirava acelerado e o cabelo de sua testa e nuca estavam úmidos. Pensei no por que ele suava tanto se nem tinha se movido direito.
Mas ia se mover. Já-já.
— Me peça pra parar... — murmurei enquanto entrava com a glande. Senti suas pernas contraírem e o aperto dos seus dedos nos meus braços chegou a doer.
— Não... — Ele tinha o cenho franzido.
— Não, o quê?
— Não vou pedir...
Sorri, lembrando-me de mim mesmo. Toquei seus lábios com minha língua e brinquei com a boca que se abria e expunha a língua para me alcançar. Fiquei nessa brincadeira de fugir dos toques, e foi o tempo levado para que seu canal se acostumasse com a minha invasão. Deixei sua boca me tocar e, quando minha língua entrou em sua cavidade, entrei com meu pau até o fim. Ele gemeu alto, o aperto nos meus braços se intensificou, depois relaxou.
Quando olhei de novo para ele, havia lágrimas em seus olhos. Isso sempre acabava comigo. Chorão do caralho!
— O que foi, te machuquei? — Perguntei, preocupado.
— Não, André.
— É sério, Jeff... — Eu estava mesmo preocupado — Estou machucando você?
— Não, não. Na verdade... Você está me curando.
Mais uma vez, eu não saberia descrever a onda pegajosa e quente que subiu por meu peito e agarrou meu coração como um torno. Chegou a doer. Foi minha deixa para ir com tudo. Beijei de novo sua boca e me entreguei ao ritmo frenético dos meus quadris, que nada mais eram do que um reflexo de como meu coração batia nessa hora.
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