Parte 1 - Audiência
***
Faltava cerca de 30 minutos para entrarem no tribunal de justiça, mas por pedido de Patrícia, as duas seguiam para uma pequena sala, para uma conversa a 3.
Patrícia se mantinha sentada em uma poltrona enquanto aguardava as duas.
-Patrícia: Brunna... - sorriu fraco ao vê-la.
-Brunna: Chris. - Soou seca e desprezível.
Patrícia balançou a cabeça em negação com um sorriso fraco e uma expressão indecifrável. Debochada e áspera como Gabriel, provavelmente essa também foi um "pró" em sua escolha, na defesa.
-Patrícia: Eu e meu cliente queremos tentar uma negociação. - falou firme. - Ludmilla retira as acusações e paga o valor pelos investimentos feitos por Gabriel, dividimos o valor ao meio da residência e Gabriel assina o divórcio.
-Ludmilla: Livrando-o da cadeia... - sorriu cômica - Não. - Negou fria.
-Patrícia: Seria uma boa negociação, Oliveira. Benefícios aos dois lados. - disse seria, intercalando o olhar entre Brunna e Ludmilla.
-Brunna: Minha cliente já negou, não temos mais nada a conversar. - Concluiu, se virando para sair.
-Patrícia: "O advogado não deve se apaixonar. Os adversários de seu cliente não podem se tornar seus adversários." - sua voz soou seca, citando parte de uma frase de Laercio Pellegrino.
-Brunna: O drama e a gloria do defensor estão nesse pisar de lama sem salpicar os sapatos. - Concluiu a frase. - Não suje sua minúscula carreira tentando livrar um agressor. - falou áspera e desprezível - Os adversários da minha cliente são meus adversários. Tanto ele, como a defesa escolhida. - Concluiu.
Ludmilla segurou na mão de Brunna e as duas saíram dali em passos lentos enquanto Patrícia bufava de raiva. Estavam perdendo cada vez mais as chances...
(...)
Ludmilla:
Sentamos ao lado direito da Juíza. Onde Brunna deferia sua acusação a Gabriel. Seu olhar era gélido em relação aos outros, ela aparentava calma, mas ao mesmo tempo, demonstrava raiva. Mas quando olhava pra mim... eu a sentia, segurança e confiança.
Narradora:
A juíza Gizele Bicalho entrou e todos ficaram de pé. Rapidamente ela deu início a audiência passando a palavra para a vítima: Ludmilla Oliveira.
Ludmilla levantou-se calmamente e deferiu passos até o local onde sentaria e seria ouvida. Atrás de Brunna sentava-se parte de sua família. Silvana, Marcos, Yuri e suas esposas.
Ludmilla deu seu discurso onde foi ouvida pela defesa e acusação e o réu. (Patrícia, Brunna e Gabriel) A empresária contou que no inicio do relacionamento era tudo perfeito. Mas com o passar dos meses as coisas começaram a acontecer, as ameaças, abusos psicológicos, abusos físicos e traições. Ludmilla detalhou exatamente tudo, como foi ensaiado e pedido por Brunna.
Brunna se levantou calmamente e foi em direção a vítima, deferindo perguntas estabelecidas pelas duas. Como Brunna e Ludmilla não apresentava testemunhas, a palavra foi passada para a defesa que rapidamente começou as perguntas a Ludmilla.
-Patrícia: Você intitula Gabriel Jesus como agressor, mas nas redes sociais não diz o mesmo. Em seu Instagram comprovam fotos felizes e frases românticas, como aqui apresenta. - Mostrou as imagens a juíza, que não mudou de expressão. Aquilo era patético. Patrícia realmente não sabia o que fazer. - Mas a partir do momento em que Gabriel, fez um investimento avaliado em 2 milhões e 500 mil reais. Semanas depois, você deu entrada no divórcio. - disse enquanto olhava para Ludmilla que olhava para Brunna sem saber o que dizer.
Brunna prontamente se levantou, e proferiu.
-Brunna: A defesa está proferindo acusação, seu papel não é esse diante do tribunal. - disse séria. Ludmilla agradeceu internamente. E a juíza prontamente aceitou.
-Patrícia: Exatamente ontem a noite, você, Ludmilla Oliveira foi fotografada entrando em um carro cujo a placa bate exatamente com a Mercedes Benz da acusação, na semana passada ocorreu exatamente a mesma coisa, em um salão e depois ela deixando a vitima em casa. - Então Gabriel havia pagado um paparazzi para fotografa-las. - Estariam tendo um caso, você recebeu o dinheiro investido pelo seu cliente e a advogada Brunna Gonçalves cujo você anda saindo, dando entrada em um divórcio, completamente comum.
Ludmilla estava paralisada, Gabriel havia armado tudo, tirando fotos para usar contra Brunna.
Rapidamente a loira levantou-se com o maxilar trincado e olhar frio. Patrícia não estava ali pelo caso... queria provoca-la.
-Brunna: A defesa está novamente proferindo afirmações. - disse séria - A lei não proíbe contato externo com o cliente. - Concluiu.
-Juíza: Aceito. - Concluiu Gizele, fazendo Patrícia voltar irritada para o lado de Gabriel.
(...)
As duas estavam novamente do lado de fora do fórum enquanto aguardavam o intervalo de 30 minutos pedidos pela Juíza.
-Ludmilla: Estamos indo bem? Estou nervosa. - disse rapidamente.
-Brunna: Não precisa. Você escolheu a advogada mais renomada da América. - Sorriu - Eles estão sem saber o que fazer.
Ludmilla assentiu e agradeceu Brunna. Internamente ela agradecia a si mesma por ter escolhida a.
Logo Ludmilla avistou a loira caminhar em sua direção novamente... ela era linda, não tinha como negar. A morena estava insegura, Patrícia ainda parecia mexer com Brunna.
Antes que Patrícia falasse algo, Brunna deferiu.
-Brunna: Por que aceitou esse caso?! - disse irritada. - Não existe chances, você não seria tão burra assim.
Ludmilla apenas observava enquanto tinha o olhar intercalado entre as duas.
-Patrícia: Eu voltei por você. - disse séria, mas com os olhos marejados. - Eu fiz uma idiotice Brunna. Eu não pude negar quando ouvi seu nome, eu só pensei em te ver outra vez. - disse rapidamente. - Eu não deveria ter te deixado para trás depois de tudo que passou, eu fui egoísta.
Ludmilla apenas olhava, insegura, com medo. Brunna estava mais calma, como quisesse ouvir aquilo, isso assustava Ludmilla.
-Patrícia: Eu ainda te amo, Brunna. Te amei durante esses quatro anos.
-Brunna: Sinto muito, Patrícia.
-Patrícia: Podemos conversar a sós? Sem ela. - disse quando mantinha o olhar em Brunna, como se desprezasse Ludmilla.
-Brunna: Não. O que tiver de falar a mim, falará a ela também. - disse séria, segurando a mão de Ludmilla. - Na verdade nem temos o que conversar... lembra? Se passaram 4 fodidos anos!
Ludmilla olhava mais confortável para a loira, segurando um sorriso bobo. Ela sabia que Brunna precisava dela ali, neste momento, então deu uma leve apertada na mão da loira, confirmando que ficaria ali.
-Patrícia: Olha pra mim! - segurou o rosto da loira. - Olha pra mim e diz que não sente o mesmo, diz que não me ama! - dizia enquanto chorava, mas com a voz firme.
Brunna sorriu cômica enquanto as mãos de Patrícia seguravam seu maxilar, puxando para perto.
Rapidamente Brunna segurou o pulso de Patrícia, arrancando suas mãos dali. Fixou seu olhar nos dá loira e proferiu:
-Brunna: A única coisa que sinto por você... - disse lento, para que fosse bem ouvido por Patrícia. - É nojo. Você pra mim morreu, não passa de um ser desprezível que me causa ânsia de vômito.
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