Brunna guardou lentamente o batom na bolsa enquanto tentava manter a postura.

-Brunna: Oi Lud. - virou sorridente. - que consciência.

-Ludmilla: Também acho. - sorriu tímida ainda encostada na coluna que dividia as cabines. Ela estava tão linda... - Você está bem? - perguntou tirando a loira do transe.

-Brunna: Sim. - sorriu - preciso ir, minha irmã está me esperando. - sorriu leve deu um "abraço" em Ludmilla e saiu do banheiro.

A loira respirava fundo. Não podia dar em cima de Ludmilla, ela estava em um termino complicado e afinal tinha absoluta certeza de que ela era hétero. Droga, vê-la ali só alimentava seus instintos sedentos.

-Larissa: Você está bem? - questionou ao ver a irmã apressada.

-Brunna: Sim, eu só... esquece. - deixou de lado.

-Larissa: Vem Lud, senta aqui. - chamou ao ver a morena caminha lentamente.

As pupilas de Brunna dilataram, ela parecia uma adolescente no auge da descoberta.

-Ludmilla: Oi Brunna... - sorriu sarcástica. - Então a Larissa é sua irmã? - questionou.

-Brunna: Sim, infelizmente, eu acho... - sorriu.

-Larissa: Brunna! - bateu de leve no braço da irmã.

 -Ludmilla: Por que nunca me disse sobre a advogada ser sua irmã? - perguntou ao sentar na poltrona ao lado.

-Larissa: Achei que não fosse necessário, uai. - sorriu.

Larissa passou a parte da manhã no salão enquanto fazia manutenção das unhas e arrumava o cabelo, as duas que esperavam não sabiam o por quê, mas continuavam a esperar. Afinal quando se prometia algo a uma Gonçalves, não existia possibilidade de recusar depois.

(...)

-Larissa: E as namoradinhas? - perguntou em meio a risos enquanto entrava no restaurante.

-Brunna: Não existe namoradinhas, Lari. - disse séria enquanto escolhia a mesa com o olhar. - A mais de 3 anos. - concluiu indo em direção a mesa.

Ludmilla e Larissa ficaram pra trás.

-Larissa: Acho que irritei a loira aguada. - disse cômica.

-Ludmilla: Aparentemente sim. - sorriu.

-Larissa: A gente não se ver muito, e... ela sempre esconde a vida de mim. - sorriu fraco - Mas bom, vamos, acho que ela já escolheu.

Ludmilla respirou fundo e seguiu a morena, ficou surpresa internamente em saber que a loira também gostava de mulheres, o que lhe confortou, mesmo sem entender. Mas ficou ainda mais chocada em saber que a mais 3 anos a loira não se envolvia amorosamente com ninguém.

-Larissa: Vou ao banheiro. - comunicou deixando as duas a sós na mesa.

Assim que a morena sumiu, Ludmilla observou Brunna que parecia uma criança impaciente arranhando a mesa.

-Ludmilla: Ei... tudo bem? - perguntou levemente preocupada - Ta incomodada com a minha presença?

-Brunna: Não... nada disso, eu só... não estou em um dia bom. - levantou o olhar gélido. - Desculpa.

-Ludmilla: Não precisa pedir desculpas. Se quiser conversar, estou a disposição. - sorriu fraco.

-Brunna: Pode ser... mas não agora. - disse seca.

-Larissa: Então, o que vão querer? - questionou ao voltar a mesa.

(...)

As três almoçaram em clima de sorrisos e historias sobre a infância de Larissa e Brunna. Ludmilla era divertida, quando não se envolvia o assunto "divorcio". E aquilo encantou ainda mais Brunna.

Larissa recebeu um telefonema de que tinha que voltar rapidamente para a Califórnia. Disse que se despediria da irmã a noite, quando fosse deixar algo com ela, pediu que ela levasse Ludmilla em casa.

-Ludmilla: Eu posso ir de uber... - disse calma enquanto caminhavam para o estacionamento.

-Brunna: Eu quero levar você, e não vai me fazer mudar de opinião. - sorriu fraco.

As duas entraram na Mercedes branca e Brunna subiu os vidros e ergueu o teto, não seria legal encontrar paparazzis tirando fotos dela com uma das influencers mais famosas, renomada em carreira internacional por meio de sua empresa.

-Ludmilla: Então são mais de 3 anos? - questionou tímida, não queria ser invasiva.

-Brunna: Sim. - respondeu fraco. - Não consigo continuar com alguém, me causa medo. - sorriu triste. - A gente nem devia estar falando disso, sou sua advogada, não quero que veja minha parte frágil.

-Ludmilla: Agora somos apenas a amiga da sua irmã e você. Eu não duvido do seu profissional, ele não tem nada com seu pessoal. Confio em você. E assim como me deu apoio e me ajudou em meio a essa turbulência eu quero te prestar apoio. - disse tímida.

Eu não posso... - pensou Brunna enquanto mantinha o olhar fixado no de Ludmilla.

A loira ligou o carro e ligou o som que tocava uma música qualquer em um volume baixo.

As duas chegaram na frente do hotel e continuaram sentadas no banco do carro. Seus lábios foram se fechando com leveza enquanto seu olhar se mantinha preso no corpo da loira que observava o por do sol fraco por conta do nublado em frente ao carro. A área alta onde o hotel que Ludmilla estava hospedada dava visão de parte do bairro, e claro, um por do sol maravilhoso.

-Ludmilla: O que vai fazer depois que sair daqui? - questionou séria.

-Brunna: Eu não sei... - sorriu. - Talvez eu beba uma garrafa de vinho tinto, sozinha. - concluiu.

-Ludmilla: Vinho tinto também é o meu ponto fraco... - sorriu baixo.

A morena ergueu a mão lentamente levando-a até os fios loiros do cabelo de Brunna que caia pelo rosto ao estar apoiado no banco. Ela deslizou os dedos macios pelos fios colocando atrás da orelha da loira e acariciou seu rosto com o polegar. Suas mãos deslizaram pelo braço da loira e desceu até a coxa, onde deixou um leve aperto...

-Brunna: Eu não posso... - disse fraco - Não provoca, eu não aguento.

-Ludmilla: Você quer... e eu também. - sorriu fraco - É visível.

-Brunna: Já fez isso antes? - perguntou após alguns segundos de silêncio.

-Ludmilla: Não, mas quero com você. Saber que você gosta de mulheres, me fez querer. - sorriu leve e aproximou o rosto lentamente.

-Brunna: Vem... Senta aqui. - chamou baixo. Guiou a cintura da morena até tê-la em seu colo. Deslizou os dedos com cautela por seu rosto em um carinho leve, fazendo o rosto da maior corar e um sorriso forte habitar seus lábios.

-Ludmilla: Eu quero provar seus lábios... - disse arrastado enquanto tinha as pupilas dilatadas e o olhar na boca da loira.

Brunna prendeu as mãos no pescoço de Ludmilla e fez um carinho leve com as unhas, sentiu o corpo da morena tensionar e a pele arrepiar. Aproximou lentamente os lábios entre abertos... sua mente trabalhava a milhão. Não podia dar esperanças a Ludmilla e depois sumir com medo de se entregar. Talvez estivesse pensando longe de mais, mas não sabia do território sentimental da outra, se ela se entregava rápido...

Mas seus pensamentos pararam quando Ludmilla levou as mãos os seus cabelos e puxou sua cabeça, levando seus lábios em direção aos delas. 

Ludmilla sentiu o paraíso.

Sua mãe julgava o lesbianismo como pecado, mas aquele era o pecado que a levava ao céu. Ludmilla o cometeria quantas vezes fossem necessárias para saciar sua sede de desejo...