Nunca mais.
Narrador pov:
Olympia respirava com certa força enquanto olhava para o homem em frente ao carro com um sorriso debochado e com seu costumeiro terno preto, a única coisa que tinha cor era sua gravata e lenço de cor vermelho sangue, a garota desligou o carro e deu uma olhada no retrovisor reparando que não tinha sinal de nem um carro, agradecia por isso e por principalmente estar bem longe de Forks, após um suspiro abriu a porta e desceu do carro a fechando e deu alguns passos para frente.
— Como me encontrou, Crowley?
— Pelo o que parece você não está mais com o seu escudo de proteção. - Respondeu fazendo com que a garota fizesse uma expressão confusa, Castiel teria lhe falado se tivesse tirado as marcas de suas costelas. - Só precisei fazer um feitiço de localização e pronto, estava procurando você e o esquilo a um bom tempo.
— O que você quer? - Perguntou enquanto cruzava seus braços e o olhava de forma tediosa.
— Por isso dos irmãos, você é a minha favorita, sempre direta e mais esperta. - Seu olhar se estreitou em direção ao demônio que continuava a sorrir. - Sei que está indo caçar.
— Como...
— Sua mente querida, ela grita muito quando você não está cheia de selos. - Respondeu como se fosse óbvio, então eram as marcas que estavam impedindo Castiel de ler a sua mente? A mesma se perguntava. - Mas não estou aqui para falar sobre seus pensamentos, estou aqui de forma educada e levando em consideração nossos lindos momentos juntos, para dizer que você não vá atrás dessa criatura e a deixe que eu mesma a pegue.
— Por que acha que eu concordaria? E outra, o que ganha fazendo isso? - A garota o olhava completamente desconfiada e Crowley deu alguns passos em sua direção ficando mais próximo da caçadora que tinha seu queixo erguido.
— Você pode concordar por bem ou por mau e o que eu ganho, não lhe interessa. - Deu um de seus sorrisos para a garota.
— Acho que vai ter que ser por mau.
— Achei que diria isso. - Crowley ergueu sua mão fazendo um estalo com seus dedos e o corpo da garota se inclinou para frente soltando um grito pela dor, seus joelhos fraquejaram e a mesma caiu no chão, seu cabelo foi segurado e sua cabeça puxada para trás e uma faca foi encostada em seu pescoço. - Eu estou de bom humor hoje, então vou te dar mais uma chance, você vai entrar nesse carro e voltar para a cidadezinha de onde veio ou eu vou atrás de você e matar seus novos amiguinhos um por um, você me entendeu? - Olympia apertava seus olhos com força enquanto tentava puxar o ar por conta da dor, logo soltou um gemido de dor ao sentir a lâmina cortar um pouco de seu pescoço. - Eu não ouvi ainda.
— En... Entendi. - Respondeu com dificuldade e raiva, então teve seu corpo empurrado contra o chão, Crowley enrolava a faca em um lenço branco e no exato momento que guardou no bolso interno de seu blazer teve seu corpo jogado para longe e finalmente Olympia conseguia respirar sem dificuldade e uma leveza dominou o seu corpo, ao erguer seu olhar pode ver o corpo de Castiel entre ela e Crowley.
— Vá embora, antes que eu mate você! - Seu tom era ameaçador e se podia ver Crowley se erguendo enquanto ria.
— Seu namoradinho está irritado. - Olympia que se erguia do chão o encarou em seguida.
— Vá se fuder.
— Quem sabe quando você for mais velha, nós dois não iremos. - Olympia fez uma expressão de nojo enquanto Castiel puxava sua espada angelical e em um piscar de olhos Crowley já não estava mais ali, o anjo apertou a espada com força em sua mão e logo se voltou para a garota.
— Você está bem?
— Estaria bem melhor se me explicasse, porque caralhos tirou as marcas? Tirou as de Dean também?
— Eu só tirei as suas e fiz isso pois precisava testar uma... teoria.
— Teoria?! - Olympia quase gritava com o anjo em sua frente. - Para que precisava dessa teoria?
— É complicado.
— Oh, é complicado ele disse. - A garota falou de forma sarcástica. - Tão complicado que entregou a porra da minha localização, tão complicado que entregou sobre as pessoas que se aproximaram de mim, colocou elas em risco Castiel!
— Não gosto quando usa esse tom para falar o meu nome. - Murmurou de forma baixa, ao mesmo tempo sem saber como se explicar e tentar mudar o assunto.
— Eu tô pouco me importando para isso, você colocou a vida de pessoas em risco por conta de uma merda de teoria que você nem ao menos explica! - Olympia já se encontrava completamente alterada e retirou seus óculos de seu rosto os deixando em sua cabeça. - Quando você tirou as marcas? - Castiel ficou em silêncio enquanto a olhava, o anjo odiava quando brigava com a garota. - Me responda!
— Ontem. - Sua voz saiu em um sussurro enquanto a encarava. - Enquanto você estava dormindo dentro do carro. - Os ombros da garota caíram e seu olhar se entristeceu.
— Você esteve lá e não me acordou?
— Eu não queria te incomodar.
— Me incomodar? - Perguntou desacreditada e soltou um riso sem humor. - Castiel eu te chamei porque precisava de você, precisava de um abraço, precisava que você estivesse lá mesmo que fosse para ficar em silêncio, eu te chamei porque você prometeu que sempre iria aparecer por mim.
— Me desculpe, mas o céu...
— Se você terminar essa frase eu juro por Deus que eu vou te dar um soco. - Castiel parou de falar no mesmo instante e observou o lábio inferior da garota tremer. - Nunca mais faça uma promessa que não irá cumprir, pois como você me deixou agora, eu não tenho nem como descrever. - Castiel ergueu sua mão livre e a colocou sobre o peito da garota e a fez perder seu fôlego por um momento ao sentir a ardência em suas costelas, a mesma piscou algumas vezes para se recuperar.
— Me desculpe. - Foi a última coisa que a garota ouviu antes do barulho de asas se batendo se fazer presente, Olympia precisou respirar fundo algumas vezes antes de entrar no carro e assim que fez socou o volante, a mesma queria chorar, gritar ou até mesmo quebrar algo, tinha que fazer algo e não podia ficar sozinha, tinha medo do que poderia fazer e até mesmo pelas pessoas que tinha conhecido, olhou para o seu celular no banco do passageiro e o pegou iluminando a tela e entrando nas chamadas que tinham sido feitas, levou seu polegar até seus lábios e começou a roer sua unha enquanto encarava de forma hesitante os contatos, mas como se fosse predestinado seu celular tocou e rapidamente reconheceu o número, não seria má ideia seria? Seria só por hoje, seria apenas até se acalmar e nada mais, respirando fundo a garota atendeu e levou o celular até seu ouvido.
— Alô. - Sua voz saiu um tanto rouca por conta do choro que estava preso em sua garganta.
— Elizabeth, sou eu a Alice. Sua voz não parece bem, aconteceu algo? - O tom da vampira era preocupado e por um momento Olympia se sentiu bem em saber que tinha alguém preocupado com ela além de sua família.
— Alice... a festa do pijama, ainda está em pé?
— Mas é claro que está, você virá? Não disse que só iria voltar...
— Disse e eu sei... - Olympia a interrompeu e pode sentir uma lágrima solitária cair sobre sua bochecha. - Sei que parece loucura, ainda mais do jeito que eu sou, se não tiver problema eu posso dormir aí? Eu não posso ficar sozinha, amanhã sim, mas hoje não consigo.
— Não tem problema nenhum, minha mãe está louca para te conhecer.
— Obrigada, eu só vou passar na minha casa e irei.
— Claro, não demore Liz, que dizer, Elizabeth. - Olympia não tinha nem força para reclamar, apenas passou a mão em seu cabelo.
— Até. - Falou por fim desligando e deixando um soluço escapar, a garota começou a chorar dentro do carro enquanto apertava o celular contra o seu peito, deixava alguns soluços escaparem e ergueu seu olhar por um momento um tanto perdida, o que tinha acontecido com ela para a ter se transformado no que é agora? Enquanto Olympia tentava se acalmar, em uma fábrica abandonada mais especificamente em uma das várias sala, estava um demônio no chão limpando o sangue de sua boca que saia por conta de um corte e um anjo completamente irado o olhando de cima.
— Nunca mais encoste um dedo nela ou eu mato você! - Castiel tinha um tom baixo, mas ao mesmo tempo ameaçador, Crowley se ergueu enquanto ria.
— Precisávamos do sangue, você não ia ter coragem, já tinha tirado a proteção dela mesmo e de qualquer forma, não vou precisar mais dela, agora vá descansar as suas asinhas e me deixe trabalhar. - Castiel o olhou de forma mortal antes de desaparecer da fábrica. - Cachorrinho idiota. - Resmungou o demônio saindo da sala.
[...]
Olympia pov:
Estava entrando na estrada que levava a casa dos Cullen, eles realmente gostam de privacidade, depois da minha crise de choro ter passado eu voltei para casa tomei um banho e troquei de roupas após tirar as coisas do carro, meu cabelo ainda estava úmido e tinha o deixado solto, vesti uma calça jeans preta, meus tênis roxo, a camisa xadrez de Sam e meu casaco preto, batia meus dedos no volante e logo avistei uma mansão com as luzes já acesas, ela era muito bonita, mas bastante discreta até. Logo estacionei o carro em frente a casa e o desliguei, olhei meu reflexo no retrovisor e olha só, eu estava horrível, forcei um sorriso e peguei minha mochila e a pequena bolsa com meu pijama, uma muda de roupa e mais algumas coisas que eu poderia precisar estavam nela, pego a chave e abro a porta descendo do carro, a fecho e em seguida a tranco antes de andar até as escadas e subi-las hesitante enquanto guardava as chaves na mochila, bate levemente na porta e acabei levando meu dedão até meu lábios para roer a unha enquanto esperava, mas não precisei esperar quase nada e assim que ouvi o barulho da porta abaixei minha mão e apertei a alça da minha mochila, logo me deparei com uma mulher muito bonita, seus cabelo eram castanho escuro e tinha olhos de ouro derretido, usava uma saia preta longa, uma blusa de botões com mangas azul claro e sapatos de salto preto.
— Olá querida, sou Esme é um prazer finalmente te conhecer, entre por favor. - A mesma me deu passagem e entrei um tanto envergonhada, a porta foi fechada e logo senti seus braços me envolverem em um abraço, devo admitir que era bem acolhedor mesmo sendo gelado (?), o retribui um pouco desajeitada e logo me separei.
— Prazer conhecer a senhora também, sou Elizabeth.
— Sem "senhora" querida, pode me chamar por Esme, venha Alice não para de falar sobre você. - Esme sorriu e colocou sua mão em minhas costas me guiando até sua sala onde encontrei o resto dos Cullen, rapidamente Alice se levantou e andou até mim me abraçando apertado.
— Nem acredito que está realmente aqui, depois de eu tentar várias vezes convencê-la.
— Pessoas desesperadas tendem a tomar medidas desesperadas. - Digo tentando soar divertida o que não deu muito certo, após retribuir o abraço de Alice me separei e me virei para os demais. - Eu espero não atrapalhar.
— Não tem com o que se preocupar, qualquer amigo dos nossos filhos é bem-vindo aqui. - Carlisle murmurou sorrindo. - Alice por que não leva Elizabeth para deixar as coisas no quarto e ela poder comer algo.
— Claro, vamos poder fazer várias coisas de garota, vou te dar várias dicas de moda também. - Alice segurou minha mão e pude ver Edward soltar um riso baixo junto de seus irmãos, provavelmente por conta da minha careta, subimos uma escada e passamos por várias portas até pararmos em uma e a mesma abrir, assim que entro vejo várias almofadas e cobertas espalhadas pelo chão de vários tipos de cor, alguns lençóis estavam pendurados para parecer com uma tenda, pequenas luzes estavam espalhadas e tornavam o lugar mais aconchegante. - O que achou?
— Foi você que fez? - Pergunto e a olho completamente surpresa logo a vendo concordar com um sorriso orgulhoso nos lábios. - Caramba, ficou muito bonito, como conseguiu fazer tanta coisa em tão pouco tempo?
— Eu tive um pouquinho de ajuda e você demorou, mas bom, me de aqui as suas coisas. - Pego pelas alças e entrego para ela que as pega de minhas mãos. - Por que trouxe a mochila?
— Aproveitar para fazer um pouco do trabalho com o seu irmão.
— Espertinha. - Alice deixou minhas coisas sobre um pequeno sofá que tinha no canto e logo se voltou para mim. - Tire seu casaco e vamos descer, você deve estar com fome.
— Na verdade eu não estou. - Comento tirando meu casaco, o entregando e arrumando a camisa.
— Mas irá comer, nem que seja um pouco. - Minha mão foi segurada e meu corpo foi puxado novamente, tenho certeza que se fosse mais cedo eu estaria reclamando, mas eu estava tão grogue, logo chegamos no andar de baixo e a mesa já estava posta com várias coisas, do salgado ao doce.
— Pode ficar a vontade querida, já comemos e como eu não sabia do que gostava, resolvi por um pouco de cada. - Esme explicou com um sorriso gentil em seus lábios.
— Senhora Cullen. - A mesma me repreendeu com o olhar de forma divertida. - Quer dizer, Esme, eu agradeço mas não precisava de tudo isso, apenas um sanduíche estava bom e eu nem estou com tanta fome.
— Mas tem que comer querida, está tão magra.
— Na verdade você está acabada. - Escuto a voz de Emmett e olho para o mesmo que resmunga após receber um tapa em sua nuca de Edward.
— Desculpe por Emmett, querida.
— Está tudo bem, ele não está errado. - Solto um riso baixo e me sento em uma das cadeiras, de repente sinto uma calmaria me atingir e me sinto até mais leve, pisco algumas vezes um pouco confusa.
— Claro que não estou. - Reclamou e soltei um riso baixo preparando um sanduíche em seguida. - Baixinha, posso te fazer uma pergunta?
— Emmett. - Edward o chama em tom de aviso e sem olhá-lo balancei minha cabeça positivamente.
— Pode.
— Alice disse que só iria voltar segunda ou terça, mas depois de um tempo já estava aqui, então o que aconteceu? - Podia ver por canto de olho a família repreendendo Emmett e tinha que admitir que ele era bem cara de pau, terminei de montar meu sanduíche e me sirvo um pouco de suco.
— Eu encontrei dois familiares um que não me dou bem, esse disse coisas que não me agradaram em nada e o outro quebrou uma promessa nossa, comecei a ficar sobrecarregada e então tive que sair de lá o mais rápido que conseguia e porque estou falando tudo isso?! - Dou uma risada nervosa e coloco uma mecha atrás de minha orelha.
— Que tal se ficarmos no quarto? Vai ser bem melhor, vamos Elizabeth. - Alice cortou o clima tenso e logo a sensação de leveza já tinha me abandonado e uma vontade enorme de chorar começava aparecer, então a sugestão de Alice não me pareceu nada errada.
[...]
Narrador pov:
Olympia já tinha terminado seu sanduíche e suco, tinha ido ao banheiro se trocar e escovar os dentes, assim que estava pronta abriu a porta encontrando Alice com algumas maletas sobre as cobertas, coisa que a fez ficar confusa.
— Pra que são? - Alice a olhou e juntou suas mãos enquanto sorria.
— Eu não sabia que era possível você ficar mais adorável, mas com esse pijama venceu tudo. - Olympia sentiu suas bochechas esquentarem levemente, a garota estava vestindo um de seus pijamas de inverno, o mesmo era azul claro com vários bonecos de neve espalhados, em seus pés estavam suas pantufas. - Agora respondendo sua pergunta, vou te dar um tratamento de beleza, como fazemos em festas do pijama ou vai me dizer que nunca foi em uma?
— Eu nunca fui em uma. - Alice a olhou surpresa enquanto a garota se sentava em sua frente e olhava um tanto curiosa para as maletas.
— Agora sim estou surpresa, seus pais não deixavam?
— É complicado. - Respondeu mexendo em suas mangas.
— Pode confiar em mim, as vezes é bom desabafar. - A vampira sorriu gentilmente, Olympia queria mas ao mesmo tempo não queria, não gostava de despejar seus problemas para qualquer um, mesmo que não fosse falar nem da metade das coisas, sabia que podia confiar em Alice pois ela não parecia ser do tipo de espalhar coisas e também não era como se alguém fosse ouvi-la. - Que tal assim, vou predendo seu cabelo e você me fala quando se sentir confiante, está bem? - A garota assentiu e logo Alice arrumou seu pijama que Olympia tinha certeza ser de seda, o mesmo era roxo claro com detalhes em preto, logo a vampira pegou um elástico e Olympia se virou de costas para a mesma e com cuidado começou a puxá-lo e fazer um rabo-de-cavalo alto, em seguida pegou uma fita rosa e a passou por cima da cabeça da garota para manter os fios soltos para trás, Olympia observava de forma discreta e lá em seu íntimo estava achando muito divertido. - Pode deitar e coloque a almofada embaixo de sua cabeça. - Logo a garota fez o que lhe foi mandado e se arrumou, pode ouvir o barulho da maleta se abrindo e viu Alice mexendo em uma delas, Olympia mexia seus pés levemente e logo Alice pegou um lenço umedecido e começou a passá-lo no rosto da garota após tirar o curativo da testa dela, a vampira passava com delicadeza e o silêncio reinava no quarto, Alice podia ouvir sua família conversando e alguns resmungos de Emmett por estar curioso sobre a humana, mas era rapidamente cortado por Rosalie.
— Eu nunca conheci minha mãe. - Comentou a garota de forma repentina e Alice ouvia atentamente. - Ela foi um caso de uma noite do meu pai, me teve e quando eu tinha dois meses, foi atrás dele e ao invés de falar com ele diretamente, apenas deixou uma carta em cima de mim e me colocou dentro do carro dele já que estava destrancado, é o carro que eu uso até. - Alice dobrou o lenço e o colocou em um saquinho, em seguida pegou o gel de limpeza e começou a espalha-lo no rosto de Olympia que tinha seus olhos fechados. - Meu pai pensou em me deixar em um orfanato, mas quando meus irmãos me viram ele diz que mudou de ideia na hora, falando que não iria suportar fazer isso. - Alice olhava com certa pena para a garota e o resto de sua família tinha parado de fazer suas coisas e prestavam atenção na história. - Ele cuidou de mim e me deu todo o amor que um pai deve dar a sua filha, meus irmãos não foram diferentes, me amaram mesmo sendo meia-irmã deles. - Assim que Alice terminou, pegou um hidratante e passou pelo rosto da garota, a mesma pela primeira vez estava até que gostando de contar sobre ela, mesmo que ocultando partes, Alice tinha uma leveza, não era como se a obrigasse a falar apenas estava ali a ouvindo sem a questionar ou até mesmo querendo saber os motivos de tal coisa dita. - Não tínhamos uma casa fixa, tínhamos que ficar pulando de cidade em cidade por conta do trabalho do meu pai, nunca fiquei tempo o suficiente em uma escola para criar amizade ou qualquer coisa do tipo, meus melhores amigos sempre foram meus irmãos e meu pai. - A vampira terminou de passar o hidratante com um sorriso e pegou a máscara que era feita para por embaixo dos olhos e a colocou na garota e em seguida pegou uma pinça e começou a tirar os poucos fios da sobrancelha de Olympia. - Então não tinha como eu ir em festas do pijama e fazer coisas de garotas, apesar de eu não ligar muito para isso.
— Então eu posso nos declarar melhores amigas? - Perguntou Alice descontraindo o clima fazendo com que Olympia soltasse um riso baixo.
— Hm... talvez, mas não conte para Edward, já que falei que sou apenas colega dele. - O vampiro fazia uma careta enquanto abria novamente o livro "Coraline" para não acabar o acertando em Emmett que começava a fazer piadinhas.
— Pode deixar, vai ser nosso segredo. - Alice riu de forma baixa enquanto ainda tirava os fios, após mais alguns segundos a mesma termina. - Posso te fazer uma pergunta?
— Hm, pode. - Respondeu abrindo seus olhos um pouco sonolenta.
— Por que você é tão cruel com Edward? - Olympia acabou rindo novamente e deixou suas mãos sobre sua barriga.
— É que foi estranho ele querer se aproximar tão de repente e ainda mais depois de ouvir que vocês não são desse tipo e meu irmão mais velho, o que foi me pegar no primeiro dia já me disse que garotos que fazem isso só quando querem duas coisas. - A mesma ergue um de seus dedos. - Um, apenas querem levar a garota para a cama. - Em seguida ergueu outro. - E dois, é alguma aposta idiota.
— E como seu irmão pode ter tanta certeza? - Ergueu sua sobrancelha curiosa.
— Porque ele fazia parte do grupo do número um. - Olympia sorriu e Alice acabou por rir.
— Você tem um ponto, mas saiba que o Edward nunca seria desse tipo, então ele realmente quer ser seu amigo, assim como os outros, claro que eles tem seus jeitos de agir e por isso não sabem como se aproximar de você, já que parece ter um muro em sua volta.
— Quem sabe um dia eu não deixe eles passarem. - Olympia deu de ombros e Alice bateu suas mãos de forma animada. - Mas você não está incluindo Rosalie nisso, não é?
— Mas é claro que estou.
— Alice, Rosalie me odeia e eu nem a julgo por isso. - Rosalie que estava na sala olhando a revista pode sentir os olhar sobre si, mas a mesma apenas ignorou voltando a prestar atenção na conversa.
— Ela não te odeia, apenas é um pouco fechada e falando sobre isso, você não deveria se odiar como disse no estacionamento.
— Mas daí eu não tenho que me preocupar sobre o tamanho do ódio que alguém vai ter por mim, pois ninguém vai me odiar mais do que eu mesma me odeio.
— Eu vou fazer você mudar de opinião sobre isso, você vai ver. - Murmurou Alice de forma determinada arrancando um riso baixo de Olympia.
— Vai envelhecer tentando.
[...]
Já era tarde da noite e a madrugada já tinha entrado, Olympia e Alice ficaram conversando por um bom tempo, a vampira começou a lhe dar dicas de moda e não conseguiu parar e ainda prometeu a garota que iria levá-la para fazer compras, coisa que a fez receber várias caretas de desgosto da humana e isso a fez rir bastante. Agora Olympia se encontrava dormindo abraçada em um travesseiro, seus fios estavam espalhados e seu rosto um pouco brilhoso por conta dos produtos que Alice tinha passado, já a vampira e o resto da família estavam acordados e ficaram um pouco espalhados pela casa antes de saírem para caçar, Edward tinha ficado e terminado o livro a algum tempo já e a história era realmente cativante e bem intrigante, já estava querendo assistir ao filme e era isso que iria fazer se não fosse pela respiração acelerada de Olympia no ar de cima e seu coração batendo com força contra o seu peito, pode ouvir a mesma puxar o ar com força e prender o que parecia ser um grito, franziu sua testa e se segurou para não acabar subindo, continuou sentado no sofá e após alguns segundos ouviu passos e a porta sendo aberta, abaixou seu olhar conferindo sua roupa, uma calça de moletom e uma camisa branca, dava para dizer ser um pijama. Logo viu a cabeleira castanha aparecer e ergueu sua sobrancelha de forma divertida ao ver o pijama azul com bonecos de neve da garota, percebeu que a mesma não notou a sua presença na poltrona da sala, a viu pegar um copo e se servir água, antes de beber a viu engolir um comprimido, Edward se levantou e andou a passos silenciosos até o bancada que separava a cozinha, a viu lavar o copo e ao se virar acabar pulando para trás enquanto cobria sua boca.
— Quer me matar me dá um tiro, capeta! - Reclamou sussurrando e Edward acabou rindo enquanto apoiava seus braços na bancada e segurava o livro.
Edward pov:
— Belo pijama. - Falo a vendo ficar envergonhada. - O que faz acordada?
— Deixa o meu pijama. - Reclamou e soltei um riso baixo. - Fiquei com sede e vim beber água, você viu a Alice? - Mentindo com rapidez, caramba.
— Provavelmente está no quarto de Jasper, ela demora para dormir. - A vejo assentir e me olhar em seguida.
— E você, o que faz aqui?
— É minha casa, esqueceu? - Pergunto divertido e a vejo revirar seus olhos enquanto cruzava seus braços.
— Você me entendeu.
— Eu estava lendo, vi esse livro na internet e achei interessante. - Digo de forma descontraída e coloco o livro sobre a bancada e vejo seu rosto se iluminar.
— Cacete, como conseguiu essa edição roxa de Coraline? Eu sempre tentei achar, mas sempre estava esgotado.
— Você já leu? - Pergunto, me fazendo de desentendido enquanto a olhava e mostrando um olhar de interesse.
— Se eu já li?! Garoto, eu li e reli esse livro várias e várias vezes, é um dos meus favoritos. - Sorrio com a sua animação e empurro o livro em sua direção vendo seu olhar confuso.
— Pode ficar com ele.
— O que?! - Seus olhos se arregalaram levemente e devo admitir que sua reação foi adorável. - Não, não, ele é seu Edward.
— Mas não queria essa edição?
— Queria, mas...
— Resolvido então, fique com ele, eu já o li e se algum dia eu querer ler de novo, eu compro outro. - Vejo Elizabeth me olhar meio hesitante e dou a volta na bancada e seguro suas mãos e coloco o livro. - Aceite um presente de um colega. - A mesma passa seus dedos pela capa e então a vejo me olhar e sorrir, mas não como ela fazia quando sorria com sarcasmo, sem vontade ou até mesmo os que ela com certeza ensaiava para sorrir para os outros, era um sorriso verdadeiro.
— Obrigada de verdade, Edward.
— De nada, Elizabeth. - Sorri para ela e soltei suas mãos devagar. - Eu ia ficar acordado mais um pouco e assistir ao filme da Coraline, quer assistir comigo?
— Você também está com o filme? - Assenti enquanto a olhava e soltei um riso baixo. - Mas é claro que eu quero.
— Vamos então. - A chamei e andamos para a sala onde liguei a televisão enquanto Elizabeth se sentava no sofá e deixava seus pés para cima, logo liguei o aparelho dvd e coloquei o cd no mesmo, peguei os controles e me sentei ao seu lado. - Quantas vezes assistiu?
— O suficiente para decorar as falas dessa obra de arte. - Respondeu animada enquanto me olhava. - Você vai ver que é bem diferente, mas o autor do livro deu o "selo de qualidade", então pode ter certeza que é bom.
— Se você falou, eu acredito. - Solto um riso baixo e seleciono o idioma e dou play no filme, logo o mesmo começou com uma cena um tanto bizarra, mãos feitas de agulha costuravam uma boneca, por canto de olho eu via Elizabeth completamente animada e tinha seus braços cruzados após colocar o livro ao seu lado, com o passar do tempo do filme eu já não olhava mais para a tela apesar de prestar atenção, observava as reações dela e era como olhar uma criança assistindo um filme pela primeira vez, isso me fazia sorrir discretamente. Quando o filme já estava pelo final notei Elizabeth se arrumar no sofá e ficar lutando para manter seus olhos abertos, ato esse que não deu muito certo pois logo a vejo com seus olhos completamente fechados e respiração leve indicando que tinha dormido, pausei o filme e me levantei parando em sua frente a vendo com sua canhota segurando o livro, coisa que me fez sorrir. Passei minhas mãos por baixo de seu corpo após deixar o livro sobre seu colo e a ergui no ar tendo sua cabeça encostada em meu ombro, Elizabeth nesse momento parecia tão frágil, mas ao mesmo tempo tranquila e sem a expressão de preocupação de sempre como a de quando ela chegou, Alice também comentou que enquanto elas conversavam pode notar que Elizabeth olhava para as janelas como se procurasse algo, claro que de forma discreta mas ainda sim fazia, talvez estivesse com medo de algo... talvez um dia eu consiga resposta para isso, a segurei com mais firmeza e andei em direção as escadas e as subi sem pressa, logo estava no corredor e antes de andar mais um pouco meus passos foram interrompidos ao ouvir uma risada, franzo minha testa e a risada se repete, ela era alegre e infantil, olho para Elizabeth e tento ler sua mente, mas não conseguia ver nada.
"Sammy, eu vou te jogar para fora da cama!"
Foi a única coisa que eu consegui ouvir e mais uma vez sua risada antes de tudo ficar em silêncio, ela com certeza estava sonhando, mas queria saber o que fez acordar de forma tão desesperada antes. Voltei a andar e logo entrei no quarto, subi por cima das cobertas e me agachei a deitando com cuidado, deixei o livro ao seu lado e a cobri, a observei por alguns minutos antes de me levantar e sair fechando a porta atrás de mim, ela realmente não estava nada bem para pedir para dormir aqui.
[...]
— Então vocês só conversaram e assistiram a um filme? - Me perguntou Emmett enquanto eu ajudava Esme a pôr a mesa para que Elizabeth comesse.
— Sim, esperava que a gente fizesse o que?
— Algo que adultos fazem, maninho. - O olhei e balancei minha cabeça em negação.
— Emmett, você quieto é um poeta. - Jasper comentou sem tirar os olhos de seu livro me fazendo rir.
— Quando vão acordar a humana? - Rosalie perguntou se aproximando da mesa.
— Pedi para Alice a deixar dormir bastante, ontem ela não estava com o semblante bom e iremos falar que já almoçamos. - Esme a respondeu enquanto colocava uma travessa média com lasanha sobre a mesa. - E Edward falou que ela tomou um remédio, como Carlisle nos disse antes de sair, o efeito deve estar a fazendo dormir ainda.
— Para mim está mostrando que ela é uma folgada isso sim.
— Rosalie, pelo menos hoje, tente não ser antipática. - Digo ao me virar para ela com o semblante sério e a vejo revirar os olhos e cruzar os braços.
— Só estou... - Sua frase morre ao seu olhar se direciona para além de mim. - Aquela ali não é a humana? - Todos nós nos viramos e Elizabeth estava de lado para nós enquanto olhava para a floresta a mesma ainda estava de pijama, não ouvia sua respiração dentro de casa, como ela conseguiu sair sem vermos? De repente um homem surgiu em meio às árvores e levou sua mão para o ombro dela e nos encarou de forma sombria.
— Quem é aquele? - Alice perguntou dando alguns passos para frente e quando menos esperamos o homem a segurou pelo pescoço e o virou fazendo com que seu corpo caísse sem vida no chão, arregalei meus olhos completamente assustado. — ELIZABETH! - Alice gritou e corri para fora de casa junto de minha família, mas o homem não estava mais lá e o corpo de Elizabeth estava no chão, Alice se ajoelhou no chão enquanto olhávamos em todas as direções, não tinha rastros, mas então passos correndo surgiram de dentro de casa e olhamos encontrando Elizabeth na porta completamente ofegante e com o cabelo bagunçado.
— O que aconteceu? - A mesma nos encarou assustada e voltei meu olhar para o chão e seu corpo não estava mais lá, eu e minha família nos entreolhamos assustados, o que tinha acabado de acontecer ali?!
Me desculpem a demora gente, tirei "férias" e fui indo de pouquinho em pouquinho para escrever ;-;
Feliz natal e um feliz ano novo atrasado, espero que vocês tenham passado bem e se divertido.
Agora o aviso que queria dar, eu alterei a idade da Olympia, a deixei com 16 anos agora pois mudei um pouco a história e para fazer o que eu queria tinha que mudar a idade.
E sobre esse capítulo? Meu pai do céu, o que tá acontecendo? aaaaaaahhhh
Desculpe por qualquer erro e obrigado por ler '-')sz
-W
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