Ela encarava a morte com deslumbramento, o estado do seu ser deixava a vida transbordando de inveja, tudo isso era suficiente para compreender seu desapontamento.

Ela adorava vestir suas poesias em casa, apenas para si mesma. Lendo e acrescentando cada vez mais, enquanto via o seu corpo arder e sentindo-se queimada.

Sofrimento era sinônimo de fascinação, mas tinha um significado maior para ela: arte. Pintava em sua pele os mais variados tons de sangue, aplaudindo-se pela sua nova obra semelhante a morte.

Ela era melancolia, o que a vida admirava. Sempre no mesmo estado, uma completa monotonia, levava todos devagar para um abismo sem fim.

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