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Capítulo 5

Arrependimento. Talvez a terceira emoção mais poderosa de todas, logo a seguir à esperança e ao ódio. Se é isso que sinto neste momento, então não posso ser chamada de assassina, pois durante muitos anos me ensinaram a não sentir nada. Contudo, verdade é que neste momento estou a fazer o total oposto das minhas obrigações: tenho raiva da Sociedade por não ter zelado pela minha segurança e ter-me dado informações incorretas, tenho medo do que me vai acontecer e estou arrependida por não ter sido capaz de escapar a tempo. Só não sinto esperança, pois, quando o filho do empresário Santoro me identificou, compreendi que tudo na minha vida iria piorar a partir daí e que não há nada que eu possa fazer para alterar isso.

Mas, afinal, como vim parar a esta situação? Como é que num dia estava tão confiante em relação à minha primeira missão e passado umas horas já me estava a questionar se alguma vez voltaria a ver a minha família?

Quando era mais nova, talvez com doze ou onze anos, encontrei os meus pais a chorarem. Algo tinha corrido mal, mas nunca vim a saber o que fora. Eles viram-me mas não pararam, e eu limitei-me apenas a afastar-me e a nunca lhes perguntar o que aconteceu, por saber que é proibido. Naquele momento, eles foram humanos, tal como estou a ser agora. Naqueles curtos minutos, eles cederam, tal como estou a ceder. Porém, a diferença é que eles seguiram e frente e nunca ninguém veio a saber para além de mim. Já no meu caso, deixei transparecer todo o meu medo naquela cena do hotel.

A Sociedade não é Deus para poder decidir por nós o nosso futuro. Para além disso, comete erros, tal como aconteceu comigo. Tratam-nos de forma injusta e nunca nos informam de toda a verdade.

A própria história da SIAT é muito provavelmente uma farsa. Na altura acreditei, porém passado uns tempos voltei a pensar e mudei de opinião.

Ensinaram-nos que a primeira Sociedade foi criada dentro de uma ceita no antigo Egipto e que era totalmente independente dos faraós e da família real. Disseram-nos ainda que os trabalhos eram feitos para quem os contratava e apenas aceites após uma rigorosa análise, tal como agora. Mesmo assim, não têm nenhumas provas documentais disso, o que lhe retira toda a veracidade.

Passaram-se algumas horas desde que aqueles seguranças me deixaram num quarto trancada. Para além disso, durante toda a viagem vim tapada, o que me impediu de perceber onde fica este lugar. A única coisa que tenho a certeza é de que fica muito longe de Roma, pois o tempo que levámos no carro pareceu-me uma eternidade.

O sítio onde estou só tem uma cama simples, um armário, duas mesas de cabeceira e uma janela com vista para um longo terreno repleto de árvores de fruto. Parece-me um quarto dos empregados ou algo do género, mas não importa. Neste momento, só preciso de fazer uma coisa: escapar.

Também me pediram, antes de trancar a porta, que trocasse o vestido e os sapatos de salto alto pela t-shirt branca e as calças de ganga simples que deixaram em cima da cama, já que seria mais confortável.

Três batidas fortes soam na porta.

Todo o meu corpo estremece, e mantenho-me no maior silêncio possível.

Signora?

Volto a não responder.

A porta abre-se e sai de lá uma mulher muito mais velha que eu, vestida com um uniforme branco e com uma expressão séria.

— Com licença, pediram-me que a levasse até à sala do lazer.

O italiano dela tem um sotaque particular, que o torna muito carregado. De acordo com a minha experiência, diria que é da Sicília, no sul de Itália.

Levanto-me, ainda sem falar, e sigo-a. Enquanto estive sozinha no quarto tirei a lente de contacto e livrei-me dela, já que os meus olhos estavam a começar a ficar secos, por isso sou obrigada a olhar para baixo e a evitar contacto visual para não perceberem que tenho um olho mais claro que o outro.

Entretanto o sol nasceu e percebo que passei esta noite toda sem dormir. O lugar onde estou é extremamente luxuoso e decorado com os mais diversos quadros, vasos e mobílias. O próprio chão de mármore está frio e faz os meus pés descalços congelarem a cada passada.

Passo por um espelho comprido e deparo-me com a minha figura. Noto o quanto os meus olhos denunciam o meu cansaço e em como a maquilhagem pesada começa a perder a densidade. O cabelo é capaz de ser a única coisa que se mantém impecável.

Passamos por vários corredores e alcançamos uma divisão larga e cheia de luz. Vários sofás luxuosos rodeiam a sala, juntamente a várias mesas e quadros, e no final está uma mesa de snooker.

— Dona Nella.

O meu olhar prende-se ao filho do empresário Santoro, que se aproxima vindo do outro lado do corredor. Por mais que tente evitar, não consigo consigo parar de olhar fixamente para ele.

— Acho que deveríamos começar com as apresentações — sugere ao entrar na sala, e a empregada afasta-se.

Não tenho alternativa senão segui-lo e sentar-me num sofá em frente ao dele.

— Não acha? — insiste ao ajeitar a manga da camisa branca.

— O meu nome é Nella.

— Pessoas como você não usam nomes verdadeiros — diz de uma forma direta, porém sem ódio ou rancor. — O meu nome é Pietro, Pietro Santoro.

— Não posso...

— Podemos passar aqui o resto do dia... Ou então vamos fazer isto de outra forma; diga-me o nome que gostaria que os seus pais lhe tivessem dado. Se antes de nascer pudesse ter escolhido como se iria chamar, qual seria a sua escolha?

Hesito em responder-lhe:

— Nunca pensei nisso.

— Você tem cara de Natália.

Um longo arrepio percorre-me a pele, e lanço um sorriso nervoso.

— É um nome bonito — comento.

Não, é impossível ele saber o meu nome verdadeiro. Nem os meus amigos mais próximos o sabiam, quanto mais um completo desconhecido. Só pode ter sido sorte ou, então, tenho mesmo cara de Natália.

— Então ficará Natália. Diga-me, de onde vem? Não pense que acredito nessa história de ser de Marsala; o seu sotaque não é nada siciliano.

— Sei disfarçar bem...

— Na realidade, nem por isso. Diria até que nem é italiana.

— Mas sou.

— Muito bem... E qual a sua comida preferida?

— Isto agora é um interrogatório?

— Sim, parece-me justo, não? Deve-me isso depois de me ter tentado matar.

— Não foi o que pareceu... — murmuro.

— Se provasse o risotto da minha mãe, não quereria outra coisa. Diga-me o que gosta para a empregada poder cozinhar para o jantar.

— Para o jantar?

— Sim, ou prefere arriscar comer algo que não lhe agrade?

— Mas...

— Eu sei, pode parecer suspeito. Mas acredite que há um motivo muito grande para estar aqui.

— É por isso que não me matou naquele momento?

— Querida, a culpa de tudo isto é de quem a colocou nessa posição, não sua.

— Antes de mais, não me chame de querida. —  Devia estar agradecida, porém toda esta situação me parece insuportável. 

Ele olha-me com uma expressão de surpresa, e rapidamente me desculpo:

— Não queria parecer rude...

— Não há problema — diz-me ao levantar-se. — Percebo que ainda esteja nervosa com tudo o que aconteceu ontem. Acredite em mim quando lhe digo que é melhor continuar sem saber todas as respostas às suas perguntas.

Ele afasta-se lentamente, e antes de sair da sala respondo-lhe:

— Santoro, a minha comida preferida é sushi.

— Não posso negar que esteja surpreendido; esperava que me fosse responder pizza. — Faz uma longa pausa, muito sério, como se estivesse a pensar no que me dizer. — Às sete da noite terá um moriawase à sua espera na sala de jantar dos convidados.

A resposta dele deixa-me sem saber o que responder. Já no meio do corredor e longe da minha vista, ele termina:

— Ah, e pode tratar-me por Pietro.


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