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Capítulo 21

Natália POV

Durante o resto da noite, começo a desconfiar das ações do Pietro.

E se ele estiver a fazer isto só para eu lhe contar aquilo que sei sobre a Sociedade?

O certo é que há hábitos de assassino que custam a desaparecer, e a desconfiança é um deles. Principalmente em situações em que não tenho a certeza das motivações por trás de cada ação.

Para além disso, se ele estava de férias há um dia com a Sabrina, por que motivo quer ir agora de férias comigo?

A luz do sol não tarda a chegar, e vejo o quão pouco dormi esta noite.

Durante o resto da manhã, tento perceber qual a melhor atitude a tomar. O desaparecimento do chefe da família Santoro, a conversa do Pietro com a irmã, a falta de notícias da Sociedade.

Quem é o empresário Santoro? Porquê que a Sociedade aceitou a encomenda da minha primeira missão?

— Espero que não me tente matar desta vez — diz o Pietro ao entrar de rompante no quarto.

— Assassinos não fazem promessas. — Sorrio.

Estou realmente a desconfiar do Pietro? Mesmo depois de tudo o que ele fez por mim?

— E quem é a Natália para cumprir regras?

Lanço-lhe um olhar sério na brincadeira, e ele cruza os braços.

— Está tudo preparado?

— Acho que sim — respondo. — Já almocei, a empregada já arrumou as malas.

Que por acaso são enormes e que parecem ter sido caras.

— Os produtos de viagem estão todos preparados?

— Que produtos?

— Os que pedi que comprassem — diz enquanto ajeita os óculos.

— Ah. — Faço um pequeno sorriso. — Não sabia disso.

— Bem, agora sabe. — Levanta-se e pega na mala maior. — Vamos?

— Claro! — Pego na mala de mão e saímos.

Quando chegamos à porta principal da mansão, ele não abre a porta e vira-me para mim.

— Aconteceu alguma coisa? — pergunto, por estranhar a reação.

— Esqueci-me de algo.

Ele deixa a mala por cima de um sofá e sobe as escadas. Quando regressa, traz com ele um saco de papel de uma loja de roupa.

— Hum? — murmuro.

— É para si — diz ao passá-lo para mim. — Espero que seja o tamanho certo.

Olho por alguns segundos para aquele saco nas minhas mãos.

— Não me diga que assassinos não recebem prendas! — diz em tom de piada, e acabo por me rir.

— Recebemos... mas não estava à espera.

Abro o saco devagar, para que aquela sensação de mistério perdure por mais tempo.

É um vestido comprido, de tecido leve e vermelho-escuro, a mesma cor do vestido que estava a usar na primeira vez que estive com o Pietro.

— O-obrigada — digo timidamente, por falta de reação.

— As circunstâncias são diferentes, mas a cor não deixa de a favorecer.

Sorrio calmamente ao olhar para ele, até que decido ir ao quarto vesti-lo. Quando volto, ele olha para mim por uns minutos sem dizer nada.

— Fiz, definitivamente, a escolha certa — diz e volta a pegar a mala. — Temos um voo para apanhar.

— Vamos!

*

Noto que o motorista não nos está a levar para o aeroporto e decido perguntar ao Pietro, que está no banco da frente, onde estamos a ir. Ele sorri e responde:

— Temos que ir ter com uma pessoa primeiro.

— Quem? — Apresso-me a perguntar.

— Já estamos quase lá.

Ao final de umas ruas dentro da capital, chegamos a um resort de cinco estrelas fora do centro urbano.

O motorista deixa o carro no estacionamento privado, e eu e o Pietro vamos para dentro do edifício da entrada. Assim que nos aproximamos da receção, uma senhora adulta reconhece o Pietro e indica-nos o caminho para uma sala de reuniões.

Sem fazer mais perguntas e limitando-me a segui-lo, dou por mim a recear o que irá acontecer. Por fim, ele para em frente a uma porta e vira-se para mim.

— Natália, não se preocupe com o que vai acontecer. Está tudo em ordem.

— Han, como assim?

— Não podíamos esperar mais; esta conversa tem que acontecer.

— Pietro, chega de antecipação! Abra a porta!

Devagar e meticulosamente, ele roda a maçaneta e fixa-se na minha reação. Assim que entro, encontro o meu irmão numa das mesas junto à janela.

— Alexandre? — A minha voz fica fraca.

— Natália!

— Alexandre? — Repito.

Ele aproxima-se de mim e murmura:

— Está tudo bem.

— A-alexandre?

— Sim, sou eu — diz, e o Pietro senta-se numa das secretárias, até que nos juntamos os três na mesma mesa.

— O que está a acontecer? — quase grito e viro-me para os dois à procura de resposta.

— É uma longa história, mas vou tentar ir direto ao assunto — diz o meu irmão.

Não respondo, e ele continua:

— Há alguma coisa que queiras saber primeiro?

— Temos tempo — digo e viro-me para o Pietro. — Acho eu.

— Sim, temos — intervém o Pietro.

O meu irmão continua:

— Deves estar a perguntar-te porque estou aqui neste momento. Tudo começa na tua primeira missão.

— A do hotel em Roma?

— Sim, exatamente. Essa missão foi enviada pela Sociedade. Não sabemos se foi através de um pedido, ou não, mas aconteceu. De qualquer forma, o alvo já estava ciente dessa ataque, por isso encontrou uma forma de capturar o assassino; neste caso, tu.

— Sim, isso eu já sabia.

— Já esperava que soubesses essa parte. O que acontece é que ele tinha a certeza que ias ser tu. Tu, especificamente, Natália.

— Deixa-me adivinhar — digo. — Tem algo a ver com a minha herança?

O Pietro olha para mim espantado.

— Sim — diz o meu irmão e faz uma longa pausa antes de continuar: — E também porque ele não é um alvo qualquer.

— Então, quem é realmente o empresário Santoro?

No fundo, tudo se resume a essa pergunta.

— Natália, não te lembras mesmo? — O meu irmão olha-me de uma forma suplicante, porém continuo sem saber.

— Não sei quem é — respondo. — Mas lembro-me perfeitamente de ter estado com ele quando ainda estava no ensino regular.

O Pietro arregala os olhos para mim, mais uma vez por eu nunca lhe ter contado nada disto.

— Era ele? Aquele homem estranho dos paradoxos que me falaste? Era o pai do Pietro? — pergunta-me o meu irmão apressadamente.

— Alexandre, já chega. Explique-me tudo do início , por favor — pede-lhe educadamente o Pietro, e ambos nos fixamos no meu irmão.

— Estou a ver que o melhor é começar pelo início. O início cronológico. Na realidade, tudo começa no dia do teu nascimento, Natália. Se, por obra do destino, não tivesses nascido com essa característica genética que torna os teus olhos bicolores, esta história nunca teria acontecido.

O Pietro olha novamente para os meus olhos, agora com mais atenção, e o meu irmão continua:

— À custa disso, tornaste-te a herdeira de algo que ainda nem conhecias. Algo capaz de mudar toda a tua vida e sobre a qual não tinhas a possibilidade de escapar. Com o tempo, a tua história espalhou-se. "A genuína herdeira da Sociedade nascera", enunciavam os assassinos entre si. E era justamente o que tinha acontecido. No entanto, quando o nosso avô se reformou e deixou de coordenar a SIAT, alguém entrou para o poder. Alguém fora da nossa família e cujo sobrenome nunca viera a ser conhecido, o Epifanio. Sim, Pietro, o teu pai era um assassino. Contudo, à medida que o tempo passava, ele deixou que o poder lhe subisse à cabeça, e acabou por criar um conjunto de regras inúteis que só lhe davam mais autoridade dentro da Sociedade, e uma delas foi a eliminação da Lei dos Herdeiros, que expressava que um assassino cujos dois olhos tivessem tons diferentes deveria ocupar um lugar mais relevante na Sociedade, e esse lugar seria tão mais alto quanto a diferença de cores dos dois olhos.

— Desculpe estar a interrompe-lo, — intervém o Pietro — mas qual o motivo dessa importância dada à cor dos olhos?

— A Sociedade de Assassinos original nasceu no Antigo Egipto, e havia o mito de que quem nascesse com essa característica tinha uma capacidade mental e espiritual superior aos restantes.

— E onde entra a história da paragem? — pergunto.

— Tal como tinha dito, ele decretou várias leis, algumas delas tão sem nexo, como a que obrigava todas as mulheres assassinas a serem expulsas, que fez com que vários conselheiros da SIAT se reunissem para o banir permanentemente da instituição. E assim o fizeram, nomeando de seguida outro líder.

— O Assassino Banido — murmuro. — É ele.

— Após esse incidente ele fez várias operações plásticas que lhe mudaram o formato do rosto, do nariz, do corpo. De tal forma que desapareceu por completo dos radares da SIAT.

O Pietro olha para ele extremamente atento.

— Ele nem tinha cadeira de rodas — diz o meu irmão. — E o mais provável é que nem precise dela.

— Mas... Se ele foi um assassino, porquê que o Pietro e a irmã nunca seguiram o ramo?

— Enquanto estava no poder, ele cessou a Lei do Parentesco. Assassinos puderam casar com não-assassinos e os seus filhos não tiveram que seguir esse ramo.

— E a paragem? — pergunto.

— Honestamente, não sei. Talvez tenha sido uma forma de poder olhar para ti, ou falar contigo. Afinal, continuas a ser um mito dentro da SIAT — responde-me o meu irmão.

— Ainda há tanta coisa por saber — murmuro. — Por exemplo, o que fazes aqui?

— Continuando, ele capturou-te e fez com que te prendessem na mansão dele. Depois tenho a certeza que te tentou convencer a denunciar a morada dos nossos avós, provavelmente com um pretexto inventado de que tinha que os colocar em segurança.

— Como é que sabe isso? — questiona imediatamente o Pietro.

— Ele só tem um objetivo desde que foi banido, e irá procurar atingi-lo nem que para isso coloque a sua vida em risco ou a das pessoas à sua volta.

— Que objetivo? — pergunto.

— Destruir a Sociedade — conclui o Pietro.

Tudo o que o meu irmão me está a dizer faz sentido. Sim, ele tentou-me convencer a dizer a morada dos meus avós. E ainda conseguiu fazer-me odiar a Sociedade e partilhar esse desejo de a destruir.

— E onde está ele agora?

O Alexandre responde-me:

— Fui enviado para o matar, porque a Sociedade sabe que falhaste a missão. No entanto já os informei de tudo o que sei, portanto estão neste momento atrás dele. Seja como for, ele tem alguém dentro da SIAT a informá-lo. E, se a SIAT não sabia que estavas a ser enviada para matar o Assassino Banido, alguém encomendou a morte dele.

— E como escapaste? — pergunto.

— Correndo, pois ele não estava à espera da minha visita. Com isto espero que saibam que a vossa vida também está em perigo. Por isso o melhor é manterem-se afastados por uns tempos de forma a que ele não saiba que vocês sequer suspeitam do que vos acabei de contar.

— Há tantas coisas que continuam sem fazer sentido — digo. — A Sociedade não sabia mesmo que era ele? A nossa família continua a salvo? E qual será a decisão da SIAT quanto a isto?

— Natália, neste momento sabes tanto quanto eu. Nem era suposto estar aqui a dizer-te isto, porém pensei que o melhor era alertar-te.

— E como me encontraste?

— Suspeitei que estivesses na mansão, por isso deixei uma mensagem ao Pietro para que vocês se encontrassem comigo com o pretexto de que tinha informações sobre o pai dele.

— E para concluir, continuamos sem saber — digo.

— É verdade — diz o meu irmão. — Bem, tenho que ir. Mantenham-se longe desta cidade por uns tempos, pois dias negros virão.

— Espera — digo. — Só mais uma coisa; porquê que ele quer a morada dos nossos avós?

— Ora, não é óbvio?

— Não — respondo.

O meu irmão vira-se para o Pietro, depois para mim, até que responde por fim à minha pergunta:

— A melhor forma de acabar com a Sociedade é destruindo a família que a fundou. Começando nos nossos avós, e terminando na Rendhal mais poderosa. Assim, nenhum assassino se sentiria seguro e acabariam todos por abandonar a SIAT e arranjar novas identidades. Quando matasse, um a um, os membros da nossa família, passaria para ti. Porque nenhum sangue é mais valioso que o sangue da herdeira.


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