Capítulo 5 - Plano
Quando ME tinha 5 anos, sua mãe lhe apresentou um bebê negro de olhos fofos e sorrisos encantador. ME podia se lembrar até hoje do momento em que o pequeno V apertou seu dedo com a mãozinha fofa e gordinha. Era uma de suas memórias mais felizes.
O bebê ficou na casa de ME por alguns dias, eles dormiam lado a lado com um aparelho conectando as suas cabeças. O pequeno gostava apenas que ME o segurasse e ME sentia que devia protegê-lo.
Quando o pequeno V foi embora, ME sentiu falta dele mas, seu coração estava calmo pois, ele era uma criança para perceber os perigos e mentiram para ele, dizendo que o bebê iria para um lugar bom.
Esse pensamento foi despedaçado 11 anos depois, em seus 15 anos, onde ele descobriu que V era apenas um receptáculo. Naquele dia, ele tomou um banho silencioso. Lágrimas escorreram pelo seu rosto mas, ele não sabia o que estava sentindo. E mesmo que interpretar emoções não fosse o seu forte, ele sabia que para os adultos isso era algo prazeroso por isso, ME precisava agir por conta própria.
Ele começou a observar V ao longo dos anos e se admirou com a inteligência e sagacidade dele. Quando V tinha 18 anos e ME, 24. Aquele cara falou alto para ele que, nunca perceberia sozinho.
"Ei, Cara. Acho que você se apaixonou pelo menino." ME riu, seus cabelos castanhos encostaram na cadeira gamer enquanto ele observava uma conversa entra V e N.
"Não seja bobo. Você sabe que eu não tenho esse direto."
"Claro que tem. Qualquer um pode se apaixonar. Não seja um idiota, cabeça dura que se acha o mártire do mundo por causa de quem você é. Não estou a fim, de ouvir seu discurso de que não merece nada, novamente."
"E você acha que ele gostaria de mim? Você já viu como eu manco e os meus olhos diferentes?"
"Como você é dramático. Você não sabe o que pode acontecer. Não tem como planejar o amor, ME. Você sabe disso."
"Não posso pedir que ele se apaixone por mim, mas posso fazer o máximo possível para ele ficar a salvo e ser livre. Não queria arrasta-lo para isso de uma forma tão perigosa mas, não há outra maneira." Ele deu um suspiro cansado e pegou um copo de cappuccino com bastante açúcar e tomou um grande gole.
" Quem sabe ele se apaixona por você, herói? " O outro riu do outro lado.
" Cale a boca, idiota. Ele tem o direito de ter uma vida além de mim, depois que tudo isso terminar." Disse ME olhando para o horizonte.
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Presente
Havia se passado uma semana desde o incidente. ME sabia que seria perigoso levar V para isso e obviamente, ele estava certo.
Agora, V ficou alguns dias em trauma e nem, ME teve que tomar o lugar dele. Mudar as lentes dz cor para o castanho característico foi muito fácil. E bem, imitar V064 também. Afinal, ME era ótimo em observar e imitar o comportamento das pessoas mesmo que, na maioria das vezes ele não entendesse o motivo de cada ato.
E isso seguiu por todo esse tempo. V havia ficado muito abalado com o que havia visto e aquela rotina ridícula. ME quase surtou ao saber que eles não tomavam açúcar ou chocolate. Como alguém vivia sem isso? Bem, qualquer um que não fosse um viciado como ele.
Finalmente, a mente de V estava melhor. Nesses momentos, ele pôde descansar bastante, algo que nunca teve em sua vida.
Quando ele acordou, estava escuro e ele pôde ouvir a voz de ME em sua mente : "Se sente melhor?"
V064 concordou, se sentindo um pouco tonto. "O que aconteceu?" Ele se espreguiçou e bocejou.
"Eu tive que tomar o seu lugar por um tempo. Me desculpe por isso mas, era a única maneira." ME soou sincero.
Mesmo que V se sentisse estranho ao saber daquilo. Ele admirava a sinceridade de ME e por isso,ele agradeceu. Mesmo que fosse um pouco invasivo, V tinha que concordar que era a única maneira. Se descobrissem o seu estado, ele poderia ser descartado e somente esse pensamento, fazia o seu corpo se arrepiar.
"E você planejou algo por esse tempo?" V perguntou, sua curiosidade a mostra mais uma vez.
ME sorriu, com orgulho de si mesmo e respondeu : "Claro. E o seu chip é essencial. Presta atenção."
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O plano já estava em ação, pelo menos a primeira parte dele. ME disse que todos ali eram burros ou em suas palavras " idiotas menos inteligentes que ele e se achavam muito. Ou seja, pessoas fáceis de enganar devido ao seu orgulho." Não era do feitio de V, ofender pessoas mas, essas não eram palavras dele.
Era estranho voltar a ativa depois de algum tempo. A rotina de entrar na fila com os outros era algo tão pacato que V acabou dando um bocejo inocente. Ele nunca imaginou que um dia acharia essa vida chata mas, foi o que aconteceu após conhecer ME.
Os auxiliares já estavam de prontidão para aq analises. E aí que o chip no cérebro de V064 seria a estrela. Como ME conseguiria controlá-lo facilmente, ele poderia ressoar com os dos outros indivíduos e assim, um único símbolo na pupila deles, poderia desorganizar muita coisa naqueles robôs.
Tudo seria muito fácil afinal, (palavras de ME), os líderes eram pessoas preguiçoso que não tinham paciência nem vontade para analisar cada indivíduo e por isso, um chip se ligava ao outro. Desse modo o vírus por imagem, não teria a sua origem descoberta.
A analise havia começado e os olhos de cada Auxiliar havia se tornando branco por 0,1 segundo, totalmente imperceptível. Os efeitos não seriam vistos no dia de hoje. V teria que esperar até amanhã para saber o resultado do plano de ME e a ansiedade já estava o matando por dentro. Pois, se algo de estranho ocorresse nesse momento, as suspeitas apareceriam e essa era a última coisa que eles desejavam.
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"Você me disse que teríamos um trunfo em mãos, que trunfo é esse?" V perguntou, já a noite, deitado em sua cama.
"Vou te mostrar o que estou vendo." ME sorriu e V064 pôde ver algo peculiar refletido na tela do computador. Olhos heterocromaticos, um verde e um cinza.
"Lindos. Seus olhos, são lindos." V deixou escapar a sua admiração. Ele nunca tinha visto algo tão diferente e belo.
ME ficou surpreso com aquelas palavras. Ele parou de mexer nas teclas e ficou atônito por alguns segundos. Ninguém nunca havia dito isso de seus olhos, na maioria das vezes, ele tinha que usar uma lente de contato para esconder sua diferença.
"Por que está dizendo isso?" Ele perguntou, enfim. Quebrando o silêncio.
V pareceu envergonhado ao notar que o incômodou com suas palavras. "Ah, me desculpe. Não foi minha intenção. Eu só disse a verdade."
"Muitas pessoas não concordam com você." ME sorriu, voltando ao seu trabalho. "Mas, eu agradeço o elogio." Ele deu um sorriso sincero.
V sentiu um certo alívio ao saber que não ofendeu ME. Mas, agora, o conteúdo na tela do amigo, tomou a sua atenção. Eram fotos de papéis escritos às mãos.
"Tendo acesso aos auxiliares, eu tenho acesso às câmeras. E consigo acessar os conteúdos nas gavetas eletrônicas. Eles foram inteligentes em guardar informações da maneira convencional. Mas, guardar elas em objetos tecnológicos, diminuiu um pouco o meu respeito." ME deu uma risada.
" Pronto , tenho tudo salvo em um servidor seguro. São arquivos que comprovam a iniciativa. "
Ele mostrou a V Fotos de várias crianças documentadas, com os nomes dados a eles e fotos dos seus originais. Porém, ME não mostrou a dele, o que o deixou chateado. V queria saber mais sobre a aparência de ME.
" Amanhã, colocaremos isso nas telas e com a confusão das pessoas e defeito nos auxiliares, aproveitaremos a chance para escapar." V sabia de alguma forma que ME estava sorrindo.
"Mas, não há saídas." V contextou a informação.
"Iremos criar uma. Teremos ajuda da mesma pessoa que ajudou a sua amiga, N." ME respondeu, despreocupado.
"E essa pessoal é confiável?" V perguntou, ainda temeroso.
ME apenas sorriu: "Pode confiar. Eu confiaria a minha vida a ele."
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