Capítulo 12 - PANFLETO
O lugar para onde Yavaine os levou era um laboratório. Logo acima da sede, havia um local secreto, todo branco, bem parecido com o antigo lar de V. Isso fez com que ele engolisse em seco.
ME segurou a mão dele em conforto. "Não se preocupe, com certeza é algo bom. O local é parecido mas, é necessário."
As portas se abriram após um escaneamento do corpo de R e também de Yvaine. Visto isso, V percebeu como o que aquele local guardava algo importante.
V tremeu quando a porta se abriu. Dentro do local de chão frio de paredes azuis claras, haviam recepientes científicos onde bebês eram mantidos respirando.
V correu até o bebê que havia visto naquele dia horrível, aquele que teve o rosto gravado em sua mente. O homem colocou a mão sobre o vidro e o pequeno, sem abrir os olhos, colocou a mãozinha na dele.
V olhou para ME, emocionado, com um sorriso. "ME, é o mesmo bebê, não é? Aquele que vimos?"
Ao perceber o sorriso de confirmação de ME, voltou a atenção para o bebê e notou que não havia nenhuma cicatriz no seu cérebro. Ele olhou pela primeira vez com curiosidade para Yvaine.
"Como esse daqui está, doutora? Na última vez que o vi..." V sentiu nausea ao se lembrar da cena. " A cabeça dele estava aberta."
Yvaine se aproximou de V e do bebê. "O corte foi fechado e hoje temos tecnologia para esconder a cicatriz. Ela nunca ficará visível nas primeiras camadas de pele. O único benefício desses equipamentos para perfeição, é algo do tipo." A doutora comentou.
"Que tal dar um nome a ele, V?" Yvaine perguntou a ele com um sorriso. "Como a conexão de vocês é forte, acho que você tem esse direito."
V olhou para ME, com receio e o outro apenas acenou em afirmação e se aproximou dos dois. Segurando a mão de V, ele disse:
"É um bom menino, qual nome você acha que combina com ele?"
V observou o pequeno respirar por alguns momentos e pensou em um nome. "Cairo. Significa o vitorioso." Ele disse sorrindo quando o bebê pareceu se mexer.
"O que vai acontecer..." V olhou para os outros dois presente no local. "Quando descobrirem que suas cobaias não estão mais no laboratório? Eles vão conseguir mais?" Ele perguntou com uma expressão de ódio ao pensar.
Yvaine não podia responder aquela pergunta apenas com uma frase simples, então, ela convidou os dois homens a se sentar.
Ela serviu cappuccino a ME e se serviu de café." "Do que você gosta, V? Doce ou amargo?"
V deu de ombros, nunca tiveram essa escolha no centro de perfeição. Por isso, ME estendeu uma caneca de cappuccino para ele e Yavaine riu.
"Só não fique viciado, como esse aqui, certo?" Ela disse apontando para o amigo.
V sorriu enquanto bebia e os observava. Eles lembravam ele e N. Talvez, Yavaine não fosse uma competição afinal.
"Respondendo a sua pergunta, V. Com certeza, a indústria Conner com certeza está procurando esse local agora. Mas, sempre tem uma maneira de conseguir novas crianças. Infelizmente, uma dessas é comprando dos próprios pais." Ela disse com um semblante triste.
" Isso nunca vai terminar enquanto o sistema existir." ME comentou." Por isso, que iremos destruí-lo. " Ele sorriu de uma maneira quase maligna.
" E como faremos isso? " V perturbou curioso, aproveitando a sua bebida com um gosto que nunca havia sentido, o açúcar.
" Sua fuga foi o primeiro passo, agora ajudaremos os outros e claro, algo maior. Mas, talvez ainda não posso revelar nada sem planejar corretamente antes. " ME comentou.
"Mas, acho que tenho algo em mãos que pode nos fazer das alguns passos." Uma vpz conhecida disse.
V olhou para trás e entrou em choque. R, o dono da voz era idêntico a ME. Havia algumas diferenças bem visíveis, como ambos os olhos verdes e um corpo mais forte, sem uso da bengala. Porém, fora isso, eram iguais.
" Podem dizer. Eu sei que sou o mais bonito." R ironizou.
"Gêmeos mas..." V tentou perguntar mas, R o interrompeu.
"Vamos, é hora do almoço. Um ótimo momento para planejar a nossa parte do plano." Ele disse saindo.
N e V se entre olharam e depois olharam para ME, pedindo uma explicação.
ME deu um longo suspiro e disse: "R não gosta de falar sobre isso. Em resumo, podemos substituir um corpo" defeituoso" por um saudável porém, a mente, o cérebro, não pode ser substituído. Isso foi o que me manteve na cidade das nuvens e enviou R para o submundo."
Ele não precisava dizer mais nada. Em silêncio, eles foram em direção a cozinha para o almoço.
" Quem preparou essa comida? " ME perguntou surpreso." Com certeza não foi R, porque a comida dele pode matar de tão ruim." Ele disse rindo.
R bateu no ombro dele levemente e respondeu: "Muito engraçado, idiota. Como não se tem o que comer como aqui, até a minha comida ruim serve."
"Desculpe." ME pediu mas, ainda saiam lágrimas dos seus olhos.
Após o almoço e o elogio as habilidades de N, R mostrou algo inquietante que seus agentes haviam lhe trazido. Era um panfleto de lutas e apostas. Algo que a cidade das nuvens não buscava esconder.
" Todos podem participar. Os do submundo para subir de hierarquia, traidores e claro, receptáculos fugitivos que foram pegos, ou até originais que estão devendo." R comentou. "É ali também que alguns perdem e vendem seus filhos."
O plano já estava se formado na cabeça de ME, seria perigoso mas, era uma grande oportunidade.
" Quando é o torneio?" Ele olhou para o irmão com um sorriso esperto no rosto.
" Semana que vem."
"Então, teremos tempo para nós prepararmos." Ele disse de levantando. "Está no momento de eu ir embora e principalmente pensar mais nisso."
V o seguiu até o local onde se encontraram pela primeira vez.
"Você já vai?" o mais jovem perguntou, chateado.
"Infelizmente, eu terei que ir mas, sempre estarei com você aqui." Ele tocou na têmpora de V."
V o abraçou novamente." Eu também estarei com você. Você não está mais sozinho, ME. Não precisa carregar esse peso sozinho."
ME olhou para o rosto de V e sorriu. "Obrigado, V."
"Eu pensei no que você me disse hoje cedo." V não desviou o olhar dele." Eu quero estar com você, se é o que você quer." V confessou, corando. O olhar de ME costumava envergonha-lo.
"Eu pensei que você fosse inteligente. Vai me beijar ou N-não?" Ele gaguejou no fim, afinal, não estava acostumado a falar assim com ninguém.
ME apenas riu e o puxou para perto. Seus corpos se encontraram e a pele de V esquentou.
"Não sabia que você poderia ser tão mandão." Mz comentou com um sorriso. Os olhos heterocromaticos dele, hipnotizando V.
E antes que ele notasse, o beijo veio.
Os lábios deles se chocaram. V não brigou pelo domínio afinal, ele não estava acostumado com tais coisas. Mas, ele gostou da sensação. ME parecia querer devora-lo, em um beijo gentil mas com fervor, resultado dos anos de espera para realizar tal desejo. E com isso, ambos se perderam em si mesmos, se permitindo esquecer o mundo maldito e perigoso em que viviam, pelo menos por esse momento.
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