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vinte e um | d e s e n t e n d i m e n t o

Tyler


— Onde você se meteu, cara? 

Pergunto a Dan, logo que ele volta para nossa companhia, na sala de jogos.

— Lembrei que deixei a lanterna traseira do meu carro ligada. — Ele se joga ao meu lado, no sofá branco.

— Você mente mal para caralho, amigo. — Theo zomba, bebendo um gole de sua cerveja, em seguida.

— Não enche a porra do meu saco, Theo!

— Uh! Ele está nervosinho! — Ergue as mãos, sorrindo.

— Não mexa com ele, Theo. Você sabe como nosso amigo fica quando está nervoso.

— Ah, vão se foder! — Dan revira os olhos e vai pegar uma long neck no frigobar.

Ofereço um console a ele, que aceita, ainda com cara de poucos amigos.

— Qual o motivo de tanto amargor, Daniel? — Pergunto, finalmente. — Não me diga que é por causa de minha adorável empregada.

— Porra, Tyler. Me deixa em paz!

Dou um sorriso, entendendo tudo.

— É por isso que eu não me apaixono. — Theo ergue sua long neck.

Brindo com ele, em concordância.

— Tyler.

Me viro e vejo meu pai descendo as escadas.

— Oi, senhor Abrams. E aí?

— Olá Theo. Dan.

— E aí, senhor Abrams. — Dan acena do sofá.

— O que houve, pai? — Bebo um gole da minha cerveja.

— Precisamos conversar.

— Certo, pode falar.

— À sós, Tyler.

— Não dá, estou ocupado. — Ergo o console, sem tirar os olhos da tela.

— Qual é, Ty? — Dan me censura. — Vá falar com seu pai, cara.

Reviro os olhos e deixando minha cerveja sobre a mesa, me levanto.

— Vamos conversar então, senhor Abrams.

Deixo-o ir na frente e o sigo até o andar de cima, na sala.

— Por que todo esse suspense? O que de tão importante você quer conversar comigo? — Paro de andar.

Meu pai se vira e me encara.

— Antes de viajar, eu lhe dei uma ordem. Qual foi?

— Ah, é sobre isso? — Desdenho. — Qual é, pai? Eu pensei que fosse algo importante. — Me viro para sair.

— Não ouse virar as costas para mim!

Giro nos calcanhares e o encaro.

— Você tem noção do que sua falta de responsabilidade causou à empresa?

Encolho os ombros.

— Nós perdemos contratos importantíssimos, Tyler!

— Grande coisa! Você já tem dezenas de contratos milionários! Um a mais ou um a menos, que diferença faz?

— Para um moleque como você, que nunca precisou fazer o mínimo de esforço para conseguir algo, não faz diferença nenhuma. Mas para mim, que sempre batalhei por tudo o que conquistei em minha vida, e para todos os meus colaboradores, que dão o sangue por aquela empresa, faz uma diferença gigantesca!

Engulo em seco, com o maxilar travado.

— Até quando você vai agir como um adolescente mimado e inconsequente? — Ele vocifera. — Quando você vai deixar de ser uma vergonha para essa família e se tornar um homem?

— Talvez no mesmo dia em que você assumir que é um egoísta sádico, que faz os próprios filhos sofrerem por conta de seu orgulho e medo! — Respondo no mesmo tom, com palavras que estavam presas há muito tempo em minha garganta.

Nesse minuto, Izzy aparece no alto da escada, assustada.

— O que está acontecendo aqui?

— Volte para seu quarto, Isabelle! — Nosso pai ordena.

— Isso, Izzy. Volte para o quarto. Não ouse desobedecer nosso pai ou ele acabará colocando correntes nos seus pés!

Izzy permanece imóvel. Seus olhos brilham por conta das lágrimas recém formadas.

Meu pai, por sua vez, cerra os punhos.

— É assim que funciona, não é? Se um prisioneiro tenta fugir ou desobedecer, ele é punido. E é isso o que Izzy é nesta casa, não é? Uma prisioneira!

— Cale sua boca, Tyler!

— Por que, pai? Eu estou mentindo?

Ele não responde.

Izzy cobre a boca, chorando em silêncio.

— Vamos, diga que estou mentindo, pai! Diga que Isabelle é livre para viver sua vida da forma como ela bem entender!

— Ela é só uma menina!

— Uma menina com vontades, desejos e sonhos que você boicota a todo momento! É apenas isso o que você faz! E não só com a Izzy, mas também com o Cody e até comigo! Você quer que nós deixemos de dar nossos próprios passos, para seguirmos apenas os seus!

— Você não sabe o que está falando, seu moleque!

— Eu sei, pai. Infelizmente, eu sei. — Lágrimas escorrem de meus olhos. — Vamos, conte à Izzy porque você a prende dentro dessa casa! Seja o homem que você faz tanta questão de esfregar em minha cara que não sou!

— Fora daqui, Tyler! FORA DA MINHA CASA!

— Não! — Izzy desce as escadas correndo, na tentativa de impedir a ordem de nosso pai. — Papai, não!

— Que gritaria é essa? — Cody desce as escadas, tentando entender a confusão que se criou. — Por que você está chorando, Izzy?

Ela não o responde. Apenas chora compulsivamente, parada entre nós.

— Subam de volta para seus quartos, agora!

— Eu não vou subir até entender o que está acontecendo aqui! — Cody se manifesta.

— Não está acontecendo nada, Cody. — Respondo-o, sem desviar os olhos de nosso pai. — Está tudo bem.

— Tudo bem? Izzy está aos prantos, você e papai aos berros! Qual é? O que está acontecendo?

— Eu não vou falar de novo, Cody. Vá para o seu quarto! — Meu pai rosna, entre os dentes. — Agora!

— Suba, Cody. — Meus olhos encontram os seus. — E leve a Izzy. Isso é entre mim e nosso pai.

— Ty... Por favor. — Izzy pede, entre soluços. — Não vá.

— Está bem. — Dou um pequeno sorriso. — Pare de chorar, ok?

— Ty...

Aplico um beijo em sua testa, calando-a.

— Suba.

Cody troca um demorado olhar comigo, que tento me manter firme e não desabar na frente deles, e à muito custo, consegue subir com Izzy.

Ficamos apenas meu pai e eu.

Um silêncio aterrador se instala.

— Mande os rapazes embora e vá para o seu quarto. — Meu pai finalmente ordena, após minutos dolorosos de silêncio.

— Meu quarto? — Dou um sorriso amargo. — Nada aqui é meu, pai. 

— Tyler, não faça drama...

— Não é drama. Eu só cansei de me sentir um estranho dentro da minha própria casa.

— É você que se afasta de nós. Que se isola! Que prefere virar noites bebendo do que ficar com sua família!

— E por que será que eu prefiro isso, pai?

Mais uma vez, ele não responde.

— Nossa família está quebrada há muito tempo e você não faz nada!

Enxugo com violência as lágrimas que rolam por meu rosto.

— Eu não sei o que fazer, filho. — Sua fala sai quase em um sussurro.

— E por que espera que eu saiba?

Ele fita o chão.

— Nós somos quebrados, pai. Todos nós. — Abro os braços, chorando. — A aclamada Família Abrams é uma fraude! Aceite isso!

Passo por ele e vou até o hall.

— Onde você pensa que vai?

— Para qualquer lugar bem longe daqui. — Pego as chaves do carro.

— Se você der mais um passo e sair por essa porta... Não precisa mais voltar.

Encaro seus olhos por longos segundos.

E decido por ir, sem olhar para trás.

— Tyler! Tyler, volte aqui!

Ignoro o chamado de meu pai e entro em meu carro.

Giro a chave no contato e saio cantando pneus. Por pouco, não colido com o portão, recém aberto.

Meu celular toca incessantemente, mas não o atendo.

Soco o volante uma, duas, três vezes.

Coloco as mãos na cabeça, em frustração.

Grito.

Uma dor dilacerante me consome por dentro.

Raiva, mágoa, tristeza.

Um misto de sentimentos explodem dentro de mim.

Dirijo sem rumo e em alta velocidade por uma hora, talvez mais, até me dar conta de que estou no Brooklyn.

Estaciono meu carro em frente à Clash, uma casa noturna bem animada.

Entro e vou direto para o bar.

— Qual seu melhor whisky?

O bartender estende uma garrafa de Bourbon.

— Serve. Quero a garrafa.

Jogo uma nota de cem no balcão.

Bebo um longo gole, direto do gargalo, enquanto observo o local.

Duas garotas passam por mim e exibem sorrisos quase tão bonitos quanto seus decotes. Outra dança de forma sensual, próxima a mim.

Dou um rápido sorriso e bebo outro gole do whisky, que desce queimando por minha garganta.

Diferente do que eu imaginava, a música alta e o álcool não me animam. Flashs da discussão com meu pai não param de me atormentar.

Estou quase na metade da garrafa, quando uma garota morena muito bonita se senta ao meu lado.

— Um shot de tequila, por favor. — Ela faz o pedido e se vira em minha direção. — Noite difícil?

— Entediante. — Pouso a garrafa no balcão. — E a sua?

— Desastrosa.

— Isso merece um brinde. — Sorrio torto.

O bartender pousa o copo de tequila, acompanhado de uma fatia de limão e sal no balcão, à frente da garota.

Ela respira fundo, joga uma pitada de sal nas costas da mão e o lambe.

— Saúde.

Dou um gole em meu whisky, enquanto ela vira sua tequila de uma só vez. Depois, fazendo uma careta, ela chupa a fatia do limão.

Uh! A noite finalmente está melhorando!

Sorrio.

— Com certeza, está.

— Sai de perto da minha garota, seu merda!

Sinto uma mão puxar a gola de minha camisa com violência. Cambaleio do banco e escuto o tecido se rasgar.

— Ah, porra! — Analiso o colarinho. — Você faz ideia de quanto custa essa camisa?

Sou respondido com um soco na cara.

Me recupero rapidamente e encaro o filho da puta nos olhos. A raiva toma conta de todo o meu ser.

Desfiro um soco no maxilar do cara, que cai.

Mais um, dois, três, quatro socos. Ele desmaia.

Sou puxado pelas costas para fora do local.

Um grupo de homens me cerca.

Estão em quatro ou cinco. Não consigo contar.

Um me segura.

Os outros me batem.

Batem muito.

Cuspo o sangue que enche minha boca e sorrio, em provocação:

— É o melhor que conseguem fazer? Sério?

O maior dos caras tira algo brilhante da cintura.

Um canivete.

— Ei, não, não... Calma! — Grito, apavorado. — Eu... Eu tenho dinheiro! Bastante dinheiro! Podemos resolver isso civilizadamente!

— Tarde demais, playboy.

Uma dor lascinante me atinge.

Perco a consciência.

O bip de algum aparelho ecoa em meus ouvidos.

Tento abrir meus olhos e gritar para alguém parar com aquele som irritante, mas não consigo.

Minhas pálpebras estão pesadas demais. Minha boca, extremamente seca.

Aos poucos, o bip vai se tornando mais e mais distante, até sumir totalmente.

Sinto frio.

Gotas de suor gélido descem por minha testa lentamente, posso sentir.

Tento novamente abrir meus olhos.

Com um pouco de esforço, dessa vez consigo.

O ventilador de teto gira lenta e constantemente.

"Não estou em casa" , constato.

Corro meus olhos por um curto espaço e a vejo, bem próxima de minha cama.

Elisa.

Apavorada e bonita. Incrivelmente bonita.

— Elisa. — Minha voz sai grave e rouca, como se eu não a usasse há um bom tempo.

— Oi. — Ela sorri fraco, segurando seus braços.

— O que está acontecendo? Isso é... Um quarto de hospital?

— É sim, mas está tudo bem. Você está bem.

Corro meus olhos por todo o quarto.

Vejo o soro pingando lentamente para minha veia.

— Não pareço bem. — Engulo com dificuldade. Parece que não bebo água há anos. — O que você faz aqui?

— Estou retribuindo o favor. É a minha vez de cuidar de você.

— Já vou adiantar que não sou uma pessoa fácil de se cuidar.

— Eu sei. Aceito o desafio.

Sorrio.

E mesmo que por um breve momento, me sinto em casa.

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