Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

trinta e cinco | p e r d ã o

Isabelle

— Tyler me odeia. — Nora, nossa mãe, lamenta com voz de choro.

— Não, ele não odeia você. — Fungo. — Essa é a forma como Ty lida com a dor. Ele faz piada, debocha e depois se isola. Se você o conhecesse, saberia.

Nora engole em seco, travando o maxilar.

— Você disse que está morrendo. — Cody a encara. — De qual doença?

— Doença hepática alcoólica. Decorrente dos muitos anos de abuso de álcool.

— Mas a medicina está muito avançada hoje em dia. Deve haver uma cura.

— Não no meu caso. Os danos ao meu fígado são irreversíveis. A única solução seria um transplante.

— Seria?

— Se eu não morresse no processo.

Papai vira as costas, notoriamente incapaz de ouvir Nora falar, e deixa o cômodo.

— Então, é isso? Você morre, de uma forma ou de outra?

Nora consente com um pequeno sorriso, tentando disfarçar a dor estampada em seus olhos.

— Acho que é a vida me cobrando.

Cody enxuga suas lágrimas com as costas da mão e desvia o olhar para o chão.

— Você nunca pensou em voltar? — Pergunto, finalmente. — Nunca teve vontade de nos ver outra vez?

— Todos os dias, minha menina. Eu lutei contra essa vontade por todos esses anos.

— Por que? Por que você lutou contra? — Pergunto, entre soluços.

— Por que eu sabia que minha volta só traria dor. Eu estava morta para vocês e era assim que eu deveria continuar. Mas tudo mudou quando eu reencontrei seu irmão...

— Meu irmão... Tyler?

Cody também a olha, em um misto de espanto e curiosidade.

Nora consente.

— Eu me fixei em Byron Bay há três anos. Foi lá que eu finalmente consegui me livrar do vício e passei a levar uma vida totalmente limpa e saudável. Eu agora sou dona de um pequeno quiosque a beira mar. — Ela sorri. Um sorriso legítimo e muitíssimo parecido com o meu. — Em mais um final comum de trabalho, voltando para casa, um garoto esbarrou em mim na rua e fez meu coração acelerar. Eu pensei: "Ele tem os mesmos olhos do meu filho!".

Seco novamente meu rosto molhado pelas lágrimas que caem sem parar.

— Esse mesmo garoto entrou no meu quiosque no dia seguinte, se sentou no balcão e me pediu um Bay Breeze. Eu disse que não trabalhava com bebidas alcoólicas ali e ele debochou. Depois, encarou meus olhos por alguns segundos e optou por uma Tropical Colada. Eu preparei seu pedido e o servi. Mas, diferente da maioria, ele não voltou para a praia. Ele bebeu e conversou comigo por uma hora inteira, parecia realmente interessado em tudo o que eu falava. — Nora conta com um sorriso. — Ele me disse que seu nome era Sebastian e que ele morava no Brooklyn. Eu me apresentei como Emma White. Sebastian apareceu no dia seguinte e no outro também. A presença daquele garoto acalentava meu coração. Ele me escutava com tanta atenção que eu chegava a estranhar.

Cody e eu ouvimos a tudo em total silêncio.

— Alguns dias depois, ele voltou para casa, deixando meu coração apertado por sua ausência. Eu não compreendia aquele sentimento. Era algo tão forte e genuíno, algo que eu não sentia há anos. Então, a verdade veio à tona. Um homem me procurou, dizendo que Tyler Abrams gostaria de se encontrar comigo. O meu menino, meu Tyler. O garoto com quem eu passei horas conversando. No fundo, eu sempre soube que era ele. — Ela chora. — Mas, cumprindo a promessa que eu fiz quando coloquei meus pés para fora dessa casa, eu o afastei. Mandei o homem dizer a ele que eu não queria nenhum contato e que ele esquecesse de minha existência. Acho que essa foi a decisão mais difícil que eu já tomei em toda minha vida. — Nora seca as lágrimas com rapidez. — Aquele dia eu tive uma recaída. Eu bebi tanto que fui parar no hospital, em coma alcoólico. Demorei alguns dias para me recuperar, meu abdômen doía como o inferno. Foi então que a notícia veio: meu fígado estava caminhando para a falência completa. Fui diagnosticada com doença hepática alcoólica em estágio avançado. Tentei dezenas de tratamentos, mas nada funcionou. A menção de quase morte caiu como uma bomba em meu colo, eu só conseguia pensar em vocês. Por esse motivo, eu voltei atrás com minha promessa e decidi vir até aqui. — Ela respira fundo, antes de prosseguir. — Meus filhos, eu não espero que vocês me perdoem, mas eu precisava me perdoar.

— E você conseguiu?

Ela não me responde.

Respiro fundo.

— Se perdoe. Eu já fiz isso.

Nora, minha mãe, chora copiosamente.

— Isabelle, eu... Posso? — Ela estende os braços em minha direção.

Hesito por um instante, mas acabo concordando.

— Claro.

Nora me abraça maternalmente por longos segundos. Depois, se vira para Cody e repete o gesto. Ouço-o sussurrar um "Não chore. Está tudo bem".

— Meus meninos... — Ela acaricia nossos rostos com ternura. — Eu me arrependo tanto de não ter acompanhado o crescimento de vocês. Felizmente, seu pai fez um ótimo trabalho. Agradeçam por mim, sim?

— Você pode fazer isso pessoalmente.

— Minha presença é muito tóxica para David, meu querido. Eu não quero lhe causar mais dor.

Cody consente.

— Acho melhor eu ir. Se cuidem, ok? E se quiserem me ver, este é o endereço do hotel onde estou hospedada. — Ela me entrega um pequeno cartão branco. — Eu ficarei muito feliz com a visita.

— Nos vemos em breve. — Afirmo. — Ainda temos muito o que conversar.

Nora consente e deposita um beijo na testa de cada um de nós.

— Será que Tyler me perdoará algum dia? — Ela pergunta, fitando a escada por onde ele subiu.

— Aposto que sim. Ele só precisa de tempo.

— Acho que todos precisamos. — Ela conclui em um suspiro. — Bem, até logo.

— Até.

Acompanhamos Nora com os olhos, até ela sumir, porta afora.

— Nossa mãe está viva. Que loucura é essa? — Cody comenta com os olhos cheios d'água.

— Ainda estou digerindo a novidade. — Passo a mão por meu rosto. — Mas agora, preciso ouvir o outro lado dessa história.

— Espera... Onde você vai?

— Falar com o papai.

Deixo Cody no hall e saio à procura de meu pai. Encontro ele pouco depois, sentado sozinho no jardim.

— Pai?

Ele ergue os olhos em minha direção. Eles o acusam de ter chorado muito.

— Isabelle...

— Você disse que me privou de viver, por medo de que eu me encontrasse com ela. É verdade?

Ele consente.

— Você sempre foi tão curiosa. Sempre fazendo perguntas que eu não era capaz de responder, sempre questionando onde estavam as fotos de sua mãe, o que ela fazia, como ela era, do que tinha morrido. Eu tive medo, minha filha. Tive medo que você descobrisse minha mentira. Tive medo de que um dia você buscasse por notícias de sua mãe e que a encontrasse de fato. Então, eu passei a restringir seus passeios. Passei a monitorar seu celular, seus passos e suas amizades. Eu fiz de você uma prisioneira do meu próprio medo. Eu fui egoísta... Fui cruel.

Meu pai se desfaz em lágrimas.

Encaro meus sapatos, em silêncio. As palavras parecem ter se perdido em minha garganta.

— Eu pensei que estava agindo certo, que estava te protegendo. Como eu estava enganado, Izzy. Você não merecia ter descoberto a verdade dessa forma. Nenhum de vocês três merecia. Ah, se eu pudesse voltar no tempo...

Acaricio seu ombro, derramando lágrimas dolorosas.

— Espero que um dia você possa me perdoar.

— Não diga bobagens, meu pai. Eu te amo.

Ele sorri fraco e me abraça apertado.

— Eu te amo demais, minha filha. Mais do que a mim mesmo.

Me aconchego em seu ombro e fecho meus olhos. Um filme se passa em minha mente.

Meu pai me ensinando a ler, a nadar e a andar de bicicleta. Cuidando dos meus joelhos ralados e me ajudando a fazer os deveres de casa. Assistindo filmes de princesa comigo e me obrigando a comer legumes para ficar forte como as Meninas Super Poderosas.

Como eu poderia negar o perdão a ele?

Como eu poderia apontar o dedo e subjugar sua dor?

— Vai ficar tudo bem, pai. Nós vamos ficar bem.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro